Capítulo 5 5° A viagem (Flashback)

Elena em seu quarto, pegou uma mala e saiu colocando algumas roupas, na verdade ela não sabia bem o que deveria colocar, mas optou pelas peças mais simples que tinha.

Colocou o seu notebook e tablete na mala também, só queria está preparada, mesmo não sabendo para quê. "Será que Carlos consegue resolver isso?" - Ela pensava.

Tudo era muito incerto no momento, ela estava perdida em sua mente, sentia um aperto no coração, uma grande tristeza tomou conta dela.

Olhou para seu quarto com carinho, lembrando de todas as histórias, tinha muitas lembranças ali, apesar de também ter lembranças ruins, tinha muita coisa boa para se lembrar.

"É tudo tão lindo aqui, meu desenhos de infância, a régua de medida na parede, papai fazia questão de medir a gente todo ano. Foi tão difícil perdê-lo, ainda dói muito sentir a sua falta, espero algum dia diminuir essa dor."

"Papai e meu irmão era minha família, só queria poder dizer isso de minha mãe também, infelizmente eu não tenho lembranças boas dela, isso faz tanta falta."

"Ela parece me odiar, eu só queria saber porque. Mesmo ela me tratando assim, ainda anseio por seus carinhos." - Elena ficou em transe por um tempo enquanto pensava em sua vida.

Tocou em algumas coisas, como se estivesse tentando não esquecer das lembranças que tinha ali e desceu a escada com sua mala e uma bolsa de lado, onde estava seu celular e outras coisas pessoais.

Carlos lhe deu um abraço, como se não quisesse a soltar mais, falando o tempo todo me perdoe em seu ouvido, ela só assenti para ele com lágrimas nos olhos.

- Você está fazendo a coisa certa Elena, estou orgulhosa de você. - Lucia falou olhando para ela, se manteve distante, Elena também não esperava que ela fosse lhe dar um abraço.

Aquele homem com o seu semblante cruel, pegou seu braço e a levou em direção do outro que estava ao seu lado.

- Leve ela para o carro, eu já chego. - Stefano falou com um olhar ameaçador.

Aquela cena já estava cansativa, mas ele aguentou, tentou ter um pouco de piedade e dar um tempo para ela, mas assim que acabou ele a mandou para o carro.

Assim que eles saíram se virou para os dois que ficaram na sala, algumas coisas tinha que ficar bem claras.

- Vou deixar uma coisa bem clara para você Carlos, você pode tentar o quanto quiser, mas nunca vai conseguir encontrar o lugar onde vou mantê-la e se você tentar alguma gracinha, agora que você conhece meu sobrenome, vai se arrepender como nunca.

Stefano falou com os olhos cravados em Carlos, era intimidador, faria qualquer um tremer de medo.

- Você não pode privar uma pessoa de ver sua família, ela é minha irmã e não merece isso. - Carlos falou e Stefano lhe deu um sorriso sarcástico.

- Aconselho você a pesquisar sobre mim antes de tentar qualquer coisa, outra coisa, a partir de hoje ela não tem mais família.

- Não a machuque, ela é uma boa menina! Sr. Guerra, não a faça mau. - Carlos pediu em súplica.

- Tentarei não ser igual a você!

Depois de falar isso, Stefano virou as costas e saiu pela porta sem olhar para trás, entrou no carro e Elena já estava apagada. Ele tinha pedido para Domenico apagar ela, não precisava saber para onde iriam.

- Sr. Guerra, está certo de que essa é a melhor decisão? - Domenico o perguntou com um olhar de pena para a moça apagada.

- Domenico, desde quando você questiona as minhas decisões? - Stefano falou lançando um olhar desapontado para ele.

- Me desculpe senhor, não foi minha intenção. - Domenico sabia que seu chefe não gostava de maus entendidos.

- Domenico, você cresceu comigo, minha irmã é como alguém de sua família também. Você já se esqueceu de como a encontramos? Você já esqueceu todo sofrimento dela?

- Não, Sr. Guerra. Como eu poderia esquecer? Sempre que lembro sinto uma dor profunda em meu coração. Perdoe por questioná-lo.

- Tudo bem Domenico, eu entendo, você sempre foi um homem melhor do que eu, mas eu não posso me dar o luxo de sentir pena de ninguém.

Depois que Stefano terminou de falar, Domenico assentiu, ele tinha plena certeza de que ele não iria desistir de seus planos.

Sua família estava em primeiro lugar e ele sempre honrou uma promessa, quanto mais a que ele fez ao seu pai em seu leito de morte.

"Pai, não se preocupe, logo você poderá descansar em paz, sabendo que todos foram penalizados pelo o que fizeram, eu não terei pena e não vou poupar ninguém!" - Stefano pensou nesse momento.

Não demorou muito para chegarem no aeroporto onde o seu jato particular estava esperando, já pronto para sair dessa cidade que ele tanto desprezava.

- Domenico, antes de entrar no jato, verifique a bolsa e a mala dela, descarte qualquer aparelho de comunicação, não quero nenhuma surpresa.

- Sim senhor.

Domenico verificou a mala e a bolsa dela e como ele já esperava, tinha celular, notebook e um tablet, mandou descartar tudo no aeroporto.

- Pegue ela e leve para o jato e coloque longe de minha cabine, não quero companhia de estranhos agora.

Domenico a levou e Stefano foi direto para sua cabine, precisa de um tempo para pensar e descansar sua mente, relembrar de tudo aquilo novamente o deixou com muita dor de cabeça.

Quando o jato decolou, pegou uma dose de whisky e tomou de uma vez só, como se fosse um remédio para tudo que ele estava sentindo. Depois se serviu mais uma dose, e pensou em tudo o que aconteceu até chegar aqui.

Todas as dores, a falta de sono, a doença do seu pai, no estado atual da sua pobre irmã, quase teve um ataque de fúria, mas se segurou, tinha muito o que pensar e um plano já se formava na sua cabeça.

Aproveitou para dormir alguns minutos, sabia que quando chegasse na empresa, teria muito trabalho atrasado, perdeu muito tempo para se resolver com esse último da lista, mas valeu a pena.

Algum tempo depois, o jato pousou e seguiram direto para a mansão, ela ficava mais isolada da cidade, por causa da Luisa, ela tinha pânico de barulho e pessoas, esse era um jeito de preservar ela o máximo possível.

- Domenico, assim que a gente chegar, leva ela para aquele quarto isolado e quero que você quem faça toda sistema de vigia pessoalmente, não quero que ela tenha contato com outras pessoas, só você e eu.

- Senhor, quer que eu faça algo diferente do que já foi feito com pessoas que já ficaram naquele quarto?

- Sim Domenico, pode levar comida para ela, todos os dias e levar material de limpeza para ela manter o quarto limpo, tire assim que ela terminar. Lembre-se, só você pode ter contato com ela.

- Sim senhor, pode deixar, eu vou me ocupar disso pessoalmente.

- Eu vou dar uma olhada na Luisa, organizar algumas coisas e sair, você fica responsável por tudo que for necessário. Vou passar uns dias na empresa. Qualquer coisa, entre em contato comigo.

Luisa estava na mesma, mas sempre que Stefano ia ver ela, esperava encontrá-la melhor, mas nada tinha mudado, ele deu um beijo em sua testa e saiu. Arrumou suas coisas e saiu para a empresa.

                         

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