Ragnarok : A Guerra Milenar.
img img Ragnarok : A Guerra Milenar. img Capítulo 3 Esquadrão das Sombras.
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Capítulo 6 Lição de Vida. img
Capítulo 7 Sensação de Falha. img
Capítulo 8 Passado Esquecido. img
Capítulo 9 A Cidade que Nunca Dorme. img
Capítulo 10 Cidade Noturna. img
Capítulo 11 Espinhos da Rosa. img
Capítulo 12 Festival Lunar. img
Capítulo 13 Cidade Ensolarada img
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Capítulo 3 Esquadrão das Sombras.

Esquadrão Das Sombras.

Capítulo 3

Tempos Atuais.

Point of View - Ishtar.

O meu passado é responsável por quem sou hoje, não posso mudar o que aconteceu a mil anos atrás, muito menos trazer Ella e os outros de volta, mas Silena tem razão, eu sempre lutei pelo que é certo, enfrentei River pessoalmente para libertar aqueles que eu amava de suas garras, para trazer paz ao meu povo, eu vivi uma vida falsa dês do momento em que nasci nunca quis aquilo pra mim, mas me obrigaram a aprender a lutar com magia e uma espada, dês de pequena neguei meus desejos verdadeiros, mas hoje eu sei que foi tudo para estar aqui hoje.

Posso ter vivido uma vida que escolheram pra mim, mas foi minha decisão me juntar à revolução contra River, muitas pessoas morreram e eu sei que eu falhei naquele campo de batalha, falhei contra River, mas não me arrependerei do único erro que cometi por decisão própria, aquele erro me trouxe até aqui, e mesmo que não esteja em uma situação favorável, ainda tenho certeza que estou do lado certo nesta guerra, estou ao lado de Silena, e não falharei com ela, não me permitirei falhar, eu escolhi lutar por ela, desta vez eu decidi por quem lutar, então lutarei se ela assim desejar.

Continuei a avançar para o sul com Thayna e suas tropas ao meu lado, consigo sentir a mana temerosa que emana das pessoas do outro lado do campo, são mais poderosos do que eu me lembrava, mas recuar não é uma opção neste momento, ou sairei daqui vitoriosa ou morrerei com honra neste lugar. Paramos ao avistarmos com perfeição nossos inimigos, minha cabeça se virou por instinto na direção da floresta, sentindo meu coração um pouco apertado por ter deixado Silena sozinha pela primeira fez, não deveria ter tido aquelas ultimas palavras a ela, deve estar em pânico.

- Não voltará para ela com pensamentos de arrependimento. - A voz de Thayna soou de forma repreensiva, que me fez voltar o foco para nossos inimigos ao longe, respirei fundo, tentando esquecer por um tempo a sensação que está em meu coração. - Se avançarem, teremos mais uma batalha sangrenta que pode ser evitada! - Thayna gritou para nossos inimigos de forma neutra, ela assim como todos na rebelião, estão tentando ser compreensivos, compreendo suas ações, mas jamais faria algo assim, muito menos com o esquadrão das sombras.

Recebemos como resposta um silêncio frio, cerrei os olhos na direção deles, sabendo que o próximo passo seria o ataque, não há mais nada a se esperar de pessoas como eles. O vento chegou ao campo de batalha, trazendo consigo folhas esverdeadas, o vento e as folhas passaram em frente a minha visão, e no segundo em que passaram, tive a certeza que algo mudou, senti um frio na espinha e me alertei Thayna não aparenta ter visto nada, porém, meus olhos captaram um pequeno brilho vindo do céu, minha mão se moveu por instinto e pegou a flecha que parou a centímetros do rosto de Thayna.

Trouxe a flecha para mim, ignorando a feição surpresa de Thayna, e percebi que a ponta da mesma está em chamas, mas não são chamas comuns, nunca havia visto chamas nesse tom avermelhado antes, são mais poderosas que o normal, como minha magia principal é água, torço para que o usuário das flechas apenas consiga usar esse tipo de magia em objetos como suas flechas, pois se não, terei uma luta pra valer aqui, e não era isso que eu queria, minha estratégia inicial era lutar com vários ao mesmo tempo, cansá-los enquanto os outros agem, mas talvez não seja possível.

- Infelizmente, teremos que dar a eles o que querem. - Thayna falou e acenou para seus guerreiros avançarem, os mesmos avançaram sem medo, confiantes e leais a sua princesa, os gritos ecoaram e nossos inimigos sorriram, animados e ansiosos para derramar nosso sangue, apesar do momento ser ruim, me senti de forma nostálgica. Não avancei com os outros, meu olhar avançou para o arqueiro que ficou para trás, erguendo seu arco com uma flecha em chamas, ele usa uma capa branca e armadura que tem uma mascara como acompanhamento, ele aguarda para lançar a flecha no momento certo, então farei que seu alvo seja eu!.

Aguardei alguns segundos, que pareceram uma eternidade, mas em seguida avancei com metade de minha velocidade, conseguindo alcançá-lo sem problemas, retirei minha moeda do bolso e a joguei para o alto ao nos aproximarmos dos inimigos, vi o arqueiro apontar a flecha pra cima, pronto para atirar em seu alvo, seja lá qual for. Minha moeda se transformou em uma enorme espada, ela possuiu um furo na ponta, com um sino instalado no buraco, eu a usava bastante contra exércitos grandes, mas servirá muito bem.

- Ressonância! - Gritei girando a espada em minhas mãos, segurei seu cabo com uma delas e direcionei minha palma livre para a lamina, dei um golpe forte na lateral no exato momento que nossos inimigos chegaram a nós, o sino tocou com força, ressoando uma forte onda de som na direção de nossos adversários que se desestabilizaram, nos permitindo dar o primeiro e decisivo ataque, meu olhar foi para o arqueiro novamente, agora caído no chão por ter sido pego de surpresa, um sorriso satisfeito se formou em meus lábios, eu ainda sou boa nisso.

- Ataquem para matar! - Thayna gritou ao passar por mim como um trovão, sua velocidade é realmente assustadora, ela saltou altamente com apenas um impulso, vi sua mão se erguer enquanto empunha sua espada, ela desceu com força na direção de um homem misterioso que aparenta estar despreocupado com seu ataque, o mesmo puxa sua espada e a joga pra cima, fazendo sua espada e a de Thayna colidirem, causando um leve tremor na terra, mostrando a força usada pelos dois. Nunca havia visto este homem antes, tem uma postura rígida, feição seria e olhos caídos, normalmente eu já enfrentei toda frota de River, mas vejo que está recrutando novos soldados.

Abaixei-me, parando de pensar em coisas desnecessárias no momento, toquei o solo abaixo de meus pés e respirei fundo, podendo ouvir o som ao meu redor se abafar e apenas o som da agua ser escutado, meu coração ficou tranqüilo com o som reconfortante escutado abaixo da terra, abri meu olhos e os ergui na direção do arqueiro, que no mesmo instante disparou uma flecha, passei a língua dentre meus lábios, os umedecendo e abri um sorriso, está na hora de dar meu melhor, Silena está a minha espera afinal. Ergui-me rapidamente, trazendo toda água do solo comigo, o terreno se inundou de água, meu olhar subiu para flecha que foi barrada por uma parede de água, formada apenas para me proteger.

- Flechas são inúteis... - Sussurrei soltando um suspiro ao deixar a flecha atingir o chão coberto de água, a chama se apagou, juntamente com a esperança que o homem tinha de me derrotar. Vi um vislumbre de uma sobra pelo meu olho direito e rapidamente transformei minha moeda em uma espada média para defesa, a girei de forma rápida em minha mão e virei, atingindo a pessoa que veio de forma traiçoeira, atingi seu pulso com força, mas o mesmo usa uma armadura de algum metal mágico, cerrei os dentes e puxei a espada com velocidade para me defender de uma investida sua com uma espada cinza, bem suspeita.

Forcei minha mão que empunha a espada, e ele foi impulsionado para trás com força, avancei contra ele novamente, lhe desferindo um golpe que foi bloqueado por ele de forma rápida, mas algo foi notado por mim, suas mãos vacilaram um pouco no bloqueio, nenhum guerreiro faria isso, pelo menos não em um bloqueio decisivo. Meus olhos percorreram o campo de batalha, e logo avistei uma silhueta feminina, vestindo armadura, com dois outros soldados como este em minha frente ao seu lado, me fazendo entender do que se trata. É magia de fantoche, ela está manipulando apenas um fantoche para lutar ao seu lugar, como a covarde que é nunca gostei de pessoas com tal magia.

- Quanta ingenuidade! - Proferi de forma irritada ao ver mais de três fantoches ao meu redor, essa mulher está se enganando fortemente ao pensar que irá me deter com fantoches, se ela não pretende lutar honrosamente, não há por que eu tratar minha adversária com o respeito que costumo dar. Afastei-me do fantoche e girei a espada no ar, sentindo meu peito bater de forma mais rápida, talvez pela raiva do momento, ou adrenalina que estou sentindo. Os fantoches avançaram em sincronia, e eu prontamente desci a espada na direção do solo e a cravei ali.

A água ali presente se ergueu com fúria, pegando os fantoches de forma desprevenida, todos foram cobertos por ela, a água se formou em um único fluxo em cada fantoche, e escalou o corpo deles como uma serpente faminta, pronta para devorar sua presa. Fechei os olhos por um segundo e suspirei, tanto tempo evitando lutar, havia me esquecido como é bom sentir a magia borbulhar dessa forma em você, retirei a espada do solo, e as serpentes de água apertaram os fantoches, fazendo todos eles se partirem e caírem inertes no chão, de onde é melhor não saírem, ergui minha espada e apontei a lámina na direção da mulher, ela está com um elmo cobrindo seu rosto, não posso ver sua feição, mas vi seus punhos cerrados.

- Bater em retirada! - Um deles gritou e eu franzi o cenho de forma confusa, eles irão desistir desta forma? Os guerreiros de Thayna são bons, mas não acredito que o esquadrão das sombras desistirá dessa forma, sem ter alcançado seu objetivo, ou será que alcançaram?. Arregalei os olhos ao ver o mesmo homem com quem Thayna estava lutando vir em minha direção, com fúria em seus olhos acinzentados, tenho certeza que nunca o vi em minha vida, mas é visível que seu ódio por mim é verdadeiro, não consegui entender e também não tive liberdade para pensar ou questionar.

Sua espada foi jogada no ar e direcionada a mim com força, segurei minha espada com as duas mãos e bloqueei por pura defesa, pensei que havia me bloqueado de forma perfeita, mas com o impacto de sua espada na minha, meu corpo foi arrastado para trás com vigor, senti meus pés retirando a terra molhada do chão conforme foi deslizando para trás, quando finalmente parei, tive a intenção de abaixar minha espada e sair da posição de bloqueio para lutar, mas levei um susto quando meus braços doeram de forma aguda, meus olhos arregalaram e acabei soltando uma grande lufada de ar.

Meus braços pesaram e a espada encostou-se ao chão, ergui os olhos e me senti sortuda por vê-lo recuar assim como lhe foi ordenado, engoli em seco e respirei fundo percebendo que meus batimentos cardíacos estão acelerados, não imaginei me deparar com alguém tão forte fisicamente, aquilo não foi magia, não senti nenhuma gota de mana emanar dele, foi tudo puramente corporal, se não tivessem ordenado recuo, eu poderia estar morta agora, pois meus braços estão dormentes e doloridos, não percebi, mas não usei toda minha força na defesa, o subestimei, pois não esperava ser surpreendida com isso, mas agora ficarei atenta na próxima vez que nos encontrarmos, pode não aparentar, mas ele é um oponente perigoso.

- Quero vigilância redobrada a partir de hoje! - A voz de Thayna soou irritada, me tirando de meus pensamentos sobre o jovem misterioso, virei a cabeça em sua direção, a encontrando debruçada sobre o corpo de um elfo inerte no chão, visivelmente morto, aparentemente o único a vir a óbito nesta batalha, eu considero como uma vitória poderia ter sido um massacre. - Graças a você, evitamos perdas piores..- Thayna falou de forma agradecida quando me aproximei do corpo ao chão, encarei o rosto do Elfo e soltei um suspiro, mais uma vida levada pela ganância e egoísmo de River. - Obrigada. - Ela agradeceu e tocou meu ombro de forma suave.

- Agradeça a Silena. - Retruquei de forma fria e comecei a andar na direção da floresta, ignorando totalmente seu toque amigável em meu ombro, respeito e admiro Thayna pelo que ela faz por essas pessoas, e por lutar contra River mesmo não tempo forças o suficiente, mas não quero que ela me entenda mal, não vim até ela buscar abrigo, pois quero fazer alianças ou amizades, apenas vim para o norte em busca de abrigo temporário para manter Silena a salvo, não há espaço para outra coisa em minha vida, não até River estiver morto, e eu ter presenciado sua morte com meus próprios olhos.

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Não pedi ajuda para encontrar Silena ao voltar para a floresta, ao caminhar pela trilha que liga todo esse lugar, me questionei há quanto tempo não vinha aqui, com certeza a mais de duzentos anos, agora há casas para Elfos, avistei fadas trabalhando na coleta de alimentos e até construções aleatórias onde os seres mágicos apenas sentam e conversam como pessoas normais, Thayna está realmente fazendo um bom trabalho neste lugar, dando a esses seres uma oportunidade de viver a vida sem medo de serem mortos por serem eles mesmos, aqui dentro podem fazer e ser quem quiser, algo que nunca pude fazer.

Procurei por Silena em vários locais, por um momento achei que não a encontraria, mas a trilha me levou a um local belo que não havia visto da ultima vez que estive aqui, há um lago cristalino, consigo ver cristais da água submersos, acima, nas árvores, há pontes que levam as construções camufladas, quase não as percebi se não fosse pelas luzes acesas em seu interior, soltei um suspiro nasal ao observar o local por completo, isso até meus olhos encontraram Silena abaixo de uma arvore com flores brancas, meus olhos se arregalaram levemente ao observar a bela cena, ela toca as flores de forma suave, seus olhos azuis claros estão um pouco apreensivos, vagos, suas roupas mudarão, seus cabelos estão voando contra a leve brisa que bate em seu corpo, juntamente com seu vestido, dando uma graça a mais a cena.

Ela continuou admirando as flores de forma graciosa por alguns segundos, enquanto eu continuei a observando, minha mente gritou que o sentimento que estou sentindo deve ser absorvido, e eu quis retirar meus olhos de Silena, mas é impossível evitar o sentimento que se possuiu meu coração, uma calmaria, a mesma que eu amava sentir após uma batalha intensa, já não consigo sentir mais as dores nos braços, apenas a sensação gostosa de aquecimento que Silena me trás, não consigo descrevê-la em palavras, apenas me sinto como nunca me senti antes, mas sempre busquei sentir, ao ver Silena tão bela, eu me sinto finalmente em casa.

De repente ela virou a cabeça em minha direção, vi seus olhos cintilarem por puro alivio e alegria, alegria essa que me contagiou, abri um sorriso sem nem perceber, meu coração palpitou, ela sentiria minha falta caso eu não voltasse, não como eu sentiria a dela, Silena se tornou meu propósito de vida a muito tempo atrás, sem ela, não há razão para minha existência, é impressionante como dou mais valor a mim, apenas quando estou com ela. Silena não tardou a correr em minha direção, abri meus braços doloridos, lhe dando liberdade para se jogar em meus braços, seu corpo colidiu com o meu me trazendo um alivio enorme e não demorei a agarrá-la.

- Eu fui valente ao dizer aquelas coisas, mas..- Silena começou a falar com uma voz um tanto quanto chora contra meu pescoço, acariciei seus cabelos de forma carinhosa apertei suas costas lhe dando conforto. - Eu fiquei com tanto medo, receio de que não voltasse. - Ela terminou e senti suas mãos me apertarem tão forte que poderiam me machucar, meu coração se apertou e eu encostei meu corto contra seus cabelos e suspirei, sentindo seu cheiro de lavanda leve, soltei uma leve risada e ela me acompanhou. - Nunca te perdoaria se tivesse me deixado.

- Por que eu deixaria pessoa por quem lutei e zelei durante mil anos? - Perguntei de forma neutra e senti Silena se desgrudar de meu corpo, me afastei levemente dela para poder encarar seu rosto, seus olhos estão cristalinos e um pouco molhados, suas bochechas estão avermelhadas, indicando vergonha, eu até poderia sentir tal sentimento, mas não posso, não quando falei a mais pura verdade, e ela já deveria saber disso, por um momento fiquei preocupada com sua reação, mas então um grande sorriso se abriu em seu rosto, como o sol trazendo a esperança de um novo dia, me fazendo perceber que apesar de todas as dores e perdas, mesmo que eu tenha que continuar algo no qual nunca quis fazer parte...

Ela continua sorrindo, continua carregando a esperança que salvará o mundo, então eu sei que...

Tudo valeu à pena.

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Point Of View - Silena.

Sonho On.

Meus olhos estão fechados, tudo está tão escuro, como se nada mais existisse, pensei que estivesse perdida em algum lugar, ou presa, mas de repente senti uma brisa bater em meu corpo que está por alguma razão fraco, tão fraco que quase foi levado pela leve brisa, meus olhos finalmente se abriram, mas logo se incomodaram com a luz forte e fumaça do local, engoli em seco, sentindo minha garganta queimar, abaixei a cabeça e encarei meus pés, descalços por alguma razão, a terra está molhada, criando uma lama avermelhada. Voltei a erguer meus olhos e os abri totalmente ao ver várias bandeiras penduradas em lanças, ao redor há vários corpos jogados no chão.

- O que está acontecendo... - Sussurrei para mim mesma de maneira confusa, é incrivelmente real, não acredito que seja realmente um sonho. Engoli em seco novamente, desta fez fazendo uma careta ao sentir minha garganta queimar, caminhei pela lama manchada de sangue, a procura de Estar, onde ela está? Havia dito que não me deixaria, mas por que estou aqui sem ela? - Oi! - Chamei ao ver uma silhueta feminina ao longe, ao me aproximar me senti um pouco entristecida ao ver a cabeleira ruiva, vestindo uma armadura de bronze. - Olá? - A mulher se virou pra mim e arregalei os olhos, senti uma corrente elétrica passar por meu corpo quando seus olhos se conectaram com os meus. - Sabe como vim parar aqui? Sou Silena.

- Sou Freya, eu não sei onde estamos..- Ela falou olhando em volta de uma forma tão confusa quanto eu olhei, fiz uma careta e voltei a olhar ao redor, não reconheço o lugar e mesmo se conhecesse, eu não o reconheceria com tantos mortos no lugar, sem contar que há focos de incêndio por todo lado, criando uma nuvem enorme de fumaça, o lugar cheira a morte, está coberto de cinzas, poderia dizer que é o purgatório, pois realmente aparenta ser o inferno. - Magnus, onde ele está? - Ela perguntou parecendo entrar levemente em pânico, e então percebi o que está acontecendo, nossas mentes se interligaram.

Estar havia me informado que ao atingir certa idade, a mente dos Ragnarok iriam se interligar aos poucos, isso poderia resultar em sonhos com cenários do qual um de nós já havia estado ou passado, mas não acredito que um de nós já tenha participado de uma batalha tão grande, há milhares de corpos jogados ao chão, batalhas assim aconteciam há anos atrás, e nenhum de nós tem idade o suficiente pra isso, há algo errado, mas sei que se eu entrar em pânico pode afetar minha ligação com Freya, que acabou de ser formada. Segurei a mão dela de forma gentil, seu olhar voou para meus olhos e eu sorri levemente.

- Somos Ragnarok, fomos as primeiras a despertar a ligação Freya. - A expliquei o que está acontecendo, não expressei nenhum sentimento, não faço idéia se isso é algo bom ou ruim de acordo com a situação. Ela pareceu pensar por um instante, e de repente riu e olhou em volta sem o medo que havia em seu olhar antes. - É um prazer finalmente te conhecer, onde você se encontra? - Perguntei soando mais animada, sempre tive a vontade de encontrar com algum deles antes, Estar sempre disse que tenho uma ótima força mental, mas nunca acreditei.

- Estou no Sul, Tem muitos inimigos nessa região...- Ela respondeu após parar de analisar o local, e então me lembrei que o ataque a floresta foi de um grupo vindo do sul, Estar provavelmente vai negar meu pedido de ir pra lá por conta disso, mas será que aceitará ao saber da situação de Freya e Magnus, ele deve ser um amigo dela. - Silena..- Freya chamou meu nome de forma receosa, sai de meus pensamentos e a encarei, mas seu olhar está em algo além de mim, me virei, curiosa para saber o que a fez ficar tão temerosa, mas de repente me peguei me sentindo da mesma forma.

Há um homem forte e alto, bem acima de uma montanha de corpos, seus olhos são roxos e carrega um olhar divertido, em seus dedos há fogo queimando, indicando que ele é o responsável por tudo isso, ele sorri um tanto quanto irônico em nossa direção, seus cabelos são brancos como a neve, parecidos com o de Estar, mas a sensação que ele me faz sentir é totalmente contraria, consigo sentir meus interior se contorcer, implorando para que eu me afaste do homem, minha boca secou e meu coração acelerou, indicando perigo, ele não se apresentou e tenho certeza de que não tem a intenção, mas não precisou se apresentar para que eu e Freya descobríssemos de quem se trata.

É River.

            
            

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