Entre o Desejo do Médico e o Poder do CEO
img img Entre o Desejo do Médico e o Poder do CEO img Capítulo 1 O nome que ela nunca esqueceu
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Capítulo 6 O Dia em Que Eles Se Perderam img
Capítulo 7 Desencontros img
Capítulo 8 Adam img
Capítulo 9 Cinco Minutos img
Capítulo 10 Bennett Solutions img
Capítulo 11 O nome na tela img
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Entre o Desejo do Médico e o Poder do CEO

Maya Durand
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Capítulo 1 O nome que ela nunca esqueceu

Fazia sete anos desde que Camille Morgan ouvira aquele nome. Adam Bennett. O som escapou entre as conversas de um café cheio, abafado pelo ruído das máquinas de espresso, mas bastou uma vez para o tempo parar. O tilintar das xícaras, o cheiro de café fresco, as vozes em volta, tudo se apagou por um instante.

O corpo reagiu antes da mente. Um arrepio atravessou-lhe a pele, o coração perdeu o ritmo. Havia nomes que não se esquecem, apenas adormecem, à espera do momento certo para despertar.

E aquele, sem dúvida, era o nome capaz de despertar tudo. Camille ergueu o olhar. As portas de vidro se abriram, e um grupo de homens entrou conversando baixo, todos de terno escuro, pastas em mãos, postura de quem acabava de sair de uma reunião importante. E lá estava ele. Ela o reconheceu no mesmo instante, seria impossível não reconhecer. Mesmo à distância, no meio do grupo, entre gestos contidos e risos educados, era ele. Adam Bennett.

Mas, por um momento, o reconhecimento veio acompanhado de descrença. Porque o homem diante dela já não parecia o mesmo. O Adam que Camille guardava na memória tinha o olhar quente e o riso fácil, as mangas dobradas e as mãos marcadas pelo trabalho. O Adam que estava ali era outro. Altivo. Seguro. O corte de cabelo mais sóbrio, o terno perfeitamente alinhado, o relógio caro que reluzia discretamente no pulso. Ele caminhava com naturalidade, a presença dominando o espaço, um homem que não pedia lugar, ocupava. Conversava com os colegas de modo leve, mas havia uma autoridade silenciosa no modo como os outros o seguiam.

Camille não conseguia tirar os olhos dele. Era como observar uma versão reinventada de uma lembrança. O mesmo homem e, ao mesmo tempo, um completo estranho. Seu peito apertou com uma mistura de orgulho, surpresa e dor. Orgulho, por vê-lo bem. Surpresa, porque o tempo havia sido generoso com ele. E dor... por todas as magoas que guardava dele. Ela tentou voltar ao livro aberto diante dela, mas as palavras já não faziam sentido. O ar do café parecia diferente, mais pesado.

Ele ainda não a tinha visto. Falava com um dos homens do grupo, um leve sorriso curvando-lhe os lábios, aquele sorriso que um dia a fez esquecer o mundo. Camille desviou o olhar, tentando recuperar o controle, mas o som da voz dele a alcançou como uma lembrança viva. Grave, firme, amadurecida. O mesmo timbre, agora revestido de calma e autoridade. E então, inevitavelmente, ele a viu.

O movimento foi discreto, quase imperceptível. Mas, no instante em que os olhares se cruzaram, Camille soube que ele a reconhecera também. O sorriso dele se desfez, os músculos do rosto se contraíram levemente. Por um segundo, pareceu vacilar, só um segundo. Depois, recompôs-se. O coração dela disparou, e ela se odiou por isso. Sete anos, e ainda era assim. Aquele olhar tinha o poder de desfazer tudo o que ela construiu.

Adam murmurou algo aos colegas, que assentiram e se afastaram em direção a uma mesa mais ao fundo. Ele ficou para trás. Parado por um instante, como se pesasse a decisão entre se aproximar ou não. Camille abaixou o olhar para a xícara, fingindo distração. Mas quando o viu se mover, o coração pareceu esquecer como bater. Cada passo dele soava como um eco do passado. E, quando parou diante dela, o mundo pareceu se calar.

- Camille... a voz dele saiu grave, controlada, mas havia algo, um traço sutil de surpresa, talvez emoção, escondido nas entrelinhas.

Ela levantou os olhos. E o tempo, de novo, voltou. Mas o que viu ali não era o rapaz que conheceu. Era o homem que o tempo construiu sobre as ruínas do que viveram.

- Adam, respondeu apenas, num tom firme que custou a sustentar.

O silêncio que se formou foi cruel. Entre eles, havia mais do que lembranças. Havia o que o orgulho impediu de ser dito. Havia o que o tempo não conseguiu apagar. Camille quebrou o silêncio, forçando leveza.

- Mas que... surpresa.

Ele sorriu de um jeito discreto, quase educado demais.

- O destino tem um senso de humor complicado.

Ela percebeu: o sorriso não chegou aos olhos. Por baixo daquela fachada tranquila, havia uma reserva, talvez mágoa. O tipo de calma que só quem sangrou em silêncio aprende a fingir.

- Está morando aqui? Ele perguntou, a voz firme, impessoal.

- Sim. Respondeu, sem baixar a guarda. E você?

- Negócios. Disse, seco.

Camille assentiu devagar, admirando-o em segredo. O tom frio não apagava o magnetismo. Ele exalava presença, uma autoconfiança quase perigosa e isso a desarmava ainda mais.

- Imagino que a vida tenha sido boa pra você. Arriscou, tentando soar indiferente.

Adam desviou o olhar para o balcão.

- Tenho tentado fazer o melhor dela.

Simples. Sem emoção. Mas o modo como ele apertou os punhos dizia outra coisa. O silêncio seguinte foi denso, como se ambos caminhassem sobre vidro. Cada palavra contida, cada lembrança engolida, pesava entre eles. Camille foi a primeira a se mexer.

Pegou a bolsa, ajeitou o vestido e esboçou um sorriso contido.

- Bem, foi bom te ver.

Ele hesitou um instante. Depois, apenas assentiu.

- Igualmente.

Mas, quando ela virou as costas, o olhar dele a acompanhou em silêncio. E, por trás daquela serenidade, algo se moveu, uma lembrança antiga, incômoda, que o tempo não conseguiu apagar. Camille saiu do café com o coração acelerado. Deu alguns passos sem olhar para trás, mas o pensamento ficou. Ele estava diferente. Mais presente. Mais firme. Mais... homem.

E talvez fosse isso que doía: perceber que o tempo o fez tão bem, enquanto ela ainda tentava se recompor. Conforme se afastava, uma sensação quente demais para ser ignorada cutucava sua mente. Ela não estava pronta para ver Adam. Não daquele jeito.

Sete anos, e ele tinha se tornado um homem impossível de ignorar: o porte mais imponente, o olhar mais afiado, a confiança madura que era ao mesmo tempo atraente e perigosa. E, cruelmente, incrivelmente sexy de um jeito para o qual nenhum autocontrole dela era suficiente.

O pior era admitir que tudo nele a voz contida, a postura, a presença que ocupava o ar ainda a desestabilizava como antes. Talvez até mais. Camille respirou fundo. Ela não estava pronta para vê-lo... e muito menos para tudo o que aquele reencontro ainda iria despertar nela.

            
            

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