Entre o Desejo do Médico e o Poder do CEO
img img Entre o Desejo do Médico e o Poder do CEO img Capítulo 4 Como tudo começou
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Capítulo 6 O Dia em Que Eles Se Perderam img
Capítulo 7 Desencontros img
Capítulo 8 Adam img
Capítulo 9 Cinco Minutos img
Capítulo 10 Bennett Solutions img
Capítulo 11 O nome na tela img
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Capítulo 4 Como tudo começou

Camille nunca conseguiu definir exatamente quando começou a se aproximar de Adam. Talvez tenha sido naquele primeiro café, ou no modo como ele sempre surgia nas horas certas, com perguntas simples e olhares que não pediam nada, mas ofereciam tudo. Tudo começou devagar. Na clínica, ele aparecia às vezes para consertar algo, entregar documentos, buscar remédios. Conversavam pouco no início, mas cada conversa parecia abrir uma porta que nenhum dos dois sabia que ainda existia. Os encontros ficaram frequentes. Às vezes no café. Às vezes na praça.

Às vezes nos degraus da clínica, depois que todos iam embora. Até que, num sábado quente, decidiram caminhar pela cidade. Sentaram num banco perto da fonte da praça. Foi ali que Adam falou, pela primeira vez, sobre seu passado.

- Eu namorei três anos, achei que ia casar com ela.

Camille ficou em silêncio, apenas ouvindo. Ele tinha aquela sinceridade crua que não era dramática era honesta.

- Ela terminou comigo do nada. E dois meses depois apareceu namorando um cara de outra cidade. Rico. Estudante de Direito.

Camille baixou o olhar, sentindo a dor dele como se fosse um eco da própria. Adam respirou fundo.

- Eu não soube lidar. Me senti... descartável. Pequeno.

Ela fechou as mãos no colo, porque aquilo a atravessava. Ela sabia exatamente o que era isso. Adam ergueu os olhos, curioso.

- E você? O que te trouxe pra cá?

Por um instante, Camille pensou em mentir. Quase se escondeu. Mas havia algo nele que não pedia uma história bonita pedia verdade.

- Eu fui traída. Ela disse, simples.

Ele não disse nada, apenas esperou.

- Era alguém que eu amava muito. Achei que ia me casar com ele. Estávamos juntos desde o terceiro semestre.

Adam engoliu seco, atento. Camille inspirou fundo.

- Ele me traiu com uma colega da faculdade, o peito dela apertou ao verbalizar. E fez pior: me fez parecer idiota. Todo mundo soube antes de mim.

Adam ficou imóvel. Nada de pena no olhar apenas indignação silenciosa.

- Ele a assumiu logo depois?

- Na mesma semana. Camille riu, amarga.

Um silêncio pesado caiu. Mas não era desconfortável. Era um silêncio que abraçava. Adam se aproximou um pouco mais.

- Isso... deve ter doído.

- Doeu, ela admitiu, e depois que acabou, eu me fechei. Decidi que não ia amar ninguém por muito tempo. Talvez nunca mais.

Adam concordou. Foi a primeira vez que Camille percebeu: as cicatrizes dele e as dela se encaixavam como peças de um quebra-cabeça quebrado. Ali, naquela conversa aparentemente simples, o romance começou. O primeiro beijo veio semanas depois, numa noite, Camille estava fechando a clínica, recolhendo pastas, quando Adam apareceu na porta com duas garrafas de refrigerante e um sorriso que ela já reconhecia a quilômetros.

- Vim te oferecer uma pausa. E também... Senti vontade de te ver.

Camille sorriu, apesar de tentar esconder.

- Uma pausa é sempre bem-vinda.

Eles sentaram no degrau da calçada, como adolescentes mesmo tendo vinte e três anos e mais cicatrizes do que gostariam de admitir. Conversaram até a noite ficar mais silenciosa. Quando ela riu de algo que ele disse, Adam parou. Como se tivesse levado um impacto.

- Que foi? Ela perguntou, ainda sorrindo.

Ele a olhou como quem está vendo um nascer do sol pela primeira vez.

- Acho que nunca tinha te visto rir de verdade.

Camille sentiu o estômago afundar.

- E isso é bom ou ruim?

- É bonito. Muito bonito.

Ela desviou o olhar, corou como não fazia há anos. E foi então que Adam passou a mão pelo rosto dela, devagar, como quem pede permissão com o toque e não com palavras. Camille fechou os olhos antes mesmo de pensar. O beijo aconteceu sem pressa. Profundo, delicado, quente, o tipo de beijo que faz a gente sentir que não está mais sozinha no mundo. Ele segurou o rosto dela com cuidado, como se pudesse quebrá-la. E ela segurou a camisa dele como se precisasse de apoio para não desabar. Quando se afastaram, Camille respirou fundo, tentando processar o que acabara de acontecer.

- Isso foi...

- Muito certo, Adam completou.

E era. Correto. Inesperado. Intenso. Perigoso, talvez. Mas completamente certo.

A primeira noite deles não começou com pressa. Começou com decisão.

Adam a deixou na porta, pronto para ir embora, mas Camille segurou a mão dele por mais tempo do que pretendia.

- Não precisa ir, ela disse, baixinho.

Por um segundo, ele não se moveu. Só olhou para ela, profundo, firme, como se estivesse lendo algo muito mais importante do que a frase que ela tinha acabado de dizer.

Então ele deu um passo para a frente, e a proximidade mudou tudo.

- Tem certeza? A voz dele veio baixa, rouca, cheia de cuidado... mas havia também um controle ali, uma firmeza que fez o estômago dela afundar.

Camille assentiu. Adam não esperou que ela repetisse. Ele encostou a mão no queixo dela e ergueu o rosto devagar, forçando-a a encará-lo.

- Então me deixa cuidar de você esta noite.

Ela quase perdeu o ar.

Adam entrou primeiro, guiando-a pela mão. Quando a porta se fechou, ele a puxou pela cintura com uma segurança serena. Os olhos dele percorreram o corpo dela, como se estivesse decorando um mapa que queria explorar com calma. A respiração dos dois já não combinava; a dela vinha curta, a dele mais profunda, como se tentasse manter o controle.

O beijo veio direto, decidido. Adam a beijava como quem sabe exatamente o que está fazendo, como alguém que controla o próprio ritmo e o dela ao mesmo tempo. A mão dele subiu pelas costas dela, firme, guiando-a para mais perto, tirando qualquer espaço entre os dois.

Camille gemeu baixinho contra a boca dele, e Adam sorriu, um sorriso curto, satisfeito.

- Gosto disso, ele murmurou, sem soltar a cintura dela.

Adam a mantinha perto, decidia a intensidade do beijo, sabia exatamente onde colocar as mãos. E cada toque parecia acender algo nela que estava apagado há anos. Quando ele aprofundou o beijo, Camille apertou os dedos no ombro dele para se equilibrar. O calor subiu pela sua espinha tão rápido que ela quase perdeu o chão.

As mãos dele desceram pela lateral do corpo dela, firmes, seguras, explorando sem pressa, ele guiava o corpo dela contra o dele com um movimento suave, mas cheio de intenção. Camille sentiu a força dele, o controle, a calma perigosa que Adam carregava sempre que estava no comando.

E então, ela se entregou.

Cada toque desmontava Camille por dentro, num ritmo lento e sensual, que começava na superfície e ia se aprofundando aos poucos, como se ele estivesse descobrindo territórios novos e gostasse de cada um deles.

As mãos dele subiram pelas costas dela, traçando a espinha num caminho que fez o corpo dela querer se curvar para mais. Ele sorriu contra a boca dela, um sorriso pequeno, quase imperceptível, mas que fez o estômago dela afundar.

O beijo ficou mais profundo. Mais íntimo. Camille sentiu o mundo perder forma por um instante. O corpo dele era firme, quente, seguro. E, sem pensar muito, as mãos dela subiram pela camisa dele, pelos músculos do peito que se moviam sob o tecido.

Camille deslizou os dedos pela barra da camisa dele, e Adam abriu os olhos, surpreso por um instante. Não disse nada. Com um gesto lento, quase reverente, Camille puxou a camisa dele para cima. O tecido subiu revelando pele quente, os músculos definidos, a linha firme do abdômen. Adam levantou os braços para ajudá-la, mas sem tomar o controle, deixando que fosse ela quem o despia.

Como se adivinhasse cada necessidade dela, Adam deslizava as mãos pela pele dela devagar, com precisão quase compassada, como se estivesse memorizando cada curva, cada arrepio que surgia. O toque dele era firme, masculino, preciso.

Camille sentiu o corpo todo reagir, o calor subiu, os suspiros vieram involuntários, o desejo pulsou numa intensidade que ela tinha esquecido que existia. Quando o mundo explodiu em respirações descompassadas, Camille percebeu, não era só desejo.

Era tudo o que ela tinha evitado sentir por anos, voltando de uma vez só. Era o começo de algo que ela não conseguia nomear. Algo perigoso. Algo certo demais.

            
            

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