Capítulo 2 Apaixonados "O Encontro no Píer"

-Marcus Vinícius!Marcus...

Flor chamou o filho com insistência, ao perceber que ele estava com a "cabeça nas nuvens".

-Oi.-respondeu ele despertando.

-Leva a Cláudia e o irmão ,para conhecer as belezas naturais de nossa fazenda.-sugeriu Flor sorrindo.

-Tá.-respondeu Marcus Vinícius sem entusiasmo.

Enquanto isso na cozinha,Verônica ajudava a mãe a lavar as louças.Assim que terminou o serviço na cozinha, ela se dirigiu a mãe sentindo-se cansada:

-Posso ir para a casa?

-Sim filha,vai descansar.

Verônica deu um beijo na bochecha da mãe e saiu saltitante.Na porta esbarrou em Marcus Vinícius e caiu no chão:

-Aí!-disse ela sentindo o impacto.

-Descupe-me !Se machucou?-Marcus Vinícius ofereceu a mão, para ela apoiar-se e levantar.

-Não ,estou bem!-respondeu enquanto levantou.

Marcus Vinícius se aproximou e falou ao pé do ouvido:

-Me espera no Píer.

Verônica olhou para ele desconfiada e saiu sem dizer nada.Ela correu até o píer, tirou as sandálias ,sentou e colocou os pés na água.

Algum tempo depois,Marcus Vinícius chegou tirou os seus sapatos e sentou ao seu lado.Eles se encararam,entre sorrisos tímidos:

-A garota loira é a sua paquera?-perguntou Verônica.

-Não

-Vai ser sua namorada?

-Não.

-Ela quer te namorar. -afirmou Verônica.

-Não sei,ela não falou nada.

-Eu sei que quer.

-Como você pode saber?

-Espiei vocês enquanto passeavam pela fazenda,ela não tirou os olhos de cima de você.

-Não percebi.-respondeu ele desviando o olhar.

Verônica revirou os olhos.

-Não precisa se fazer de "bobo".

-Vamos mudar de assunto.O que você faz amanhã?-perguntou ele.

-Pela manhã ,vou à escola.

-Você vai estudar na escola Municipal?

-Sim.É a única que tem por aqui.A tarde ajudo a minha mãe nos afazeres domésticos.Faço as tarefas,tiro um tempo para a leitura.E você?

-Vou para a faculdade.

-Só?

-Sim,eu passo dia todo na Universidade.

-Qual curso você faz?

-Administração.Estou me preparando para ajudar o meu pai ,nos negócios.

-Vocês devem ter muitas propriedades e empresas para cuidar.

-É .-resmungou ele sem entusiasmo.

Marcus chutou a água, tomou coragem e falou.

-Gostei muito de beijar você.

Verônica encolheu os ombros.Marcus Vinícius, continuou.

-Quer ser a minha namorada?

Verônica o encarou surpresa.

-Eu não sei.

-Por quê?

-Sou muito nova.Quero estudar,ter a minha própria vida sem depender de ninguém.

Marcus Vinícius ficou desapontado.

-O que você pretende ser profissionalmente?

-Professora.

-Ótima escolha.Jamais atrapalharei os seus estudos. Posso te ajudar no que precisar.

-E se você sentir ciúmes e querer que eu pare de estudar?

-Isso não vai acontecer.

-Como posso saber, se você cumprirá com a sua palavra?-Verônica estava confusa.

-Terá que confiar em mim.Não precisa dar a resposta agora.Pensa sobre o pedido e me responde no próximo final de semana.

-Tá.

-Promete?-Marcus Vinícius deu um sorriso sorrateiro.

-Prometo.

Os dois levantaram ao mesmo tempo. Verônica calçou as suas sandálias e Marcus Vinícius os seus sapatos.Ele deu alguns passos em direção à Verônica.

-Me beije!-pediu ela.

E o segundo beijo aconteceu.

Na manhã de segunda-feira ,Verônica estava em seu quarto, pronta para o primeiro dia de aula.Josepe a chamou com a sua voz alta e rouca.Verônica caminhou rapidamente até a cozinha,com a sua mochila nas costas:

-O senhor me chamou?

-Como a escola é longe,comprei uma bicicleta para que você possa chegar mais rápido.

O rosto de Verônica se abriu.A bicicleta facilitaria muito as suas idas e vindas.

-Onde está ?-perguntou ela afobada.

-Encostada na parede,do lado de fora.

Ela correu para para o lugar indicado pelo pai e encontrou a sua bicicleta cor de rosa, ficou tão feliz que começou a pular.

-Obrigada ,pai.Muito obrigada!

-Você merece,é muito dedicada aos estudos.

-comentou dona Margarete.

-Verônica, a bicicleta será para ir a escola.Não mude a rota se quiser permanecer com ela.

-recomendou Josepe.

-Eu sei,não irei a outro lugar sem a sua permissão.

-Agora vai mocinha,para não se atrasar. -disse Margarete.

-Tchau mãe,tchau pai!

-Tchau filha.Deus te acompanhe.-disse Margarete abençoando-a.

Verônica pedalou até a escola, levando todos os seus sonhos na mochila.

Ela chegou em frente a Escola Municipal,guardou a sua bicicleta junto com as dos outros alunos.E dirigiu-se a sala da direção.Bateu à porta :

-Entre.-respondeu uma voz feminina.

Ela empurrou a porta lentamente.Encontrou uma mulher loira de cabelos curtos, usava óculos de grau e vestia um terno feminino azul escuro,sentada atrás de uma mesa cheia de papéis e pastas arquivos :

-Aluna nova.-afirmou olhando em na direção da porta,onde Verônica estava parada.

-Sim.Sou a Verônica.

-A menina nova da oitava série.

-Sim senhora.

-Senta-se aqui,vamos conversar.

Verônica entrou, puxou a cadeira e sentou.

-Conferi o seu histórico escolar.Tem excelentes notas,nem uma reprovação e sempre passou direto.Meus parabéns!

-Obrigada.

-Temos ótimas oportunidades para os melhores alunos.Como estágios e cursos.Se quiser se escrever em alguma atividade ,me procure.

Verônica sorriu animada.O sinal tocou e a diretora levantou num salto.

-Vou levar você até a sua sala.-disse ela apontando o caminho.

Verônica a acompanhou até a última sala do corredor.A diretora deu uma leve batida na porta e entrou em seguida.

-Com licença, professora. Essa é a Verônica,a aluna nova.-disse ela,apresentando-a.

Quando Verônica entrou na sala de aula, todos os olhares se voltaram para ela.

-Bem-vinda!Tem uma carteira vazia,atrás da Marina.Acomode-se!-disse a professora indicando o lugar onde ela deveria sentar.

A menina ruiva de olhos verdes claros, levantou o braço e sorriu simpática.

-Aqui.-disse ela .

Verônica abriu um breve sorriso e caminhou até lugar indicado. Sentou ,tirou o seu caderno e o estojo de lápis da mochila.Enquanto a garota sentada à sua frente,virou-se .

-Eu sou a Marina Santa Clara.

-Muito prazer.-respondeu Verônica.

-Espero que você queira ser minha amiga!

Marina encolheu os embros sorrindo.

-É claro que sim.

Na casa da família Smith...Durante o Café da manhã. Júlio César lia as notícias no jornal,enquanto bebericava o seu café. Marcus

Vinícius pensava em Verônica,sentindo saudades de seus lábios e do cheiro das flores do campo, que exalava do seu perfume.Flor pensava na estratégia para juntar o filho,com a herdeira da família Stuarte:

-Marcus Vinícius. O que achas de levar a Cláudia, ao cinema?-sugeriu ela.

-Vou passar o dia todo na faculdade.

-No sábado. Você não tem aula.

-No sábado,o pai pediu a minha ajuda na fazenda, para fazer os pagamentos dos peões.

Júlio César tirou a sua atenção do jornal e levou o seu olhar em direção ao filho percebendo que ele estava inventando desculpas,para não sair com a Cláudia Stuarte.

-No sábado eu preciso do Marcus na fazenda.Não sou bom com os números,preciso de auxílio na administração. -afirmou o pai.

-Fazer o que né. Vamos marcar para a próxima semana.-continuou Flor com insistência.

-Quem sabe.-respondeu Marcus Vinícius, tentando ganhar tempo,para inventar uma nova desculpa.

-Deixa que o Marcus tome a iniciativa.-disse Júlio César. Dando uma piscadela o filho.

-É.Vou ver os filmes em cartaz.-respondeu Marcus um pouco mais aliviado.Percebendo que o pai estava ao seu lado.

Ele levantou subitamente para interromper a conversa.

-Já vai filho?-perguntou Flor desapontada.Por não conseguir promover o encontro.

-Sim ,ta na minha hora.Tchau pra vocês.

-Tchau filho,Boa aula.-disse Júlio César.

-Procure fazer amizade com o Cláudio Stuarte,ele está na mesma universidade. -disse Flor.

Marcus Vinícius revirou os olhos entediado com a insistência da mãe, pegou os livros e saiu.

            
            

COPYRIGHT(©) 2022