/0/3161/coverbig.jpg?v=05142113ec2f340acc1139c9587c338c)
Cris...
Após o nascimento da Zoe tudo mudou entre eu e a família do meu marido. Eu não sabia, mas eles tinham uma tradição que a boa esposa precisava dar ao seu marido o primeiro filho homem, mas como o meu primeiro filho ou melhor, era filha, e minha gravidez no final da gestação foi um pouco complicado e meu parto foi bem difícil o médico disse que eu teria dificuldade de engravidar novamente, e que agora em diante eu precisaria fazer um tratamento caso quisesse engravidar novamente. e a família esperando um filho que não veio, começo a sentir a indiferença e o desprezo começar. Eles me olhavam como se eu e minha filha fosse um erro, eles nunca falaram diretamente, mas o comportamento e as indiretas eram constantes.
Nas conversas em reunião de família o assunto era sempre o mesmo. Como seria o futuro do Davi se ele não tivesse um filho para cuidar das suas coisas. Quem iria cuidar de mim na velhice se o Davi morresse primeiro. Era uma situação insuportável eu ficava sem responde, e até mesmo sem entender por caso uma família deixa de ser família com conta da sexualidade do filho? Uma filha mulher é inferior só porque é mulher? Isso era inadmissível, eu não poderia concordar com isso e eu falei isso para o Davi.
Cris: até quando eu vou ser obrigada aguentar o desprezo da sua família?
Davi: do que você está falando?
Cris: eu estou falando do fato de eu não ser digna para estar na mesa da sua casa, só porque minha filha é menino e não menino, desde quando isso faz diferença? É justo minha filha sofre com conta de uma tradição idiota?
Davi: não é tradição idiota. É uma tradição familiar de anos. Eu não posso mudar isso só porque você quer, ou melhor só porque você não consegue me dar um filho homem.
Cris: é isso que você pensa? Então você deixou de me amar porque eu te dei uma filha e não um filho? Minha filha não terá o amor do pai, porque ela é mulher? Desculpe então acho que me enganei, acho que o homem que está aqui na minha frente não é o mesmo que eu me casei.
Davi: não é nada disso, eu sou a mesma pessoa. E logico que eu amo minha filha, mas eu queria que fosse um menino.
Cris: não é mesmo. O homem com quem eu casei, era amoroso, compreensivo, amigo, companheiro. O homem com quem eu casei, eu poderia conversa sobre qualquer coisa, eu podia confiar nele, e ele não era machista. Mas esse aqui que está na minha frente eu desconheço. Eu disse sim para um homem no altar, mas aqui está outro bem diferente. Será que eu fiz a escolha certa?
Davi: onde você quer chegar com isso?
Cris: eu quero chegar no ponto onde eu falo para você. Não me faça escolher entre você e minha filha. Se sua família continuar a me despreza e desprezar uma criança inocente eu nunca mais coloco meus pés naquele lugar.
Davi: você está me ameaçando?
Cris: não estou te avisando, depois não fala que eu não avisei. Agora me dá licença.
Davi: você está pensando em me deixar? Quero ver se você vai ter na sua casa o luxo que você tem aqui.
Cris: OLHA AQUI SEU MENINO MIMADO, COM VOCÊ EU VIVO SEM VOCÊ EU VIVO DA MESMA FORMA, MESMO PORQUE EU JÁ VIVIA ANTES DE VOCE. EU ME CASEI COM VOCE PORQUE EU TE AMO E NÃO PORQUE VOCE TEM DINHEIRO, MESMO PORQUE EU NÃO TENHO PREÇO. (Cris sai da sala e deixa Davi ali sozinho)