Capítulo 4 Por que você voltou

Ao me aproximar percebo que ele segurava um maço acesso entre os dedos e fumaça saia de sua boca. Ando mais um pouco até chegar até ele..

- oi - falo baixo com a voz trêmula, ele abre os olhos e ao me perceber se ajeita

- oii - ele volta a tragar seu enrolado

- posso? - aponto para o chão perguntando se podia me sentar ao seu lado, ele acente, voltando a olhar para frente e torna outra vez a tragar seu enrolado que parecia maconha, fico tentada a perguntar o que era, mas apenas me sento.

- por que você voltou? - sua voz soa rude e amargurada

- algo familiar.. - prefiro não citar meu pai, nem o seu estado de saúde

- porquê veio me procurar depois de tanto tempo sem dar sinal de vida?

- eu vim falar com o dono do hospital, mas não sabia que ele era você - falo a verdade e ele arqueia a sobrancelha e se vira para mim

- isso tem a ver com o seu problema familiar? - assinto - você não está doente, está? - Nego e por dentro sorrio, assim que ele percebe que esboçou preocupação ele se ajeita e torna a sua pose de durão

- não, não estou doente. - não sei o porquê, mas nasce um sorriso bobo em meu rosto - obrigada pela preocupação! - Ele me encara e outra vez traga seu maço, ao notar que eu o observava ele me oferece e eu nego, então ele traga uma última vez, o apaga e joga para longe o restante

- e aí, n.. - ele para, pigarreia e outra vez torna a falar - bem.. foi muito bom te reencontrar e saber que você está bem, mas o dever me chama e eu devo o obedecer - ele se levanta - até logo Júlia. - Matthew se retira sem esperar por uma resposta, eu também me levanto e volto em direção ao carro. Enzo estava no volante, então me acomodo no banco do passageiro.

- demorou.. - comenta ele logo que eu entro no carro

- me desculpe - não sei porque, mas eu me sentia culpada por algo, estava com necessidade de me desculpar, mas creio que estava fazendo isso a pessoa errada.

- eu a perdoo sim, mas pelo o que?

- por te fazer passar por isso tudo..

- não foi nada, esquece. Vamos para casa que a nossa princesa deve estar morrendo de saudades de mim - dou risada de tanto convencismo de sua parte

- ala.. convencidão! - gargalho e ele também ri - obrigada!

- por..?

- por sempre estar por perto e me fazer sorrir - percebo seu rosto corar e ele sorri encabulado. Enzo não responde, eu também não puxei mais assunto, ele arranca o carro e eu apoio a cabeça na janela e fico olhando a vista e pensando na vida e em tudo que já me aconteceu.

Matt havia me dito a verdade, eu sempre estive errada em relação a ele que sempre me amou, ou amava. Fico feliz por ele que tenha me superado e superado a depressão que eu causei a ele ao ir embora sem mais nem menos. o abandonando. Ele estava bem, mas muito mudado, de alguma forma senti ele rude, amargurado, feliz, preocupado e malandro ao mesmo tempo. Ele deve me detestar agora, não sei.

Eu fodi com a sua vida, com a sua carreira e também com o seu psicológico. Me sinto um pouco menos pior por saber que ele se reergueu e hoje está bem

- Juh?? - olho para o Enzo e parecia que ele já estava um bom tempo me chamando

- oii - sorrio

- já chegamos - olho em volta e percebo que já estávamos em casa