Capítulo 3 Edward Harmand

Olhei para a cara do Frade com o rosto corado, ele olhava para minha camisa quase todo rasgado e eu tentava esconder meu ombro quase nu, me pareceu estar muito envergonhado.

A confusão foi tanta que mal deu para notar sua beleza seus trajes que era bem diferente do frade superior, fiquei observando e ele olhava para mim e abaixava a cabeça logo ele notando que eu observava ele de cima a baixo ele me encarou com o rosto fechado e eu evitei o olhar me dirigindo ao Frade.

_ Me desculpe Frade a um grande mal entendido...eu ... Tentei me explicar .

_ Cala-se ,você está muito encrencado seu pervertido, ahhh se fosse meu filho, levaria aquela surra de cinta .-Disse o segurança ainda me segurando pelo braço.

_ Não Frade a um grande engano eu...A mulher que nos acompanhou tentou falar e eu tinha quase a certeza de conhecê-la.

- Calem-se todos por favor-Ordenou o Frade seriamente olhando para mim.- Vamos Sr. James solta o homem, deixa ele se explicar o senhor está quase deixando pelado, meu jovem primeiro me diga quem é você e o que faz aqui num convento ?

O segurança Gordo me soltou e eu me ajeitei, o Frade olhou em minha direção e comecei a falar.

_ Primeiramente Frade Superior, meu nome é Edward Armand, sou o professor de idiomas e vim para a entrevista que estava marcada hoje com o senhor.

Todos ficaram de boca aberta ficando um silêncio total ,como se quisessem ter a certeza do que acabara de ouvir, o segurança ficou me olhando de cima abaixo coçando a cabeça, já o outro frade ficou de boca aberta e o rosto corado de vergonha, não me pressionei com a reação deles porque já estava acostumado então eu causava isso nas pessoas.

Mas o frade se aproximou de mim pegou minha mão e disse.

_ Eu peço mil desculpas pelo constrangimento que passou, peço humildemente que perdoe nosso segurança e nosso noviço pelo mal entendido, você está bem, vejo que está pálido?

Eu queria que ninguém soubesse que estava tendo uma crise de asma, eu já chamo muito atenção então encarei o frade e percebi que ele tentava forçar um sorriso.

_ Não tudo bem frade, vamos esquecer o que aconteceu-Disse ao frade e direcionei o olhar para o jovem com as roupas diferente do outro mais velho.

Notei os olhares curiosos em cima de mim principalmente do segurança gordo que olhou de cima a baixo ajeitou os cabelos um tanto sem graça e pediu mil desculpas .

_Bom errr...eu me desculpe pelo meu jeito ,se fui grosso se o machuquei, achei que era um delinquente, um tarado pervertido .

_ Menos Senhor James Davidson, se controle, não ligue para ele meu jovem , peço desculpas por isso o Sr James ainda pensa que está num campo de guerra militar ,então qualquer coisa suspeita ele ataca , realmente sinto muito.

Quando ele disse aquilo eu não queria ser a vítima , pois precisava mostrar que não me afetava.

a professora Kyoung soon se levantou se apresentando para mim logo em seguida o frade tomou a palavra e me apresentou a ela.

_ Edward como você já conhece quase todo mundo a professora Kyoung Soon que leciona História , o nosso segurança que supervisiona o instituto e por final quero lhe apresentar nosso irmão Angelo Hernandes.

Ele estendeu sua mão para mim e eu encarando apertei forte sua mão.

_ Muito prazer, Edward Armand ao seu dispor.

Eu sorrio e ele imediatamente soltou de minha mão, notava em seu olhar como ele estava envergonhado mal olhava em meus olhos.

_ Ângelo você estará responsável em mostrar todo o orfanato ao senhor Edward, posso lhe chamar assim-Perguntou o frade em uma voz melodiosa.

_Sim claro sem problemas frade.

E ele continuo.

_ Vai mostrar todo o lugar, e mostrará seus aposentos em nosso instituto, em sinal de minhas desculpas senhor Edward gostaria que aceitasse o cargo de Professor e morasse aqui conosco.

Eu fiquei muito surpreso com a decisão do frade, na verdade eu não esperava por isso, mesmo estando preocupado em procurar um lugar para ficar, mas não estava em meus planos em morar num convento ainda mais depois que aconteceu comigo, uma tragédia da qual nem gosto de lembrar que me fez ficar afastado por um ano da escola, mas eu queria esquecer daquilo tudo e começar uma vida nova.

O noviço me levou aos meus aposentos segui ele num corredor em direção aos quartos sobre um silêncio mortal, eu olhava para ele e não podia negar que algo nele me chamava atenção ele estava andando em passos apressados seus cabelinho finos em forma de cuia parecendo um índio se movia lentamente a cada passo que suas vestes grossas e escura deixava eu curioso em saber como era suas formas por debaixo daquele hábito negro, mesmo que ele fosse um futuro padre ou frade não deixava de ser um homem interessante.

Eu sei posso estar pecando por pensar assim, mas ele tinha algo que me fazia querer saber mais dele, um olhar misterioso na qual eu queria desvendar.

Paramos em frente de uma porta em tons bege e uma cruz pendurado, ele abriu a porta com uma chave se virou para mim e eu estava tão perto dele que podia sentir sua respiração, nossos olhares se encontraram por um minuto, olhei para seus lábios rosados e não conseguia parar de encara los, seu rosto ficou corado e ele desviou o olhar ficando sem graça e disse.

-Aqui está sua chave,e...bom err...devo alertá-lo que do outro lado destas paredes fica a clausura e é proibida a entrada de funcionários, só quem pode passar pela porta são os frades é terminantemente proibido ficar vagando pelos corredores do mosteiro depois das 9 da noite ouviu bem.

Desta vez ele encarou meus olhos e eu continuei a ficar calado só ouvindo ele.

-Desculpe pelo mal entendido.

-Não se preocupe, já passou.

Então ele saiu dando a volta e eu fiquei observando ele desaparecer sobre o corredor com passos rápidos.

Na manhã seguinte acordei às cinco da manhã para as laudes (Oração da manhã)mas mal tinha dormido aquela noite só pensando no que aconteceu aquela confusão toda, aquele professor não me saía da cabeça, e só me lembrava daquela situação constrangedora ele em cima de mim, depois eu e ele parados na frente de seu quarto, quase nossos rostos se tocando e eu olhando para seus lábios, que sensação era aquela que senti em meu estômago, minha respiração apurada, eu nunca sentira aquilo, era novo para mim.

Estava na capela com todas os irmãos rezando recitando as laudes mas meus pensamentos estavam nele ,e aquilo me assustava nunca me sentira assim com alguém, só sentia minha respiração mais forte, quando dei por mim as Laudes tinha acabado e todos seguiram para o refeitório , mas o padre antes de eu acompanhá-los ele me chamou de lado e disse.

-Me encontre daqui a 5 minutos no refeitório dos funcionários, vamos tomar café com eles e lhes apresentar o novo professor de Inglês.

E ele saiu e eu fiquei pensativo por que tudo aquilo estava acontecendo, eu já estava todo nervoso por dentro sabendo que ficaria no mesmo lugar que ele.

Edward.

Acordei bem disposto aquela manhã, confesso que meu quarto não era bem do jeito que queria, mas tinha que me acostumar, me levantei para minha sorte havia um banheiro dentro do quarto e tomei um banho rapidamente, como seria meu primeiro dia na sala ,escolhi uma calça social preta, uma camiseta branca esportiva e um terno preto com um sapato social, lavei os cabelos passei um gel e arrumei a franja.

Peguei a chave e meu material e fui em direção a sala de aula ,mas quando chego no corredor principal eu encontro um outro Frade usando os mesmo trajes do noviço Ângelo, ele tinha um olhar curioso e manipulador, parecia sério e frio e tinha uma beleza peculiar, ele ergueu uma das sobrancelhas ao me ver e caminhou em minha direção.

-Você deve ser o novo professor que o padre nos contou.-Ele disse somente padre sem respeito algum, já percebi que esse sujeito era encrenca.

-Sim deixe que me apresente sou Edward Harmand, muito prazer.

Eu ofereci a mão esquerda a ele e ele me mediu de cima a baixo com um olhar frio desinteressado sem pegar minha mão ele continuou.

-Não precisamos dessas formalidades, me chamo irmão Jofrey Sullivan, pode me acompanhar até sua sala de aula.

Quando ele se virou eu achei muito estranho o comportamento dele eu só dei uma risada disfarçada e o segui, mas atrás de mim ouvi uma voz familiar me chamando.

-Senhor Edward onde pensa que vai?

Olhei para trás e era o padre superior com o irmão Ângelo .

-Eu só ia acompanhar aquele outro irmão eu ...

-Irmão Jofrey porque não está com os demais irmãos em nosso refeitório?

-Me desculpe Padre Domingos eu só... queria... averiguar se estava tudo bem.

-Pode voltar ao refeitório deixa que cuido do resto, antes que me esqueça essa é o novo professor de Inglês do 2 ano.

Percebi um clima estranho entre ele o padre e irmão Ângelo, porque o mesmo ficava encarando o irmão mais novo e depois ele olhou para mim e estendeu a mão e me cumprimentou.

-Seja muito bem vindo ao nosso Instituto dos irmãos da sagrada face.

Mal dando tempo de eu cumprimenta-lo o padre deu a palavra.

-Vamos senhor Edward vou apresenta-lo aos demais funcionários.

E seguimos em direção ao refeitório ,do meu lado direito estava o Ângelo calado e nossos olhares se cruzaram ,eu sorri mais ele abaixou a cabeça em seguida.

Ao chegar no refeitório todos os funcionários depositaram seus olhares sobre mim, ficou um silêncio e o padre o irmão Ângelo nos sentamos a uma mesa de centro junto com os outros funcionários.

-Bom dia meus queridos amigos ,quero lhes apresentar o novo professor de Inglês do 2 ano, dêem as boas vindas ao Sr. Edward .

Eu fiquei ali parado olhando para o rosto de cada um ,tentava disfarçar meu incômodo e acenava com a cabeça ,alguns que estavam perto de mim me cumprimentaram com a mão e eu sempre olhava na direção de Ângelo que as vezes pegava seus olhares para mim e ele sempre disfarçava.

Nos sentamos o café-da-manhã ia tranquilo todos se serviam da mesa repleta de pães, sucos, café e leite e bolos variados, mas eu não conseguia evitar de olhar para ele, Ângelo estava na minha frente e algumas vezes por acidente nossas mãos se tocavam quando íamos pegar alguma coisa, sua pele era macia e me fazia querer tocá-las por um longo tempo.

Eu não sei o que estava acontecendo comigo, e eu estava muito encrencado, mal conhecia esse irmão e já me encontrava assim ,eu queria me recusar a estar nutrindo um sentimento por ele e eu sabia que ia sofrer com esse sentimento pois ele é um futuro frade proibido para mim.

Os dias foram passando, a semana o correu tudo bem, quando dei por mim já tinha se passado um mês no instituto eu já estava bem familiarizado com os alunos por incrível que pareça os alunos gostaram de mim, sempre vinham conversar comigo e me dei super bem com os outros professores, o padre sempre conversava comigo e parecia que eu transmitia a ele uma confiança e para mim ele parecia como um pai.

Sempre cuidando quem estava em sua volta, os outros frades era raro eu encontrar, por causa da clausura que nos deixava uma grande barreira de muros e impedia o contato com eles, mais algumas vezes do dia principalmente a tarde eu encontrava alguns caminhando pelo orfanato fazendo suas atividades rotineiras, várias vezes ou melhor 2 vezes na semana quem passava pela porta da minha sala de aula era Irmão Jofrey com uma caderneta fazendo anotações e olhava para minha cara e eu só ria com a atitude dele.

Mais quem eu via todos os dias na sala de recreação com as crianças do primário era o irmão Ângelo, ele brincava com as crianças, ensinava a elas o alfabeto e muitas das vezes eu perdia a concentração da aula olhando para a sala dele, porque nossas portas ficava de frente para a outra, então a gente sempre se olhava, lembro um dia que estava na biblioteca a procura de um livro e aconteceu algo muito perturbador.

Naquela noite de sexta feira eu queria caminhar pelo instituto, eu sabia que era imensamente proibido andar pelos corredores ainda mais a noite, mais olhei no relógio para mim era cedo ainda, só marcava 21 horas eu não queria deitar, eu estava inquieto procurando algo para me distrair, então pensei deve ter uma biblioteca nessa escola então fui até lá escondido, mas ao caminhar pelos corredores avistei uma sala na qual nunca tinha entrado e uma luz fraca vermelha me chamou atenção, uma música instrumental suave invadia aquele lugar.

Me aproximei um tanto curioso olhei na porta e tinha uma placa escrito "Capela aberto 24 horas" eu nunca fui tão religioso, mas aquele lugar me chamou atenção e fui hipnotizado pelas luzes, ao entrar olhei no centro um altar de madeira todo esculpido em gravuras religiosas, no centro da parede um Jesus crucificado olhando para mim, confesso que me arrepiei inteiro e ao olhar para ele, não sabia como me comportar, só fiquei admirado com tamanha beleza e detalhes do senhor crucificado.

Tinha poucos bancos então quando quis me sentar tomei um grande susto, o irmão que estava do meu lado arrumando as flores num canto também se assustou e logo sorriu quando viu que era eu, mais na hora eu não tinha reconhecido o irmão.

_O que faz acordado em nossa capela senhor Edward ?

Era irmão Ângelo, estava totalmente diferente sem aquelas roupas clericais os cabelos um pouco desalinhados ao vento e ele ficou muito sem jeito com a minha presença, tentava esconder os cabelos e o corpo com o pijama cor de azul claro e eu fiquei totalmente surpreso vendo ele vestido naqueles trajes, não parecia mais aquele jovem noviço sério e intocável, era um homem comum de uma beleza misteriosa.

_Me desculpe eu apenas...queria me distrair, tomar um ar...

_ Não tudo bem, não está conseguindo dormir? Quer alguma coisa, um copo de leite um suco-Perguntou ele.

_ Não irmão Ângelo eu estou bem, muito obrigado.

Ele abaixou o olhar ajeitando uma mecha de seu cabelo na orelha, e eu continuei ali parado olhando para ele, seus olhos abriram em minha direção e ele sorriu para mim, devolvi o sorriso e escutei passos vindo em nossa direção, Irmão Ângelo arregalou os olhos e ele ouviu o mesmo que eu , ele pegou na minha mão e me puxou perto de si, quase caímos e eu segurei pela cintura tampando sua boca para não fazer nenhum barulho, estávamos tão próximo um do outro que podia sentir sua respiração, seu olhar ficou parado nos meus e ele tentou se levantar e eu tirei minha mão de sua cintura.

Podia sentir seu corpo estremecer com o meu toque.

Ele abaixou a cabeça e eu queria que nossos olhares se mantivesse em contato, e meus olhos não saiam dos seus lábios e notava que seu rosto ficava corado e eu esboçava um sorriso de canto.

A pessoa que estava chegando se manifestou dizendo.

_Tem alguém aí ?

Olhei rapidamente de canto e era irmão Joffrey parado na porta com uma lanterna.

Imediatamente irmão Ângelo me puxou para o outro lado da parede com todo cuidado e nos abaixamos um ficando de frente para o outro, ele fez um sinal de silêncio, mas o irmão Joffrey parecia ter nos ouvido, então Ângelo me puxou pegando em minha mão e entramos num quarto frio e escuro nos fundos da capela.

_ Vamos aguardar aqui, em alguns minutos ele vai embora.

_Ok.

Tinha se passado uma hora , olhei no relógio e me deparei com a irmão Ângelo deitado sobre meu ombro, nem tínhamos percebido a saída do irmão Joffrey com toda delicadeza o acordei e ele levou um pequeno susto, nossos corpos estavam tão perto e o seu olhar se fixou no meu , nossas respiração se misturava que eu não conseguia parar de olhar para ele como se eu tivesse sendo hipnotizado por ele, meus olhos não saia dos seus lábios eu não sei que estava dando em mim, eu queria beija-lo sentir o gosto de sua boca, mais eu precisava me conter eu não podia fazer aquilo, ele era um irmão eu não podia estragar sua vocação.

Mas o desejo falou mais alto e eu não consegui, me aproximei delicadamente dele e ele também se aproximou e aquilo me surpreendeu então pensei ele também me desejava, nossos lábios se tocaram eu envolvi meu braço em sua nuca e ele se entregou ao beijo me abraçando, pedi passagem para a língua e ele concedeu, os beijos foram ficando mais intensos a medida que a acariciava sentia um homem pronto para ser desejado, mais o beijo foi desmanchando e ele me empurrou olhando assustado para mim cobrindo a boca com a mão.

_Isso foi um erro, meu Deus me perdoe, não devia ter acontecido isso !

E ele se levantou nervoso abriu a porta e saiu correndo da capela e eu não consegui ir atrás dele, me senti muito mal me culpando, não devia ter feito aquilo.

Enquanto estava me lamentando, sai da capela e quem me surpreende sentado na cadeira da capela olhando para minha cara e sorrindo .

O irmão Joffrey dando as palmas para mim e disse.

_ Eu vi o que aconteceu aqui senhor Edward !

Fiquei parado na frente dele, que usava um pijama preto de seda os cabelos loiros, sem nenhum atrativo aparente, eu dei a volta sobre o banco e passei por ele sem dar nenhuma palavra e ele me parou segurando em meu braço.

_ Não contarei nada, se fizer tudo o que eu mandar.

Ele saiu me dando um sorriso maléfico ,eu não entendi nada ,mais me preocupou aquela reação dele, saí da capela fui direto para meu quarto e fiquei pensando na burrada que tinha cometido.