Vou te Destruir*
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Vou te Destruir*

AutoraKatleya
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Capítulo 1 Prólogo

"Haja ou não deuses, deles somos servos."

Fernando Pessoa

Você conhece a sensação de estar se afogando?

Quando eu tinha oito anos cai na piscina, foi um segundo só, eu estava na beirada brincando com minha boneca quando ela caiu na água e eu logo estiquei meus bracinhos tentando alcançá-la, minha mãe estava perto, porém não viu, se distraiu por um instante com Sebastian meu padrinho. Eu alcancei a boneca, mas, fui engolida pela massa líquida. Por mais que eu tentasse subir, a água parecia pesada demais e pequena como eu era, não consegui alcançar o chão. Ainda me lembro da sensação do líquido começando a entrar em meus pulmões enquanto lutava para o ar entrar, mas senti a inundação bater nas paredes pulmonares destruindo as células do meu sangue, causando uma queimação por causa da asfixia. Quando fui resgatada estava quase inconsciente, meio morta, meio viva, ainda assim, ouvi as vozes da mamãe e do dindo me chamando longe, enquanto tentavam me trazer de volta. Meus pensamentos pareciam estar embaralhados, porém só mais tarde eu entendi que a dor fez aquilo, eu não tinha forças nem para pedir socorro porque o meu cérebro recebia tão pouca oxigenação que me deixou desorientada por causa do gás carbônico não eliminado.

Esse mesmo impacto é o que estou sentindo agora.

Eu nunca imaginei que me apaixonaria, sempre achei que esse tipo de sentimento não era para mim, até conhecer Benjamin. Foi quando eu entendi que eu tinha mesmo medo de amar. Medo de estar exatamente onde estou agora, devastada, me sentindo sufocada, incapaz e totalmente vulnerável como se não tivesse ar suficiente para encher meus pulmões. Eu já tinha ouvido falar de um tipo de amor assim, que poderia acabar com você, te colocar de joelhos no chão, te destruir. Mas, também havia conhecido outro tipo, duradouro, alucinante, desses que te transforma, te faz querer melhorar e dura para sempre. Um sentimento capaz de te preencher infinitamente, te faz voar ou alguma merda dessas. Eu provei os dois lados, mas me pergunto por que não segui meus instintos e fiquei sozinha, no controle dos meus sentimentos como estava acostumada? Eu poderia não ter escolhido nenhum, nem outro. Nenhum dos dois. Deveria ter me afastado dele enquanto era tempo.

Agora é tarde demais.

- Por que Benjamim? Você prometeu... você disse que cuidaria de mim, jurou que nunca me deixaria...jurou para mim que o meu coração nunca seria despedaçado, você me disse que eu não precisava ter medo de entregar ele para você - dei uma risada de escárnio - você me prometeu que cuidaria dele. Então, só me diz por quê? - Lágrimas brotaram nos meus olhos enquanto me afastei jogando todos os vasos com flores no chão. Meu choro foi desesperado enquanto eu só queria que o mundo parasse de girar, não conseguia controlar os tremores do meu corpo foi como se estivesse convulsionando - Por quê? - gritei - Seu... seu desgraçado, eu te odeio, você acabou comigo... era essa a sua intenção? - cuspi as palavras entre os soluços do meu choro, gaguejando, sem poder me conter - Eu... eu... seu... Não Bem, p-por favor, você não pode me deixar aqui...não pode me deixar assim, por favor...não me deixa aqui sem você, por favor, meu amor - andei atordoada de um lado para o outro passando as mãos pelos cabelos totalmente descontrolada, jogando tudo no chão e por todos os lugares, queria expressar o que eu sentia de qualquer forma, eu só queria que aquilo parasse. Meu apartamento estava todo destruído, assim como meu coração estilhaçado em milhões de pedaços, minha respiração tão descompensada e meus batimentos cardíacos tão altos que poderiam facilmente serem ouvidos ao longe, eu estava totalmente desequilibrada, exasperada, minha cabeça entrando em parafuso. Eu não tinha ideia que um coração pudesse aguentar tanta dor, chego a pensar que se ele tivesse sido arrancado do meu peito doeria menos. E eu estava certa, acho que meu coração não suportou e meu corpo se desligou caindo lentamente, no segundo seguinte tudo se apagou.

Benjamin.

Eu acordei com uma sensação de que algo estava errado. Tentei abrir os olhos, mas minhas pálpebras estavam pesadas, não conseguia entender onde estava ou o que estava acontecendo, me esforcei tentando levantar a cabeça, mas, outra vez tudo voltou a ser nada. Ouvi algumas vozes ao longe e tentei abrir meus olhos, como um borrão eu vi a sombra de Vic e meu pai, ele parado perto da janela olhando para o horizonte e Victoria na poltrona próxima da cama em que eu estava - On-Onde estou? O que...tá acontecendo?

- Vou avisar a enfermeira que ela acordou - Vic levantou-se apressada saindo do quarto

Dois anos antes...

            
            

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