Moldada pelo medo, reconstruida pelo amor
img img Moldada pelo medo, reconstruida pelo amor img Capítulo 5 Contando
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Capítulo 6 O doloroso silêncio img
Capítulo 7 A significancia de algo básico img
Capítulo 8 Ele reconhecia as necessidades dela img
Capítulo 9 Silêncio tempestuoso img
Capítulo 10 A paz de um abraço img
Capítulo 11 O presente img
Capítulo 12 Acalento img
Capítulo 13 Refugiada img
Capítulo 14 Uma nova consulta img
Capítulo 15 Minha esposa img
Capítulo 16 Noite de meninas img
Capítulo 17 O pedido de desculpas img
Capítulo 18 O beijo img
Capítulo 19 Compras img
Capítulo 20 Agradecendo com beijos img
Capítulo 21 Flor img
Capítulo 22 Quero que viva por mim img
Capítulo 23 Adoráveis img
Capítulo 24 Adotar img
Capítulo 25 Um casal img
Capítulo 26 Ainda que não tenha se entregado é minha img
Capítulo 27 Puro desejo img
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Capítulo 5 Contando

Tyler seguia em silêncio, enquanto ela chorava, ainda muito abalada com situação, o ar lhe faltava, ele podia sentir em si a dor daqueles gemidos, daquelas lágrimas grossas, ela havia o desarmado com sua dor, com seu medo, coisa que a tempos não acontecia com o temido Tyler.

– preciso que me conte tudo, sua família sabia disso? - ele perguntou, precisava saber para ver como resolver aquilo.

– não, eu tentei contar pra minha mãe quando aconteceu a primeira vez, mas ela não acreditou em mim, ninguém acreditaria. - disse ela entristecida.

– mas eu acredito. – disse ele.

– o que você vai fazer comigo? – ela perguntou ainda temerosa, ele suspirou, seu rosto tinha uma mistura de raiva e compreensão.

– eu não vou te machucar, já a sua familia, maldito Donato, me enganou... – ele esbravejou, Sara mais uma vez se encolheu.

– ele não sabia.

– isso é ainda pior, você foi abusada durante anos dentro de casa e ele não se deu conta, não tente minimizar as coisas.

– eu não queria esse casamento, mas não tive escolha e nem tive coragem de contar antes. - contou ela.

– aquele fedelho desgraçado acabou com sua vida, eu sinto muito. – disse ele, ela não tinha culpa, era uma vítima naquela situação e ele entendia perfeitamente, não seria desgraçado a ponto de atribuir parte da culpa a ela, então ele a acolheu em um abraço, mas sentiu o corpo dela ficar tenso, mas foi apenas isso que sentiu. – você está queimando de febre, como está se sentindo? – ele perguntou.

– doi. - disse ela quase que em um gemido.

– onde? – ele perguntou, então ela colocou a mão em seu ventre. – vou te examinar, deite por favor.

– você é médico? – ela perguntou ainda tensa.

– sou formado em medicina mas nunca trabalhei na area. – disse ele enquanto apalpava a barriga dela, quando chegou ao ventre, ela gemeu. – ontem percebi que estava usando absorvente, seu ciclo é regular, sente cólicas fortes? ele perguntou imaginando que seria apenas uma cólica um pouco mais intensa por causa do estresse.

– eu não estou menstruada, foi ele...

– maldito desgraçado, não te machucou apenas externamente, se troca, vou te levar no medico.

– onde estão minhas coisas?

– vou pegar suas malas.

Juntos eles seguiam em direção a uma clínica de confiança de Tyler, o silêncio era ensurdecedor, ela o olhava com certo medo, mas também com gratidão, havia lhe escutado, acreditado nela, por primeira vez alguém havia acreditado nela, a sensação era estranha e não sabia como reagir. Quando chegaram à clínica, Tyler pediu pra falar com urgência com Lorence, ela foi colega de Tyler durante a faculdade e se tornou sua amiga, ela havia se especializado em ginecologia e trabalhava naquela clínica por indicação de Tyler, ela sem demora surgiu ali, Tyler explicou por cima a situação, ela logo tratou de atender Sara, em uma consulta demorada, enquanto isso, Tyler aguardava na sala de espera, com cara de poucos amigos, já maquinando o que faria para se vingar e vingar aquela pobre garota. Ao fim da consulta Lorence foi até Tyler, ele assim que a viu, perguntou por Sara.

– e Sara?

– vou ter que deixá-la em observação, ela vai ter que fazer vários exames, também para medicá-la, ela está com muita febre, conversei com ela, que me contou um pouco do ocorrido, treze anos, ela sequer havia tido sua primeira menstruação, acabou com a vida dela, o próprio irmão.

– ela estava com dor no ventre, tem a ver com o que maldito fez na noite anterior, não tem? – ele perguntou.

– Infelizmente sim, fiz um exame ginecológico, ela está com várias lesões no canal vaginal, o ato foi muito agressivo.

– Tyler, não acho que essa garota seja a indicada pra colocar seu plano maluco em prática, tem ideia do trauma a mais que será para ela ter que transar com mais um homem sem vontade?

– sim, eu tenho ideia, mas não vou abrir mão disso, paguei muito dinheiro por ela, e mesmo que eu conseguisse reaver os quatro milhões de euros, eu não poderia devolvê-la a família, para que voltasse a passar pelo mesmo novamente, ela está saudável não é? – Lorence suspirou, conhecia o amigo, sabia que não iria mudar de ideia.

– veremos quando sair os exames, se é o risco de contaminação por hiv que te preocupa, ela me falou que ele passou a usar preservativos desde os quatorze, quando ela teve sua primeira menstruação, para não engravidá-la, mas solicitei o exame para tirar qualquer dúvida. – Lorence suspirou e deu um sorriso amargo. – vê o quanto ele era maligno, perverso, sabia bem o que estava fazendo, aos treze já era um ser asqueroso, enquanto ela, era só uma menina inocente, Tyler, não seja você a causar mais um trauma desses nela, então...já que não vai desistir disso, cogite fazer uma inseminação artificial.

– é a melhor opção. - disse ele.

– olha, ela foi levada para um quarto, deveria ir lá ficar com ela.

– eu? eu não tenho intimidade nenhuma com essa garota.

– Qual é Tyler, a garota não vai te morder, ela está assustada acabou de sair de uma situação absurda, confessar uma coisa dessas não é fácil.

– tudo bem, eu vou. – Tyler foi até o quarto que Sara estava, deitada ela olhava para o teto, enquanto o soro ligado a sua veia gotejava, assim que ele passou pela porta, ela o olhou.

– pensei que tivesse ido embora. – ela disse sem animo.

– estava na sala de espera...já fizeram a coleta de sangue? – ela apenas assentiu com a cabeça e o silêncio se instalou, depois de cerca de dez minutos, ela quebrou o silêncio.

– por que eu? – ela perguntou, ele franziu a testa e perguntou.

– você o que?

– por que me escolheu pra casar com você? Eu já ouvi falar tantas coisas de você e uma delas é que todas as garotas da mafia cobiçam você.

– menos você. – era verdade, Sara não costumava olhar homens desta forma, não conseguia sentir atração por conta do que sofreu e também não se sentia suficiente para desejar nenhum, sua autoestima era inexistente.

– bem eu...eu não, mas você não respondeu, eu não sou um bom negócio, minha família está falida, eu não sou inteligente, muito menos bonita. – ele mais uma vez franziu a testa, uma das coisas que havia o feito escolhê-la foi sua aparência, ainda que não se achasse bonita, ela era.

– o que está querendo, que por acaso eu diga que você é especial? te escolhi por sua aparência, você tem características parecidas com as minhas, cabelos castanhos, olhos verdes, até seu tom de pele parece com o meu, perfeita para gerar meus filhos, saíram todos com características parecidas com as minhas.

– filhos? – ela perguntou assustada, tudo que menos queria era ter filhos dentro da máfia, tinha medo de que passassem pelas mesmas coisas que ela.

– por favor né, você sabe muito bem.

– não...

– seu pai não te contou? – Tyler questionou confuso.

– não, ele só disse que eu teria que me casar com você e em troca você daria uma quantia de dinheiro a ele...– ela disse em lágrimas, mais uma vez ele desarmou.

– achei que soubesse, seu pai disse que você estava a par e que eu não teria problemas com você. – disse ele, ela permaneceu em silêncio, mal podia acreditar que seu corpo mais uma vez seria usado, e a ideia de gerar um filho e assisti-lo sofrer lhe causava um medo tão grande.

                         

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