Capítulo 7 Querida, Dói

"Não se esqueça de que você é apenas-e sempre será-um substituto para Hanna." Bellamy deixou isso claro.

Enquanto falava, ele observava o rosto de Callie cuidadosamente, esperando ver uma mudança em sua expressão.

Mas, para sua surpresa, Callie abriu um sorriso. "Que coincidência!"

A indiferença em seu tom era como um chiado insuportável para os ouvidos de Bellamy.

Bellamy estreitou os olhos para Callie perigosamente, se perguntando o que essa garota estava tramando.

Callie zombou. "Eu também não te amo."

Desta vez, foi o rosto de Bellamy que mudou dramaticamente.

"Você sabe que sou a filha ilegítima da Família Reynolds. Eles sempre tentaram me esconder como se tivessem vergonha de mim. Meu coração, portanto, está cheio apenas de ressentimento. Eu sempre quis tirar tudo de Hanna..." Enquanto dizia isso, Callie parecia pensar em algo que a animava.

Após uma pequena pausa, ela disse com ênfase: "Talvez eu apenas tire prazer no sofrimento dela. Talvez eu simplesmente ame tomar as coisas que deveriam ser dela. Quando ela está chateada e você sente pena dela, eu me sinto feliz. Porque eu realmente, realmente a odeio."

Então ela fixou os olhos nele e continuou: "E eu odeio você, Bellamy!"

Ela sabia que Bellamy a puniria severamente pelo que ela havia dito.

Mas, sendo forçada contra a parede, ela não tinha escolha senão lutar.

Ela sempre esteve sozinha enfrentando esses problemas, e ninguém sabia o quanto ela estava machucada.

Mesmo que estivesse indo para o inferno, ela estava determinada a levar Bellamy com ela.

Finalmente, ela lhe daria um gosto do próprio remédio.

Mesmo que Bellamy a olhasse ferozmente, Callie não recuou.

Bellamy poderia fazer o que quisesse para machucá-la. Ela não dava a mínima.

"Callie..." O tom de Bellamy era ameaçador, seus punhos cerrados firmemente.

No entanto, Callie não parou de provocá-lo. "Estou esperando um filho seu agora. Você não quer que Hanna sofra com o parto. Mas você esqueceu uma coisa-que este filho é a prova viva de sua traição!"

Depois de dizer isso, Callie soltou uma risada fria.

Callie, que geralmente parecia pura e inocente, agora parecia um porco-espinho zangado, suas espinhas levantadas.

Ela parecia pronta para atacar qualquer um à vista.

Bellamy zombou.

Ninguém em Violetmage ousava falar com ele assim.

No entanto, Callie era a exceção.

"Callie," Bellamy disse novamente em um tom de aviso.

"Sim?" Callie respondeu calmamente.

"Eu desafio você a dizer isso de novo," Bellamy disse entre dentes cerrados.

Isso era claramente uma ameaça. Bellamy não tinha intenção de ouvir suas palavras mordazes novamente. Ele apenas queria dar a ela uma chance de retirar o que disse.

No entanto, Callie não cedeu. Ela abriu a boca e repetiu, sua voz clara como o dia.

Bellamy nunca havia lidado com alguém tão arrogante antes.

No segundo seguinte, ele a segurou pelo pescoço.

"Cala a boca," ele sussurrou entre dentes cerrados.

Callie não disse mais nada-mas foi apenas porque estava sendo estrangulada por Bellamy.

Seu rosto ficou vermelho de sufocamento em um instante.

Seus pulmões gritavam por oxigênio, e ela arranhava os braços de Bellamy desesperadamente.

Enquanto pontos brilhantes surgiam em sua visão, ela realmente acreditava que Bellamy iria matá-la.

Mas quando viu a raiva nos olhos do homem, ela se sentiu... estranhamente feliz.

Bellamy estreitou os olhos para o rosto sorridente dela e rosnou: "Callie, você realmente acha que eu não vou te matar agora pelo que acabou de dizer?"

"Não... não, eu sei que você vai," Callie conseguiu balbuciar. Então ela acrescentou: "Me mate, e seu filho também morrerá."

Assim que disse isso, Bellamy de repente retirou as mãos.

Callie desabou no chão e ofegou por ar, tossindo violentamente.

Demorou um bom tempo para se recuperar.

"Saia daqui!" Bellamy rugiu com raiva.

"Eu saio assim que você retirar a ordem de alta da minha mãe," Callie disse firmemente.

Olhos flamejantes, Bellamy pegou o telefone e ligou para a clínica de repouso na frente de Callie.

Ele deu instruções para deixar Irene ficar, e a operação seria realizada na semana seguinte.

Ao ouvir as palavras saírem de sua boca, Callie suspirou de alívio.

Ela venceu a batalha...

Mas e na próxima vez?

Ela nunca se sentiu tão exausta antes. A pressão opressiva de Bellamy sugava a vida dela.

Mas ela sabia muito bem que isso era apenas o começo de suas dificuldades, e que precisaria permanecer forte.

Pelo menos por causa de sua mãe, ela não poderia desistir.

"Obrigada, Senhor Marshall," Callie disse sinceramente assim que o homem desligou o telefone. Qualquer vestígio de sua arrogância de antes havia desaparecido.

Ela sabia quando lutar e quando baixar a cabeça.

Mas apesar de sua expressão suavizada, ainda havia um traço de indiferença em sua atitude. Era evidente que ela havia perdido seus sentimentos por Bellamy há muito tempo.

Tudo isso agora era apenas um negócio para Callie.

Ao vê-la assim, a expressão de Bellamy escureceu.

Um sentimento estranho tomou conta do coração de Bellamy.

Ele não sabia o que estava acontecendo, nem entendia por que a mulher à sua frente havia mudado tanto.

Desde que Bellamy conheceu Callie, ela sempre foi tímida e recatada ao seu redor.

Mas ele sempre viu o amor em seus olhos sempre que ela olhava para ele.

Bellamy não sabia quando começou a prestar atenção em Callie.

Mas por causa de Hanna, Bellamy havia ocultado seus sentimentos por ela.

Até que Hanna perdeu a paciência com ele e decidiu ir para o exterior, deixando Bellamy sozinho em Violetmage.

Foi Callie que ficou ao seu lado durante aqueles dias.

Ela sempre foi tão carinhosa e atenciosa com Bellamy.

Era evidente que ela realmente o amava.

Mais tarde, quando Bellamy e Hanna tiveram uma grande briga, Bellamy se casou com Callie em uma tentativa de irritar Hanna.

Mas ao contrário dele, nos últimos três anos de casamento, Callie deu tudo de si para Bellamy.

Ela não conseguia esconder seu amor por ele, e sempre o chamava de "querido" em um tom suave, como um coelho tímido e nervoso.

E quando se tratava de sexo, ele podia ser rude às vezes, mas ela jogava junto e era sua garota obediente o tempo todo. Ela simplesmente adorava agradá-lo.

Como o coelhinho tímido e amoroso que Callie foi um dia podia seguir em frente tão rapidamente?

Era como se ela nunca o tivesse amado.

"Se não há mais nada, vou visitar minha mãe na clínica de repouso." Callie ignorou a expressão perplexa no rosto de Bellamy.

Sem esperar por uma resposta, ela passou calmamente por Bellamy.

Mas antes que pudesse alcançar a porta, o homem a segurou pelo pulso e a puxou de volta.

"Bellamy Marshall, me solte!" Callie ordenou, franzindo a testa com força.

"O que você acabou de me chamar?" Bellamy perguntou em um tom perigosamente baixo.

A pergunta de Bellamy deixou Callie atordoada por um momento.

Seus lábios vermelhos se abriram ligeiramente, mas nenhuma palavra saiu de sua boca.

Bellamy olhou para ela e rosnou: "Callie, você ainda é minha esposa. É melhor não me chamar pelo nome completo.

Eu não gosto disso."

Afiada como era, Callie simplesmente cedeu e disse em um tom neutro: "Querido, isso dói."

Soou tão superficial e sem emoção, como um robô.

Bellamy odiava o tom distante em sua voz.

"Callie, se você não estiver na mansão até hoje à noite, então... Você sabe as consequências." A voz de Bellamy era gelada.

Inesperadamente, ela o recusou. "Não posso ficar na mansão esta noite." Franzindo a testa, ela acrescentou: "Na verdade, não posso esta semana toda."

"Você..." A expressão de Bellamy escureceu e seu peito subia e descia com raiva.

"A operação da minha mãe é na próxima segunda-feira. Tenho que ficar com ela na clínica de repouso. Não quero que nada de ruim aconteça com ela nos dias que antecedem isso," Callie explicou.

Olhando para Bellamy, ela acrescentou em um tom baixo: "Se algo acontecer com minha mãe, nós acabamos."

Seu tom era plano, indiferente, mas ameaçador.