Capítulo 2 2° Começo de tudo (Flashback)

Elena estava super ansiosa para a chegada de seu irmão, Carlos Mancini tinha feito uma viagem de negócios a uma semana e chegava hoje a noite, ele era a única pessoa que ela podia chamar de família.

Tinha a mãe deles também, que desde que ela se entende por gente, sempre a reconheceu como mãe, Lucia Mancini nunca a tratou como uma filha de verdade. Elena não sabia porque sua mãe era assim com ela.

- Porque você está tão animada Elena? Aprenda a controlar suas emoções. - Lucia falou com uma cara de poucos amigos, como sempre.

- Só estou ansiosa para a chegada de Carlos, desculpa mãe. - Ela falou de cabeça abaixada, não queria desafiá-la, afinal faltava tão pouco para ela ir realizar seu grande sonho, não valia a pena se estressar com isso agora.

- Não sei porque você ainda insiste em me chamar assim, só Carlos tem esse privilégio de me chamar de mãe. - Ela falou olhando como se Elena fosse algo desagradável.

Lucia nunca gostou de Elena, desde que ela tem consciência, lembra dela sendo maldosa com ela, mas não queria pensar nisso agora, isso logo vai fazer parte do passado.

Elena pensava que sua mãe tinha algum complexo de narcisismo com ela, por isso a tratava assim.

- Sra. Mancini, gostaria que eu já colocasse a mesa de jantar? - Teresa é a governanta da casa há muitos anos, ela entrou na sala perguntando.

- Pode deixar tudo pronto, Carlos já está chegando, ele deve está com fome depois de tanto tempo trabalhando. Pobre do meu filho, tem que trabalhar tanto para essa família, enquanto outros querem ter vidas de reis.

Lucia falou olhando direto para Elena, como se a acusasse de algo, ela a olhou de volta incrédula, mas logo voltou ao estado normal, isso não deveria mais a surpreender.

A verdade era que ainda magoava, mas Elena tinha aprendido a não demonstrar mais as suas mágoas, guardava tudo lá dentro, como se estivesse trancado em uma caixa bem fechada.

Teresa olhou para a menina sentindo pena, ela queria falar algo, mas sabia que não podia se meter nas conversas dos patrões. Elena fez de conta que não viu, não queria esse sentimento de ninguém.

- Sim senhora, tudo vai está pronto para a chegada dele. - Teresa falou isso e saiu da sala sem dizer mais nada.

Elena sentou no sofá e ficou esperando. Vinte minutos depois, Carlos entrou pela porta, na mesma hora ela deu um pulo do sofá com um sorriso maior do que podia caber em seu rosto.

Lucia, logo o abraçou, demonstrando sua saudade e carinho pelo filho, Carlos também amava muito a mãe, ele sabia que ela tinha uma personalidade complicada, mas isso não muda o amor de mãe e filho.

Depois que Lucia o largou Elena correu e se jogou nos braços dele, sentia tanta saudades que o abraçou forte.

- Que bom que você chegou irmão! Eu estava com tantas saudades. - Ela falou ainda abraçada a ele.

- Eu percebi irmãzinha, eu também estava com saudades das suas travessuras! - Carlos falou com um sorriso largo.

- Ei, eu não faço mais travessuras, não sou mais uma criança, não seja chato. - Falou fingindo estar chateada, mas logo não conseguiu se segurar e começou a sorrir junto com ele.

Carlos era como um grande protetor, depois que o pai deles morreu, a quatro anos atrás, ele era como o alicerce da família, mantinha tudo funcionando, ele tinha muita força e coragem. Elena o admirava muito.

- Vamos jantar logo, você tem que descansar e não esqueça que quero te mostrar meus planos de viagem, para você aprovar. - Elena falou com um sorriso.

Carlos a olhou com uma cara séria. O fato é que Elena tinha trancado a faculdade para passar um ano viajando, embora Carlos não gostasse dessa decisão, ele a apoiou, depois de muita insistência e a promessa de trabalhar na empresa quando ela voltar.

- Isso não é urgente, Elena! Carlos acabou de chegar, deixe ele descansar e jantar tranquilo, vocês podem falar sobre isso amanhã, não seja mais egoísta do que você já é.

Lucia falou olhando para Elena com aquela cara de quem queria lhe ensinar uma lição por perturbar o seu filho.

- Mãe, deixe Elena, ele é uma menina e muito jovem ainda, a senhora sabe que quanto mais jovem, mais eufóricos somos.

Carlos falou gentilmente com sua mãe, mas balançou a cabeça em desaprovação, ele não gostava dos comentários afiados que sua mãe direcionava para Elena.

- Somos uma família, temos que nos apoiar um ao outro. Depois do jantar falamos sobre sua viagem Elena, mas se tiver algum lugar que eu não aprove, você vai tirar do roteiro. Certo?

Elena sabia que Carlos falou sério só pelo olhar que ele lhe lançou.

- Sim irmão, farei como você disser! - Sim, ela sempre concordava com ele quando falava sério assim, isso queria dizer que ele não mudaria de opinião se não gostasse do lugar.

Eles foram para a mesa de jantar, que já estava pronta com tudo posto. O cheiro estava divino, Teresa sempre foi muito cuidadosa, ela se preocupava com os mínimos detalhes.

Embora só três fossem jantar, ela preparou a mesa como se fosse um grande banquete, tudo estava colocado na mesa de maneira delicada e em perfeita combinação.

Tinha todas as comidas preferidas de Carlos, claro, Lucia tinha pedido, mas nem precisava, Teresa sabia tudo decorado, ela sabia o que todo mundo na casa gostava.

- Teresa, você sempre muito caprichosa, uma semana fora de casa e já senti saudades da comida caseira que só você e o pessoal da cozinha sabem fazer.

Carlos falou para Teresa, seus olhos brilhavam vendo toda aquela comida maravilhosa, feita especialmente para ele.

- Sr. Mancini, é um grande prazer preparar os pratos que o senhor mais gosta, estávamos todos ansiosos pela sua chegada, seja bem vindo e tenha uma boa refeição.

Assim que Teresa terminou de falar, se retirou da sala, deixando a família de três só, Carlos não fez nenhuma cerimônia e logo começou a se servir de alguns pratos.

- Como foi sua viagem, querido? - Lucia perguntou olhando para o filho com carinho.

- Foi cansativo, mas acho que vou conseguir os retornos que eu preciso, logo teremos boas parcerias, a Empresa Mancini tem um grande nome, dentro e fora da Itália.

- Isso é ótimo, seu pai ficaria muito orgulhoso do homem que você se tornou. - Lucia falou com orgulho evidente.

- O papai foi um grande homem, eu tenho orgulho de ter tido um pai como ele. Ele sempre foi muito bom com a gente. Você lembra das brincadeiras dele, irmã? - Carlos falou para Elena, a incluindo na conversa.

- Como eu poderia esquecer? Ele era sempre tão gentil e engraçado. Lembra que ele fez questão de montar a casinha na árvore? - Elena falou e seus olhos marejaram.

- Como eu poderia esquecer? Lembro do rosto dele confuso olhando para o alto pensando em como ele iria montar a casinha, foi o mesmo que ele fez quando montou sua casinha de bonecas. - Carlos falou com um sorriso saudoso.

Como Elena poderia esquecer, antes do pai falecer, era tranquilo, não que Lucia não fosse maldosa com ela, mas ela se controlava mais quando ele ainda estava vivo.

Elena ficou perdida em seus pensamentos por um tempo quando a campainha tocou e em seguida, Teresa veio avisar que tinham visitas e parecia urgente.

            
            

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