"William é brilhante quando se trata de pesquisa," derramou-se Lainey. "Mas sejamos realistas. A família Briggs praticamente é dona de metade de Briset. Ele é o único herdeiro, então acho que ele só está aqui aproveitando um pouco de liberdade antes de voltar para assumir o império."
Seja por admiração ou fascinação, Lainey claramente adorava falar sobre ele.
Stella não disse nada, com uma expressão indecifrável e seus pensamentos distantes.
A riqueza da família de William não a impressionava. Aos seus olhos, ele era simplesmente um colega de pesquisa, nada mais, nada menos.
O que a família dele possuía ou controlava não tinha absolutamente nada a ver com seus objetivos.
Tudo o que ela queria era essa oportunidade: pôr o pé na porta e nunca mais olhar para trás.
No meio de sua divagação, Lainey de repente abriu um sorriso travesso e cutucou Stella com o cotovelo. "Ei, imagine se você realmente conquistasse o William. Isso não deixaria seu marido patético louco? É só imaginar: quando esse projeto terminar, você terá tanto uma carreira próspera quanto um homem muito melhor que Marc. Parece uma situação vantajosa para todos os lados, não acha?"
Stella soltou uma risada suave. A imaginação de Lainey nunca deixava de surpreendê-la.
Naquele momento, sua mente estava totalmente focada na pesquisa. Homens, amor ou vingança, nada disso tinha lugar no seu mundo atual. Entrar para a equipe era tudo o que importava.
Portanto, se William era realmente quem estava reverificando a lista, ela precisava falar com ele diretamente.
No entanto, aquele não era o lugar certo, não no instituto de pesquisa com tanta gente observando. Ela precisava de um momento melhor e um lugar mais reservado para abordá-lo.
Stella ergueu o olhar e perguntou calmamente: "Lainey, pode me ajudar a conseguir um momento a sós com o senhor Briggs?"
Os olhos de Lainey brilharam de empolgação. "Claro! Deixe comigo!"
Um encontro privado?
Ela já estava sonhando acordada em ser a casamenteira deles.
Com isso resolvido, Stella sentiu um pequeno alívio e mergulhou de volta no trabalho.
Naquela tarde, quando chegou em casa, não esperava companhia, mas Marc estava lá, sentado no sofá como se pertencesse ao lugar.
Ele estava relaxado, folheando uma revista enquanto ela tirava os sapatos em silêncio perto da porta.
No momento em que a viu, ele se levantou com um sorriso. "Você chegou. Está com fome? Posso pedir para a cozinha preparar algo."
Ele usava aquela mesma máscara calorosa e atenciosa, agindo como se nunca tivesse havido traição, nunca tivesse havido distanciamento.
Stella não pôde deixar de achar a atuação dele totalmente ridícula, risível, até.
Marc costumava dizer a ela que estava atolado de trabalho, alegando que não conseguia ir para casa com frequência. E ela havia acreditado nele.
Naquela época, antes de descobrir a verdade sobre ele e Haley, ela confiava em cada palavra dele. Ela nunca questionou por que ele ficava até tarde ou nem aparecia.
Mas agora que tudo havia vindo à tona, agora que a ilusão havia se desfeito, de repente ele tinha todo esse tempo livre para voltar e brincar de casinha?
Se o trabalho realmente o mantinha tão ocupado antes, como ele estava encontrando tempo agora?
"Não estou com fome. Coma sozinho." Sua voz era fria e distante. Ela não tinha forças nem vontade de se sentar diante dele e fingir que as coisas estavam normais. Até o sorriso dele a deixava enjoada.
Ela começou a subir as escadas sem lhe lançar outro olhar, mas as sobrancelhas de Marc se franziram, claramente descontente.
"Stella, pular refeições não faz bem para a sua saúde. Apenas me diga o que quer, e pedirei ao meu assistente para trazer."
Stella parou no pé da escada, virou-se ligeiramente e arqueou uma sobrancelha. "Olhar para você estraga meu apetite."
Isso o calou. Ele olhou para o hematoma que estava desaparecendo na cabeça dela e soube que ela estava dizendo aquilo para humilhá-lo. Ainda assim, as palavras dela doeram mais do que ele esperava.
Após um breve silêncio, ele respirou fundo e tentou novamente: "Você não disse uma vez que queria visitar Hoxphis nas férias? Estarei livre no próximo mês. Vamos juntos."
As sobrancelhas dela se arquearam novamente. Ela havia sugerido a ideia de visitar Hoxphis mais de uma vez depois que se casaram, mas Marc sempre ignorava, culpando o trabalho ou prometendo que "arranjaria isso depois."
Agora, do nada, ele estava ansioso para uma viagem? Se ela não tivesse cortado a colaboração da empresa, sabia muito bem que ele nem teria considerado tirar férias durante uma fase tão crucial.
Os esforços dele para agradá-la agora eram dolorosamente óbvios. Qualquer um poderia ver através disso. Não se tratava de amor ou reconciliação, mas da patente que ela controlava.
Apenas por aquela patente, ele agora estava magicamente liberando sua agenda e fingindo ser o marido dedicado novamente.
Para Marc, tanto ela quanto Haley eram apenas degraus para o poder, e nada mais.
Stella soltou uma risada seca. "Não quero mais ir para Hoxphis. Tenho coisas melhores para fazer. Se você ainda está decidido a fazer essa viagem, por que não leva a Haley?"
No momento em que ela disse isso, a expressão de Marc ficou sombria. "Stella, não fale assim comigo. Eu odeio isso."
A franqueza dela o irritava. Ele havia se desculpado, não havia? Por que ela não conseguia simplesmente seguir em frente?
Ele realmente queria levá-la para Hoxphis.
Não era como se ele alguma vez tivesse se contido quando se tratava de fazê-la feliz, então o que mais ela queria dele?
"Então como exatamente eu deveria falar com você?" ela disse rispidamente. "Deveria me sentar e ter uma conversinha agradável de coração para coração?"
Seu sarcasmo escorria como ácido, mas Marc não percebeu a alfinetada de jeito nenhum. "Sim, nós definitivamente deveríamos conversar," ele respondeu seriamente.
Isso fez Stella rir - não de diversão, mas de incredulidade.
Tudo bem. Se ele queria conversar, eles conversariam. De qualquer forma, ela estava curiosa.
Era apenas sobre a patente, ou ele estava atrás de outra coisa também? De qualquer maneira, ela estava farta de entrar no jogo dele.