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Hoje o dia está uma merda e pra terminar de completar recebi uma ordem de despejo, eu sei que aquela velha maldita me odeia mas realmente precisava me despejar com uma desculpinha que o filho dela quer vir morar perto dela.
Uma mentira tão deslavada me da até ânsia de vômito, aquele parasita do filho dela quer que ela morra logo pra poder vender essa espelunca e torrar a grana, mas pra ser sincera até que ela demorou pra me mandar ir plantar arroz, claro que eu também não sou flor que se cheire já me cansei de fechar a porta na cara dela ou ignorar quando ela chama. Essa velha mal agradecida eu que não deixei aquele pulguento morrer de fome quando foi viajar e nem avisou nada.
- E então o que você vai fazer? a prova pra universidade que você queria é daqui dois dias, se quiser pode vir aqui pra minha casa o Alex não vai se importar.- a voz forte e rouca do meu amigo saiu pelo telefone, esse é o único que tenho então ele é obrigado a escutar minhas lamúrias e reclamações da vida.
- Eu não quero incomodar vocês, o Alex comeu minha torta da última vez que veio aqui, eu estava guardando ela á dois dias, e além do mais meu querido amigo não quero ter que escutar vocês transando não é nada legal.- sua risada ecoou pelo telefone, acabei rindo também, mas realmente não posso incomodar meu amigo.
- Atlana eu estou casado á um ano, não tem nada demais, nossa casa é grande.- sim a casa deles é belíssima e eu que ajudei a decorar.
- Só por alguns dias, enquanto eu não arranjo outro emprego.- Matt é realmente um anjo.- agora vem me buscar to aqui na cafeteria perto da espelunca daquela múmia, tá chovendo muito e vou molhar minhas roupas se eu tentar ir para o ponto de ônibus mais perto.- só escutei um "folgada" e ele desligou, sei que esta vindo me buscar, é bem provavel que o Alex venha com ele.
Espero que essa chuva não me deixe doente, seria uma grande merda se isso acontecesse. Meu livro de física está até sujo de tanto que li e reli as páginas, preciso me sair bem já que a universidade disponibiliza dormitórios para estudantes de baixa renda, nada mais que a obrigação deles, eu pago impostos pra isso.
Pro dono não ficar com cara de bunda pedi um cappuccino e alguns bolinhos, fiquei no cantinho com minhas poucas malas. Acabei me distraindo com meus pensamentos e quando voltei pra terra notei que estava encarando um cara muito lindo, tipo muito, muito mesmo. Ele é bem alto talvez passe dos um e noventa os cabelos são bem loiros quase brancos a pele dele é bem clara por isso consigo notar as tattoo e que são muitas, ele é bem estiloso.
Não estou brincando quando digo que todos pararam e olharam ele pedir um chocolate e alguns cubos de açúcar? sim, pelo que contei foram três e dois pedaços de bolo de chocolate e morango.
Ele tirou o celular do bolso e enquanto passava me olhou e nossa, meu coração chegou a errar a batida os olhos dele são bem verdes, acabei me engasgando com minha saliva a visão não deve ter sido muito bonita mas ele deu um sorrisinho de lado e nossa foi muito lindo. Ele não é o tipo de cara por quem eu costumo me atrair gosto de caras fofos e nerds ,já ele tem uma pose imponente e é todo tatuado até mesmo as mãos e os pescoço que é algo que eu considero feio, não nele é claro, vai que ele tem namorada mas achar bonito não arranca pedaço.
Enfim essa é a vida, li mais um pouco do livro pra decorar as fórmulas e escutei a buzina do carro, que é muito lindo e todo negro algo bem sutil.
- Anda logo, está esfriando.- nem mesmo um como vai minha querida amiga'. Para não nos molharmos coloquei tudo no porta malas e voei para dentro do carro seco.
- Como vai Pompéia.- deu uma vontade de socar o marido do meu amigo mas tenho que controlar. Desde que manchei o sofá dele com meu período ele me chama assim, e também por causa do meu cabelo ruivo. O Alex é bem baixinho menor que eu que possuo um metro e sessenta e nove, ele tem um e sessenta, os cabelos sedosos cor de chocolate e os olhos cor de mel, ele é bem fofinho só não gosta de ser chamado assim, e digamos que temos uma relação quase de irmãos.
- Silêncio, só não te xingo porque é na sua casa que eu vou ficar.- meu amigo só olhava pelo espelho, algumas vezes quase saímos no tapa, então sempre é bom estar de olho em nós dois juntos. o Matt tem dezenove e o Alex vinte e um, eles formam um casal fofo, sei que não é o natural segundo eles mesmos mas desde que não interfiram na vida deles eles seguem normalmente.
- Isso mesmo senão vai dormir na casinha do Jeff.- Irmão se eu dormir na casa daquele cachorro já to no lucro, ele tem até ar condicionado.
- Parem de implicar vocês dois.- sorri com a repreensão do Matt, amanhã mesmo vou começar a procurar um trabalho não posso ficar de bobeira.
O apartamento deles é bem confortável, como a família do Alex tem condições eles compraram esse apê pra eles. Voltando pra mim, o que posso dizer? uma menina que foi abandonada pela mãe drogada e que nunca conheceu o próprio pai, quem me dera fosse só isso meu passado não é tão simples quanto imaginam, mas pra quem eu diria isso? psicólogos são caros não tenho dinheiro pra isso, nem mesmo o Matt que me conhece a anos sabe de toda a história, mas pra que ficar relembrando não é como se isso fosse mudar algo.
Como não quero perder tempo, quando me mostraram o quarto que eu vou ficar me ajeitei de certo modo e desempacotei meus cadernos de estudo. Não vou atrapalhar eles, o Matt não quis fazer faculdade então faz alguns cursinhos e trabalha em home office pra uma empresa de computadores resumidamente, já o Alex trabalha pra empresa dos avós acho que mexem com joias o algo assim.
No meio dos meus resumos que só eu entendo me peguei lembrando do breve olhar daquele cara da cafeteria, ele me pareceu muito intimidador pela estatura não sou alguém que se intimida fácil mas poxa aquele cara é muito lindo.
Me chamaram pra jantar mas comi aqueles bolinhos que sobraram da cafeteria, estou cheia então passei essa vez. O quarto em que estou é bem arrumado as cores são tons pastéis e com móveis elegantes, uma cama kingsize um armário branco de solteiro e uma mesinha para colocar o computador, no caso já tem o computador. Quando parei pra descansar já passava das duas da manhã, porém adormeci com aqueles belos olhos verdes crepitando em minha mente.