Capítulo 5 A esposa do CEO

Capítulo 5

Caio

O funeral do meu pai foi além do esperado. Nunca imaginei que sua morte... Engraçado, quando era vivo não me lembro dele ser tão querido assim, por colegas de trabalho, empregados e até os parentes por parte da minha mãe que vieram ver o corpo. Uns disseram " Bem feito ", outros " Que pena, tão jovem ". A parte da família da minha mãe o culpava por sua morte, até eu o culpava mas ele não tinha culpa nenhuma. Baque mesmo foi eu descobrir essa doença: um tumor cerebral, não tinha mais nada a se fazer, já estava muito avançado, por isso se recusou a fazer o tratamento. Isso chega a doer o meu coração, nem teve consideração por mim, estava focado no trabalho. Agora tenho que amadurecer e cuidar da empresa, sendo o único herdeiro. Pra falar a verdade, não sei se vou dar conta, mas tenho que tentar. O advogado da hotelaria, o senhor Marco Monteiro, me ligou para comparecer hoje para falar do testamento. Quero logo resolver isso!

Acabei de chegar na empresa junto com o meu amigo Fabrício, assim que chegamos, fomos muito bem recebidos pelos funcionários.

- Boa tarde, alguém pode me mostrar onde era o escritório onde meu pai trabalhava? - Vou para a recepção.Uma morena se levanta para falar comigo.

- Boa tarde, senhor. O senhor Clécio pode leva-lo, ele que está no comando depois....- Ela para de falar e fica me fitando.

- Depois que meu pai morreu? - Ela assentiu, abaixando a cabeça. - Tudo bem... Poderia chamar esse tal de Clécio? - Digo com suavidade, ela pega o interfone e o chama. Logo ele aparece no salão. Um homem de 1,80m de altura, cabelo curto, está vestindo um terno e uma calça social preta, vem na minha direção.

- Boa tarde, o senhor é o Caio Lacerda? - Indaga, balanço a cabeça concordando. Ergue o braço para me cumprimentar. Aperto a sua mão em seguida. - Prazer em conhecê-lo, mesmo sendo um momento inoportuno. Lamento por sua perda. - Ele disse. Retiro o meu braço e coloco no meu bolso da calça.

- Agradeço, mas poderia me levar para o escritório do meu... - Olho para o alto para as lágrimas não caírem, pois me lembrei que ele não estava entre nós. - Quer dizer... Onde ele trabalhava.... - Digo com a voz contida. Ele balança a cabeça, e vamos para o elevador. O Fabrício foi junto comigo, nesse momento difícil, ele estava do meu lado. Assim que entramos no elevador pergunto como está o hotel? Disse que está muito bem, a toda hora tem turistas se hospedando e duas vezes ao mês fazem uma promoção nas redes sociais, também tem famosos se hospedando aqui como: Rihanna, Ian Somerhalder o ator que fez a série The vampire diaries e a Camila Cabello. O elevador acabou de chegar no andar onde fica o escritório do meu pai, Clécio tirou a chave e abriu a porta para entrarmos. Estava tudo organizado e arrumado como o meu pai deixou, fiquei um tempo olhando o escritório. Então vou até a mesa e me sento, começo a observar o que está sobre a mesa. O notebook, fotos minha e da mamãe.... Eu tinha uns dez anos nessa foto.

- Está tudo bem, Caio? - Pergunta o Clécio. Coloco a foto sobre a mesa e o fito.

- Sim, está tudo bem.... Mas prefiro que me chame de senhor Lacerda! - Digo em tom ameno. Ele sacode a cabeça concordando. - Bom, gostaria de ver as planilhas, como andam as finanças e todo... - Ele me corta.

- Eu te disse no elevador como está o hotel! Acho que não precisa disso. - Fabrício levanta a sobrancelha e estranha a atitude dele.

- Ei? Isso é jeito... - Me levanto e faço um gesto para o Fabrício que entende e se afasta do braço direito do meu pai.

- Sim, o senhor disse, mas quero ver com os meus próprios olhos, meu pai não está aqui e sim eu. Por favor pegue os benditos papéis ou vou ter que me estressar aqui! - Ordeno, ele me fita por um tempo e depois sai do escritório e faz o que mandei. Me encostei na mesa e soltei o ar de alívio. Meu amigo se aproxima.

- Que cara estranho, não sei, não... Mas fique de olho nesse cara? - Me alerta.

- Que isso, não foi nada demais... - Respondo o Fabrício

Depois de verificar que as finanças do hotel está tudo "ok". A administração também está tudo certo, não tem nada de errado. Acho o que ele disse no elevador é verdade, levantei da mesa e o cumprimentei, o parabenizando pelo trabalho. Alguém bate na porta.

- Licença. Desculpa atrapalhar... Mas o senhor Marco Monteiro acabou de chegar e pediu para avisar que está aguardando os senhores na sala de reuniões. - Disse uma moça loira. Agradeci pelo recado e logo ela retirou-se. Fomos para a sala, não estava preocupado, pois sei o que me espera. Vou ter que comandar isso tudo aqui de agora em diante. É Caio, vai ter que ser responsável agora!

                         

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