Esfreguei a esponja em meu corpo, tentando tirar o cheiro dela, tentando tirar o desejo por ela do meu sistema. Mas foi inútil. Percebi isso quando eu estava duro como mármore, envolvendo minha ereção com a mão e me movimentando aceleradamente, imaginando estar dentro da sua boceta quente e apertada. Imaginando seus seios redondos, empinados e macios, gozei abundantemente, sujando o box de vidro. Toda aquela porra deveria estar dentro dela.
Que loucura era aquela? Era uma maldita obsessão. Como podia estar tão louco por uma mulher que eu conhecia há poucas horas?
Terminei de me lavar e entrei para o quarto de hóspedes. Acessei meu closet pela parte externa do quarto e, enquanto escolhia o que precisava, me peguei olhando a porta adjacente que dava acesso ao meu quarto - onde eu deixara Beatrice. Estava a alguns passos dela, da fonte insaciável da qual eu queria beber até a última gota.
Segurei firmemente as roupas entre meus dedos, inspirando profundamente. Ceder a esse desejo impetuoso não era uma opção; ela me correspondia com igual intensidade, contudo, percebi que se tratava mais de gratidão, pois eu a havia resgatado. Mas o problema era: quem a resgataria de mim? Ela mal podia imaginar o turbilhão de desejos que despertava em meu ser.
Dirigi-me ao quarto de hóspedes, buscando refúgio em minha própria tempestade de pensamentos. Mal havia cruzado a soleira da porta quando meu telefone rompeu o silêncio, seu toque me fazendo hesitar antes de atender.
- Que porra você fez? Levou uma prostituta da boate, ela deveria estar dando lucro... - papai gritou do outro lado da ligação.
- A prostituta que você está falando era uma garota virgem, uma vítima de um pai narcisista e cruel que a deu como pagamento para a dívida que tem com você.
O silêncio predominou por um momento do outro lado da linha. Eu sabia que tinha tocado em algo que o deixaria mal.
Selena havia sofrido antes de morrer; havia perdido sua virgindade em um ataque brutal dos monstros que a sequestraram, e ela era somente uma adolescente.
- Para onde levou a garota? Vou atrás do pai dela...
- Ela está segura sob minha proteção. Vou cuidar de tudo, não se preocupe, vou punir todos os que cometeram esta atrocidade.
- Não mate o pai dela, eu mesmo farei isso. Somente traga-o para mim - papai dissera do outro lado da linha.
- Como quiser, pai. - Nos despedimos e ele desligou a chamada.
Estava grato por ele não ter insistido por mais detalhes, afinal a virgindade de Beatrice fora deflorada por mim e ela estava dormindo na minha cama, e eu ainda não sabia o que fazer com ela. Afinal, eu tinha minhas obrigações como Capo da máfia.
Beatrice Martini
Despertei ao som dos pássaros, uma sensação há muito esquecida, contrastando com os habituais gritos e sirenes que marcavam meus amanheceres. Vivendo em um caos constante, a presença ameaçadora de meu pai me atormentava, especialmente a ideia de deixar minha irmã Isabella sozinha em um ambiente como aquele e Victor era tão pequenino, eu era como uma mãe para ele. Nutria a esperança de que Fabrizio pudesse trazê-los para mim, embora meu futuro permanecesse incerto. O plano era simples: conseguir um emprego e, eventualmente, um lar para eu e meus irmãos.
Movida pela incerteza, preparei-me e caminhei pelo corredor desconhecido da casa. Fabrizio, cujo quarto estava entre as portas fechadas, havia se tornado o centro de meus pensamentos noturnos. Ansiava por sua companhia, por mais uma noite de paixão, mas, sobretudo, por sentir sua presença ao meu lado - um desejo que, aparentemente, não lhe interessava.
Gratidão era o que eu deveria sentir, considerando tudo que ele estava fazendo por mim. Descendo as escadas, o aroma da comida aguçou minha fome, e vozes femininas ecoavam de um cômodo, guiando-me hesitante até a cozinha, onde parei, absorvendo os sons e cheiros antes de me aventurar a entrar. Mas as vozes me fizeram parar.
- Fabrizio disse que temos que fazer o que a garota solicitar. Ela se chama Beatrice - uma das vozes disse.
- Ele nunca trouxe uma mulher para casa, o que está acontecendo? - a outra indagou.
- Não nos diz respeito, Mercedes. Somente sirva a garota no que ela precisar e não faça perguntas, muito menos saia falando sem parar. Ele solicitou discrição de nossa parte - disse a primeira voz.
- Entendi. Portanto, não podemos discutir sobre Eleonora... - começou a mulher, mas foi interrompida pelo som estridente de algo se estilhaçando.
Fui eu, sem querer, que havia esbarrado em um vaso de flores, observando-o se despedaçar em inúmeros pedaços no chão. Quase imediatamente, passos apressados vieram em minha direção, e as donas das vozes, agora reveladas pela minha gafe, fixaram seus olhares surpresos e inquisitivos em mim, enquanto eu permanecia paralisada pelo constrangimento e pela surpresa do momento inesperado.
- Me desculpem, esbarrei... - falei enquanto tentava recolher os cacos de vidro do chão.
- O vaso era caro. O senhor Fabrizio não ficará contente - a voz da mulher mais jovem era zombeteira.
A mulher mais velha a repreendeu, mas antes que pudesse me falar algo, Fabrizio estava ao meu lado, puxando-me pelo braço.
- Que droga está fazendo? - ele estava irritado, olhando para mim.
- Me desculpe, eu esbarrei e quebrei sem querer. Eu posso...
- Você vai se machucar, não quero que faça nada além de ir tomar o seu café da manhã. Mercedes limpará tudo por aqui - ele disse, e logo vi, por trás dele, a mulher mais jovem me encarar com fúria.
- Me desculpe, Fabrizio. Mas posso ajudá-la a limpar...
- Você é minha convidada, não fará nada de trabalho nesta casa.
Ele me levou com ele para o cômodo onde as mulheres antes estavam. Uma grande cozinha estava à minha frente. Na parte oposta, uma mesa farta estava preparada com um abundante café da manhã.
- Como não sabia do que você gostava, mandei preparar vários pratos. Se não estiver do seu agrado, basta falar e Maria vai preparar algo para você - Fabrizio disse ao puxar a cadeira para mim.
Não tive tempo de responder; mesmo com Maria, a mulher mais velha, sorrindo e nos observando, Fabrizio se ajoelhou à minha frente e segurou minha mão, examinando-a.
Deus, ele era lindo demais para ser verdade. Vestido com aquele terno azul-escuro que destacava sua pele e seus olhos, ele ficava ainda mais irresistível.
- Você está sangrando, droga! Maria, traga o kit de pronto-socorro - ele disse, olhando para o pequeno corte na minha mão.
- Não é nada, estou bem. Eu...
Tentei argumentar, mas ele já estava com os curativos e remédios em mãos, que Maria acabara de entregar.
Com maestria, limpou a pequena ferida, passou o creme e a tampou com uma gaze. Quando terminou, seus olhos foram para os meus. Eu já estava paralisada, observando-o. Mas nada me preparou para o rosto dele se aproximando do meu.
Seus lábios passaram delicadamente por minha bochecha. O gesto foi calmo e nada sexual. Mas eu estava molhada por baixo da camiseta que usava, e ele parecia saber disso, pois seu olhar desceu discretamente pelos meus mamilos enrijecidos e seguiu entre minhas coxas.
Mudei de posição rapidamente, apertando as coxas e afastando os pensamentos, ou eu escorreria de desejo ali, molhando a cadeira.
- Você dormiu bem? - tentei parecer calma.
Ele sorriu e se levantou, sentando-se na cadeira ao meu lado.
- Mais ou menos. Poderia ter dormido bem melhor - ele piscou, e o calor em mim aumentou.
Ele se inclinou para frente, vertendo leite em meu café com um pequeno sorriso, como se estivesse fazendo uma oferta muito mais íntima.
- Gosta de leite? - sussurrou.
O que me fez entender que não era exatamente do leite da jarra que ele estava falando.
O calor subiu às minhas bochechas - como uma simples fala vinda da boca daquele homem podia soar tão indecente?
- Sim... - murmurei, e sem querer meu olhar desceu para o volume sob o tecido da calça dele.
Ele estava excitado com minha reação tão descarada.
Levei o copo aos lábios, e o olhar de Fabrizio não se desviou de mim nem por um segundo.
Bebi um pouco do leite, passando a língua nos lábios no final. Era um gesto natural, mas naquele momento se tornou sensual, porque eu estava mergulhada em pensamentos de volúpia, tanto os dele quanto os meus.
Ele sorriu. Estava gostando da provocação, e eu me sentia louca por agir daquele jeito. Baixei o olhar para a comida no prato, mas tinha certeza de que ele ainda me observava.
- Quando eu estiver fora, quero que tudo o que precisar seja solicitado à Maria - Fabrizio disse.
A mulher já não estava próxima, mas eu podia vê-la no terraço da cozinha, arrumando alguns vasos de flores.
- Não sei como te agradecer. Insisto para que me deixe trabalhar em sua casa, para que eu possa me sentir menos culpada de estar recebendo sua ajuda - insisti.
- Não. Você, em minha casa, é uma convidada. Não quero que faça nada. Te prometi te ajudar com seus irmãos e farei isso nos próximos dias. Por favor, espero que compreenda...
- Já sou grata por você se dispor a me ajudar. Não tenho para onde ir com meus irmãos, preciso encontrar um trabalho e...
Seu dedo indicador selou meus lábios e seu perfume fez meu coração acelerar no peito.