A Traição do Meu Marido, Meu Presente de Aniversário
img img A Traição do Meu Marido, Meu Presente de Aniversário img Capítulo 2 Capítulo 2 Dois
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Capítulo 9 Capítulo 9 Nove img
Capítulo 10 Capítulo 10 Dez img
Capítulo 11 Capítulo 11 Onze img
Capítulo 12 Capítulo 12 Doze img
Capítulo 13 Capítulo 13 Treze img
Capítulo 14 Capítulo 14 Catorze img
Capítulo 15 Capítulo 15 Quinze img
Capítulo 16 Capítulo 16 Dezesseis img
Capítulo 17 Capítulo 17 Dezessete img
Capítulo 18 Capítulo 18 Dezoito img
Capítulo 19 Capítulo 19 Dezenove img
Capítulo 20 Capítulo 20 Vinte img
Capítulo 21 Capítulo 21 Vinte e um img
Capítulo 22 Capítulo 22 Vinte dois img
Capítulo 23 Capítulo 23 Vinte e três img
Capítulo 24 Capítulo 24 Vinte e quatro img
Capítulo 25 Capítulo 25 Vinte e cinco img
Capítulo 26 Capítulo 26 Vinte e seis img
Capítulo 27 Capítulo 27 Vinte e sete img
Capítulo 28 Capítulo 28 Vinte e oito img
Capítulo 29 Capítulo 29 Vinte e nove img
Capítulo 30 Capítulo 30 Trinta img
Capítulo 31 Capítulo 31 Trinta e um img
Capítulo 32 Capítulo 32 Trinta e dois img
Capítulo 33 Capítulo 33 Trinta e três img
Capítulo 34 Capítulo 34 Trinta e quatro img
Capítulo 35 Capítulo 35 Trinta e cinco img
Capítulo 36 Capítulo 36 Trinta e seis img
Capítulo 37 Capítulo 37 Trinta e sete img
Capítulo 38 Capítulo 38 Trinta e oito img
Capítulo 39 Capítulo 39 Trinta e nove img
Capítulo 40 Capítulo 40 Quarenta img
Capítulo 41 Capítulo 41 Quarenta e um img
Capítulo 42 Capítulo 42 Quarenta e dois img
Capítulo 43 Capítulo 43 Quarenta e três img
Capítulo 44 Capítulo 44 Quarenta e quatro img
Capítulo 45 Capítulo 45 Quarenta e cinco img
Capítulo 46 Capítulo 46 Quarenta e seis img
Capítulo 47 Capítulo 47 Quarenta e sete img
Capítulo 48 Capítulo 48 Quarenta e oito img
Capítulo 49 Capítulo 49 Quarenta e nove img
Capítulo 50 Capítulo 50 Cinquenta img
Capítulo 51 Capítulo 51 Cinquenta e um img
Capítulo 52 Capítulo 52 Cinquenta e dois img
Capítulo 53 Capítulo 53 Cinquenta e três img
Capítulo 54 Capítulo 54 Cinquenta e quatro img
Capítulo 55 Capítulo 55 Cinquenta e cinco img
Capítulo 56 Capítulo 56 Cinquenta e seis img
Capítulo 57 Capítulo 57 Cinquenta e sete img
Capítulo 58 Capítulo 58 Cinquenta e oito img
Capítulo 59 Capítulo 59 Cinquenta e nove img
Capítulo 60 Capítulo 60 Sessenta img
Capítulo 61 Capítulo 61 Sessenta e um img
Capítulo 62 Capítulo 62 Sessenta e dois img
Capítulo 63 Capítulo 63 Sessenta e três img
Capítulo 64 Capítulo 64 Sessenta e quatro img
Capítulo 65 Capítulo 65 Sessenta e cinco img
Capítulo 66 Capítulo 66 Sessenta e seis img
Capítulo 67 Capítulo 67 Sessenta e sete img
Capítulo 68 Capítulo 68 Sessenta e oito img
Capítulo 69 Capítulo 69 Sessenta e nove img
Capítulo 70 Capítulo 70 Setenta img
Capítulo 71 Capítulo 71 Setenta e um img
Capítulo 72 Capítulo 72 Setenta e dois img
Capítulo 73 Capítulo 73 Setenta e três img
Capítulo 74 Capítulo 74 Setenta e quatro img
Capítulo 75 Capítulo 75 Setenta e cinco img
Capítulo 76 Capítulo 76 Setenta e seis img
Capítulo 77 Capítulo 77 Setenta e sete img
Capítulo 78 Capítulo 78 Setenta e oito img
Capítulo 79 Capítulo 79 Setenta e nove img
Capítulo 80 Capítulo 80 Oitenta img
Capítulo 81 Capítulo 81 Oitenta e um img
Capítulo 82 Capítulo 82 Oitenta e dois img
Capítulo 83 Capítulo 83 Oitenta e três img
Capítulo 84 Capítulo 84 Oitenta e quatro img
Capítulo 85 Capítulo 85 Oitenta e cinco img
Capítulo 86 Capítulo 86 Oitenta e seis img
Capítulo 87 Capítulo 87 Oitenta e sete img
Capítulo 88 Capítulo 88 Oitenta e oito img
Capítulo 89 Capítulo 89 Oitenta e nove img
Capítulo 90 Capítulo 90 Noventa img
Capítulo 91 Capítulo 91 Noventa e um img
Capítulo 92 Capítulo 92 Noventa e dois img
Capítulo 93 Capítulo 93 Noventa e três img
Capítulo 94 Capítulo 94 Noventa e quatro img
Capítulo 95 Capítulo 95 Noventa e cinco img
Capítulo 96 Capítulo 96 Noventa e seis img
Capítulo 97 Capítulo 97 Noventa e sete img
Capítulo 98 Capítulo 98 Noventa e oito img
Capítulo 99 Capítulo 99 Noventa e nove img
Capítulo 100 Capítulo 100 Cem img
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Capítulo 2 Capítulo 2 Dois

O quarto principal ainda guardava o cheiro dele-uma mistura inebriante de sândalo e frieza. Lily parou na entrada, as rodas da mala travando no batente como um último ato de rebeldia.

Cinco anos.

Cinco anos de encontros fugazes nessa gaiola dourada. Transaram em toda superfície possível-na escrivaninha de mogno, no box de vidro, exatamente onde seus joelhos agora ameaçavam fraquejar. Mas nunca fizeram amor. Nunca.

As malas ficaram prontas em dez minutos escassos.

Era patético: um casamento se desfazia mais rápido do que o tempo que David levava para escolher uma gravata. A mala-comprada nova para a tal lua de mel, ainda com a poeira do desuso-abriu-se com um estalo seco.

Ela a preencheu apenas com suas próprias coisas: alguns livros, os brincos de pérola que eram herança da mãe, a camisola de seda que ele rasgou numa noite sem nem notar a cor.

O escritório cheirava a charutos cubanos e traição.

Ali, na gaveta de cima onde ele guardava os segredos e o uísque, estavam os papéis do divórcio. Preparados antes mesmo do sim. Um plano de contingência para a volta inevitável dela.

Lily assinou sem hesitar. A caneta deslizou suave como a lâmina que ele cravou em suas costelas por cinco anos.

Ela entrou na vida dele por vontade própria.

Saiu pela mesma porta com a dignidade que lhe restava.

Sem lágrimas. Sem dramas. Apenas o desfecho silencioso de um sonho que deveria ter morrido na primeira vez que ele gemeu outro nome em seu ouvido.

A porta da frente fechou-se com um clique final.

A chuva batia forte na calçada enquanto ela chamava um táxi. As gotas escorriam pelo vidro como as lágrimas que se recusava a soltar.

"Pra onde?" o motorista perguntou.

A pergunta a deixou paralisada.

Ir embora. Simplesmente desaparecer. Era seu único pensamento. Mas agora, encarando a realidade - ela não tinha um porto seguro.

Sem lar. Sem família.

Sua mãe morrera ao dá-la à luz. O novo casamento do pai trouxera uma madrasta cuja crueldade doía mais que qualquer desprezo. Sua infância fora um pesadelo solitário.

A única paz que conhecera foram aqueles anos efêmeros com David - anos que agora revelavam-se como outra forma de solidão.

Ela cortara os laços com a própria família por ele, temerosa de que a disfunção deles contaminasse o mundo perfeito dele.

E o que ganhou com isso?

Um divórcio assinado antes da aliança no dedo. Um marido que a usava como um brinquedo sexual descartável.

"Pra onde?" A voz do motorista ficou mais impaciente enquanto as buzinas soavam ao longe.

O pânico apertou sua garganta. Então, antes que pudesse pensar-

"No apartamento da Noa. Rua Willow, 27."

O nome escapou-lhe como um segredo guardado por muito tempo. Noa, sua melhor amiga desde os tempos de colégio. A mulher que agarrou seus ombros no dia em que ela assinou aquele contrato de casamento, os olhos cheios de lágrimas contidas: "Você vai se arrepender, Lily. Ele vai acabar com você."

E como uma tola, ela ignorou o aviso.

Agora, com os papéis de divórcio queimando em sua bolsa e o taxímetro marcando o fim de sua vida antiga, Lily finalmente acreditava.

O relógio marcava 00h17 quando Lily apareceu à porta de Noa. A água da chuva escorria de seus cabelos sobre o capacho de boas-vindas - aquele presente de mau gosto da Noa no último Natal: "Vá embora, a menos que traga vinho."

Ela hesitou, os nós dos dedos brancos de tanto apertar a alça da mala.

A porta abriu-se antes que ela tocasse.

Noa estava lá, de pijama amarrotado, suas tranças desmanchadas balançando enquanto acordava por completo.

"Meu Deus, Lily-" A voz dela sufocou-se ao ver a expressão devastada de Lily, o jeito como se agarrava à mala como se fosse a única tábua de salvação. "Parece que saiu de um filme de terror."

A tentativa de sorriso de Lily transformou-se num gemido abafado. "Eu não... tinha para onde ir..." As palavras desfizeram-se no ar.

Noa não fez perguntas. Apenas puxou-a para dentro, fechando a porta com um empurrão do pé descalço.

"Está gelada." Suas mãos - sempre quentes, sempre seguras - esfregavam os braços frios de Lily. "Cadê seu casaco? Esquece-onde estava seu senso comum?"

A mala caiu no chão com um baque surdo. Lily olhou para ela, entorpecida. Cinco anos de casamento reduzidos a uma bagagem de mão.

Noa resmungou e empurrou-a para o sofá. "Se levantar, eu te amarro aqui." Ela desapareceu na cozinha, batendo portas com um furor contido.

Lily obedeceu, imóvel. O apartamento cheirava a vela de baunilha da Noa e a comida de delivery - vida de verdade, não a mansão asséptica de David. Seus dedos traçaram uma mancha de café na almofada. Prova de que ali se vivia de verdade.

Uma caneca lascada de "Melhor Contadora do Mundo" (um presente de aniversário de Lily) apareceu sob seu nariz. Vapor de camomila subia entre elas. Noa não era delicada, mas suas mãos estavam firmes ao envolver as de Lily em torno do calor.

"Bebe. Depois fala. Ou não fala. Mas se hidrata, sua protagonista de drama."

O chá queimou a língua de Lily. Bom. A dor significava que ela ainda sentia algo.

Noa acocorou-se ao lado dela, com o joelho nervoso balançando. Esperando.

"Assinei os papéis", Lily sussurrou para a caneca. "O divórcio."

Noa ficou imóvel.

"A Marina voltou." As palavras saiam aos pedaços. O chá tremulava - suas mãos agora tremiam incontrolavelmente. "Eles... estão juntos."

Uma lágrima caiu na caneca. Depois outra. Silenciosas. Eficientes. Como se tivesse ensaiado esse momento por anos.

Noa levantou-se de um salto. Ela não deixara de notar as marcas roxas aparecendo acima da gola de Lily. Se David tinha escolhido a Marina, por que deixar marcas de posse, como quem marca território condenado?

"Que se dane esse idiota emocionalmente deficiente-" Ela chutou a mesa de centro com tanta força que uma pilha de revistas desabou. "Vou acabar com a Hardison Corp. Vou-"

"Não importa." A voz de Lily surpreendeu a ambas - vazia como um casulo abandonado. "Eu sempre soube que ele não me amava. E eu prometi... O contrato..."

Noa virou-se, olhos faiscando de raiva. "Aquele contrato foi uma armadilha e você sabe disso-" Ela engoliu o resto da frase, cerrando os punhos. Porque já tinham tido essa discussão antes. Inúmeras vezes.

O silêncio alongou-se. O radiador chiava. Em algum lugar lá embaixo, um cachorro latia para a lua.

Finalmente, Noa sentou-se. Sem tocar, mas perto o suficiente. "Tudo bem", disse ela, soltando um suspiro profundo. "Tudo bem. Dane-se ele. O prejuízo foi dele."

Ela abraçou Lily, seu tom firme e protetor, "Estou com você. Você está em casa agora."

As lágrimas finalmente transbordaram, e Lily afundou no abraço de Noa, seu chá esfriando entre elas. Lá fora, a chuva transformou-se em garoa. O mundo continuou girando, indiferente.

E pela primeira vez em cinco anos - Lily também.

No dia seguinte, Lily foi trabalhar como se nada tivesse acontecido. As portas do elevador deslizaram abertas com um ding suave, revelando o rosto autossuficiente de Jenny.

"Oh, Lily," disse Jenny com uma voz melíflua. "Você é um anjo por ter assumido meu turno ontem." Seus dedos bem cuidados pairaram perto do peito em um gesto de falsa gratidão. "Mas, pensando bem," acrescentou com um sorriso de cobra, "não é como se você tivesse uma vida para atrapalhar, né?"

"Você viu as notícias? O verdadeiro amor do David está de volta." Ela inclinou-se, o perfume era enjoativo. "E todo mundo aposta que ele vai pedi-la em casamento."

Os lábios vermelhos de Jenny curvaram-se em triunfo. "Aceita-você nunca foi a escolhida do coração dele."

Lily apertou a alça da bolsa, mas sua voz permaneceu gelada. "Engraçado, vindo de alguém que não consegue nem lidar com um relatório sem inventar uma doença."

Ela passou por Jenny sem dignificá-la com um olhar, deixando-a boquiaberta. Na sua mesa, Lily começou a organizar os e-mails mecanicamente, seus movimentos eram precisos e automáticos. A carta de demissão na sua bolsa pesava como uma âncora-um fardo, mas também um passaporte para a liberdade.

Ela não podia ficar. Não depois da noite passada. Não quando cada olhar para David a faria reviver o triunfo de Marina. Hoje seria a última vez que ela prepararia o café dele.

O ritual começou no piloto automático-medindo exatos 17 gramas de grãos etíopes, aquecendo a água a 96°C, cronometrando a infusão de 30 segundos. Ela aperfeiçoara essa rotina como aperfeiçoara tudo sobre ser a Sra. Hardison-a esposa invisível, a secretária perfeita, o corpo quente na escuridão.

Da primeira vez que ele elogiou seu café, ela agarrou-se àquele mísero elogio como um náufrago à tábua de salvação. Talvez, se eu fizer tudo perfeito, ele vai me notar. Que tola ingênua ela fora.

Pronta, ela abriu a porta do escritório dele-e parou dead em seus tracks.

David não estava em sua cadeira. Em vez disso, Marina estava instalada em seu trono de couro, seus dedos bem cuidados acariciando a borda da mesa polida. Ela ergueu o olhar, um sorriso lento e felino esticando seus lábios.

"Oh, Lily," ela ronronou. "Finalmente conheço a famosa secretária."

            
            

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