Capítulo 2 Ele não comprou a carteira, ganhou do pai que é dono da autoescola.

- Como você consegue? Pergunto assim que encontro Maria.

Ela está mexendo em seu celular, sentada no chão, em frente à porta do nosso apartamento, quando escuta minha voz me lança um olhar frustrado.

- Ando com a cabeça nas nuvens! Me responde enquanto levanta. Passa a mão nas calças para tirar a poeira e me dá lugar para passar. - Estou sobrecarregada no trabalho e não consigo parar de pensar no Adam.

Seus olhos enchem de lágrimas ao citar o nome do namorado. Destranco à porta e nós duas entramos, logo à fecho novamente e deixo meus pertences sobre a cômoda do hall de entrada, em seguida me jogo no sofá.

- O advogado não tem novidades? Pergunto.

Ela se joga no puff exausta.

- O de sempre! Sua voz sai desanimada.

Adam está preso à mais de um mês, foi pego transportando alguns kilos de maconha e agora está sendo acusado de associação ao tráfico.

- Sinto muito amiga! -Digo de forma sincera.

Ela esboça um sorriso e volta a pegar o celular.

- Eduardo falou que a qualquer momento pode sair o resultado da última audiência.

Fala com os olhos fixos na tela.

Me levanto pronta para ir à meu quarto descansar, pois não saberia o que dizer para anima-lá, já que não gosto de falsidade e no fundo de meu coração, infelizmente, não tenho esperança de que Adam vá sair da cadeia tão cedo, mas obviamente não quero dizer isso à minha melhor amiga e deixá-la ainda mais triste.

Eduardo é o advogado deles e eu odeio como costuma enche-lá de expectativas ao invés de mostrar algum resultado concreto.

- Estou torcendo por vocês! Deposito um beijo na testa de Maria e sigo para meu quarto.

Procuro no armário um pijama e em seguida tomo uma ducha quente. Me visto e vou para debaixo das cobertas com minha câmera, dou uma olhada nas fotos que tirei no campenato e adormeço olhando uma em específico - a de Nicolau Blanco.

                         

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