Capítulo 6 DRAKEN: O PRINCIPE DAS TREVAS (PARTE 2)

O demônio passou os próximos dias só pensando na garota dos cabelos dourados, apenas lembrando do momento em que mantiveram contato visual. Mesmo assim, não voltou para lá para que não levantasse suspeitas, assim como sabia que isso poderia causar problemas. Porém, ao contrário dele, a garota voltou lá todos dias. Ela já ia normalmente, mas agora ela não vai mais com a intenção de pescar, e sim com a intenção de encontrar aquele garoto de cabelos escuros novamente, o garoto que tem asas negras, ela não sabia que isso pertence aos demônios, uma garota inocente.

Draken finalmente resolveu ir para lá novamente, não carregando consigo nenhum tipo de arma ou coisa do tipo. Ele chegou então naquele campo no mesmo horário que sempre via a garota, mas ela não estava ali, nem mesmo o seu balde. Isso o fez pensar que ela não estava indo mais até lá, então ficou um pouco pensativo. Repentinamente a garota surgiu dos arbustos, ela estava escondida ali apenas esperando ele chegar, o demônio olhou rapidamente para trás e se afastou, colocando a mão na área onde carregava sua grande espada, mas ela não estava ali por ele ter escolhido não levar. Mesmo assim, ele notaria que não precisa usar por ser a garota, então apenas volta a sua postura olhando pra ela.

- Vai embora de novo se eu perguntar quem é você? Perguntou a loira com uma expressão calma e um leve sorrisinho de canto.

- Acho melhor não saber. Respondeu o demônio com sua expressão séria. Nessa altura do campeonato, seu nome pode talvez ser conhecido na superfície, sendo assim nem isso ele pode falar.

- Como devo chamar o meu salvador?

- ... Drak. Arriscado, mas foi o que ele conseguiu pensar no momento, não queria se identificar por outro nome.

- Drak... prazer, eu sou a Melissa. Ela mostra um sorrisinho mais aberto com seus olhos fechados, uma expressão alegre. Ela realmente não muda isso em nenhum momento? Se perguntava o jovem demônio.

- Nunca te vi por esses bosques, onde moras?

- Faz parte de quem eu sou. Respondia indicando que não posso dizer, já que escolhi não mentir, apenas esconder.

- Tudo bem, Drak. Você quer comer algo? Por favor, é o mínimo que posso fazer por você em forma de gratidão por ter salvado a minha vida.

Draken olhando para ela escutou sua pergunta, depois olhou de relance para a floresta, pensando se aceita ou não. Porém, ele sabia que se arrependeria por não ter aceitado, então olhou novamente para.

- Eu aceito, mas não precisa ficar lembrando disso, eu só fiz o necessário. Dizia com um tom de voz calmo.

Melissa com seu sorrisinho apenas começou a se aproximar de Draken, ele em primeira intenção pensou em se afastar, mas deixou que ela se aproximasse, assim ela pegou em sua mão e começou a puxar ele enquanto vai em uma certa direção. Depois de um tempo ela soltou a não dele, então os dois ficam caminhando juntos por aquele campo. Draken fica olhando para o lado observando o lago, ele observa tudo com a atenção, já que as vezes em que pousou na superfície de cima era em batalhas cruéis, onde o verde se transformava em plantação queimada, os céus eram escuros, tudo era apenas um campo de batalha.

Depois de um tempo, os dois já podem ver um vilarejo não tão grande a uma distância considerável. Draken começa a andar mais devagar enquanto olha, com receio de ir, mas ela segura sua mão novamente e o puxa para ir. Ao chegarem no vilarejo, eles caminham pela rua entre as casas e continuam prosseguindo. Melissa é bem recebida pelos moradores que acenam para ela enquanto ela faz o mesmo, Draken apenas observa o modo como todos se tratam ali, pensando que isso não acontece muito no lugar de onde veio. Após um tempo caminhando, eles enfim chegaram na casa de Melissa, onde ela entra.

- Chegueei! Disse ela alegre ao chegar em casa, levando "Drak" para dentro.

- Bem-vinda, querida. Disse sua mãe, aparecendo e olhando para ela com um sorriso, logo olhando para o garoto que a acompanha. - Novo amigo?

- Esse é o Drak, encontrei ele no lago e chamei ele para comer com a gente.

- Oh, sim... seja bem-vindo, Drak! Ela diz animada, não se importando em como eles se conheceram.

- O-Obrigado... Ele fala meio sem jeito, não costuma nem dizer obrigado no lugar onde veio, lá ele tem que agir de modo diferente por ser uma representação do seu pai.

- Logo seu pai vai chegar, quer me ajudar com no almoço? Disse a mulher para Melissa, que aceitou com alegria e foi acompanhar ela. Drak foi convidado a se sentar na mesa para esperar que o almoço fique pronto, ele apenas observava tudo em sua volta, a estrutura e as cores da casa, não era lá grande coisa, mas era bem arrumado.

Alguns minutos se passaram e o cheiro da comida já subia e passava pelas narinas do garoto, o fazendo desejar mais essa comida feita por uma humana. Quando o almoço já estava quase pronto, o pai de Melissa chegou. Draken olhou para ver como ele era, assim como a garota e a mulher, ele era um humano comum.

- Pai! Ela vai rápido até seu pai, o abraçando. Draken observa aquilo curioso, não era assim com seu pai. É, muita coisa ali é diferente.

O homem abraçou sua filha e foi até sua mulher, lhe dando um beijo. Depois disso, olhou para o garoto sentado a mesa.

- Quem é? Perguntou um pouco baixo para sua mulher.

- Um amigo da Melissa, seja educado. Ela priorizou pedir isso, já que seu marido era um pouco brincalhão.

O homem se aproximou do garoto na mesa, então ficou o observando com uma expressão séria. O garoto por sua vez, ficou olhando para ele com a mesma expressão, não demonstrando medo. O homem então estendeu sua mão para ele com um levíssimo sorrisinho de canto.

- Prazer, garoto. Pode me chamar de John.

- Drak. Respondeu o garoto apenas apertando a mão do homem, depois a soltando e continuando ali. O homem se sentou a mesa e logo o almoço ficou pronto, logo os pratos e a comida chegou, assim todos ficaram sobre a mesa.

- Está com um cheiro ótimo, amor. Você sabe o que faz. Na próxima vez vou caçar um cervo para o jantar, com a arma que eu tenho... Ele disse isso só para provocar o garoto, fazendo com que sua esposa olhe para o mesmo com uma expressão que indica pra ele parar. Todos pegaram sua comida, logo o homem continuou a falar.

- E então, como vocês se conheceram? Dizia enquanto comia.

- É que... o Drak me salvou quando eu me desequilibrei e cai no lago. Ela disse meio cabisbaixa.

- O que?! Melissa... eu te disse para não ficar indo até aquele lago. Disse sua mãe preocupada.

- Eu queria conseguir peixes para o inverno, você sabe que estamos sem dinheiro pra comprar comida...

O pai olhou para ela com uma expressão de preocupado, depois olhou para o garoto que estava comendo tranquilamente enquanto elas conversam. - Obrigado, Drak, você salvou minha filha.

Draken olhou para ele e apenas fez um movimento positivo com a cabeça, depois continuou a comer a comida, já que para ele estava uma delícia.

Melissa também queria falar sobre as asas do garoto, mas por ele dizer que não pode saber quem ele é, escolheu não dizer.

Eles terminaram de comer e Drak agradeceu pela comida, logo Melissa levou ele para conhecer o vilarejo. O dia foi passando e começou a escurecer, então o demônio disse que tinha que voltar para casa.

Draken então voltou para casa e novamente deu um jeito de não fazer os outros notarem para onde ele foi. No purgatório, ele tem um jeito bem diferente, ele é mais sério e rígido, utiliza sua grande arma nas costas e parte em missões com o resto da elite do reino. Porém, ele estava um pouco diferente de antes, um pouco menos agressivo, mais calmo... só quem notava essas diferenças mínimas era o seu irmão mais novo, que não dizia nada além de apenas o acompanhar.

No dia seguinte, Draken voltou ao vilarejo para se encontrar com Melissa. No outro, ele também foi. Assim, sempre que conseguia ele ia para esse vilarejo, ficando até conhecido no lugar e deixando os pais dela acostumados com ele. Ele era ainda sério lá e estava aprendendo novas coisas, vendo como eles vivem.

- Drak, vou levar você para caçar comigo. Disse John olhando para ele.

- Uau, o John só leva os de confiança para caçar com ele. Disse a mulher com um sorriso, já não estava tão preocupada com o jeito que seu marido iria reagir.

Melissa pelo contrário ficou um pouco preocupada, pois não sabia o que aconteceria por não poder ir também.

- Farei o possível para ajudar, senhor. Disse o garoto com sua expressão calma.

Então o homem levou o garoto até um depósito, onde havia um armazém de armas de fogo, lanças, facas, espadas, todas boas para caçar.

- Vamos lá, escolha seu instrumento! Disse ele esperando que o garoto escolhesse.

O garoto se aproximou daquelas armas e ficou observando para escolher, logo pegou uma espada e colocou a bainha em suas costas, depois uma faca que deixou em sua cintura. O homem pegou uma arma de fogo e algumas facas, assim também pegou uma mochila com recursos. Os dois partiram em viagem para a caçada, Drak nem se tocou que isso poderia demorar mais do que um dia e talvez levantar suspeitas no purgatório.

Eles corriam por florestas caçando os animais, mas Drak apenas acompanhava sem fazer muita coisa, não querendo demonstrar suas capacidades e deixar o homem pensar que é superior ali. Eles ficaram muito longe do vilarejo, tiveram que acampar na noite ascendendo uma fogueira. Draken não iria dormir, conseguiria dormir, mas acabou adormecendo ali com a fogueira, o clima estava bom.

A noite passou e estava de manhã, Draken começou a abrir seus olhos e viu algo embaçado, não entendi o que era e escutava um grito meio baixo. Abriu mais seus olhos e melhorou sua visão, assim vendo John de frente para um urso gigante. Era um urso incomum, ele tinha dentes mais afiados, mais altura, mais garras, e uma aparência um pouco diferente, era uma criatura. Drak se levantou rapidamente e procurou por sua espada.

John estava correndo e atirando, mas não funcionava no urso, até que ele tropeça e cai no chão. O urso aproveita para ir para cima dele com velocidade. John pensou que seria acertado, mas rapidamente Draken apareceu e defendeu a garra do urso com sua espada e sua força.

- Foge!!! Disse para John.

O homem olha para ele com curiosidade, era uma força grande para aguentar o ataque daquele urso. Ele poderia fugir, mas não fez isso, se levantou e rapidamente apontou sua arma para o urso, atirando e dessa vez acertando o olho esquerdo dele, fazendo ele se afastar com dor. Depois disso, o urso continuou avançando e John atirando, enquanto Draken desvia de seus ataques e utiliza sua espada para cortar suas patas. Draken subiu em cima dele e cravou sua espada, começou a movimentar ela e depois pulou ali de cima, assim arrastando sua espada e rasgando o corpo do urso que vai ao chão ferido, não demorando para morrer. Draken olha para o urso com sua expressão séria, aquilo não foi nada pra ele, mas o homem olha pra ele impressionado.

- Caramba, garoto... você é forte... onde aprendeu isso?

Draken olha para ele se aproximando da lenha queimada da fogueira, assim pega nas coisas um pano e limpa sua espada, guardando ela enquanto responde.

- Com meu pai, ele é o líder do lugar onde eu venho.

- Entendo, ele deve priorizar seu treino e querer que você se destaque entre os outros, certo? Dizia em sua postura e com a arma nas mãos.

- Até demais. Respondeu o garoto.

- Sabe, eu queria ter um filho, mas então veio a Melissa. Mesmo assim, eu não me arrependo de nenhum momento em que passei com ela, é uma menina de ouro, sou orgulhoso dela.

- Você é um bom pai. Disse Draken olhando para ele com sua expressão séria, mas também um pouco cabisbaixa.

- Tenho certeza que seu pai sente o mesmo.

Draken apenas bufou, não achava isso. Os dois juntaram suas coisas e começaram a voltar para o vilarejo, mas Draken disse que tinha que voltar para casa. Quando voltou, ele acabou esquecendo que tinha que voltar no outro dia, então foi barrado por seu irmão.

- Draken?! Onde estava? O pai procura por você.

- Ei, ei! Relaxa, só fui dar uma volta. Disse ele ignorando o garoto e começando a caminhar.

- É, uma volta na superfície.

Draken para de caminhar e se vira com uma expressão séria, indo na direção dele.

- Quem mais sabe disso?

- Ninguém... só eu, mas se continuar assim todos vão saber.

- Fica de boca fechada e ninguém vai saber. Ele diz com sua expressão séria, assim o mesmo se vira e vai até o palácio. Seu pai lhe pergunta onde estava, ele diz que estava cuidando de umas coisas. Seu tio, apenas observa com sua expressão séria, desconfiando de tudo... como sempre.

O dia passa e no seguinte Draken volta ao vilarejo. No purgatório, o tio dele barra o seu irmão e pergunta o que está acontecendo, claro que seu irmão não disse nada, mas o tio começou a fazer a cabeça dele, dizendo o que aconteceria com ele, dizendo que ele é melhor do que o irmão e não é reconhecido. O irmão que sempre se sente diminuído e vivendo na sombra do irmão, acaba dizendo onde ele está, então o tio já começa a ter ideias.

Draken estava em uma floresta com Melissa, eles estavam colhendo frutas.

- Então você é forte?

- Muito.

Ela sorri. - Nossa, eu me sinto protegida com você então.

- Acredite, nada passa por mim.

Ela apenas continua com seu sorriso, acha fofo o jeito que ele é confiante.

- Sabe... Drak, eu nunca pensei que encontraria alguém como você.

Ele olha confuso. - Alguém como eu?

- Sim... eu sou muito bem tratada no vilarejo, mas nunca tive nenhum amigo até conhecer você. Mas sabe... eu não sinto que sou só sua amiga, eu não sei se sinto amizade por você.

- Não te entendo... não quer ser minha amiga?

- Não é isso, bobo. Com sua cesta de frutas nas mãos, ela para de caminhar e se aproxima dele, um pouco corada. - Eu... não quero ser só sua amiga, Drak. Eu gosto muito de você, muito mesmo... com esses meses que passaram, criei um laço e um sentimento forte por você. Eu... Ela fica com vergonha, enquanto ele fica olhando para ela com sua expressão ainda de confuso. - Eu... Ela enrola mais uma vez e olha para ele, logo se aproxima rápido e fica na ponta dos pés, encostando seus lábios nos dele e assim completando um beijo. Draken fica surpreso, mas aceita a situação, retribuindo o beijo. Depois de um tempo, ela fica apoiada no peitoral dele e abaixa sua cabeça com vergonha. - Eu amo você.

O demônio abre mais seus olhos, começa a entender o que ela disse e também o que está sentindo. "Amor", ele não conhecia muito bem isso quando é sentido dessa forma, mas agora ele sabe, pois sentia o mesmo e não sabia dizer. - Eu também amo você, Melissa. Disse ele segurando a cintura dela, enquanto ela olha para ele com um sorriso.

Depois, ela se afasta e começa a pegar uma coisa do bolso.

- Toma, é pra você. Era uma bússola, ele segura e observa. - Era do meu avô, ele era marinheiro. Não falamos muito dele porque dizem que ele não fazia coisas boas no mar, mas ele era sempre gentil com todos... ele me deu essa bússola e disse que confia em mim. Disse que um dia, se eu quisesse, poderia entregar ela a alguém de confiança e que eu amo, pois esse alguém sempre poderia me encontrar. Eu acredito nele, acredito que essa bússola mostre para você a direção que você quiser, então se você quiser... sempre vai saber onde eu estou.

- Eu quero. Digo... eu sempre vou querer saber. Obrigado, Lissa, vou guardar para sempre! Você... pode me dar mais um? Pedia meio sem jeito.

- O que? Mais uma bússola? Perguntava curiosa.

- Não, mais um b-beijo...

Ela ficava corada, mas logo balançava sua cabeça positivamente, assim se aproxima dele e lhe dá mais um beijo.

- Pronto. Se quiser mais vai ter que... hmm... encontrar 30 frutas! Ela disse com um sorriso por fazer essa brincadeira.

- Certo! Ele mostra um sorriso e se empolga, logo parte em busca das frutas. Não ficavam todas juntas, então ele teve que procurar as árvores que tinham. Com sua velocidade, ele recolhe as frutas e carrega na sua bolsa, assim volta até a área onde Melissa está para receber seu beijo.

- 30 frutas, mais beijo! Ele disse com um sorriso no rosto chegando ao local, mas para quando vê o que estava acontecendo. Um homem alto e com uma tatuagem na testa estava segurando Melissa pelo pescoço.

- Você é a humana que seduziu meu sobrinho, hm?

Draken deixa suas frutas caírem, fica confuso e assustado observando isso.

- Tio?!

Ele olha para Draken enquanto segura o pescoço dela. - Você está aí, príncipe. Sabe que não devia estar aqui, hm? Sabe o que seu pai vai achar disso? hm?

- Solta ela!! Eu vou voltar pra casa!

Ele aperta mais o pescoço dela. - Não é possível que um garoto idiota como você seja herdeiro, você não tem respeito! Eu vou garantir que você não tenha motivos para voltar a esse lugar. Em uma atitude muito rápida, o demônio puxa e enfia uma adaga no corpo de Melissa em um ponto crítico.

- NÃAAO!!! Aquela cena foi terrível pro garoto, seu ódio aumentou, ele surtou e partiu na direção do tio. Já o demônio saiu dali em alta velocidade enquanto solta uma leve risada maléfica. Draken iria atrás dele, mas tem que cuidar de Melissa, _Ele se agacha colocando a cabeça dela por cima de sua perna.

- M-Melissa...!

- Está tudo bem, Drak, eu vou ficar bem... Sua voz é fraca, o sangue não para de sair, ela logo irá morrer enquanto chora. Draken derrama lágrimas junto a ela, então se levanta a segurando no colo, abre suas asas e começa a voar na direção do vilarejo, pousando alguns metros antes de chegar. Ele corre e grita por ajuda, assim os moradores aparecem para saber o que foi, eles todos se juntam ali e conseguem ver a querida Melissa ferida. Em meio aos outros, o pai dela passa por eles mandando que saíssem da frente, logo vê sua filha ferida e se assusta, ele fica com medo e preocupado, um pai vendo a filha nesse estado. Ele se aproxima dela e a segura.

- Melissa!!!

Começa a chorar, enquanto Draken se levanta e firma seus punhos. Ele se vira e começa a sair dali.

- Onde você vai?!

- Matar quem fez isso.

Após dizer isso, ele dispara em alta velocidade na direção da floresta, atravessa a floresta em segundos e adentra na floresta das trevas, logo vai para o purgatório onde corre até o palácio.

- Onde ele está?!

Os guardas o questionam quem procuras.

- ONDE ESTÁ O IMPERADOR?!!!

- O que significa isso? Pergunta seu pai, sentado em seu trono, vendo seu filho chegar com raiva e gritando pelo imperador, esse mesmo que logo aparece com calma.

- Me chamou?

- Eu vou matar você!! Disse ele olhando com raiva na direção do imperador, transmitindo uma presença assustadora, já começando a concentrar o seu grande poder.

- Draken!

Ele escuta seu pai, então olha para ele.

- Me diga o que aconteceu.

Draken começa a se acalmar um pouco, mas continua com a respiração ofegante, assim tenta falar.

- Eu...

- O que acontece, senhor, é que o príncipe quebrou as regras. Ele saiu do purgatório e foi para superfície, isso não é de hoje, faz meses. Por acaso eu descobri e fui até lá, somente acabei com o motivo dele querer tanto ir lá para que ele entenda onde deve ficar. Só isso.

- É verdade, Draken..?

- Ele matou a pessoa que eu amo.

- Que você ama? Amor? O que acha que está fazendo? Não foi para isso que te criei!

- Talvez eu não quisesse ser criado por você!! Talvez eu não queira fazer parte disso!!

O rei se levanta.

- O que pensa que está falando? Meça suas palavras.

- Eu não quero mais ser seu filho... eu não pertenço mais a esse lugar!!!

- Tem noção da escolha que está fazendo?

- Eu já fiz essa escolha a muito tempo...

O Rei dos Demônios é um rei que segue as leis e regras, ele é rígido e direto, não se vê em outra opção.

- Pois bem. Ele aponta sua mão na direção de Draken. - Se você não está conosco, está contra nós!! Vai perder toda a evolução que lhe foi entregue.

Ele dá um último aviso, mas Draken ignora, apenas abrindo seus braços e aceitando.

O rei não queria, mas fez, com seu poder começou a absorver toda a evolução do garoto, todo aquele seu físico que foi treinado, todo o ápice do seu poder, deixando ele como um demônio simples como alguns moradores do reino.

- Vá!!

Ele da a ordem, assim Draken se vira e começa a sair dali, não querendo levar nada do que tinha ali. Enquanto está saindo, ele olha para o lado e vê seu irmão no canto.

- Desculpa...

- E pensar que eu confiava em você. Dizia para ele, depois se virava voltando a correr para fora dali, agora mais lento do que antes. Ele passa pelo portal e o portal some, o rei fez questão de o mudar de posição. Draken volta a correr saindo da floresta das trevas, assim passando pela outra floresta e chegando ofegante no vilarejo. Porém, ele chega um pouco escondido, assim procurando pela casa de Melissa. Ele chega na janela e olha para dentro, apenas consegue ver a mãe dela caindo em choro nos braços do pai que a abraça com força, ele entende que a garota morreu. Draken olha triste aquela cena e derrama algumas lágrimas, depois se vira e começa a correr novamente, indo embora dali para nunca mais voltar, agora ele se encontra sozinho... qual será o rumo dele?

            
            

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