/0/2188/coverbig.jpg?v=0709970bfecd1f5fe412002907769292)
-Marcus Vinícius!Marcus...
Flor chamou o filho com insistência, ao perceber que ele estava com a "cabeça nas nuvens".
-Oi.-respondeu ele despertando.
-Leva a Cláudia e o irmão ,para conhecer as belezas naturais de nossa fazenda.-sugeriu Flor sorrindo.
-Tá.-respondeu Marcus Vinícius sem entusiasmo.
Enquanto isso na cozinha,Verônica ajudava a mãe a lavar as louças.Assim que terminou o serviço na cozinha, ela se dirigiu a mãe sentindo-se cansada:
-Posso ir para a casa?
-Sim filha,vai descansar.
Verônica deu um beijo na bochecha da mãe e saiu saltitante.Na porta esbarrou em Marcus Vinícius e caiu no chão:
-Aí!-disse ela sentindo o impacto.
-Descupe-me !Se machucou?-Marcus Vinícius ofereceu a mão, para ela apoiar-se e levantar.
-Não ,estou bem!-respondeu enquanto levantou.
Marcus Vinícius se aproximou e falou ao pé do ouvido:
-Me espera no Píer.
Verônica olhou para ele desconfiada e saiu sem dizer nada.Ela correu até o píer, tirou as sandálias ,sentou e colocou os pés na água.
Algum tempo depois,Marcus Vinícius chegou tirou os seus sapatos e sentou ao seu lado.Eles se encararam,entre sorrisos tímidos:
-A garota loira é a sua paquera?-perguntou Verônica.
-Não
-Vai ser sua namorada?
-Não.
-Ela quer te namorar. -afirmou Verônica.
-Não sei,ela não falou nada.
-Eu sei que quer.
-Como você pode saber?
-Espiei vocês enquanto passeavam pela fazenda,ela não tirou os olhos de cima de você.
-Não percebi.-respondeu ele desviando o olhar.
Verônica revirou os olhos.
-Não precisa se fazer de "bobo".
-Vamos mudar de assunto.O que você faz amanhã?-perguntou ele.
-Pela manhã ,vou à escola.
-Você vai estudar na escola Municipal?
-Sim.É a única que tem por aqui.A tarde ajudo a minha mãe nos afazeres domésticos.Faço as tarefas,tiro um tempo para a leitura.E você?
-Vou para a faculdade.
-Só?
-Sim,eu passo dia todo na Universidade.
-Qual curso você faz?
-Administração.Estou me preparando para ajudar o meu pai ,nos negócios.
-Vocês devem ter muitas propriedades e empresas para cuidar.
-É .-resmungou ele sem entusiasmo.
Marcus chutou a água, tomou coragem e falou.
-Gostei muito de beijar você.
Verônica encolheu os ombros.Marcus Vinícius, continuou.
-Quer ser a minha namorada?
Verônica o encarou surpresa.
-Eu não sei.
-Por quê?
-Sou muito nova.Quero estudar,ter a minha própria vida sem depender de ninguém.
Marcus Vinícius ficou desapontado.
-O que você pretende ser profissionalmente?
-Professora.
-Ótima escolha.Jamais atrapalharei os seus estudos. Posso te ajudar no que precisar.
-E se você sentir ciúmes e querer que eu pare de estudar?
-Isso não vai acontecer.
-Como posso saber, se você cumprirá com a sua palavra?-Verônica estava confusa.
-Terá que confiar em mim.Não precisa dar a resposta agora.Pensa sobre o pedido e me responde no próximo final de semana.
-Tá.
-Promete?-Marcus Vinícius deu um sorriso sorrateiro.
-Prometo.
Os dois levantaram ao mesmo tempo. Verônica calçou as suas sandálias e Marcus Vinícius os seus sapatos.Ele deu alguns passos em direção à Verônica.
-Me beije!-pediu ela.
E o segundo beijo aconteceu.
Na manhã de segunda-feira ,Verônica estava em seu quarto, pronta para o primeiro dia de aula.Josepe a chamou com a sua voz alta e rouca.Verônica caminhou rapidamente até a cozinha,com a sua mochila nas costas:
-O senhor me chamou?
-Como a escola é longe,comprei uma bicicleta para que você possa chegar mais rápido.
O rosto de Verônica se abriu.A bicicleta facilitaria muito as suas idas e vindas.
-Onde está ?-perguntou ela afobada.
-Encostada na parede,do lado de fora.
Ela correu para para o lugar indicado pelo pai e encontrou a sua bicicleta cor de rosa, ficou tão feliz que começou a pular.
-Obrigada ,pai.Muito obrigada!
-Você merece,é muito dedicada aos estudos.
-comentou dona Margarete.
-Verônica, a bicicleta será para ir a escola.Não mude a rota se quiser permanecer com ela.
-recomendou Josepe.
-Eu sei,não irei a outro lugar sem a sua permissão.
-Agora vai mocinha,para não se atrasar. -disse Margarete.
-Tchau mãe,tchau pai!
-Tchau filha.Deus te acompanhe.-disse Margarete abençoando-a.
Verônica pedalou até a escola, levando todos os seus sonhos na mochila.
Ela chegou em frente a Escola Municipal,guardou a sua bicicleta junto com as dos outros alunos.E dirigiu-se a sala da direção.Bateu à porta :
-Entre.-respondeu uma voz feminina.
Ela empurrou a porta lentamente.Encontrou uma mulher loira de cabelos curtos, usava óculos de grau e vestia um terno feminino azul escuro,sentada atrás de uma mesa cheia de papéis e pastas arquivos :
-Aluna nova.-afirmou olhando em na direção da porta,onde Verônica estava parada.
-Sim.Sou a Verônica.
-A menina nova da oitava série.
-Sim senhora.
-Senta-se aqui,vamos conversar.
Verônica entrou, puxou a cadeira e sentou.
-Conferi o seu histórico escolar.Tem excelentes notas,nem uma reprovação e sempre passou direto.Meus parabéns!
-Obrigada.
-Temos ótimas oportunidades para os melhores alunos.Como estágios e cursos.Se quiser se escrever em alguma atividade ,me procure.
Verônica sorriu animada.O sinal tocou e a diretora levantou num salto.
-Vou levar você até a sua sala.-disse ela apontando o caminho.
Verônica a acompanhou até a última sala do corredor.A diretora deu uma leve batida na porta e entrou em seguida.
-Com licença, professora. Essa é a Verônica,a aluna nova.-disse ela,apresentando-a.
Quando Verônica entrou na sala de aula, todos os olhares se voltaram para ela.
-Bem-vinda!Tem uma carteira vazia,atrás da Marina.Acomode-se!-disse a professora indicando o lugar onde ela deveria sentar.
A menina ruiva de olhos verdes claros, levantou o braço e sorriu simpática.
-Aqui.-disse ela .
Verônica abriu um breve sorriso e caminhou até lugar indicado. Sentou ,tirou o seu caderno e o estojo de lápis da mochila.Enquanto a garota sentada à sua frente,virou-se .
-Eu sou a Marina Santa Clara.
-Muito prazer.-respondeu Verônica.
-Espero que você queira ser minha amiga!
Marina encolheu os embros sorrindo.
-É claro que sim.
Na casa da família Smith...Durante o Café da manhã. Júlio César lia as notícias no jornal,enquanto bebericava o seu café. Marcus
Vinícius pensava em Verônica,sentindo saudades de seus lábios e do cheiro das flores do campo, que exalava do seu perfume.Flor pensava na estratégia para juntar o filho,com a herdeira da família Stuarte:
-Marcus Vinícius. O que achas de levar a Cláudia, ao cinema?-sugeriu ela.
-Vou passar o dia todo na faculdade.
-No sábado. Você não tem aula.
-No sábado,o pai pediu a minha ajuda na fazenda, para fazer os pagamentos dos peões.
Júlio César tirou a sua atenção do jornal e levou o seu olhar em direção ao filho percebendo que ele estava inventando desculpas,para não sair com a Cláudia Stuarte.
-No sábado eu preciso do Marcus na fazenda.Não sou bom com os números,preciso de auxílio na administração. -afirmou o pai.
-Fazer o que né. Vamos marcar para a próxima semana.-continuou Flor com insistência.
-Quem sabe.-respondeu Marcus Vinícius, tentando ganhar tempo,para inventar uma nova desculpa.
-Deixa que o Marcus tome a iniciativa.-disse Júlio César. Dando uma piscadela o filho.
-É.Vou ver os filmes em cartaz.-respondeu Marcus um pouco mais aliviado.Percebendo que o pai estava ao seu lado.
Ele levantou subitamente para interromper a conversa.
-Já vai filho?-perguntou Flor desapontada.Por não conseguir promover o encontro.
-Sim ,ta na minha hora.Tchau pra vocês.
-Tchau filho,Boa aula.-disse Júlio César.
-Procure fazer amizade com o Cláudio Stuarte,ele está na mesma universidade. -disse Flor.
Marcus Vinícius revirou os olhos entediado com a insistência da mãe, pegou os livros e saiu.