A Garçonete É a Verdadeira Rainha da Máfia
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Capítulo 4

Bianca POV

O clique da fechadura ecoou como um tiro no silêncio repentino.

Jade olhou ao redor, sua confiança vacilando pela primeira vez.

"Você não pode fazer isso", disse ela, a voz tremendo um pouco. "O Caio vai te matar."

Ignorando-a, enfiei a mão no bolso do avental e tirei um celular descartável.

Era um aparelho pequeno e preto com apenas um número salvo.

Eu não o usava há um ano.

Disquei.

Tocou uma vez.

"Relatório", respondeu uma voz profunda e rouca.

Davi Salles.

Meu pai.

"Código Negro", eu disse friamente.

A linha ficou em silêncio por um instante.

"Localização?", ele perguntou.

"A cozinha. Veludo Azul."

"Status?"

"Civil hostil no local. Pessoal comprometido. O Tratado foi violado."

Ouvi o som de uma cadeira arrastando no chão do outro lado.

"Você está ferida?"

Olhei para a minha mão. Estava latejando, a pele irritada e esticada.

"Sim", eu disse.

"Estou mandando os lobos", ele rosnou.

"Não", eu disse, minha voz firme. "Eu quero o Caio aqui. Pessoalmente. Em dez minutos."

"Feito."

"E mande a Lina. Traga os Papéis de Dissolução."

"Dez minutos, Princesa."

A linha ficou muda.

Deslizei o celular para o balcão de aço inoxidável.

Voltando meu olhar para Marcos, que estava encolhido no canto, ofereci um aviso sombrio.

"É melhor você começar a rezar, Marcos."

"Para quem você está ligando?", Jade exigiu, forçando uma risada que soou frágil. "Você acha que pode me assustar? Eu sou a dona desta cidade!"

Caminhei até um banquinho e me sentei, propositalmente não oferecendo um lugar a ela.

"Você não é dona de nada, Jade", eu disse. "Você está alugando um espaço em uma cova que acabou de cavar."

O silêncio desceu, pesado e sufocante.

A equipe da cozinha ficou pressionada contra as paredes, observando com os olhos arregalados.

Augusto ficou ao meu lado, de braços cruzados sobre o peito.

Ele me entregou uma toalha limpa cheia de gelo. Ele não fez perguntas.

Ele apenas ficou de guarda.

Nove minutos depois, a porta dos fundos se abriu com um estrondo.

Marcos pulou.

Jade se virou.

Caio Bastos invadiu a sala.

Ele estava sem fôlego. O suor brotava em sua testa e sua gravata estava torta.

Ele parecia um homem que acabara de encarar o abismo e o viu encarando de volta.

Ele varreu a sala descontroladamente.

Ele viu Jade.

Ele viu Augusto.

E então ele me viu.

Sentada no banquinho. Segurando o gelo na minha mão.

"Bianca", ele ofegou. "Seu pai... os homens dele... eles estão lá fora. Cercaram o prédio. O que está acontecendo?"

Jade correu para ele, agarrando seu braço desesperadamente.

"Amor! Ela me trancou aqui! Ela me ameaçou! Mande prendê-la!"

Caio tentou se livrar dela, seus olhos grudados em mim, aterrorizados.

"Bianca, me responda. Por que o Sindicato Salles está cercando a minha boate?"

Eu me levantei.

Lentamente, deliberadamente, tirei o avental.

Deixei-o cair no chão.

Era um pedaço de tecido sujo e manchado - a única coisa que me tornava sua subordinada.

Agora, era apenas eu.

"Você falhou, Caio", eu disse.

"Falhei em quê?", ele perguntou, a voz subindo em pânico.

"No teste."

As portas da cozinha se abriram novamente.

Lina entrou.

Ela usava um terno preto impecável, seus saltos estalando no azulejo como tiros de rifle.

Ela estava flanqueada por dois homens que eram o dobro do tamanho de Augusto, ambos segurando fuzis de assalto.

Lina não olhou para Caio.

Ela caminhou direto para mim.

"Princesa", disse ela, entregando-me uma pasta de couro.

O rosto de Caio ficou branco.

Todo o sangue sumiu de sua pele.

Ele olhou de Lina para mim, seus lábios tremendo.

"Princesa?", ele sussurrou.

"Você me ordenou que ajoelhasse", eu disse, aproximando-me dele.

Joguei a pasta a seus pés.

Ela caiu com um baque pesado e final.

"Agora você rasteja."

                         

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