Capítulo 5 ⋘ CAPÍTULO QUATRO ⋙

Enzo D'Angelo.

13:25PM ― Residência dos Morelli. ― Quarto dos gêmeos. ― Itália.

Sento na cama e pego meu celular para ver alguns lugares perto dessa casa.

― Tem uma praça aqui perto, acho melhor do que ficar preso nessa casa.

Vou até o closet e pego uma jaqueta preta de couro e visto, pego também a minha carteira colocando no bolso da calça. Pego meu celular e saio do quarto dos gêmeos e desço as escadas, vejo minha mãe conversando com a senhora Morelli.

― Eu vou dar uma saída. ― Aviso chamando atenção deles dois.

― E vai a onde? Você não conhece aqui, Enzo. ― Minha mãe fala preocupado.

― Mãe, eu tenho celular, vou até uma praça aqui perto. Ficar preso aqui é chato demais. ― Digo sem me importar com a dona da casa.

― Tudo bem, Thomas. A praça que ele está dizendo é perto daqui mesmo, é dez minutos a pé daqui até lá. ― Ela diz gentilmente para ele.

O mesmo suspira.

― Tudo bem, qualquer coisa me ligue. ― Aceno.

― Tudo bem.

Saio da mansão e logo os seguranças que estão no jardim me observam, caminho até o portão.

― Pode abrir aqui? ― Pergunto para o segurança, ele me olha por alguns segundos, mas logo abre o portão.

Saio da mansão e caminho pela calçada observando tudo ao meu redor. Respiro fundo.

É tão bom estar sozinho por alguns minutos, sem ninguém lhe vigiando o tempo todo.

Ando em direção a praça, vejo alguns adolescentes rindo com seus amigos, nunca senti vontade de ter amigos, prefiro ficar sozinho mesmo. ― Olho para o lado e vejo uma loja de animais exóticos.

― É o meu dia de sorte. ― Sorrio feliz pela primeira vez.

Entro na loja observando o local.

― Bom dia, em que posso ajudá-lo? ― Uma jovem pergunta ao se aproximar de mim.

― Nada, eu só estou observando, se eu for comprar algo eu chamo você. ― Digo e passo por ela.

Vejo várias coalas na jaula e faço uma careta, vejo também alguns morcegos brancos, é muito raro, raríssimo. Ando mais um pouco e logo vejo um ninho de cobras e sorrio por isso, eu realmente amo cobras.

Arregalo os olhos ao ver uma píton branca.

― Puta merda! ― Digo eufórico.

― Posso ajudá-lo? ― Solto um suspiro e me viro para a garota.

― Quanto é essa píton branca? ― Ela me olha de cima a baixo.

― Você tem dinheiro o suficiente? ― Essa puta está me dizendo que sou pobre?

― E você é idiota o suficiente? Na verdade eu acho que é sim o suficiente. ― Digo sorrindo de lado.

― O senhor está passando do limite. ―Cruzo os braços.

― Eu? Passando dos limites? Quem começou foi a senhorita o seu preconceito de achar que eu não tenho dinheiro, é assim que vocês tratam os seus clientes? Já reparou na sua roupa? Esse lixo nem deve se chamar de roupa, tudo de segunda mão, já as minha são tudo de marcas. Eu ainda não tenho dinheiro? ― Vejo seu rosto ficar vermelho de raiva. ― Quem não quer escutar a verdade, deveria ficar calado.

Passo por ela saindo da loja, não vou comprar mais porra nenhuma. Mesmo que a cobra seja muito linda e rara de ter. também acho que minha mãe me mataria se eu comprasse a cobra.

Caminho até a praça e vejo que está cheia de pessoas.

― Que merda, só fez eu andar. ― Procuro algum lugar vazio mas não acho, solto um suspiro.

Vou andando pela praça tentando encontrar algum lugar vazio, só que não encontrava nada. Vejo um grupo de adolescentes fumando, franzo a testa ao ver os gêmeos rindo com algo que uma mulher ruiva falou.

Não sei o porquê, mas aquilo me incomodou um pouco, observo quando a ruiva dá um sorriso e se inclina para beijá-lo, mordo os lábios com força e nego com a cabeça.

Que porra está acontecendo comigo? Porque caralhos eu estou incomodado se a ruiva vai beijá-lo ou não?

Dou as costas e resolvo ir embora, quando escuto meu nome ser chamado, viro de má vontade e vejo os dois vindo na minha direção.

― O que faz aqui? ― Luan perguntou me olhando de cima a baixo.

― Não posso mais sair? ― Respondo seco os fazendo rir.

― Como sempre tão ríspido. ― Reviro os olhos.

― Porque me chamaram? ― Pergunto irritado e cruzo os braços.

― Vimos que você estava indo embora, porque não vem conhecer os nossos amigos? ― Lucas perguntou gentilmente.

― Amigos? Então vocês têm uma amizade colorida? ― Não sei o porquê de eu ter perguntado isso.

Os dois abrem esses malditos sorrisos idênticos.

― Com ciúmes amor? ― Arregalo os olhos.

― Se você me chamar assim de novo Luan, eu meto a mão na sua cara. ― Ele se aproxima ficando cara a cara comigo.

― Pode bater, eu deixo você fazer isso, mas vou querer uma coisa em troca. ― Diz e logo seu braço passa em volta da minha cintura.

― Que porr..... ― O mesmo me beija me deixando totalmente em choque com isso.

Porque é o meu primeiro beijo.

Tento me afastar só que o mesmo segura a minha nuca e aprofundou o beijo, sinto sua língua dentro da minha boca e acabo suspirando entre o beijo.

Isso é bom.... Que porra.

Empurro ele e lhe dou um tapa.

― Nunca mais faça isso seu idiota!! ― Dou as costas para eles dois e vou andando rapidamente para longe deles.

Que merda, merda, merda!!! O que está acontecendo comigo?

Passo a mão nos lábios sentindo ainda um pouco dormente, paro de andar e percebo que estou longe da praça. Olho para o céu e vejo que o tempo está se fechando, porque eles estão fazendo isso comigo? O que eles realmente querem?

Ando de volta para a mansão sem olhar para trás, passei novamente pela loja de animais exóticos, eu queria comprar aquela cobra píton, mas realmente não posso. ― Chego na frente do portão e logo o segurança abriu a porta e ando para dentro rapidamente.

― Bem vindo de volta, Enzo. ― Olho para o sofá vendo o Christopher. ― Como foi o passeio?

Olho pra ele.

― Qual é sua? ― Pergunto o fazendo me olhar confuso.

― Não entendi o que quis dizer.

Ignoro ele e vou para o andar de cima sem me importar se estou sendo mal educado ou não. Resolvo ir até o quarto do Klaus, sem me importar um pouco, abro a porta sem bater.

― Não sabe bater? ― Klaus pergunta saindo rapidamente de cima do Alex.

― Não. ― Fecho a porta e vou até eles dois. ― Preciso falar algo.

― Você? O que fez agora? ― Alex pergunta e bufo.

― Não fiz nada. ― Suspiro. ― Eu fui beijado pelo Luan. ― Digo e os dois arregalaram os olhos.

― Você? Seu primeiro beijo foi com o filho do chefe da máfia? ― Reviro os olhos.

― Eu estou confuso e irritado, não sei o que eles querem comigo, acabei de perder o meu BV. ― Os dois suspiram.

― Enzo, você gostou do beijo? ― Nego rapidamente. ― Seja sincero.

― Não. ― Digo olhando para qualquer canto do quarto.

― Você mente muito mal. ― Alex diz e suspiro.

― Foi diferente tá... Eu nunca fui tocado e beijado, agora do nada sou tocado e fui beijado. Eu estou confuso. ― Eles me olham.

― Irmão, talvez eles tenham gostado de você. ― Olho sério para ele.

― Gostado de mim? Aqueles dois? Eu duvido, eles com toda certeza só querem brincar com alguém, mas isso não vai acontecer, não sou qualquer um. ― Dou as costas saindo do quarto deles dois.

Se acham que eu vou ser brinquedo de alguém, estão muitos enganados.