- Como? Você não quis me ensinar!!!!
Richard se cala e Julia continua.
- Se não fosse pela Jade eu ainda estaria sendo uma criancinha fraca.
- Você só tem 10 anos!
- E daí? Daqui a pouco já faço 11.
Nessa discussão dos dois um infectado aparece, Julia o percebe e diz.
- Como disse: não sou mais uma criancinha.
A garota aponta a arma para o infectado e Richard grita.
- NÃO!!!
Julia dá um tiro bem na cabeça do infectado.
- Viu? Consigo matar esses putos agora.
Mais dois aparecem e Julia faz o mesmo e Richard diz.
- Julia. Pare com isso vai atrair mais.
- Então admita pai, que agora sou forte!
De repente, com o barulho dos disparos, mais infectados aparecem, Julia desobedecendo a ordem de seu pai, continua atirando e atraindo cada vez mais, Richard vai até Julia, matando os que estavam no caminho, pega no braço da garota e a arrasta para o carro, os infectados estavam cercando o carro, mas felizmente Richard o liga e eles saem o mais rápido dali.
- Disparos atraem mais, você só usa a arma em último caso.
Julia fica calada por ter quase matado ela mesma e seu pai.
- Olha filha, eu entendo que você aprendeu a atirar e eu admiro isso, mas não é só ter uma arma e sair por aí atirando que você vai conseguir sobreviver.
Julia continua calada.
- Eu sei que você está assim por que acha que eu te culpo pela morte do seu avô, mas eu... nunca te culpei, quero que isso fique bem claro ok?
Julia olha para ele e diz.
- Desculpe pai, eu só...não queria ser uma inútil de novo.
- Você não é, acho que sou eu o errado da história, não queria estragar sua infância com armas e mortes, mas vi que nos dias de hoje isso é impossível, fico feliz pela Jade ter te ajudado.
- Eu gosto dela. E eu também não te...
Nesse momento, quando Richard ia fazer uma curva, ele pisa no freio para reduzir a velocidade, mas o mesmo não funciona.
- O que aconteceu? -Perguntou Julia.
- O freio, segura filha!
Logo a frente havia uma horda de infectados, não conseguindo reduzir a velocidade para dar ré, ele acelerará atropelando e batendo nos infectados, até que o pneu passa em cima de uma cabeça, fazendo Richard perder o controle do carro e assim capotando bem no meio da horda e os mesmos começam a cercar o carro.
•••
Na Comunidade estavam reunidos, Cobra, Lice, Carol e Marcos.
- Onde ela está Cobra? -Pergunta Carol brava.
- Calma Carol, ela disse que estava se arrumando. - Disse Cobra.
Marcos ficava quieto só fumando seu cigarro e Carol indignada fala com os braços cruzados.
- Se arrumando pra treinar tiro? Essa é boa.
- Ei irmã -disse Lice- pega leve.
- Pegar leve? -Disse Carol dando risadas- por que você não pega leve com o Richard? Da pra ouvir do outro quarto.
Cobra surpreso diz.
- Uau! Olha as revelações, você e o Richard estão transando?
Marcos até parou de fumar e falou.
- Bota revelação nisso.
Lice completamente envergonhada disse:
- O que isso tem haver irmã?
Carol dando risadas fala
- Nada, só queria explanar mesmo.
- Relaxa Lice, -disse Cobra- todos sabemos da quedinha que vocês já tinham, só se confirmou.
Lice fica envergonhada e Carol fala.
- Então Cobra, vai lá e dá uma acelerada nela.
- Eu já disse que ela está vindo, não preciso falar duas vezes com uma pessoa.
- Ei Cobra, cheguei!
Todos olham, é Maria vestida como uma boneca, um vestido vermelho com bolinhas e bordados brancos
- Cheguei atrasada?
Carol ao ver aquilo cai na gargalhada e Cobra diz.
- Ma! Vamos treinar e não ir pra uma festa.
Marcos balança a cabeça e sai andando.
- Ei grandão, -disse Cobra- aonde você vai?
- Eu já sei o que fazer, vocês mais jovens que tem que treinar então vou deixá-los, se quiser conversar depois Cobra, venha até a minha casa.
- Tá bom grandão, depois eu apareço.
Após Marcos ir, Carol pergunta.
- Do que ele está falando Cobra?
-Bom, quando eu cheguei aqui, de todos vocês o único era o Marcos, foi ele quem me apelidou de Cobra, quase toda noite nos encontramos e tomamos umas cervejas, pra relembrar a época que era só nós na Comunidade, até Mike começar a achar vocês.
- Que casal lindo vocês. -Disse Carol com tom sarcástico.
- Engraçadona você.
Lice intervém.
- Vamos treinar ou não?
Maria ficava calada.
- Vamos, -disse Cobra- Maria você é a menos inexperiente de nós, vamos começar contigo.
Toda envergonhada Maria fala.
- Ok.
Cobra coloca umas garrafas para ela trinar a mira.
- Pega -deu uma arma à Maria- agora acerta as garrafas daqui.
Lice e Carol estavam só olhando.
- Olha Cobra, eu nunca atirei antes.
- Está de boa Ma, pra tudo tem a primeira vez, deixa que eu te ajudo.
- Ok. -Maria disse apontando a arma.
Cobra coloca suas mãos nas de Maria e disse:
- Você está com os braços muito esticados, tenta dobrar um pouco assim.
Ela mira e atira, errando o alvo e se assustando com o barulho dá um passo para trás encostando no peito de Cobra, o mesmo põe a mão em seus braços e fala.
- Opa -Disse Cobra com um sorriso- calma, o segredo e não se assustar com o barulho.
Carol que só observava fecha o punho com raiva e Lice ao notar seu olhar fixo na cena pergunta.
- Você está bem irmã?
Carol permanece em silencio, mas parecendo um vulcão que iria entrar em erupção.
- Beleza Cobra, vou tentar não me assustar. -Risos.
Ela aponta a arma de novo e Cobra percebendo que ela estava um pouco de lado, coloca as mãos em sua cintura e disse:
- Vem um pouco mais pra cá, você se alinha mais com o alvo.
Maria o fez e disse concentrada nas garrafas.
- Ok.
Carol com olhar de ódio e respirando fundo, Lice sem entender o motivo do estresse fala.
- Irmã?
E Cobra fala.
- Agora tenta acertar Ma!
Quando Maria ia apertar o gatilho, alguém atira em todas as garrafas, Cobra e Maria se assustam e quando Cobra olha para o lado, vê Carol de pé com a arma nas mãos.
- Carol por que fez isso!!! -Disse Cobra.
Ela guarda a arma e sai andando dizendo com raiva.
- O treinamento acabou! Não vou ficar aqui vendo essa palhaçada.
Lice se levanta e fala.
- Vou acalma-la Cobra.
- Ok.
Maria se vira para Cobra e diz.
- A-Acho que a culpa foi minha, ela parece não gostar muito de mim.
Cobra bota a mão em seu ombro, abre um pequeno sorriso e diz.
- Ei, não se culpe pela neura da Carol, ela vai melhorar, a culpa não é sua.
- Se você diz.
- Bom, sem perda de tempo, vamos voltar ao treino?
Maria abre um sorriso.
- Vamos!
•••
Lice corria atrás de Carol que parecia um touro bravo e bufando.
- Ei irmã Espera!!
Carol não parava de andar e Lice a segura pelo braço dizendo.
- Ei pode parar!
Carol se solta e diz.
- Me larga!
- Por que você fez aquilo e saiu desse jeito irmã?
- Você não viu Lice? -Ela bufava de raiva- ele pegou na cintura e ela nem reclamou, ou seja, ela estava gostando! Ai que ódio!
- Esperai irmã, isso tudo é... ciúmes?
Carol ficou vermelha como um tomate e disse:
- E-Eu... claro que não! Só não gosto de ver baixaria na hora do treino.
Lice cruza os braços e diz.
- Então se eles fizerem baixaria, como você diz, em outro lugar ta de boa?
Carol dá um grito.
- NÃO! Quer dizer...sim, por que está me perguntando isso?
Lice das risadas, abraça Carol e diz.
- Que bonitinha, você com ciúmes, essa eu pensei que morreria e não veria.
Com a cara emburrada Carol fala.
- Cala boca Lice.
- Vai, fala pra tua irmã de outra barriga o que está rolando? Não tem ninguém aqui só nós e não sairá disso.
- Roubando minhas frases maninha? -Risos.
- Não mude de assunto Carol.
Carol hesita em falar, mas...
- Ah ta bom, você ganhou, não vai me deixar em paz se eu não falar né?
- Não!
Ambas sorriem abraçadas e Carol diz.
- Eu... acho que... gosto... bem pouquinho do C-Cobra.
Lice solta um grito de felicidade.
- Viu irmã? Não foi difícil, e até que vocês combinam.
Carol com cara de nojo fala.
- Mas tem a pedra no sapato chamada Maria.
- Ela só quer aprender a sobreviver, não acho que ela leve por esse lado.
- Mas e o Cobra? Você acha que ele gosta dela?
- Olha irmã, acho q não, por que você não fala com ele? Você é toda extrovertida, certeza que já pegou e chegou em vários caras na vida.
- Eu só chegava neles em festas com bebidas e aqui não temos mais isso, droga de fim de mundo.
- Já entendi tudo, vem comigo q vou te ensinar a seduzir o Cobra.
Lice começa a puxa-la pelo braço e Carol pergunta.
- O que você vai fazer?
- Só me segue mana.
Sem ter muitas escolhas Carol vai.
•••
Um tiro finalmente acerta a garrafa.
- Aaaaah! Consegui, consegui!!!
- Boa Ma, estamos aqui a umas três horas e você acertou sua primeira, mas antes tarde do que nunca.
- Eu sei que você está orgulhoso, logo no primeiro dia, achei que demoraria uma semana pra acertar uma.
- Ei, não fique tão feliz assim, ainda tem que acertar as outras.
Ela abre um sorriso e diz confiante.
- Pode deixar Cobra.
As horas se passam e Maria erra alguns e acerta outros, claramente evoluindo rápido, até que Cobra fala.
- Parabéns, parece que você pegou o jeito rápido, bom!
- Obrigada! Você... quer que eu recarregue o pente?
- É difícil Ma, você ainda está aprendendo.
Maria pega o pente e começa a carregá-lo com facilidade, Cobra surpreso diz.
- Esperai, como você tem tanta facilidade pra fazer isso?
Ela solta um sorrisinho e diz.
- Eu ficava carregando e descarregando a arma de meu pai, sempre quis aprende a atirar, mas ele falava que era coisa pra homem, então esse era o máximo que eu podia fazer, sem ele ver claro.
Cobra ainda surpreso, mas com um sorriso diz.
- Incrível! Bom, agora o combate corpo a corpo, por isso estranhei esse vestido, como você vai lutar de vestido?
- Cobra meu amigo, eu sou uma caixinha de surpresas.
Maria começa a desabotoar e desamarrar o vestido.
- O que você vai fazer? -Pergunta Cobra com os olhos arregalados.
Quando ela retira o vestido, mostra que por de baixo estava vestindo uma roupa normal, com calça, camisa e sapato.
-Viu Cobra? Caixinha de surpresas!
- Gostei!
Cobra dá um facão pra ela e ele pega outro.
- Vamos ver como está sua luta, mas lembre-se, é só um treino ok?
- Ok.
Ambos ficam em posição de luta e Cobra diz.
- Tenta desviar ou bloquear meus ataques.
Cobra avança atacando e Maria um pouco assustada, mas concentrada, vai andando para trás desviando dos ataques.
- Seus reflexos são bons, mas uma hora vai ter que bloquear.
Ele finge dar um golpe, mas rapidamente muda para outro forçando Maria a bloquear com o facão, ela o faz mas desequilibra, a chance que Cobra precisava pra atacar de novo, se recompondo rapidamente ela bloqueia o ataque e começa a avançar desferindo alguns golpes, Cobra desvia deles, Maria tenta mais um golpe, mas Cobra desvia imobilizando sua mão direita, a qual estava o facão e aponta seu facão em direção ao pescoço da moça, ficando com seu rosto bem perto do dela e dizendo com um pequeno sorriso.
- Viu? E se eu quisesse te matar agora?
A moça surpresa também abre um sorriso e diz bem perto do rosto dele olhando em seus olhos âmbar.
- E se eu quisesse te beijar agora?
Cobra surpreso diz.
- O que?
Com a mão esquerda que estava livre, ela pega a faca de Cobra que estava em sua perna e a coloca no pescoço dele dizendo.
- Nunca se distraia com o inimigo.
Eles se soltam e Cobra diz pegando sua faca de volta.
- Essa foi esperta, tenho que admitir, boa jogada meus parabéns.
- Obrigada professor, e você também está aprendendo. -Risos.
- É, um pouco. Aprendeu com quem essa?
- Pensei nela agora -risos- foi útil.
- Realmente uma caixinha de surpresas, curti.
Maria suspira e fala.
- Estou cansada.
- Também cansei, vamos dar uma pausa e comer algo.
- Beleza, você sabe onde Richard foi?
Cobra pega algumas coisas pra comer em sua mochila e ao sentarem na grama ele diz.
- Foi buscar alguns suprimentos e ver se descobre algo sobre os fanáticos, ele está realmente empenhando em achá-los.
- É que eu também não achei a Julia.
- Já falou com a Jade?
-Ainda não. -Disse Maria preocupada.
- Então Ma, relaxa, elas devem estar treinando, vamos focar no nosso também ok? Agora coma.
- Ok.
Ela o obedece e após se alimentarem, voltam ao treino.
•••
Com o carro capotado de lado e os infectados o cercando, não tinha muito o que Richard fazer.
- Julia você tá bem?
Quando ele olha para o banco ao lado vê Julia com a cabeça sangrando e desacordada.
- Não!
Richard fica desesperado, os vidros do carro tinham se quebrado e os infectados tentavam alcança-lo colocando seus braços e cabeças, eles já estavam em cima do carro, Richard não via outra opção a não ser atirar, começou a atirar em todos que estavam em cima do carto para liberar espaço até que enfim conseguiu sair, os que tentavam subir Richard matava, rapidamente pegou Julia no colo, pulou de cima do carro capotado e começou a correr, chutando e empurrando os infectados que estavam na frente, eram muitos e Richard estava meio tonto e mais devagar já que estava segurando Julia, os infectados se aproximavam cada vez mais, Richard conseguiu chegar naquela região de casas, entrou em uma delas para tentar despistar os infectados, mas eles o seguiram, subindo as escadas rapidamente com os infectados na sua cola, ele entra num quarto, coloca Julia numa cama e fecha a porta, os infectados começam a bater na porta para derruba-la, Richard começa a colocar os móveis que haviam no quarto em frente a porta para ganhar mais tempo, cômodas, armário e até uns brinquedos, tudo que ele via colocava para bloquear a porta e os infectados não paravam de bater na mesma, conseguido mais um tempo, Richard vai até Julia, amarra em sua cabeça um pedaço de roupa, tentando ver uma maneira de sair dali ele olha a janela, mas é muito alto para pular, sem saída dessa vez, não tinha como levar Julia pela Janela e mesmo se pulasse ele quebraria as pernas, a porta não ia aguentar muito, Richard vendo a situação e sua filha, segura o 38 com a mão direita e passa a mão esquerda em sua barba e cabelos, vai até a janela e olha fixamente para o céu e fala com lágrimas nos olhos.
- Me ajuda, eu sei o que fiz com aquela família, mas minha filha não merece pagar pelo meu erro. Me perdoa!
Richard já ia desviar o olhar para a porta quando de repente avista pela Janela, no meio da rua, uma pessoa toda de preto, com capa e capuz pretos, não dava pra ver seus rosto ou a cor de sua pele, estava bem coberto, mas um sinal que ele fez chamou a atenção, ele fez sinal de silêncio com o dedo em frente ao rosto coberto, puxou uma pistola, a apontou para cima e começou a atirar, os infectados que estavam quase entrando foram atraídos para fora, Richard viu pelos buracos na porta que todos estavam indo para a rua e ao olhar novamente para a pessoa de preto, ela havia sumido como se nunca estivesse ali, Richard respira aliviado e Julia se mexe, ele chega perto dela e fala passando a mão e sua cabeça.
- Filha!
Ela abre os olhos um pouquinho, Richard abre um sorriso, a abraça e fala.
- Obrigado Deus!
- O que aconteceu e onde estamos pai?
- Está tudo bem agora docinho, estamos seguros.
- Que bom, pai...
- Sim Ju.
A menina o abraça muito forte e diz.
- Me desculpa! Eu ainda tenho muito que aprender, não deveria ter atirado mais do que o necessário, você me perdoa?
- Ah filha, quem precisa de perdão sou eu, você está aprendendo ainda, nao se culpe por nada, ouviu?
- E o vovô?
- Seu avô morreu pra te proteger, a culpa não é de ninguém, ele te amava tanto que resolveu dar a própria vida pela sua, me entendeu?
- Sim.
Richard e Julia se abraçaram novamente, ele passa a mão no ferimento na cabeça dela e diz.
- E como tá isso aqui?
- Não está doendo muito, dá pra lutar se necessário.
- Bom ouvir isso filha, agora sem carro estamos ferrados pra ir pra casa.
- O que vamos fazer então pai?
Richard se levanta, vai até a janela e vê que os infectados já haviam se dissipado.
- Vamos ver o que encontramos nessa casa, ir embora com cuidado e em silêncio dessa vez ouviu mocinha?
Julia solta um sorrisinho bobo e fala.
- Ouvi mocinho.
Eles descem as escadas com calma e começam a vasculhar a casa, sem sorte, lá não havia nada, saindo da casa e indo no caminho da Comunidade, Richard avista uns infectados.
- Sua primeira aula comigo Ju.
- Como assim pai?
- Você vai aprender a matar usando a faca.
Julia pega a sua e diz.
- Beleza!
- São três, eu pego dois e você o último
Richard vai andando com seu facão, acerta a cabeça do primeiro, o segundo veio correndo e tomou uma no peito, Richard se afastou e fala.
- Agora você filha, desvia e acerta!
Julia foi correndo até o infectado, ele tentou agarrá-la, mas ela se esquivou e na hora que o infectado deu uma abaixadinha, Julia enfiou a faca em seu pescoço, Richard orgulhoso disse:
- Boa!
- Ainda sou muito baixa pra dar um golpe fácil no pescoço ou cabeça.
- Quer um conselho? Acerta o mais perto do coração possível, lembre-se, estão vivos.
- Verdade pai, vou usar esse método, até crescer.
- Agora vamos acelerar o passo, já está quase escurecendo, não quero ficar fora da Comunidade de noite.
- Vamos!
E assim ambos se vão em direção a Comunidade com o pôr do sol os acompanhando.
•••
Lice e Carol estavam andando e Lice disse:
- Você entendeu né?
Carol de saco cheio fala.
- Sim. Só não entendi por que você me fez vestir isso?
Era uma mini saia, com camisa regata.
- Você tem que ficar apresentável irmã.
- To parecendo uma idiota.
- Ta nada, vamos lá!
Ao chegarem no lugar onde Cobra estava treinando Maria, a mesma fala.
- Chega por hoje, estou morta.
- Também morri, amanhã continuamos. -Disse Cobra cansado.
- Beleza. -Maria avista Lice e Carol- É melhor eu ir mesmo, sua amiga está vindo, vou ver a Jade.
Maria arruma suas coisas e vai até a casa de Jade e chegando lá
- Jade?
Jade estava limpando algumas armas.
- Oi Maria, o que te traz aqui?
- Você estava treinando a Julia hoje?
- Hoje não, dei um descanso pra ela. Por quê?
- Não encontro ela em lugar nenhum e o Cobra disse que Richard saiu sozinho, até agora nada de ambos, estou preocupada!
•••
Lice chega e fala para Cobra.
- Ei Cobra, minha irmã tem uma coisa pra te dizer.
Cobra olha com seriedade para Carol, mas muda o olhar quando vê suas roupas.
- O que aconteceu? Por que está vestida igual uma idiota?
Carol arregala os olhos e fala com raiva.
- Idiota? Bom... eu... eu estou vestida assim por que... por que -ela engole a seco- pra mostrar o quão ridícula sua amiguinha estava.
Cobra balança a cabeça e diz.
- Sua implicância com a Maria é ridícula.
Lice intervém.
- Irmã! Não era isso que você...
- Quieta Lice, era isso mesmo que eu ia falar, a princesinha te deu uma surra no treino?
Cobra deu um sorriso.
- Ela acabaria com você.
Lice só balança a cabeça e se retira.
- A é Cobra? Vamos tirar isso a limpo agora!
Nesse momento, Jade e Maria vem e Jade diz.
- Cobra! Richard disse onde iria? Ou se levaria alguém?
A discussão deles termina imediatamente.
- Não senhora, só saiu falando que ia atrás dos fanáticos.
- O que aconteceu Jade? -Pergunta Carol.
- A Julia, ela deve ter ido com ele. -Disse jade.
- Então está tudo bem, -disse Cobra- está com o pai.
- Já está escurecendo Cobra-disse Maria- já era pra terem voltado.
- Vou mandar um grupo, vocês topam, Cobra, Carol e Maria? Nesse momento um homem vem correndo e diz.
- Senhora Jade!
Jade se vira e fala.
- O que foi Carlos?
- No portão, Richard e a pequena.
Todos ficam surpresos e correm até lá, chegando eles avistam Richard e Julia.
- Jade!
Disse Julia indo abraça-la.
- Onde você esteve pirralha?
- Dei uma saidinha com meu pai sem ele saber.
- E o que aconteceu com sua cabeça?
- Ah não foi nada. -Risos.
Mike aparece e fala.
- Ei amigo, cadê o carro? O que rolou?
Todos ficam esperando Richard falar e ele diz olhando para Jade.
- Amanhã teremos uma reunião, -olhou para todos- todos nós.
- Ok. -Disse Jade.
Cansados, Richard e Julia se vão, as pessoas começam a ir embora e Carol se aproxima de Cobra.
- Cobra, desculpe ter falado da Maria, eu estou vestida assim porquê eu...
Cobra a interrompe.
- Chega por hoje Carol, vá dormir.
Ele sai andando e ela sem palavras faz o mesmo.
No dia seguinte, como Richard havia convocado todos, eles estavam indo até o lugar da reunião, Marcos fala para Cobra.
- Você não apareceu ontem.
- O treino foi intenso e o Richard preocupou geral, hoje nós bebemos amigo.
- Beleza Cobra.
Marcos dá um tapa nas costas de Cobra que quase o desmonta.
- Desculpa amigo.
Cobra com dor dá um sorriso e diz.
- Não foi nada, nem doeu.
Todos reunidos Richard começa a falar.
- Ontem quando eu e minha filha íamos fugir de uns infectados, o freio não funcionou, percebi que tinha sido cortado antes de eu sair daqui, Marcos você disse que arrumou o carro.
Marcos assustado diz.
- Eu... eu não cortei os freios, quando te entreguei o carro ontem, me certifique de que estava tudo certo.
Richard olha bem para Marcos e diz.
- Ok Marcos. E você Victor, saiu ontem enquanto estava fora?
Victor sem entender a pergunta disse:
- O que isso tem a ver com o carro?
- Nada, só responda o que te perguntei.
Victor olha feio e diz.
- Não! Fiquei aqui o dia todo.
- Ok.
Richard olha para todos e fala.
- Alguém aqui saiu da Comunidade enquanto eu estava fora?
Sem entender todos respondem que não e Mike fala.
- Por que está fazendo essa pergunta Richard?
- Por nada esquece, a reunião acabou, Mike e Cobra, quero falar com vocês.
Após todos irem embora os três se sentam e Richard fala.
- Vou falar com vocês porquê são os únicos que eu realmente confio.
- Mas, e a Lice? - Disse Cobra.
- Eu confio nela, mas esse assunto eu preciso tratar com vocês.
- Pode falar irmão. - Disse Mike com os braços cruzados.
- Como já disse os freios foram cortados e isso causou um acidente que quase matou eu e minha filha, levei Julia desmaiada nos braços até uma casa e a horda de infectados estava logo atrás, fiquei preso num quarto, eles estavam quase arrombando a porta, foi quando eu olhei pela Janela e vi uma pessoa, estava com o corpo todo coberto com roupas pretas, uma capa com capuz de mesma cor, me olhou e com uma mão fez sinal de silêncio e com a outra deu vários tiros para cima, me salvou atraindo os infectados, quando olhei de novo a pessoa havia sumido. Por isso quis saber se era um de vocês.
Cobra pôs as mãos na cabeça e disse surpreso.
- Caramba! Que ajuda divina você teve!
- Verdade Richard, -disse Mike- agora entendi sua dúvida.
- Eu acho que se não foi nenhum de vocês, pode ter sido um...
- Você acha que foi algum fanático?
- Besteira Mike -disse Cobra- os fanáticos querem nos matar.
- Eu não sei Mike, -disse Richard- mas que foi estranho foi.
Cobra abre um sorriso bobo e fala.
- Vai ver foi seu anjo da guarda.
Richard solta um sorriso.
- Quem sabe, mas temos que ficar espertos a partir de agora.
- Está falando isso por causa dos freios?
- Isso Mike! -disse Richard- fiquem espertos, se virem ou ouvirem algo estranho me avisem, e essa conversa fica entre nós, ok?
- Pode deixar irmão! - Disse Mike com a mão no ombro de Richard.
Cobra com os braços cruzados fala.
- Tá. Agora vou tomar umas com o Marcos, estou devendo a ele.
Todos saem da casa e Cobra vai até Marcos, ele já estava com as cervejas, ambos se sentam, começam a tomar e conversar.
- Ah faz tempo que não nos juntamos pra beber em grandão?
- Verdade, lembro quando Mike te achou, você era mais magro que hoje -risos- foi aí que te apelidei de Cobra.
- Eu já estava um tempo sem comer nada, até que gostei do apelido, combinou.
Marcos dá umas risadas e fala
- Muito! Ei o que Richard queria?
- Não era nada de mais, ele acha que quem cortou os freios do carro foi um de nós, besteira! Também acha que tem um "espião" entre nós -Cobra começa a rir- ele tá ficando paranoico.
Marcos também ri e fala.
- Ele tem seus motivos, mas foi só isso?
- Ele falou outra loucura de alguém todo de preto ter salvo ele dos infectados, deu uns tiros pra cima e depois sumiu como o vento.
Marcos curioso e surpreso fala.
- Nossa! Que coisa e não deu pra ver quem era? Tipo nem uma parte do corpo?
- Richard disse que não, ele acha que era um fanático, mas eles querem nos matar certo?
- Sim, nunca um deles faria isso com um de nós, muito curioso esse ocorrido.
Cobra dando risada já por conta da cerveja disse:
- Ou realmente era alguém, ou ele estava alucinando.
- Huuum verdade e o treinamento da Maria? Como está?
- Ela aprende rápido, isso é bom nesse mundo.
- Ela parece que gosta de você magrelo.
- Para! Somos só amigos, vocês não podem ver um homem com uma mulher que já ficam fazendo casais, como disse: somos só amigos!
- Se você diz.
- E você grandão? Não tem nenhuma na mira?
Ele acende um cigarro e fala.
- Depois que perdi minha esposa eu não pensei mais nisso, o mundo ficou de pernas pro ar e eu só queria morrer, até que Mike me encontrou e eu encontrei você, pude ter pessoas boas ao meu lado de novo.
- É assim que se fala grandão.
Na manhã seguinte, Mike estava em casa colocando armas e munição numa bolsa junto a outras coisas, quando Richard aparece em sua porta.
- Ei Mike, pelo visto já está andando.
- Sim, já estou bem melhor, entre e fique à vontade irmão.
Enquanto Mike ia pegando coisas pela casa eles iam conversando.
- Vim te convidar pra uma ronda comigo, já faz um bom tempo desde a última.
- Seria bom Ri.
Richard vai olhando as coisas e vê, em cima da mesa da cozinha, a bolsa que Mike estava arrumando, em um olhar rápido ele vê uns pedaços de pano preto, se aproximou para ver o que era, de relance viu umas facas e ferramentas para mexer em carros, quando ia ver de fato o que havia lá, Mike aparece pegando a bolsa, a fecha e diz olhando para Richard.
- Isso é pessoal e sobre a ronda eu adoraria, mas em outra hora, estou de saída.
Richard o encara com seriedade e diz.
- Ok.
Richard sai da casa com certas desconfianças, Mike fica lá por um tempo, até que alguém bate em sua porta, ele vai até ela, a abre e diz.
- Pensei que não ia aparecer hoje, entre e vamos começar.