__É o destino dela e nós não podemos interferir e seja lá onde ela estiver, ele a achará e você sabe disso Alexandre-mamãe sai da cozinha furiosa e papai a segue nós deixando parvos.
__Por que eu sinto que eles estão discutindo pela primeira vez por minha causa?-sussuro baixo com lágrimas nos olhos.
Só um burro para não entender de quem eles falam.
Eu não quero causar brigas entre meus pais, parece que estou destruindo a minha família.
Sinto que estou destruindo algo dentro de mim.
__Não precisa chorar Cat, não é sua culpa, eles iram se acertar logo. Irei falar com eles-coloca os braços nos meus ombros me confortando.
__Obrigada David. É..eu só preciso ficar sozinha.
Subo as escadas rápido em busca da minha salvação, a única coisa que me faz esquecer de tudo ao meu redor, o meu escape.
Entro no meu quarto trancando a porta, passo pela minha escrivaninha e levo o meu bloco de desenho e lápis.
Sento no sofá da minha sacada encarando a floresta.
Começo a rabiscar algo no meu bloco enquanto encaro a floresta.
Penso em tudo que aconteceu desde que implorei para ir a festa.
Agora eu entendo os meus pais, a obsessão deles pela minha segurança.
Eles querem me proteger dele.
O mais engraçado é que eu sinto que ele é o perigo, mas o perigo dele está me atraindo de um jeito irresistível me fazendo queré-lo por perto.
Os seus olhos tão fascinantes que pareciam tão conhecidos.
Eu ainda não entendo o porque de não o quererem perto de mim e nem a minha conexão com ele.
Oque eu tenho a certeza é que ele é o perigo e vou fazer o possível para ficar longe dele.
Olho para o desenho e vejo a bruxa refletida no meu bloco de desenho.
A desenhei tão bem que até me assustou.
Passo a mão pelo curativo no meu pescoço, sentindo um pouco de dor.
Levanto do sofá e me curvo sobre ele para levar o meu bloco.
Assim que estou em pé sinto alguém atrás de mim.
Meu coração bate mais rápido e o medo percorre o meu corpo.
Fico estática segurando minha respiração com medo de me virar.
Sinto sua respiração no meu pescoço me deixando mais nervosa.
__Nervosa pycola?-a sua voz soa como um trovão me arrepiando toda.
__Sim!, me assustaste-digo me virando e o encaro.
Os seus cabelos despenteados, os olhos azuis cobalto, os lábios em uma linha recta.
Ele está todo de preto, a camisa e os djeans rasgados com um sobretudo.
__Isso acontece por incorporar uma humana frágil -sua voz sai com escárnio me deixando irritada.
__Eu não incorporo nada!, eu sou assim-digo levantando a cabeça para encarar os seus olhos.
__Ainda estou curioso pra saber qual é a sua segunda forma-diz ignorando o que disse.
__Vais morrer curioso-digo pegando uma mecha do meu cabelo colocando atrás da minha orelha.
__Então irei esperar pra sempre porque morrer pra mim é algo impossível-diz me encarando.
Ignorante
__Oque você está fazendo aqui?-pergunto mudando de assunto.
__Senti a sua tristeza e vim ver oque está acontecendo.-Diz me seguindo para o quarto.
__Eu estou bem, podes ir agora.
Coloco o bloco de volta na escrivaninha e sinto sua mão fria na minha cintura por dentro da minha camisa.
__O..que você es...está fazendo?- pergunto sentindo sua outra mão acariciando minha barriga.
__Para uma piralha tens um corpo muito tentador-diz me virando pra ele e coloca as suas mãos no meu quadril.
Minha respiração suspende assim que meu corpo colide com o seu corpo másculo, ele é forte e quase perdi a consciência, mais me recordei do que ele acabou de dizer.
__Eu não sou uma piralha, tenho 20anos-digo irritada e ouço a sua risada seca e mórbida.
__Grande coisa-rebate irónico.
Abro a boca para o responder a altura, mas sou impedida com os seus lábios.
Ele se movimenta lento, para que eu possa acompanhar os seus movimentos.
Um pouco relutante passo os meus braços pelo seu pescoço e mergulho os meus dedos no seu cabelo.
Sinto suas mãos apertando meu quadril e o movimento dos nossos lábios aumenta a velocidade.
A sua língua adentra na minha boca, primeiro estranho mas nunca pensei que fosse tão bom.
Gemo na sua boca quando o sinto chupar minha língua.
Sua mão vai para o meu cabelo aprofundando mais o beijo.
Seus lábios descem para o meu pescoço o cheirando e mordiscando, quando sinto o seu corpo tenso e ele se afasta me encarando furioso.
__Por que tem cheiro de um outro macho no seu corpo?-me prensa na parede apertando o meu braço.
_Você está me machucando-digo sentindo lágrimas nos meus olhos.
__Maxon, meu nome é Maxon e ainda não me respondeste-grunhi furioso apertando ainda mais o meu braço.
__Por que o interesse?-pergunto com a voz trémula.
__PORQUE VOCÊ É MINHA CARALHO- grita enfurecido batendo na parede ao meu lado me assustando sinto lágrimas descendo pelo meu rosto.
__Por que você está assim?-minha voz sai baixa com medo.
__Olha pra mim-pedi baixo e eu nego com a cabeça, sinto seus dedos no meu queixo e ele aperta levantando a minha cabeça para olha-lo.
Assim que olho pra ele me assusto vendo que os seus olhos não são mais os azuis cobalto e sim negros, tão negros quanto uma escuridão infinita e ali eu soube que não era o Maxon.
Era outra coisa, algo que tomou o lugar dele.
A sua segunda forma.
__Sempre me olhe nos olhos, quando falas comigo-diz com uma voz baixa amedrontadora me arrepiando de medo-Entendeste pequena?- aceno com a cabeça.
__Agora me diz de quem é a porra do cheiro.
Ouço batidas seguidas na porta.
__Oque está acontecendo querida?, ouvimos gritos-diz mamãe do outro lado da porta.
__Você precisa ir embora, eles não podem te ver aqui-tento o empurrar mas ele não se mexe.
__Eles?, você tem outro é isso?
__Eu não tenho ninguém. O cheiro é do meu irmão-grito enfurecida com ele.
Maxon fica em silencio por um tempo, baixa a sua cabeça cheirando meu pescoço.
__Eu vou arrombar querida, fique longe da porta-papai fala e nada me importa, eu sei que eles ouviram a nossa conversa.
Acaricio o seu cabelo e sinto seus beijos no meu pescoço, leves e doces.
__Desculpa o seu Cavaleiro-sussura no meu ouvido e fecho os olhos sentido os seus lábios deixando um beijo casto nos meus.