Capítulo 5 Lótus

Anthony Conner

Raramente saio para festa desse tipo, baladas não são meu tipo preferido de eventos, mas com certeza vir hoje foi uma decisão bem tomada. E o que me dá essa certeza é observar a garota de vestido preto dançando como se sua vida dependesse disso.

Tudo nela parece ter sido feito pelo melhor dos melhores escultores. O formato do rosto, as curvas de seu corpo. E eu preciso tocar sua pele para saber se é tão macia quanto aparenta ser. O brilho nos seus olhos e o sorriso a torna ainda mais fascinante.

Eu quero essa mulher para mim. E eu sempre tenho o que quero.

Sinto o ódio subindo pelo corpo ao ver um homem a agarrando, e ela parece extremamente desconfortável, odeio quem ache que pode tocar no outro assim, como se fosse dono. Não me incomodaria observá-la com alguém, se ela estivesse à vontade com isso, mas claramente não é o caso. Travo meu maxilar inferior cada vez mais irritado com o que vejo.

Chamo meu segurança, vou resolver isso agora. Caminho em direção aonde ela está, então acabo esbarrando propositalmente nela, que vem a apressada na direção em que estou. Eu quero que ela me veja, me note, e sei que assim vou conseguir isso.

- Me desculpa - Ela pede, a voz soa um pouco arrastada devido a todo o álcool que ingeriu, mas ainda assim consigo identificar o quão doce é.

Sei que ficaria ainda melhor escutando-a gemer meu nome.

- Tudo bem, acontece - Respondo educadamente, então sigo meu caminho. Preciso ensinar uma lição a aquele cara, pois o que eu vi não irá passar em branco.

Vejo o cara indo para uma rodinha de amigos e caminho para fora da boate, e entro no meu carro, não posso comprometer minha imagem. E então aguardo o meu segurança para fazer o trabalho sujo de ensinar a esse playboy mimado uma lição que ele não aprendeu em casa. Não demora até que a porta seja aberta e o garoto sendo jogado dentro do carro, com um olho inchado e o nariz sangrando um pouco.

- O que...? Quem é você? - Ele perguntou assustado.

- Eu só quero te dar um recado - Olhei sério para ele - Hoje, você vai sair só com esse olho roxo, mas se você tiver o azar de cruzar meu caminho novamente e eu te ver assediando novamente uma garota, você está com sérios problemas.

- Mas... Eu não assediei ninguém, eu nunca faria isso - Falou, arregalando os olhos, mas logo gemendo de dor por causa do olho.

- Eu vi, não precisa negar nada, só estou te dando um recado - Falei firme - Para sua sorte estou de bom humor hoje, mas esteja avisado, da próxima vez eu corto sua mão.

- Porra, você é louco - Ele fala e depois arregala os olhos assustado, percebendo que falou em voz alta - Me desculpa... eu.

- Saí do meu carro, antes que eu perca o resto da minha paciência - Mando irritado.

- to saindo - Ele fala com a voz trêmula e sai rapidamente, se desculpando novamente.

Respiro fundo para me acalmar, a sorte dele é que estou de bom humor, ou resolveria as coisas de um jeito ainda pior. Saio do carro para voltar para dentro da boate, quero poder observá-la melhor e ainda preciso descobrir o nome dela, não vou abordá-la hoje.

Entro novamente na boate caminhando de volta para a ala exclusiva, na parte superior da boate, de lá poderei ver toda a pista de dança sem perder ela de vista, e saber se vou precisar dar um jeito em outra pessoa. Sento novamente na minha mesa, enquanto um garçom serve um uísque com gelo e meus olhos ficam focados na pista de danças. Eu gosto da forma com a qual ela se movimenta e sorri, é completamente agradável aos meus olhos.

- O que é tão atraente lá embaixo? Melhor, quem é? - Escuto a voz do Hugo ao meu lado olhando para a pista em busca do que eu estou focado.

- Acho que você está muito curioso - Respondo olhando para o meu amigo.

- Qual é? Não vai doer se falar - Riu - Só quero saber o que te deixou tão concentrado e está te mantendo aqui, você não fica tanto tempo em uma boate e só veio porque é a inauguração e você sabe que eu estava contando com sua presença aqui.

- Pois estou adorando a sua nova boate - Repondo cínico e o vejo revirar os olhos.

- Não me deixa curioso, isso é quase um crime - Hugo dramatizou e eu reviro os olhos, voltando a olhar para Megan que está conversando com uma outra garota - Se você não souber quem é, eu posso descobrir o nome para você, basta me mostrar quem é.

- Isso parece uma bia proposta, em quanto tempo você consegue o nome? - Pergunto voltando a olhar para Hugo, interessado na proposta. Assim consigo o nome dela e ele para de perguntar sobre isso. E eu sei que de qualquer forma, não iria conseguir esconder dele.

- Quanto mais rápido você me mostrar, mais rápido tenho a resposta - Ele responde animado. Sei que ele está movido pela fofoca.

- A garota de vestido preto brilhoso, conversando com a garota de cabelo rosa e olhos estreitos - Falo indicando a direção em que as garotas estão.

- A de cabelo rosa é a Hillary Kato, mas a garota com ela eu não conheço - Falou e tirou o celular do bolso - Elas parecem ser amigas, então vou procurar os convidados adicionados a pedido da Hillary e talvez encontre.

- Então faça isso, estou aguardando - Digo firme.

- Estou procurando - Ele fala impaciente.

Enquanto eu espero, vejo ela ficando sozinha e a amiga indo embora, mas ela não parece se importar, apenas continuou dançando e se divertindo sozinha, sem se importar com nada, eu gosto dessa energia que ela exala.

- Megan Phelpps - Escuto e olho para o Hugo - Esse é o nome da garota.

- Megan, é um nome bonito - Digo alto.

- Vai até lá? - Ele pergunta arqueando a sobrancelha.

- Não, sabe que não - Digo - Vou no momento apropriado.

- Claro, se não for tudo controlado, não tem graça - Ele revira os olhos. - Preciso ir, boa festa. Cuidado para não desidratar a garota,

Reviro os olhos e não respondo, sequer olho quando ele sai da minha mesa. Apesar de ter falado sobre meu interesse, consegui o nome dela e amanhã vou começar minha busca por mais coisas sobre ela para saber exatamente por onde me aproximar. Tudo bem planejado.