MINHA PEQUENA REDENÇÃO: O AMOR PODE MUDAR VOCÊ, BASTA QUERER! E-BOOK 1.
img img MINHA PEQUENA REDENÇÃO: O AMOR PODE MUDAR VOCÊ, BASTA QUERER! E-BOOK 1. img Capítulo 4 A LUTA CONTRA O LEGADO. PARTE II
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Capítulo 6 O INÍCIO DA FARÇA. img
Capítulo 7 A TENTAÇÃO NO PARAÍSO FALSO. PARTE I img
Capítulo 8 A TENTAÇÃO NO PARAÍSO. PARTE II img
Capítulo 9 A VINGANÇA CONSUMADA. PARTE img
Capítulo 10 A VINGANÇA CONSUMADA. PARTE II img
Capítulo 11 O BEIJO INEVITÁVEL. img
Capítulo 12 A QUEDA DA TENTAÇÃO. PARTE I img
Capítulo 13 A QUEDA DA TENTAÇÃO. PARTE II img
Capítulo 14 A QUEDA DA TENTAÇÃO. PARTE III img
Capítulo 15 A QUEDA DA TENTAÇÃO. IV img
Capítulo 16 O DESPERTAR DA REALIDADE. PARTE I img
Capítulo 17 O DESPERTAR DA REALIDADE . PARTE DOIS img
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Capítulo 4 A LUTA CONTRA O LEGADO. PARTE II

Continuação.

Ele não podia ser uma ameaça. Ele não poderia ser mal, ele a salvou, não é mesmo?! Pensava ela, buscando a confirmação em seus próprios instintos.

- Por que você estava fugindo daquele homem? - Kaleb perguntou, passando a pergunta em tom suave, a fim, de algumas respostas. Ele precisava entender o que estava acontecendo em profundidade.

- Ele é meu padrasto. O culpado de tudo. - Contou ela, sem rodeios. Não tinha porque mentir, sentia que estava segura; afinal de contas, ele a salvou.

- E por que estava fugindo dele? Qual era o perigo? - Kaleb queria mais detalhes, mais do que apenas um nome.

- Porque ele é um monstro. Uma criatura terrível. - Disse ela, abraçando mais as pernas, num gesto de parecendo querer se proteger. Celina não gostava de lembrar do que passou, a memória era um tormento.

- Foi ele quem fez isso com você? Os machucados? - Kaleb perguntou, apontando para o rosto dela, para o hematoma visível e um corte no lábio.

- Sim! Foi ele. - Afirmou ela, a voz embargada.

- Sua família não te protege? Eles permitiram isso? - Kaleb perguntou, com raiva crescente, por alguém ter deixado aquele homem fazer aquilo com ela.

- Não tenho família! Estou sozinha. - Disse ela, com peso na voz, o vazio era doloroso. - Não mais... - Falou e uma lágrima caiu em seu rosto, escorrendo pela pele machucada.

Kaleb não sabia o que dizer, não tinha o costume de consolar. Nunca teve esse momento em sua vida.

Nunca sentiu nada por ver alguém morrer ou sofrer, mas percebeu como ela ficou triste pela conversa, a dor explícita, em dizer sobre sua família, que não tinha mais ninguém.

- Por que tentou se matar? O que te levou a isso? - Kaleb perguntou, a voz agora mais suave, olhando os pulsos dela, enfaixados pelo doutor Lorenzo.

Ela olhou para suas mãos, instintivamente pegando nos seus próprios pulsos enfaixados e, lágrimas encheram seus olhos, por se recordar do que a levou a fazer aquilo.

- Porque não suportaria a vida que ele estava me obrigando. Era impossível. - Disse ela com um tremor, e as lágrimas caíram pelo seu rosto.

- E qual seria essa vida? O que ele queria? - Kaleb perguntou, precisando saber por que ela tentou tirar a própria vida.

O pensamento o atingiu: Talvez, se ele não tivesse encontrado ela, nem mesmo teria sobrevivido.

Ela olhou para o Kaleb, a visão um pouco embaçada, encarando seu olhar sobre ela.

Kaleb queria enxugar suas lágrimas, o gesto era quase incontrolável, nem ele entendia suas ações, mas achou melhor não tocar nela e manter a distância.

- Porque a vida, a qual ele queria me obrigar, seria me casar com um homem, para pagar suas dívidas. - Contou ela, a razão cruel de sua fuga.

Mais uma vez, Kaleb não sabia o que dizer. A crueldade do padrasto era surpreendente. De todos seus pensamentos, aquele foi o único que não passou por sua mente. Como alguém poderia fazer tal coisa?! Ele nunca foi um bom homem, mas aquilo, era anormal até mesmo para ele. Obrigar alguém a se casar, sem sua vontade, era uma violação inaceitável.

- Mas você é maior de idade, não é? Você tem autonomia. - Kaleb perguntou, buscando uma falha na história, querendo saber porque ela não foi embora.

- Tenho vinte e dois anos. Eu já sou adulta. - Disse ela com clareza. Kaleb se espantou, a surpresa genuína, não pensou que ela teria aquela idade. Parecia mais jovem.

Kaleb acreditava que ela era mais jovem. Com seus trinta e três anos, ao se comparar a ela, diria que ela, no máximo, tinha uns dezenove anos, mas vinte e dois? Nunca!

- Então por que ficou com ele? Por que não o deixou? - Kaleb, queria entendê-la. - Poderia dizer não e, ter ido embora.

- Não é como se eu tivesse muita escolha... - Disse ela, a voz mais firme, querendo contar toda sua história. - Quando minha mãe morreu, fui embora estudar em outra cidade e por ter dezessete anos na época, meu padrasto ficou responsável por tudo, por meus bens, até mesmo minha tutela. Eu confiava nele, afinal de contas, ele foi casado com a minha mãe por cinco anos e nunca fez nada que pudesse duvidar da sua capacidade em cuidar do patrimônio da minha família. - Ela foi desabafando, as palavras fluindo, contando sua história de traição, e Kaleb ouvia com atenção concentrada. - Só que a um ano, me ligaram da faculdade, pedindo para pagar as mensalidades, que estavam em atraso, que já não era paga a uns bons meses. Fiquei chocada. No começo eu não entendi bem, mas voltei para casa conversar com meu padrasto... - Disse ela, triste, a voz quase sumindo. - Quando cheguei aqui... não tinha mais nada.

- Como assim? Onde está tudo? - Kaleb perguntou, sem entender direito a dimensão da perda.

- Não tinha mais casa, carro, dinheiro, a herança desapareceu. Ele acabou com tudo. Não existe mais nada. - Disse ela e, às lágrimas, mais uma vez molharam seu rosto.

Kaleb se mantinha em pé ao lado da cama, tenso, mas sua vontade era pegá-la em seus braços e abraçá-la, mantê-la junto dele, para que soubesse que estava protegida.

- A pouco mais de três meses, ele disse que tinha arrumado um casamento para mim e que com isso nossos problemas seriam resolvidos. Seria um negócio. Na mesma hora eu disse não, a recusa foi imediata, mas minha resposta não foi bem aceita! - Contou ela, tentando segurar o choro que se compadecida em seus olhos. - Então ele me trancou em um quarto, quase nunca me levava comida para me enfraquecer e quando queria saber se minha resposta tinha mudado, ele me batia quando eu dizia não. - Celina já não conseguia mais segurar o choro, as lembranças eram insuportáveis, então deixou às lágrimas mais uma vez molharem seu rosto.

Ela estava se lembrando de toda a dor e sofrimento que passou nos últimos três meses.

Kaleb, se mantinha indiferente na aparência, com sua máscara de gelo, parecia não se importar com as palavras da garota, mas por dentro sua raiva, fervia, borbulhava, ameaçando, querendo transbordar.

Ele já matou por muito menos do que aquilo, e aquele verme não seria diferente, ele o caçaria, mas ela não precisava saber das suas intenções. Ela já estava sofrendo demais.

- Estamos conversando, mas eu nem mesmo sei seu nome. Isso é imperdoável. - Perguntou, tentando descontraí-la, buscando um ponto de normalidade. - Me chamo, Kaleb. - Disse ele, com simpatia, um esforço genuíno.

- Meu Deus! Como são meus modos. Que vergonha. - Celina falou, secando as lágrimas do seu rosto. - Me chamo, Celina. - Contou a ele, com um pequeno sorriso surgindo timidamente, olhando para o Kaleb e, mais uma vez, ele ficou sem reação.

Kaleb, ficou pasmo, totalmente desarmado, olhando aquela garota, sorrindo docemente para ele e, sentiu seu coração martelar dentro do peito. A sensação era avassaladora.

Não sabia explicar o que era, aquela reação física, mas uma certeza ele tinha. Apenas ela fazia aquilo com ele!

- Agora que nos apresentamos, gostaria de convidá-la para tomar café. Você deve estar faminta. Ficarei ali fora, esperando. Vou te dar espaço. Pode usar o banheiro à vontade e, se desejar, pode tomar banho. Tem tudo o que precisa. - Disse ele, atencioso, pensando em seu conforto, querendo que ela se sentisse à vontade, em sua casa. - O banheiro fica ali. - Falou, apontando para a porta do banheiro.

- Obrigado! Muito obrigada. - Agradeceu ela, pela forma gentil dele.

Eles tinham se conhecido a pouco, em circunstâncias terríveis, mas o Kaleb estava cuidando dela, como ninguém nunca fez.

Kaleb se virou para ir embora e deixá-la à vontade, mas ela o chamou, sua voz um fio de som.

- Kaleb. - Celina chamou por seu nome, com ternura, assim que ele passou pela soleira da porta. Kaleb se virou, olhando para ela. - Obrigado por ter me salvado ontem. Sua ajuda foi tudo. - Agradeceu ela, com o mesmo sorriso doce, fazendo seu coração mais uma vez martelar dentro do peito. - Se não fosse por você... não sei o que teria acontecido. - Disse ela e o Kaleb pôde ver ela estremecer com a ideia.

- Não precisa agradecer. Foi a coisa certa a fazer. - Falou, não querendo nem pensar, no terrível destino no que teria acontecido, se não tivesse encontrado ela e, saiu, meio atordoado, por aquela garota estar afetando tanto seu juízo e seu coração.

            
            

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