Capítulo 2 Enterrada com ela

Naquele momento, Marissa estava tomada pela raiva por ser confundida com outra pessoa.

Seus planos bem elaborados foram completamente destruídos por Connor, e mesmo que ela conseguisse sua liberdade de volta no futuro, acabaria sendo uma mulher divorciada.

Que bastardo cego e grosseiro, ela pensava, consumida pelo desejo de despedaçá-lo.

Mas, naquele momento, sentia-se impotente para se defender. A presença autoritária e agressiva dele a obrigou a se submeter mais uma vez.

Enquanto o sol se punha, lançando seus últimos raios dourados, o carro deles entrou na luxuosa propriedade da Mansão Daniels.

Assim que Connor a tirou do carro, um mordomo angustiado correu até eles com uma notícia urgente.

"Senhor Daniels, precisa vir imediatamente. Sua avó teve outro colapso e eles estão tentando reanimá-la. É a terceira vez que ela desmaia. Os médicos dizem que o coração dela está falhando e o estado dela é... bastante crítico..."

A expressão de Connor se transformou em raiva.

Percebendo a intenção assassina que emanava dele, Marissa recuou por instinto.

Antes que ela pudesse reagir, ele a agarrou pelo pescoço e a arremessou contra a porta do carro.

Ele a segurava como um louco, apertando seu pescoço a ponto de ela quase desmaiar.

"É bom você torcer para que minha avó sobreviva! Se ela não sobreviver, garantirei que você seja enterrada com ela!"

Com um último aperto ameaçador, Connor a soltou e marchou furiosamente em direção à mansão.

Ofegante, Marissa segurou seu pescoço machucado e tossiu com dor.

"Ugh... Ahem..."

A sensação de ter estado tão perto da morte a deixou apavorada e furiosa.

Esse homem era um completo louco!

Ele ainda nem havia se dado conta de que havia se casado com a mulher errada.

Considerando o comportamento instável e agressivo do homem, se a avó dele morresse, ela tinha certeza de que seria enterrada viva com ela!

Para garantir que sobreviveria até que a verdade viesse à tona, ela sabia que precisaria tentar salvar a avó dele.

Com essa decisão, ela reuniu suas forças e seguiu Connor para dentro da mansão.

Dentro do quarto, Arabella Daniels, uma idosa de cabelos grisalhos, estava deitada imóvel na cama.

A equipe médica tentava desesperadamente salvá-la, mas os monitores que acompanhavam seus sinais vitais indicavam que sua pressão arterial e frequência cardíaca estavam criticamente baixas. Ela estava, de fato, à beira da morte.

Connor parou na porta, com o rosto tenso. Marissa, que o seguia, prendeu a respiração.

De repente, o bipe rítmico do monitor cardíaco cessou, sendo substituído por um tom contínuo e plano.

A equipe médica fez uma breve pausa, mas logo retomou seus intensos efforts para reanimar Arabella.

No entanto, o coração da idosa não reagiu.

Finalmente, o médico responsável disse em um tom sombrio, "A senhora Daniels faleceu. Por favor, aceitem nossas condolências."

Connor estava em negação. Seus olhos, que já estavam avermelhados, ficaram selvagens de tristeza.

"Eu não aceito! Continuem tentando! Usem todos os meios necessários, não importa o custo!"

O médico suspirou e disse, "Senhor Daniels, o coração da sua avó parou. Outras tentativas serão fúteis."

Connor estava à beira de um colapso.

Ele havia perdido os pais quando era jovem, e foi sua avó quem o criou. Ela era a parente mais próxima que ele tinha.

"Não, a vovó não pode simplesmente ter ido embora assim! Ela queria me ver casado e conhecer os bisnetos. Ela disse que só isso a deixaria em paz!"

O quarto ficou estranhamente silencioso, com todos apreensivos demais para dizer qualquer coisa. Finalmente, Neil Daniels, o irmão mais velho de Connor, 23 anos mais velho que ele, quebrou o silêncio com um comentário desdenhoso: "Já chega, Connor. Qual é o sentido de dizer tudo isso agora?"

Suas palavras foram afiadas:

"A vovó morreu de estresse por causa da sua noiva fugitiva. A morte dela é sua culpa. Você não consegue nem lidar com uma mulher. Como podemos confiar em você para administrar toda a família? Se você sente algum remorso pela vovó, entregue a liderança e as ações da família e renuncie à administração dos negócios da família!"

Os lábios de Connor se cerraram enquanto ele tentava conter suas emoções.

Neil sempre se ressentiu por sua avó ter confiado as ações e a liderança da família a Connor, e não a ele, seu neto mais velho. Ele nunca perdia uma chance de culpar o irmão.

Normalmente, Connor não deixava as acusações de Neil passarem batidas e sempre tinha uma resposta pronta para manter seu irmão ardiloso sob controle.

Mas, naquele dia, ele não estava com vontade de discutir, pois estava muito abalado pela tristeza e só queria que sua avó descansasse em paz.

Entretanto, Glenn Daniels, o terceiro irmão mais velho de Connor, que usava uma cadeira de rodas, não aguentou mais.

"Neil, a vovó escolheu Connor para estar no comando. É indecoroso você tentar tomar a liderança e as ações da família agora!"

"Glenn, desde quando você tem voz nesta família?", retrucou Neil. Antes que Neil pudesse continuar, sua esposa, Lorna Daniels, interveio bruscamente, com a voz carregada de sarcasmo. Apesar da maquiagem cuidadosamente aplicada, sua natureza maliciosa era evidente.

"Connor não tem a integridade necessária para o cargo. É justo que ele entregue a liderança e as ações da família! E você, que não contribui em nada nessa cadeira de rodas, acha que merece uma parte também?" Lorna era conhecida por suas palavras duras, e ela atingiu exatamente onde doía.

Como era de se esperar, Glenn fez uma careta de dor, segurando o joelho, sem palavras diante da angústia.

Marissa observava o drama familiar à distância, sem se interessar pelas discussões deles.

Enquanto os outros discutiam, ela observava atentamente o estado de Arabella.

À medida que a discussão se intensificava, ela disse calmamente, "A senhora Daniels ainda pode ser salva..."

            
            

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