Capítulo 8 Problemas à vista

Brody

Ava passou a mão pela minha barriga e sorriu, então sentou-se na beirada da cama e mostrou-me as costas nuas.

O câmera man se aproximou, e ela ergueu-se enquanto eu acariciava o meu pau gozado.

Havíamos acabado de gravar uma cena, e lá estava Grace, nos olhando do outro lado do estúdio. Kevin jogou uma toalha para mim.

- Limpe-se. - Ordenou. Eu acenei com a cabeça e o diretor fez menção de que as gravações tinham sido perfeitas. Ava virou para mim, os bicos arrebitados dos seios me diziam olá.

- Grace me disse que quer quebrar o contrato? Pode me dizer o que está acontecendo? - Ela cruzou os braços à frente do peito e eu franzi o cenho, sentando-me na cama. Limpei minhas coxas e barriga. Joguei a toalha para Ava, e Kevin trouxe nossos roupões. - Brody, você sabe...Se for embora, não demorará muito para que Grace me destrua. Só estou aqui por sua causa.

Era verdade, eu sabia que sim. Ava, há dois anos, não passava de uma mulher comum. Eu trabalhava numa empresa e passava todos os dias pelo departamento de marketing e a via. Ela era linda. Simplesmente maravilhosa. Grace estava procurando uma mulher como ela, e eu não perdi muito tempo; a chamei, e Ava topou.

- Trixie e Matty precisam de mim - eu disse.

- 15 minutos - Kevin disse, passando por nós. Ava cobriu seu lindo corpo com o roupão e assentiu. - Temos que nos apressar.

Havia uma expressão de tristeza na cara de Ava. Aquilo me incomodava. Será que ela me culpava por estar aqui? Será que eu merecia mesmo ser culpado? Ela topou por conta própria, certo?

Oh, Deus...

Cobri o rosto com as mãos e suspirei.

- Desculpa. Não é essa a resposta que merece. - Ela ergueu os olhos e se aproximou. Ava sentou-se ao meu lado e pousou a mão no meu ombro. - Eu só... só tenho pensado nos meus filhos desde que Jenna morreu. Eu nunca notei quanto eles precisam de mim. Pensei que estar presente não fosse tão importante quanto dar tudo o que queriam. - Eu olhei para ela.

- Oh, Brody - ela disse. Minhas sobrancelhas se franzem e eu respirei fundo. - Tudo isso está o enlouquecendo. Deveria pensar menos. Quem sabe, arranja uma outra solução.

Chelsea era a solução.

Ou assim eu imaginava que fosse.

Ela começara a uma semana, e todos os dias, estava lá. Danna havia me dito que ela se atrasava, e eu odiava o fato de não ser mais rígido com ela. Tinha especificado que odiava atrasos, mas não conseguia odiar isso naquela menina doce. Trixie estava feliz, Matty também. Com a constante presença de Chelsea, eles sabiam o que era atenção novamente. Ela era divina, no entanto, eu receava que não ficasse por muito tempo. Eu havia mentido; há uma semana, disse que a última babá tinha saído por conta de Trixie, mas não foi bem assim. Ela saiu por minha culpa. Ela descobriu no que trabalho e disse que não poderia ficar ali, mesmo amando os meus filhos. A ideia de perder Chelsea por isso era desconfortante como uma corda presa ao pescoço. Mas também havia a questão de que mais odiava. Ela era a porra de uma mulher. Na noite passada, quando cheguei, depois de dar um beijo em Trixie e Matty, a flagrei praticamente nua descendo as escadas. Usava uma camisola tão fina, que eu conseguia ver o contorno dos mamilos bicando o tecido. Ela era naturalmente gostosa; nada como as outras mulheres. Parecia jovem demais, mas ao mesmo tempo, madura o suficiente. Tão delicada quanto uma flor, e tão quente quanto brasa.

Ava se afastou e eu peguei o meu roupão. Cobri metade do corpo. Meu pênis ainda estava meio duro, o que era comum, visto que o maldito guloso tinha mente própria. Eu me dirigi na direção do meu camarin.

- Podemos conversar? - Surpreendeu-me Grace, aparecendo detrás de algumas caixas. - Creio que Ava já tenha lhe dito o que acha sobre isso.

- Ao contrário de outras pessoas, não. A Ava se preocupa comigo.

Era estranho dizer isso, mas sim, ela se preocupava comigo.

Eu peguei uma garrafa d'água de cima da mesa longa. Grace parou ao meu lado.

- Posso colocá-lo em algo novo se é isso o que quer. Veja só, atores como você não perderiam essa chance, e se quer saber, estou sendo bem generosa. Eu gosto de você, Brody. Gosto do seu trabalho e gosto de nos darmos bem. - Eu abri a tampa da garrafa e a encarei. - Você poderá ganhar mais. Se desistir agora, a multa de rescisão irá destruí-lo!

Oh, Céus... ela nunca desistia.

Grace era conhecida por ser a loba de Manhattan. Onde via talento e potencial, transformava em conquista e números; ela não perdia tempo. E eu não a culpava por isso, principalmente porque essa decisão de quebrar o contrato no meio da temporada iria acabar com sua imagem e com tudo o que girava ao entorno de si.

- Eu posso lhe dar tudo, Brody. - Ela disse. - Tudo o que quiser. - Apoiei-me na mesa e baixei a cabeça. - Pense. Você quer mesmo acabar com tudo isso? Quer mesmo acabar com Ava? Com todo o trabalho que tem tido? É loucura!

- Eu contratei uma babá. - Eu disse, minha voz baixa.

- O que disse?

- Eu contratei uma babá. - Olhei para ela. Grace pousou as mãos nos quadris. - O nome dela é Chelsea. - Ela assentiu, como se não tivesse nada para dizer. - Ela pode cuidar das crianças por um tempo, enquanto eu continuo com os vídeos. Por três meses. Nada mais, nada menos. Três meses.

- Quatro meses. - Disse ela.

Eu semicerrei os olhos.

- Três meses. - Ela concordou.

Eu estendi a mão.

- E não vai tirar a Ava. - Ela ergueu uma sobrancelha. Apertei sua mão. - Prometa.

- Eu não vou tirar a Ava. - Ela disse.

Sorri.

Dez minutos depois, eu estava no camarim. O celular estava tocando e eu o atendi. Era Danna:

- Oi, Danna.

- A srta. Hennessey ainda não foi buscar Beatrice. - Minhas sobrancelhas se enrugaram.

- Como não foi? Onde ela está?

Eu jogava uma bolinha de um lado para outro.

- A srta. Hennessey saiu às duas da tarde e ainda não voltou. Ela disse que tinha algo importante a resolver, mas então, não apareceu. Matty está chorando e Beatrice continua na escola.

- Está bem. Vou buscá-la.

Algo me incendiou.

Como Chelsea pôde fazer isso? Ela não tinha noção do quanto aquilo era imprudente?

Ela ia ver só.