Quando Marissa falou, a atenção de todos se voltou para ela.
Connor, profundamente de luto, pareceu só se dar conta de que ela estava ali, virou a cabeça abruptamente em sua direção, com os olhos cheios de uma raiva feroz.
Marissa instintivamente deu um passo para trás, sentindo que estava pisando em ovos.
"Essa não é a noiva fugitiva da família Nash?"
"Como ela ousa aparecer aqui?"
A multidão a olhou com evidente desdém.
Marissa se sentiu como uma presa cercada por uma matilha de lobos. Com cautela, ela perguntou a Connor, "Posso ver a senhora Daniels? Talvez eu possa ser de alguma ajuda."
O quê?! Todos ficaram chocados.
Lorna soltou uma risada aguda e zombeteira, dizendo, "Senhorita Nash, você enlouqueceu? Todos sabem que você nem terminou o ensino médio. Desde quando se tornou uma especialista em medicina?"
Marissa ignorou o comentário mordaz.
Seu foco era apenas tentar salvar uma vida, e ela implorou a Connor, "Já que os médicos desistiram, que mal há em me deixar tentar? As coisas não podem piorar muito."
A equipe médica ficou indignada.
Como poderiam deixar uma garota rica e notória, declarada um fracasso pela própria família, contestar sua declaração de óbito?
Os membros da família Daniels também estavam fervendo de raiva.
Essa mulher, que os havia desonrado ao fugir do casamento, agora tinha a audácia de intervir na morte de Arabella.
Todos esperavam que Connor mandasse expulsar essa louca.
Inesperadamente, a raiva feroz nos olhos de Connor desapareceu.
Ele continuou a encarar o rosto de Marissa, deixando o quarto em suspense sobre seus pensamentos.
Neil, incapaz de conter sua raiva, bateu na mesa e disse, "Como podemos deixar essa garota ignorante se intrometer? Expulsem-na agora!"
Os seguranças, antecipando essa ordem, começaram a se aproximar de Marissa para levá-la embora.
"Quem se atreve a tocar na minha mulher?!" De repente, a voz de Connor ecoou, fazendo todos pararem imediatamente.
Todos ficaram atônitos.
A presença imponente de Connor dominou o local, não deixando espaço para contestação.
Até os encrenqueiros, Neil e Lorna, foram forçados a permanecer em silêncio.
Com uma única ordem, Connor assumiu o controle da situação.
Então, ele pegou Marissa pela mão e a levou até a beira da cama, dizendo simplesmente, "Por favor."
Ninguém ousou questionar a decisão do chefe da família.
Marissa começou a examinar o corpo de Arabella.
Dado que ela não havia recuperado totalmente suas forças e tinha sido brutalmente estrangulada por Connor três vezes, suas mãos tremiam visivelmente, fazendo seu exame parecer desajeitado.
Essa falta de jeito foi mal interpretada pelos espectadores.
Eles presumiram que ela não sabia nada sobre medicina; estava apenas querendo chamar a atenção e estava visivelmente nervosa.
Sempre houve muitas mulheres tentando atrair a atenção de Connor com gestos dramáticos.
Mas Marissa usar Arabella como parte de seu esquema era algo inédito.
Ela havia convencido Arabella a concordar com o casamento dela e de Connor, mostrando certa astúcia. Mas agora, com Arabella morta, ela realmente achava que poderia reviver os mortos?
Tal pensamento era pura loucura!
Todos observavam Marissa atentamente.
Eles estavam ansiosos para vê-la passar vergonha, esperando que Connor a expulsasse e que a família Nash caísse junto com ela.
Marissa não lhes deu atenção. Após terminar seu exame, ela parou para pensar por um momento antes de pegar seu kit de acupuntura.
Ao ver o kit, os médicos zombaram, e os observadores a ridicularizaram ainda mais.
Eles esperavam alguma intervenção médica sofisticada, mas ela recorreu à acupuntura, que muitos consideravam mero folclore.
O coração de Arabella havia parado de funcionar; nem mesmo uma cirurgia poderia salvá-la, e Marissa achava que algumas agulhas a reviveriam?
Connor devia estar louco para permitir que ela tratasse Arabella.
Arabella era tão venerada. Como Marissa podia ter permissão para mexer em seu corpo? Era um desrespeito a ela!
No entanto, Connor não interveio, então ninguém ousou criticar abertamente suas ações.
Marissa esterilizou as agulhas de prata e começou a posicioná-las em pontos estratégicos no corpo de Arabella.
Sua fraqueza crescente fazia suas mãos tremerem mais visivelmente, e gotas de suor se formaram em sua testa.
Os espectadores, percebendo suas mãos trêmulas, ficaram ansiosos e aterrorizados ao testemunhar o posicionamento de cada agulha.
Quando a primeira agulha foi inserida, não houve nenhuma alteração.
A segunda agulha se seguiu, e ainda assim, nenhuma resposta.
Na nona agulha, ainda não havia sinal de nenhum milagre.
Nesse ponto, os espectadores não conseguiram mais se conter.
"Pare!", gritou Neil furiosamente.
"Você tem muita audácia, tentando nos enganar! Acha que somos idiotas?"
"Usar o corpo de Arabella para o seu esquema - você deve estar cansada de viver!"
Todos olharam para Marissa, furiosos e prontos para despedaçar essa mulher que eles acreditavam ter desrespeitado Arabella.
Até o geralmente gentil Glenn parecia extraordinariamente sombrio. "Connor, você vai mesmo deixar essa mulher continuar com suas palhaçadas?"
Mas Connor não impediu Marissa. Em vez disso, ele gritou, "Todos, fiquem quietos!"
Marissa soltou um suspiro de alívio. Ela só tinha uma agulha restante.
Se Connor tivesse cedido à influência da multidão e a impedido, todo o seu esforço teria sido em vão.
A presença autoritária de Connor silenciou as vozes contrárias mais uma vez, mas a sala ficou mais pesada com toda aquela raiva reprimida à espreita sob a superfície.
Com a atenção de toda a sala voltada para ela, Marissa posicionou a última e décima agulha.
Ao fazer isso, Arabella abruptamente inspirou uma lufada de ar.
Ela estava viva.