Capítulo 5 Papai!

Depois de sair, Joana foi direto para a cafeteria.

Ela puxou seu cartão de refeição e passou-o.

Um bip confirmou a transação.

Guardando o cartão de volta na bolsa, ela pegou sua bandeja e encontrou um lugar para se sentar. Mas algo parecia errado.

Por que ela só tinha visto um cartão de refeição?

Seu coração afundou. Ela rapidamente abriu sua mochila e vasculhou cada bolso.

Minutos se passaram. Nada. Um longo suspiro escapou de seus lábios.

Ela havia perdido o cartão de refeição de Tatiana Bennett.

Tatiana, sua colega de quarto, era uma garota rica-privilegiada, mandona e generosa apenas quando lhe convinha. Tratava Joana como uma garota de recados pessoal, jogando-lhe pequenas gorjetas em troca de favores.

Buscar as refeições de Tatiana era um dos favores que ela fazia.

Joana nunca se importou. Um pouco de dinheiro extra valia o esforço.

Mas agora, ela havia perdido o cartão de Tatiana.

Seu estômago se revirou. Aquele cartão ainda tinha um saldo de três mil dólares.

Levaria uma eternidade para Joana ganhar esse tipo de dinheiro em seu trabalho de meio período.

O desespero cresceu em seu peito.

Nada estava dando certo para ela ultimamente...

Debruçada sobre a mesa, ela tomou um momento para se recompor antes de finalmente ligar para Tatiana para informá-la sobre o cartão perdido.

Houve uma pausa do outro lado da linha. "Onde você perdeu meu cartão de refeição?"

Joana mordeu o lábio inferior. "Não tenho certeza. Estava na minha bolsa antes da festa ontem, mas esta manhã... sumiu."

Ela se preparou, esperando que Tatiana exigisse pagamento.

Em vez disso, a risada de Tatiana soou pelo telefone-leve e despreocupada. "Talvez alguém na festa tenha pegado! Tanto faz. Não se preocupe com isso."

Joana piscou, confusa. Por que Tatiana parecia tão contente por ter perdido o cartão de refeição? Mas, já que Tatiana não estava chateada, Joana sentiu um pequeno alívio.

Naquela noite, conforme planejado com Julissa, Joana saiu da escola.

O carro que Julissa havia arranjado esperava no lugar mais óbvio perto do portão da escola.

No momento em que o motorista a avistou, ele correu até ela e puxou-a em direção ao veículo como se ela pudesse fugir.

Enojada, Joana se afastou do aperto suado dele. "Não sou prisioneira. Não me toque."

Ela entrou no assento e colocou o cinto. Mas ao olhar para o espelho retrovisor, ela congelou.

O homem da noite passada estava ao lado do carro atrás deles, trocando palavras de despedida com Coen.

Com sua figura alta e traços marcantes, ele atraía facilmente a atenção de um grupo de garotas que o observavam em admiração silenciosa.

O homem se abaixou, entrou em seu carro... e ele seguiu na estrada-bem atrás deles.

A princípio, ela não pensou muito nisso.

Mas conforme a viagem continuava, algo parecia errado-não importava quantas curvas eles faziam ou semáforos em que paravam, o carro do homem nunca ficava para trás, seguindo-os como uma sombra.

Ele a teria avistado antes e agora estava seguindo-a para se vingar?

Ela se lembrou do olhar em seus olhos depois que o esbofeteou. Aquele olhar frio e indecifrável.

Seu desconforto cresceu a cada minuto que passava.

Quando chegaram à residência da Família Harvey, ela implorou ao motorista para sair com ela.

O motorista zombou, com os olhos brilhando de suspeita. "Boa tentativa. Sei exatamente o que você está tramando-você está procurando uma maneira de fugir. Não vai acontecer!" Antes que ela pudesse protestar, ele desamarrou seu cinto de segurança e a empurrou para fora. Os pneus chiaram enquanto ele acelerava.

Joana cambaleou para trás. "Ei!"

O carro que os seguia parou de repente.

A porta do carro se abriu, seguida pelo som agudo de sapatos de couro contra o pavimento.

Sua respiração prendeu.

Na verdade, parte dela temia o homem.

Respirando fundo, ela virou-se para encará-lo. Os olhos do homem se estreitaram ligeiramente, como se surpreso ao vê-la.

Ele perguntou: "O que você está fazendo aqui?"

Joana franziu a testa. "Eu deveria perguntar isso. Por que você está me perseguindo?"

Bem... Essa garota e suas acusações ridículas. Sem dizer uma palavra, ele passou direto por ela.

Joana o observou ir embora, confusa. Se ele não estava ali por ela, então por quê-Seus olhos se voltaram para a placa ao lado dela. Mansão Harvey. Uma lembrança surgiu. Coen o havia chamado de Senhor Harvey.

Seu estômago revirou quando um pensamento lhe ocorreu. Não. Não podia ser.

Antes que pudesse afastar o pensamento, as portas da frente se abriram. Um jovem saiu correndo, seu rosto iluminando-se ao avistar Owen. Sorrindo de orelha a orelha, ele correu direto para ele. "Pai!"