Capítulo 2 O grande mal

Mês passado, eu encontrei um homem com o qual eu me relacionei há alguns meses.

Ele foi um idiota comigo na época, mas, agora pareceu tão gentil e carinhoso.

Ele me convidou pra um drink e eu aceitei, afinal não era um pedido de casamento. Era só um drink.

-E o que aconteceu após esse drink?

Perguntou a terapeuta.

-Eu..eu não me lembro bem..eu comecei a ficar sonolenta e quando acordei estava nua na cama dele.

- Eu me senti suja, nunca me senti tão vazia, eu tinha certeza de que o sexo preencheria minha vida antes, mas, eu não me lembrava do que havia acontecido naquela noite, eu não queria ficar com ele, não era o que eu queria, nem como eu queria..foi só sexo, sujo e vergonhoso com alguém que não me amava, e eu não me lembrava de nada.

Rebeckah sentia as lágrimas arderem em seu rosto enquanto contava sobre seu reencontro com Hank logo após a prisão da avó e a rejeição de Erick.

****Flashback****

Depois de ser rejeitada por Erick, Rebekah perdeu o chão completamente, e para seu azar, as coisas não tinha como melhorar.

Ela não saiu do hotel, naquele dia foi diretamente par ao bar, após ser expulsa do apartamento de Erick.

E reencontrou quem não deveria.

-Você já foi minha uma vez porque não seria novamente?

Ele disse com olhar sombrio, ela estava aterrorizada.

-Hank.. por favor ela conseguiu sussurrar...

Por favor? Ele sorriu. -Não foi isso que você disse da última vez, no chão do meu consultório, você se lembra?

Ela sentiu o corpo estremecer com a lembrança do seu comportamento. Como ela pôde ser tão baixa? Como pôde entregar seu corpo a um homem totalmente desconhecido apenas para obter informações?

Naquela época ela estava cega, precisava de respostas a qualquer custo, e Hank não parecia ser perigoso.

Rebekah quis gritar, mas sua voz não saía, ela só conseguia chorar enquanto ele arrancava suas roupas violentamente.

Ela já havia sentido tamanho desespero antes, naquela época Érick havia aparecido para salva-la. Mas, agora ela estava lá sozinha com àquele monstro! E ninguém poderia salva-la.

Ela sentia a dor da violência e da vergonha..

Nunca havia sentido tanta dor, mais do que seu corpo, o que lhe doía era a alma, sua alma estava completamente envenenada, nem ela sabia se algo poderia lhe curar.

Assim que satisfez toda a sua vontade, Hank apenas se vestiu e a expulsou.

-Vá Embora! Você já não serve pra mim, anda!

Ela o olhou confusa, envergonhada, se sentindo suja.

Ela não disse nada, ainda envergonhada, vestiu o que havia sobrado de seu vestido, e saiu.

Mas, como ela chegaria em casa assim?

Precisava de ajuda.

Ela pensava em Erick, era só no que ela pensava nos últimos oito meses, desde o jantar em que Margaret havia sido presa.

Tanta coisa havia mudado, ela e sua mãe estavam enfim se entendendo, depois que Ramona finalmente tomou coragem para ficar com Vicenzo, e agora Rebekah e a mãe viviam com o pai de Erick na cidade, quem diria que ela e Jhonny um dia viveriam como irmãos? Ou melhor, "quase" irmãos.

Enfim, ela não poderia ligar pra Erick já que desde os últimos acontecimentos ele havia assumido a presidência da empresa que antes era presidida pelo pai.

Erick mal parava na cidade, eram inúmeras viagens.

Rebecah nunca mais o viu, até o casamento de Lorelai, onde ele estava acompanhado de uma mulher que fez Rebekah se sentir uma caipira.

Ela não poderia ligar para Jhonatan, ele ficaria furioso, enfrentaria Hank e isso poderia se transformar numa tragédia ainda maior.

Ela havia decidido pra quem ligar.

-Alô.

-Oi... Você pode me buscar por favor?!

Rebekah se deixou cair no corredor do hotel.. Ela estava desesperada.

Não sabia o que tinha feito para sofrer tamanha violência da parte de Hank.

Ela havia sido clara sobre tudo, jamais havia dado esperanças.. Ela havia mudado, não era mais a mulher que dormiria com qualquer homem, por isso tinha escolhido se afastar da bebida. Ela queria ser de um único homem, e talvez esse homem não a quisesse mais.

Os minutos se arrastaram até que ela escutou a voz familiar.

-Oi, Bekah, seu vestido está rasgado, meu Deus o que houve?

Perguntou Lorelai se aproximando com olhar preocupado. Rebekah só queria choar, ela não conseguiu contar a verdade de imediato, mas, a prima a conhecia o suficiente para saber que algo terrível havia acontecido.

*****

---Então você não se lembra como chegou ao quarto com esse homem?

--Não, ela respondeu confusa.

Eu só tomei um drink. E tudo ficou confuso demais. Como se eu tivesse tido um apagão.

A terapeuta fez algumas anotações, com ar preocupado enquanto ouvia o desabafo de Rebeckah.

Fazer terapia havia sido a melhor opção depois das descobertas traumatizantes que havia feito sobre a sua família naquele último ano.

Sua vida tinha virado de cabeça pra baixo.

Sua mãe tinha tido uma outra filha que era a sua meia irmã, que ela conheceu como sua prima e também sua antiga rival era sua outra meio irmã fruto do caso extraconjugal de seu pai.

Ela não pôde entregar seu coração ao homem que amava, porque sua avó a havia manipulado para crer que eles seriam errados juntos e agora sua chance de ser realmente feliz tinha escapado por entre os seus dedos.

Ninguém necessitava daquela terapia mais do que ela.

Estar ali abrindo seu coração, contando os seus segredos mais obscuros a uma pessoa totalmente alheia a sua família, estar ali se abrindo a fazia sentir-se mais leve.

-E o que você tem feito pra mudar essa situação? Como tem lutado contra essa realidade?

Perguntou a terapeuta.

Ela abaixou a cabeça como se escondesse uma culpa.

-Eu estraguei tudo.. Eu não deveria ter bebido tanto naquela noite.

-Qual noite Rebeckah?

Ela cobriu o rosto com as mãos.

- A noite do casamento de Lorelai.

Eu não tive a intenção..eu só.. estava me sentindo sozinha, e rejeitada e ver o o Erick chegar com aquela mulher me deixou tão magoada que.. eu não pensei direito... Nem ele.. nós fomos tão inconsequentes.. Eu só queria passar uma borracha nisso tudo.

-No que Rebeckah? O que você fez que quer tanto esquecer? E com quem você fez? Quem é ele?

Ela entrou em uma crise de risos.. algo que seria assustador se não fizesse parte de uma crise nervosa.

Ela estava desesperada.

Respirou fundo.. se ajeitou e contou:

"Eu me casei"

A terapeuta a encarou preocupada.

- Você se casou noite passada Rebeckah?

Ela concordou com a cabeça.

-Sim. Me casei.. mas o maior problema não é o casamento em si. Mas, sim com quem eu me casei.

Eu tô muito encrencada. Eu acabei com ele. Me aproveitei da carência dele e agora me sinto a pior pessoa do mundo.

A terapeuta apenas anotou as últimas informações no caderninho preto que possuía.

O horário delas havia terminado, mas, Rebekah ainda tinha tanto pra falar...

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O que acontece quando o maior sedutor de Belúvia resolve mudar?

Essa resposta Erick Contreras ainda não tinha.

Mas certamente todas as mulheres que haviam passado pela sua cama estavam tristes com a mudança.

O que ele poderia fazer se a única mulher dona do seu coração e de todos os sentimentos mais puros que ele já se permitiu sentir e até mesmo os mais promíscuos, não desejava estar ao seu lado?

Essa mulher era a dona de todo seu ser proprietário da sua alma tinha destruído cada resquício de esperança cada sonho lindo que ele imaginou para os dois tudo por uma maldição estúpida e por ouvir os conselhos de uma velha louca que só queria destruí-lo por odiar a sua família.

Isso foi o que Rebeckah Potenzza fez, destruiu os seus sonhos, suas ilusões.

Nunca uma mulher havia conseguido quebrar todas as suas defesas, conseguindo fazer com que ele abrisse seu coração, sua alma com que ele se entregasse de verdade, até conhecer Rebeckah naquela noite, quando ele conheceu a morena mais linda do mundo.

***Flashback***

Eric havia acabado de deixar o escritório de seu pai havia sido um dia super estressante e ele só queria beber encher a cara mas era bem tarde talvez o bar estivesse fechado.

Ele foi até o pub mais próximo.

Aparentemente estava fechado.

Mais uma música alta extremamente alta vinha lá de dentro.

Erick conhecia o dono de vista talvez ele abrisse para que ele pudesse beber certamente não estava dormindo já que estava vindo aquela música tão alta.

Ele pensou.

Ele aproximou-se rapidamente tentando chamar atenção do proprietário.

Até que ele escutou um grito.

Era uma voz feminina parecia terrivelmente assustada.

Ele não conseguia entender o porquê mas ele se lembrava daquela voz aveludada de algum lugar.

Olhou pela fresta da porta reconheceu a mulher que estava gritando era com as suas dos potenza Rebeca potenza e ela parecia estar em apuros.

Eric não tinha nada a ver com isso afinal de contas sua família não se dava tão bem com os potenza eles participavam dos mesmos jantares participavam dos mesmos encontros apenas por conveniência apenas por um jogo social algo que precisava ser mostrado perante a sociedade uma amizade de aparência.

Por que ajudaria vadia Potenzza se livrar de seu agressor?

"A vadia Potenzza"

Ele se irritou por automaticamente ter utilizado o mesmo apelido que os fofoqueiros davam a menina.

Quem poderia confirmar que ela era realmente uma vadia quem poderia agredi-la daquela forma? ninguém se ela não queria, ele não devia forçá-la nada como ele pode pensar em não ajudá-la?

Eric sentiu-se um bastardo por ter tido o pensamento de abandonar aquela menina no meio do perigo ele nem sabia de onde tinha tirado forças depois de um dia tão cansativo mas ele sabia que a porta do bar era fraca então com todas as suas forças ele virou-se de lado colocou toda todo seu esforço no ombro direito afastou-se um pouco para pegar impulso e se jogou em direção à porta conseguindo arrombá-la.

A pobre menina estava com as roupas rasgadas ela estava trêmula e aquele homem em cima dela aquele homem desprezível aquele bastardo estava violentando!

Uma fúria tomou conta de Eric ele estava colérico cego de ódio ele arrancou o homem com força de cima de Rebeca.

Ele não conseguia se lembrar de por quanto tempo permaneceu socando aquele homem a única coisa da qual ele se lembrava era do olhar perdido e desesperado daquela jovem.

Aquela dor o rasgou por inteiro.

Eric não saber como não sabia de que maneira ajudaria mas tudo que ele sabia era que no que dependesse dele aquela mulher nunca mais sofreria tão ato.

Ele sabia que ela não era sua propriedade sabia que suas famílias eram rivais e o quê eles não poderiam ser amigos mas ele não conseguia conter o desejo de protegê-la de guardar lá em um lugar seguro e guardava de todo mal de todas as agressões e perigos.

Ele a levou para seu apartamento ela não queria passar a noite em casa depois do que havia sofrido.

Rebeca chorava descontroladamente ela estava amargurada machucada Eric notou as marcas em seu rosto o homem havia esbofeteado a menina antes de tentar estupra-la.

Aquela menina era uma guerreira ele observou que o homem estava todo arranhado também ela tentou tentou resistir com todas as suas forças talvez por isso ela ele a tenha agredido para que ela parasse para que ela desistisse de lutar mas, em momento nenhum ela desistiu, quando já não tinha forças para se debater para agredi-lo, ela gritou, ela era uma guerreira era a moça mais valente que ele conhecia.

Eu devo minha vida a você obrigada.

Ela disse aquilo ele entendeu que sua vida também era dela.

Naquele momento ele soube que aquela mulher ela não era igual às outras.

Mas ele não poderia jamais estar com ela.

Até aquele momento ele tinha certeza the King lorelai potenza era seu destino Lorena era linda eu tinha tudo o quê sua família sociedade desejava certamente seria esposa perfeita para ser exibido por ele segundo seu pai não havia esposa melhor talvez tomado por essa ideia esse pensamento era que tivesse enganado por tanto tempo com um sentimento superficial pela neta mais velha de Margareth Potenzza.

Isso o cegou para o amor da sua vida.

Ele nunca quis ser parecido com seu pai mas acabou se tornando igualzinho ele jurava amor eterno amor ele desejava se casar com ela pelo menos aparentemente mas a mulher que mexia com todo seu corpo, a mulher que o enlouquecia era Rebeckah exatamente por isso ele não conseguiu deixar de encontrá-la.

Os dois viviam em segredo totalmente escondidos de sua família e Erik precisava conversar que espera estante amor proibido não porque não seria aceito pela sociedade nem por suas famílias não porque fosse errado está com ela de jeito nenhum não porque fosse pecado estar com uma mulher que adorava mas porquê existe uma i***** uma ridícula maldição que Rebeca respeitava e venerava.

Ela tinha horror ao amor tinha medo de se entregar e sofrer as consequências da maldição segundo ela o homem que armasse morreria.

E ele morreria sim ele morreria para aquela mulher, ele faria qualquer coisa para ela mesmo que isso significasse deixá-la.

Ele ainda se lembrava um dia em que tomou coragem para se declarar e foi dolorosamente rejeitado por ela.

****

Ela sofria todas as vezes em que se lembrava que haverá rejeitado o amor de Eric.

Tudo que Rebeca queria era voltar no tempo voltar no dia em que os dois se conheceram mesmo que para isso ela tivesse que sofrer toda aquela dor novamente ela só queria voltar só queria ter novamente uma chance com Erick só queria que ele ainda a amasse.

Ela faria qualquer coisa para voltar no dia em que ele bateu sua porta no dia em que ele ajoelhou com aquele lindo buquê de rosas vermelhas por mais que ela detestasse rosas ela nunca amou tanto um presente.

Mas por pressão de toda sua família e por medo daquela maldição, ela o rejeitou, jogou fora sua única chance de ser feliz e agora pagaria para sempre por isso .

Como se não bastasse perder o amor de Erick agora ela temia estar destruindo a felicidade de seu melhor amigo, e talvez perdendo sua amizade para sempre.

                         

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