Traição Pública: O Diretor de Operações do Meu Marido
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Capítulo 4

Ponto de Vista de Helena Medeiros:

Bruno arrancou o tablet da minha mão antes que Diana pudesse sequer tocá-lo. Ele rolou pelas páginas, seu rosto empalidecendo a cada relatório que passava. A cor sumiu de suas bochechas enquanto ele via os números condenatórios, o uso flagrante de fundos, o desrespeito descarado por todos os protocolos financeiros que havíamos estabelecido. Ele sabia. Ele devia saber, pelo menos em algum nível, o quão imprudente Diana era. Mas ele havia ignorado, cego pela bajulação dela e pela emoção ilícita do caso deles.

"Helena, isso é... isso é exagerado", ele gaguejou, embora sua voz carecesse de convicção. Ele engoliu em seco. "É apenas contabilidade criativa. Toda startup faz isso. Podemos limpar isso. Podemos triturar isso, deletar os arquivos. Ninguém precisa saber."

Suas palavras foram como um tapa frio. Lembrei-me de quando Bruno pegou um engenheiro júnior falsificando alguns números de uso em meros 5% para fazer seu projeto parecer melhor. Bruno o arrastou para seu escritório, seu rosto uma máscara de fúria e decepção, e o demitiu na hora. "Integridade, Helena", ele havia pregado para mim depois, sua voz cheia de fervor autojustificativo. "É a base da nossa empresa. Sem ela, não temos nada." A hipocrisia era um peso físico no meu peito, dificultando a respiração.

"Não", eu disse, minha voz firme, cortando suas desculpas nervosas. "Nós não vamos. As regras se aplicam a todos, Bruno. Até mesmo à sua 'alma gêmea' aqui." Meu olhar estava fixo em Diana, que havia ficado completamente branca.

Os olhos de Diana, que estavam saltando entre Bruno e o tablet, de repente se fixaram nos meus. Não havia mais desafio, nem presunção. Apenas terror cru e puro. Ela viu. Ela viu a evidência abrangente e irrefutável de sua desastrosa má gestão financeira, sua atividade abertamente fraudulenta. Ela sabia que não era apenas "contabilidade criativa". Ela sabia que estava encurralada.

"Não! Isso não é verdade!", Diana gritou, sua voz falhando. "Você está mentindo! Você está inventando isso!" Ela se lançou, tentando pegar o tablet de volta, seus movimentos selvagens e desesperados. Sua mão arranhou o aperto de Bruno, tentando arrancá-lo, destruir a evidência. Ela estava frenética, um animal encurralado.

Bruno, pego de surpresa, tropeçou para trás. O tablet caiu no chão, mas já era tarde demais. O dano estava feito. Minha equipe, testemunhando o espetáculo completo, parecia horrorizada.

"É a Helena! Ela está me armando!", Diana gritou, apontando um dedo trêmulo para mim. Sua voz era estridente, histérica. "Ela sempre me odiou! Ela é ciumenta! Ela está tentando me arruinar!" Ela caiu em prantos, um colapso teatral, e então, em um floreio dramático, ela se virou e correu da sala, soluçando incontrolavelmente.

Bruno a viu ir, um músculo se contraindo em sua mandíbula. Então, lentamente, ele voltou seu olhar furioso para mim. Seu rosto estava contorcido, negro de raiva. Ele deu um passo em minha direção, sua mão levantada como se fosse me bater, mas parou a centímetros do meu rosto. O ar crepitava com sua fúria mal contida.

"Como você ousa, Helena?", ele sibilou, sua voz baixa e perigosa. "Como ousa humilhá-la? Como ousa acusá-la de algo assim? Você é uma vadia cruel e calculista! Ela é frágil! Ela não tem sido nada além de leal a mim! Você só está com inveja porque eu finalmente encontrei alguém que me entende, alguém que realmente se importa!" Suas palavras eram como veneno, cuspindo no meu rosto, tentando arrancar meu último resquício de autoestima. "Você vai pedir desculpas a ela, Helena. Você vai pedir desculpas a Diana, ou eu juro por Deus, você vai se arrepender!"

Minha respiração falhou. A ameaça física, o abuso verbal, a hipocrisia descarada - tudo era muito familiar. Este era o Bruno que eu aprendi a temer, aquele que se tornava tóxico quando desafiado, aquele que sempre encontrava uma maneira de me fazer a vilã. Mas algo estava diferente desta vez. As palavras não cortaram tão profundamente. O medo não era paralisante. Era apenas... ruído.

"Me arrepender?", perguntei, uma risada sem alegria escapando dos meus lábios. "Bruno, eu já me arrependo. Eu me arrependo de cada minuto que passei te amando. Eu me arrependo de cada sacrifício que fiz por esta empresa, por nós. Eu me arrependo de cada vez que deixei você me manipular para acreditar que eu era a louca." Meu olhar endureceu. "Você quer que eu me arrependa? Tudo bem. Vamos oficializar isso. Eu aceito sua ameaça."

Bruno me encarou, seus olhos arregalados de incredulidade. Ele esperava que eu me encolhesse, que recuasse, que pedisse desculpas. Que fizesse o papel da esposa obediente, mesmo agora. Ele esperava que eu implorasse por seu perdão, por sua permissão para ficar em sua empresa, em sua vida. Mas eu não o fiz. Eu me mantive firme, minha postura ereta, meus olhos inabaláveis.

"Do que... do que você está falando?", ele gaguejou, sua raiva momentaneamente eclipsada pela confusão. "Aceitar minha ameaça? O que isso significa?"

"Significa", eu disse, minha voz fria e clara, "que vamos nos divorciar. Eu disse a Sara no RH agora mesmo. Os papéis estão sendo redigidos enquanto falamos. Meus advogados entrarão em contato." Observei seu rosto se quebrar, o choque finalmente se instalando. "Considere esta minha demissão oficial da AuraTec também. E minha retirada formal de toda a propriedade intelectual, junto com minha equipe."

O corpo de Bruno enrijeceu, como se tivesse sido atingido por um raio. Seus olhos, fixos nos meus, agora estavam cheios de um horror crescente. Ele finalmente entendeu. Isso não era um chilique. Era uma declaração de guerra.

"Você acha que pode simplesmente ir embora?", ele zombou, tentando recuperar o equilíbrio, descartar minhas palavras como ele descartava tudo o mais que o desafiava. "Você acha que pode simplesmente ir embora com minha empresa, minha equipe? Você não é nada sem mim, Helena! E sem a AuraTec, você é apenas a filha mimada de Heitor Medeiros! Ninguém vai te levar a sério!" Ele riu, um som curto e amargo. "Vá em frente. Vá embora. Você vai voltar rastejando. Todas elas voltam."

Ele virou nos calcanhares e saiu da sala, presumivelmente para encontrar sua amante chorosa e consolá-la. Ele nem se deu ao trabalho de olhar para trás. Ele estava tão confiante. Tão arrogante. Ele realmente acreditava que tinha todas as cartas. Que eu acabaria quebrando, que voltaria, implorando por suas migalhas. Ele não tinha ideia do que estava por vir. O jogo tinha acabado de começar.

            
            

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