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Ele Escolheu a Amante, Perdendo Sua Verdadeira Rainha
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Capítulo 5

Ponto de Vista: Eleonora

O céu sobre nossa praia particular explodiu em uma violenta profusão de vermelho e dourado.

Fogos de artifício.

Breno havia tomado toda a costa para a festa de Ano Novo.

Centenas de convidados - políticos, juízes federais, capitães da indústria e chefões do submundo - se misturavam na areia, com taças de cristal de champanhe nas mãos.

Breno estava atrás de mim, seus braços envolvendo minha cintura, seu queixo apoiado pesadamente em meu ombro.

"Olhe para cima", ele ordenou suavemente.

Um enorme projétil foi lançado na escuridão, explodindo para formar duas letras entrelaçadas que queimaram o céu noturno.

B & E.

A multidão rugiu em aprovação.

"Viu?", sua voz estava carregada de orgulho, quente contra minha orelha. "Todo mundo sabe a quem você pertence."

Para a multidão, era um gesto romântico.

Para mim, era uma marcação.

Como gado.

Ele estava sinalizando para os outros Chefões que sua casa estava em ordem, que sua esposa estava segura e sua propriedade, cercada.

Eu sorri para as câmeras que piscavam.

Eu interpretei o papel.

Mas por trás dos meus óculos de sol, meus olhos dissecavam a multidão.

Então eu a vi.

Kiara.

Ela não deveria estar aqui.

Amantes eram mantidas nas sombras, em apartamentos de luxo e suítes de hotel, não desfilando em eventos de família ao lado de senadores.

Ela estava perto do buffet, usando um vestido um tom mais claro, um tamanho mais apertado.

Ela estava me encarando.

Lentamente, deliberadamente, sua mão deslizou para sua barriga.

Um gesto sutil.

Uma ameaça.

Breno não a viu. Ou talvez tenha visto, e gostou do risco.

Ele gostava da ideia de duas mulheres guerreando silenciosamente por seu legado.

"Preciso atender uma ligação", disse Breno, finalmente soltando seu aperto em mim. "Negócios."

Ele se afastou em direção às dunas, longe da luz.

Contei até dez.

Então o segui.

Eu não precisava ser furtiva. Eu era a anfitriã. Eu era a Rainha. Eu podia ir aonde bem entendesse.

Movi-me pelas longas sombras da casa de praia, o grave da música da festa se transformando no ritmo das ondas.

Eu os ouvi antes de vê-los.

Eles estavam discutindo em tons baixos e venenosos perto da casa de barcos.

"Você prometeu", Kiara sibilou, sua voz trêmula. "Você disse que a deixaria depois que o bebê nascesse."

"Eu disse que veríamos." A voz de Breno era afiada, desdenhosa. "Fale baixo."

"Ela é estéril, Breno!", ela gritou o sussurro, o som rasgando o ar salgado. "Ela não pode te dar um filho. Eu estou carregando seu legado!"

Eu congelei.

Estéril.

Ele havia contado a ela.

Essa era minha ferida mais profunda, meu segredo mais sombrio. Uma ruína persistente do acidente de carro que levou meus pais.

Eu sussurrei essa verdade para ele no escuro, chorando em seus braços, confiando-lhe minha fragilidade.

E ele entregou essa dor à sua amante para usar como uma faca contra mim.

"Chega!", Breno rosnou. "Você não fala da minha esposa. Ela é a Rainha. Você é..."

Ele parou.

Ele não terminou a frase.

Mas o silêncio gritou mais alto que as palavras.

Ela era a incubadora.

Eu era a figura de proa.

Nenhuma de nós era uma pessoa para ele. Éramos apenas funções.

Dei um passo para trás, a areia rangendo suavemente sob meus saltos.

Eu já tinha ouvido o suficiente.

Eu não precisava confrontá-lo. Eu não precisava esbofeteá-la.

Isso era o que eles esperavam. Drama. Emoção. Lágrimas.

Virei-me e voltei para a festa.

Peguei uma taça de champanhe fresca de uma bandeja que passava.

Observei o B & E queimar no céu até se transformar em fumaça cinza flutuante.

A fumaça era apropriada.

Porque era tudo o que éramos agora. Cinzas e vento.

Amanhã era quinta-feira.

Amanhã, a Arquiteta demoliria o prédio.

Tomei um gole do vinho.

Tinha gosto de liberdade.

Peguei meu celular e enviei uma última mensagem para Evan.

"Estou pronta."

Então joguei o celular em uma lixeira prateada e voltei para meu marido, sorrindo o sorriso de uma mulher que já havia deixado o prédio.

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