Capítulo 3 Não estou vivendo, apenas existindo

Eu me sinto frustrada o tempo inteiro. Eu não sei explicar exatamente o por quê, mas é o que eu sinto o tempo todo. Frustração, cansaço, desânimo, tédio. Eu vivo no automático.

Me levanto todos os dias da semana ás 06:30 me apronto para ir a escola. Escuto o que os professores explicam da matéria e finjo que estou entendendo alguma coisa - porque a minha mente não tem absorvido nenhuma informação ultimamente - volto para casa 12:30, almoço e a tarde estudo mais uma vez. Porque já estou no ensino médio e preciso fazer o Enem para entrar em alguma faculdade. Malho logo depois para enganar a mim mesma de que os exercícios que for fazer vai ajudar e melhorar o meu corpo que eu não gosto nenhum pouco. Depois vou escrever os meus livros que é única parte do dia que realmente vale a pena.

E eu tenho vivido assim, no automático, a muito tempo e sinto o meu corpo esgotado a todo momento. Não tenho nenhum ânimo.

Existe uma pressão em cima de mim muito grande. E não é uma pressão que as pessoas põe em mim - pelo menos uma parte não é.

É uma pressão que eu mesmo coloco em mim mesma, que eu preciso estudar muito e me esforçar sempre. Que eu preciso, necessariamente, passar no Enem e entrar na faculdade assim que me formar na escola.

São pensamentos, a todo momento, de que eu não terei nenhum futuro na vida, que a faculdade que eu escolhi cursar não me dará nada de bom. De que a profissão que eu quero seguir, a que eu quero fazer porque eu gosto, não me dará dinheiro.

São sabotagens que eu mesmo faço comigo e eu não sei como parar.

Ás vezes me forço a pensar positivo e práticar um pouco de lei da atração. Mas as enxurradas de pensamentos negativos vem logo depois.

Eu não estou vivendo, estou apenas existindo.

            
            

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