Herederos Alfas
img img Herederos Alfas img Capítulo 6 Ecos
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Capítulo 7 O Instinto Assume o Controle img
Capítulo 8 O Sangue Lembra img
Capítulo 9 Entre Dois Mundos img
Capítulo 10 A Casa da Matilha img
Capítulo 11 Filhos da Lua img
Capítulo 12 O Despertar da Lua Vermelha img
Capítulo 13 Quando o Destino Uiva img
Capítulo 14 A Guerra Respira img
Capítulo 15 O Fogo do Alfa img
Capítulo 16 O Primeiro Golpe img
Capítulo 17 Preparar o Corpo da Lua img
Capítulo 18 Sangue e Fogo img
Capítulo 19 Batimentos Ocultos img
Capítulo 20 Sombras img
Capítulo 21 Sob a Montanha Sagrada img
Capítulo 22 Sob Vigilância img
Capítulo 23 Batimentos que Revelam Reis img
Capítulo 24 Batimentos img
Capítulo 25 Sombras no Acordo img
Capítulo 26 O Instinto que Marca img
Capítulo 27 Queda do Céu Eterno img
Capítulo 28 Três Batimentos, Uma Lua img
Capítulo 29 Sombras que Despertam img
Capítulo 30 Sob a Sombra img
Capítulo 31 O Anel Invisível img
Capítulo 32 Late com força img
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Capítulo 6 Ecos

A Mansão estava em silêncio, mas não era tranquilidade. Cada sombra parecia se mover com vida própria, e cada rangido do piso de madeira tinha significado. Véspera seguia Astervan em direção à sala do Conselho, sentindo seu próprio pulso se sincronizar com o da Mansão. A lua vermelha em seu púbis pulsava no mesmo ritmo do seu instinto.

-Não se aproxime demais deles -advertiu Astervan, voz baixa porém firme-. Observe primeiro, aja depois.

Véspera concordou, embora seu corpo tremesse entre adrenalina e curiosidade. Tudo dentro dela gritava para se mover, cheirar, provar... e ele estava ali, guiando o caminho.

Os membros do Conselho já estavam reunidos, seus olhos avaliando cada recém-chegado com precisão de predador. Alguns a olharam com interesse, outros com desdém. Nenhum deles sabia ainda o que seu instinto escondia.

-Temos notícias -disse um Gamma na entrada, inclinando a cabeça-. O Clã Céu Eterno foi detectado nas proximidades. Eles sentiram algo... incomum. Estão se aproximando.

Um arrepio percorreu a espinha de Véspera. Seus sentidos se aguçaram imediatamente: cada respiração, cada aroma, cada olhar se tornou um mapa de ameaças possíveis.

Astervan aproximou-se dela, apenas roçando sua energia.

-O que os outros sentem... nós sentimos primeiro. E você... você não é humana.

-O que você quer dizer? -perguntou ela, tentando manter a compostura.

-Que seu sangue e seu instinto falam por você -ele sussurrou-. Você não pode esconder isso. Nem de mim.

Um breve silêncio tomou a sala. Então, um dos membros do Conselho anunciou:

-O Alfa do Céu Eterno chegou. Ele quer falar com o nosso Alfa.

Astervan respirou fundo e assentiu.

-Veja. Isso não vai ser apenas conversa.

Minutos depois, encontraram-se diante do Alfa do Clã Céu Eterno na clareira da floresta. A tensão era palpável; o ar cheirava a terra úmida e adrenalina. Astervan falou primeiro, voz firme:

-Não faremos concessões. A linha está clara.

-Então sabe como terminam os que se colocam no caminho -retrucou o Alfa, com um olhar que parecia atravessar ossos.

Num instante, a realidade se quebrou. Seus corpos se contorceram, esticaram e cresceram; a forma humana ficou para trás. Seus olhos brilharam, presas afiadas surgiram, e um peludo grosso tomou seus corpos. Dois lobos gigantes, poderosos, de força e presença impossíveis.

Véspera deu um passo atrás, o coração golpeando com fúria. Seus olhos se arregalaram. Cada sentido virou um tornado de informações: o cheiro da terra, a vibração do ar, a respiração dos lobos... tudo era tão real, tão físico, que sua mente parecia não suportar.

-Não... isso... não pode ser real -murmurou, as mãos trêmulas.

O choque foi imediato: ambos os lobos se lançaram, rosnados ecoando entre as árvores, uma dança de puro poder e força. Véspera tropeçou para trás, incapaz de desviar o olhar. Cada movimento, cada golpe, cada salto era mais rápido e feroz do que ela podia compreender.

Seu instinto de loba vibrou dentro dela, misturado ao medo. Sentiu seu corpo responder: músculos tensos, pulsação acelerada, calor na lua vermelha. Mas a magnitude do que via a dominou. Ela cambaleou, tonta com a intensidade dos sentidos que não conseguia controlar.

-Véspera! -a voz de Astervan, agora humana, ecoou em sua mente por um segundo-. Atravesse isso, confie no seu instinto!

Ela não conseguiu. Tudo explodiu em luzes, sons, cheiros. Seu mundo girou e o vazio a alcançou.

Caiu de joelhos, sentindo a realidade se desfazer, até finalmente desmaiar.

A floresta ficou em silêncio, exceto pelos rosnados dos lobos, pela batalha à vista, e pela verdade irresistível:

Os lobos não eram mito.

                         

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