Meu Salvador
img img Meu Salvador img Capítulo 2 Formatura (Novo Ciclo)
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Capítulo 9 Estela no Baile Funk img
Capítulo 10 Reunião Corporativa com Paul img
Capítulo 11 Paul chega na Turner img
Capítulo 12 Paul Turner img
Capítulo 13 Conversa com Estela (Paul) img
Capítulo 14 Conversa com Estela e Despedida do Joca img
Capítulo 15 Acerto da viagem para Fernando de Noronha img
Capítulo 16 Estela no Baile Funk (Liberdade) img
Capítulo 17 Saidinha de Casais img
Capítulo 18 Estela e Diguinho img
Capítulo 19 Sonhando com Sara (POV) img
Capítulo 20 Primeira Vez no Aeroporto img
Capítulo 21 Embarque img
Capítulo 22 Chegada em Fernando de Noronha img
Capítulo 23 Sara vai para seu Bangalô img
Capítulo 24 Paul Desconcertado img
Capítulo 25 Desculpas de Paul e ataque do Lucas img
Capítulo 26 Reunião e conversa com Estela img
Capítulo 27 Bônus - Lucas img
Capítulo 28 Conversa com Lucas img
Capítulo 29 Paul no quarto de Sara img
Capítulo 30 Visita Inesperada img
Capítulo 31 Lucas chega em Fernando de Noronha img
Capítulo 32 Jantar com Paul e conversa com as meninas img
Capítulo 33 Reunião e passeio em alto mar img
Capítulo 34 Desconforto e Passeio com Paul img
Capítulo 35 Última noite em Noronha img
Capítulo 36 Final de semana da Estela img
Capítulo 37 Pronto para volta, partiuRJ img
Capítulo 38 Retorno ao RJ (Sara) img
Capítulo 39 Indecisões de Sara img
Capítulo 40 Conversa de Sara e Paul na empresa img
Capítulo 41 Relacionamento amoroso é complicado img
Capítulo 42 Sara fica preocupada img
Capítulo 43 Diguinho fica sabendo sobre Duran img
Capítulo 44 Dor de Cotovelo img
Capítulo 45 Paul em São Paulo img
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Capítulo 2 Formatura (Novo Ciclo)

Enfim, minha formatura estava chegando. Não tinha dinheiro para o vestido, d. Letícia, uma senhora de 70 anos, morena, olhos verdes, muito bonita, elegante e viúva, que me deu o vestido novo, gostava de mim como uma filha, sempre me incentivou a estudar, o que eu fazia com gosto, diferente da Melissa, que todos chamavam de Mel, uma morena de olhos mel, corpo esguio, alta, 25 anos, sua filha que só gostava de esbanjar dinheiro em festas, baladas. Não tive condições de participar do baile, mas isso também eu não me importava, embora d.

Letícia insistiu para me dar de presente, mais não achei justo e também não queria confusão com Mel, tinha ciúmes da mãe comigo, embora nos déssemos muito bem, o importante é que eu estava formada, poderia arranjar um emprego melhor e ajudar minha família, nossa vida não era tão ruim comparada a muitas famílias que tinha no morro, porque meus pais tinham chefes ótimos, viam serem de boa índole, tinham caráter e faziam de tudo para ajudar as pessoas necessitadas também.

Chegado o grande o dia, ansiosa para pegar meu diploma, estávamos sentados após ouvir as palavras do Reitor, nosso paraninfo foi o professor Lucas, que Simone, minha amiga de sala, 24 anos, ruiva, olhos castanhos, bem magrinha, super extrovertida, insistia em dizer ser doido por mim, mas não acreditava nisso, ele não me atraia, nunca olhei para ele com toda essa atenção, coisa que Simone e a Céia achavam um absurdo, só de lembrar delas me atormentando, já reviro os olhos. Só esperando a hora de ouvir o meu nome, então, eu escuto Sara Aparecida dos Santos Silva, meus pais em pé, chorando com muita emoção, porque nós 3 sabíamos do esforço, da batalha para chegar até o final. Quando cheguei perto de Lucas, me entregou o diploma, me deu um abraço e disse:

- Você é a formanda mais linda da turma, aceita jantar comigo? -Levei um susto, porque não esperava, fiquei olhando para ele e logo atrás de mim, estava Simone, que só me olhou e disse sem som "te falei". Não respondi e sai, afinal tinha que entregar o diploma para os outros e não sabia o que responder.

Depois, da colação de grau estávamos conversando. Simone era de família de classe média alta e não tinha preconceito comigo por ser morro, pelo contrário adorava isso, porque amava funk, vivia subindo o morro para curtir o baile e dormia em casa ou na casa da Ceía, meus pais a adoravam. O Lucas se aproximou, perguntando a resposta para seu convite.

- Não posso aceitar.

- Por quê? - Lucas pergunta sendo incisivo.

- Simone e Céia querem que eu vá com elas comemorar a formatura.

- Vai jantar com ele Sara, depois ele te deixa em casa e comemoramos! Levo seus pais para casa, vamos d. Maria e seu João! - Disse já carregando meus pais, me dando uma piscadinha, eles ficando sem ação, sem saber o que dizer, mais seguiram Simone.

Naquele momento fiquei sem graça, mas não tinha como recusar mais. Chegamos ao restaurante italiano, adoro massas foi a melhor escolha, ele pediu um vinho, não estou acostumada a beber muito, mas me disse que a ocasião merecia, afinal eu estava formada.

- Somente uma taça para brindarmos! - Disse sorridente.

Conversamos animadamente, falamos da faculdade, de futuro profissional. Até que ele fica parado me olhando, comecei a sentir um frio na espinha, nunca fiquei sozinha com homem algum, com exceção do Joca me prendendo na parede e ainda mais me olhando daquele jeito. Chegou nossos pratos dele spaghetti com porpeta e o meu de nhoque. Começamos a comer, concentrada em meu prato, até que ele não resiste e quebra o silêncio.

- Sara, nunca te falei nada, mais gosto muito de você. - Diz me olhando firme nos olhos.

Fiquei estática olhando para ele sem reação nenhuma. Não sabia nem o que eu podia dizer naquele momento, Simone com certeza saberia como agir. Peguei minha taça de água e dei um grande gole como se isso fosse me ajudar em algo.

- Você não vai falar nada? Vai ficar me olhando com esses seus olhos verdes intensos?

- Lucas, não sei o que dizer! Nunca te olhei com outros olhos, te tinha como um amigo querido além do professor do curso, claro.

- Fica comigo? - Fala direto.

- Lucas...

- Não gosta nenhum pouco de mim? Sou feio para você? - Disse com aquele olhar do gato de botas.

- Não é isso, passei a vida toda pensando só em trabalhar e estudar para ajudar minha família, nunca pensei em namorar tão cedo, nem ficar com alguém.

- Me dá uma chance??? - Disse enfático.

Fiquei muda... Coração aceleradíssimo, pensei que ia sair pela boca, ele foi se aproximando mais, pegou em minha mão, não tive nem o ímpeto de tirar, ele deu um beijo na minha mão.

- Me deixa te mostrar que posso ser um bom homem para você, um namorado talvez. - Fiquei quieta só olhando. Para quebrar a tensão, disse:

-Onde vão comemorar? - Pergunta e continua alisando minha mão.

- Baile funk, lá no morro, Simone sempre que pode, vai para lá, fez até amizade com Céia, minha amiga de infância.

- Posso ir com você?

- Tem certeza???? Não tem cara que gosta de baile funk.

- Só quero ir onde você for. - Novamente me deixou sem ação.

Entramos no carro, fiquei pensativa, no que eu ia fazer, não estava nos meus planos ficar com alguém quanto mais namorar agora, queria seguir com meu propósito, mais fiquei tocada. O que eu faço, senhor, eu pensava. Quando chegou à entrada do morro, ele estacionou onde indiquei. Virou para mim, pegou na minha mão, ficou alisando com o polegar, não posso negar que aquele toque, esquentou meu corpo inteiro, afinal já tinha 21 anos, apesar de não ter ninguém, ter somente beijado o Joca, mais não sou nenhuma idiota também, não sou tão inocente como pensam, só sou reservada, mas preferi me afastar dos homens até atingir meu objetivo. Já vi muitas meninas no morro sofrendo, grávida muito cedo, abandonadas, outras abortando por insistência dos caras e não queria isso para mim.

Queria sair correndo, mais antes mesmo de eu pensar em abrir a porta, ele me pega pela nuca e me dá um beijo. Num primeiro momento fiquei sem ação, só para variar, isso está ficando complicado, coloquei a mão em seu peito para tentar afastá-lo, mas aquilo me queimou mais, o pior foi que gostei e acabei correspondendo. Cara como ele beijava bem, tão bem quanto o Joca, meu Deus lembrando dele agora por quê? Um beijo carinhoso, mas, ao mesmo tempo, ardente, de tirar o folego. Nesse momento, não pensei mais em nada me entreguei e deixei rolar, ficamos nos beijando. Só aproveitei aquele momento que particularmente não queria que acabasse.

- Sei que você gostou Sara, eu senti no seu beijo, fica comigo? Diz que sim!!!

Não vou mentir que fiquei muito tentada em aceitar, a sensação de ter um corpo masculino próximo ao meu novamente, foi demais, mas não queria machucá-lo porque eu gostava dele, mas não como ele queria.

- Lucas, não vou mentir, gostei sim, como sabe nunca tive um namorado, a minha preocupação sempre foi estudar e trabalhar, mas eu não quero te machucar gosto de você, mas não desse jeito que você está demonstrando gostar de mim. - Estava sendo sincera com ele.

- Não me importo, com o tempo você aprenderá gostar de mim, vamos tentar pelo menos? Mal não fará mesmo rsrs.

- Vamos fazer assim, a gente vai se curtindo e ver no que dá. Tudo bem?

Ele me abraçou tão feliz, igual criança quando ganha um presente novo e me beijava na boca, no rosto, na testa ficamos assim por um tempo, eu sem ação porque não estou acostumada com essas atitudes, essas demonstrações de carinho e subimos o morro. Cheguei em casa entrei com ele logo atrás de mim, Simone já veio toda saltitante, falando que sabia que ia dar certo.

- Como assim Simone, sabia que ia dar certo o quê??? - Fiquei confusa.

- Eu sempre soube que o Lucas gostava de você e te falava, só você, uma tonta mesmo, que não percebia, isso até que um dia tomei iniciativa e fui conversar com ele sobre, falei que ia ajudá-lo que você precisava namorar e ter um cara legal do seu lado.

- Muito obrigada por ficar me negociando viu. - Disse brava, revirando os olhos e olhei para Lucas. Ele sem graça só sorriu sem dizer nada.

Lucas colocou a mão em meus ombros, e deu um leve apertão, já senti aquele calor tomando conta do meu corpo novamente, estremeci e segurei firme, para que ninguém percebesse principalmente meus pais, que vergonha. Os dois que souberam sempre que o Lucas me dava aula particular de graça para me ajudar nos estudos, sempre foram muito agradecidos, correram até ele e o abraçaram forte, agradeceram o que ele fez por mim. Era só o que faltava, meus pais já aceitarem o Lucas logo de cara, cheio de abraços e beijos o convidaram a sentar e tomar um refresco, minha mãe fez um bolo antes de sairmos e já foi logo oferecendo. Pronto já conquistou os coroas!

Tirei o vestido da formatura e fomos até o baile, lá Céia Mara já estava nos esperando, era uma negra de olhos castanhos, o corpo volumoso, era gordinha, linda por sinal, que seus poros expeliam sex appeal, tava lá com seu shortinho curtinho, seu cropped, sandália de salto e se acabando no funk.

Céia, sempre foi muito bem resolvida com seu corpo, aliás sempre gostou muito dele assim, sempre falava que mulher de verdade tem que ter carne, por isso as meninas do Morro eram recalcadas, porque os caras não se importavam, era morador do Morro, era turista, eram os playboyzinhos que subiam para curtir baile funk ficavam todos em cima, ela abalava geral.

Quando viu a gente já saiu correndo veio nos abraçar, claro que ela já sabia da armação da Simone minhas melhores amigas tramando pelas minhas costas, sem conhecer o Lucas já chegou abraçando e falando que ele era um cara de sorte que mulher igual não ia achar em lugar nenhum, aí dele se me fizesse sofrer.

- Céia!!! Para com isso!!! - Repreendi-a

- Para de modéstia, Sarinha tanto eu quanto a Simone sabemos que o cara que ficar com você é um homem de sorte, sei que me entende!!!

Ficamos curtindo, aproveitando o baile, sempre gostei muito de dançar. Claro que eu não era "profissional" como Céia e Simone, mas sabia quebrar também. Começou a tocar os funks, com aquelas batidas envolventes, sem putaria, que eu mais gostava, empolguei e esqueci-me do Lucas já sai dançando com as meninas, ainda sob efeito do vinho, o que uma ou duas taças não faz. Escutando Ludmila: " Cheguei, cheguei chegando, balançando a zorra toda e o resto eu quero mais é que se exploda, porque ninguém vai estragar o meu diaaaa... Pode avisar, pode falar... ", depois MC G15, com Deu Onda, MC Don Juan com Oh, Novinha e todos esses Mc's que eu curto, estava me acabando, toda suada, meu short não tão curto quanto o da Céia, cintura alta e cropped, colando em meu corpo. Quando dei por mim, Lucas só me olhando dançar, com uma garrafa de Skol Beats Azul nas mãos, via em seus olhos, o fogo aceso, o quanto a dança estava mexendo com seus hormônios.

Funk é sensual acaba se tornando sexual para quem não está acostumado. Sentia todo o desejo dele em cima de mim, aquilo mexeu com minha libido, estava despertando em mim todo o desejo nunca sentido e, ao mesmo tempo, vi Joca do outro lado, só me olhando, mas preferi ignorar. Hoje não quero guerra com ninguém.

- Sara olha o que você está fazendo com esse homem, tá deixando ele louco! - Disse Simone.

- Também com uma nega dessa até eu fico louca. - disse Céia e às duas riram.

- Vocês são malucas!!! Olha o que vocês fazem comigo, me arranjam um namorado sem nem saber se eu ia querer. Aliás, ainda não é um namorado, um peguete, vamos curtir e ver no que dá. - Disse ainda dançando.

- Para Sara, já passou da hora de você soltar essa periquita aí, você já tem 21 anos e nunca nem tinha beijado na boca até esses dias. Me desculpa não queria tocar no assunto, sei que não gosta. - Falando do Joca. - Aliás você já beijou o Lucas? - Disse Céia tentando desviar o assunto.

- Claro que sim Céia Mara, senão ele não estava aqui! - Simone ria, já estava alta com a bebida.

- Geral aqui do Morro querendo ficar com você e nunca deu bola, se proibindo de se divertir. Libera essa bagaceira logo, daqui a pouco morre, enterra e à terra que vai comer e nem aproveitou em vida, nem sabe o quanto é bom né Simone!

- Uma delícia Céia, dá mesmo, nem ligo se conheci hoje, o que eu quero é aproveitar e você devia fazer o mesmo, Sara, a vida é muito curta. Olha esse moreno louco para te comer e você aí de doce.

- Vocês são umas pervertidas, só pensam naquilo! - Gargalhamos juntas.

- Vai lá dá um trato no seu macho que está te comendo com olhos e deixa a gente ir à caça, já comemoramos nossa formatura juntas o suficiente. - Disse Simone, deixando nítido que tinha achado sua presa, seu alvo.

- Lucas, me desculpa! Empolguei-me com as músicas! – Cheguei perto dele toda sem graça.

Ele me puxou, me abraçou de uma forma, que não tinha nenhum ar entre a gente, ficou me encarando com os olhos em chamas.

- Estou louco por você, sempre fui desde a primeira vez que te vi, mas hoje...

- Lucas...

- Mas hoje... Você está de parabéns!!!

Senti calafrios, fiquei toda arrepiada. Foi a deixa que tive para sairmos do baile, já era tarde, as meninas já tinham sumido. Falei que era melhor irmos embora. Sem me soltar, senti uma pressão logo abaixo da barriga, Lucas estava excitado, baile lotado, me desvencilhei dele, peguei em sua mão e fomos saindo. Com o aperto, Lucas encostava, me segurava pelo quadril, apertava e eu sentia seu membro em minha bunda, o que era aquilo, eu comecei a ficar excitada também, que loucura. Para quem nunca quis nada, agora vem tudo de uma vez. De repente Joca aparece bem na minha frente impedindo minha passagem.

- Algum problema por aqui? - Disse com um tom ameaçador e olhando direto para Lucas.

- Nada. Lucas esse é o Joaquim, meu amigo de infância. Joca, Lucas. - Lucas estendeu a mão, mais Joca não, olhei de uma mão a outra e fixei meus olhos em Joca, percebeu que fiquei brava e logo deu um aperto forte, encarando Lucas.

- Vamos Lucas embora.

- Prazer em conhecê-lo cara. - Disse Lucas tentando ser simpático. Enquanto Joca só assente com a cabeça.

- Acho que ele não gostou muito de me conhecer. - Disse Lucas olhando para trás.

- Deve ser só impressão. Joca me conhece desde que me entendo por gente.

Levei o Lucas até o carro para que ele fosse embora, naquele momento era a melhor coisa a se fazer, antes que eu cometesse uma loucura, porque já não estava raciocinando o suficiente, com toda aquela pressão, aquele esfrega, esfrega em mim e sempre fui muito centrada, "certinha" como elas dizem e por Joca, com aquele olhar ameaçador, preciso falar com ele depois de hoje, bem sério.

- Fica aqui comigo no carro um pouco? - Queria hesitar, mais estava sendo mais forte que eu.

- Melhor eu ir embora! - Alertei.

- Só um pouquinho!!! - Percebi que ele estava alegrinho de tanta skol beats que tomou. Mas por dentro, meu corpo pedia para ficar, fogo consumindo, olha... Vou arder no mármore do inferno como diria em Caminho das Índias.

- Só um pouco. Até passar um pouco o nível de álcool, fico com medo de você dirigir neste estado.

- Fica tranquila que estou bem, foram só 3 dessas. - Disse com um sorriso de canto de boca, balançando a garrafa na mão.

Ele abriu a porta para eu entrar, deu a volta e entrou, já veio me pegando, me beijando, estava saindo fora de mim, só no beijo, já estava flutuando. Fui colocar a mão em sua coxa, não me atentei e coloquei a mão no seu membro, tirei na hora, envergonhada.

- Safadinha, já quer brincar com ele! Vai em frente deixo com todo prazer. - Corei envergonhada. Fingi que não ouvi. Ele veio com mais sede depois disso, tentando abrir meu short.

- Lucas, calma aí, preciso falar, sou virgem! Quando eu disse que nunca tive um namorado é porque eu nunca tive um homem na vida.

- Sério??? Nunca imaginei isso. Nossa, perdi o rumo agora. - Lucas murchou na hora, imagina seu brinquedo...

- Algum problema para você? Melhor até pararmos por aqui e seguir cada um para seu lado.

- NÃO!!! Quis dizer vamos com calma, eu quero que seja especial para você. - Sem muito entusiasmo.

Ele me beijou mais um pouco e disse que era melhor ir embora agora, não sabe o quanto conseguiria se segurar. Ofegante e com vontade de continuar, nos afastamos e ele se foi.

Sai do carro e comecei a subir o morro sem fôlego, com as pernas bambas. Pensando no que tinha acabado de acontecer, caracas isso era bom demais... levo um susto, com alguém encostado na parede assim que dobro a esquina.

- Joca que susto!!! Está louco????

- Quem é esse cara, Sara? - Disse com uma voz ameaçadora.

- Até o momento não tenho uma palavra para definir, mas estamos nos conhecendo, aliás, não te devo satisfação nenhuma. - Digo brava.

- Não, não deve! Mesmo assim quero saber! - Disse enfático.

- Toma conta da sua vida, dos seus "negócios" e deixa que da minha vida cuido eu, aliás tenho um pai para fazer isso, que no caso não é você! - Segura meu braço e não me deixa ir.

- Por que está fazendo isso comigo? - Disse com um tom de confusão.

- Eu? Não estou fazendo nada! Tá louco??? Você que volta dos mortos e pensa que tudo tem que ser como era antes. Céia e eu, crescemos, estamos tocando nossa vida e nesses últimos 6 anos você não estava presente, nem de longe, aliás de longe estava, só a gente que não sabia, então, não me venha cobrar nada, porque não lhe devo nada. Mas, como você acredita que lhe devo alguma explicação, ele é um cara trabalhador de verdade, gosta de mim, faz tempo, respeitador, não me machuca, segurando meu braço assim, por exemplo. - Afrouxa o aperto no meu braço, acredito que nem imaginava estar tão forte. - E agora me deixe em paz, antes que eu me arrependa de estar feliz por ter voltado, se é que posso dizer isso mesmo.

- Não acredito que vai me trocar por esse playboyzinho??? - Ainda me segurando, porém, não tão forte.

- Playboyzinho? Não me ouviu dizer? Ele é trabalhador de verdade, deu duro na vida, teve propósitos e ainda tem! E, outra coisa, te trocar??? Não posso trocar o que nunca tive! Quer algo mais? Me solta!

Sem me largar, me vira e me prende na parede, com as mãos aos lados da minha cabeça, sua respiração quente em meu ouvido, não posso dizer que não me assustou e, ao mesmo tempo, correu uma faísca, eu ainda estava esfriando do que estava fazendo com o Lucas, apesar da raiva que estava sentindo do Joca, pela sua atitude, mas ainda estava em ponto de explodir, vem e faz isso, ah.... não dá.

- Vou te soltar, vou te deixar ir, mais uma coisa eu te digo, ainda vai ser minha, porque é assim que eu quero! - Disse com uma voz assustadora, mais quente, que me faz querer continuar com o Joca o que eu estava fazendo com Lucas, mais não posso, não sou esse tipo de mulher, sempre fui contida e não é agora que serei diferente.

- Não serei sua, porque não quero essa vida para mim. Não tenho cacife para ser mulher de bandido, traficante, sei lá como se determina. Gosto de você como meu amigo de sempre e não como um homem que quero que esteja ao meu lado para tudo, em tudo. Coisa que tenho certeza de que nunca conseguirá ser. - Vejo que aperta os olhos, respira fundo, em seguida os abre, sua pupila dilata, constato o desejo em seus olhos, roça seus lábios carnudos em minha orelha, enquanto me derreto, mais tento não demonstrar nenhum sinal. Desce pelo meu pescoço, sentido meu perfume como se quisesse guardar o momento. Arrasta pela minha bochecha, o maldito sabe o que faz, dá um beijo suave, casto, se afasta e me olha, eu estou imóvel tentando parecer fria, mas por dentro só eu sei que estou como uma panela de pressão. Me beija, suave, na sequência forte, me invadindo, coloco as mãos em seu peito, que está tensionado, músculos fortes, desejo tocar mais, mais não posso, tento empurrá-lo, não consigo, ele se prende mais a mim, encostando todo seu corpo, sinto sua ereção presa a minha barriga, pulsando, pega minhas mãos e prende acima da minha cabeça, luto, tentando me soltar, mas ele é muito mais forte que eu, fica difícil e não resisto mais e me entrego ao beijo, parece uma eternidade, até que caio em mim, começo a lutar novamente para me soltar e começo a chorar. Parece que meu choro tira Joca do transe.

- Porra!!!! Me desculpa, te machuquei? - Disse todo preocupado e ofegante.

- Não! - Choramingo - Mais vai me machucar se continuar me forçando a te querer sem eu querer. - Na hora ele me solta.

- Não quero te forçar a me querer, mas você vai me querer! Sinto no seu beijo, que você gosta de como eu te pego, de como te toco. Tenho certeza de que aquele playboy não sabe fazer! Nem tem pegada!

- Não fale de Lucas! Nunca mais! Deixe-o em paz, não toque em um fio de cabelo dele! Me entendeu? Porque terei certeza de que qualquer coisa que acontecer, será sua culpa. Te entrego para polícia, pode ter certeza disso!!! - Saio sem olhar para trás. Deito em minha cama, olho para o teto e fico pensando em tudo que aconteceu comigo nas últimas horas, cada loucura, para quem tinha uma vida de certo modo pacata, de repente vira uma loucura e acabo adormecendo.

            
            

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