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Um pouco atordoado e sem entender direito o que estava acontecendo ou quem era aquela mulher e de onde vinha aquela criança, William apenas pegou o bebê em seus braços e a aconchegou carinhosamente.
- Sr...
- Resolva isso Jones.
Dez minutos depois, William adentrou sua casa ainda com o bebê em seus braços, a criança dormia como um anjo e William apenas a olhava com carinho.
Assim que percebeu a chegada de Harris, Maria a governanta da casa se apressou em lhe preparar uma xícara do melhor café da região.
Ela sabia que Harris apreciava um bom café sempre que chegava de um exaustivo dia de trabalho e a julgar pelo horário, ele estaria bastante cansado naquele dia.
- Sr Harris, aqui está o seu café.
Distraída Maria apenas entrou no escritório . Assim que percebeu que o homem sentado em um grande sofá tinha algo em seus braços, Maria deixou cair a bandeja que carregava.
Assustando a criança que novamente entrou em desespero.
- Me desculpe Sr, não foi minha intenção...
- Apenas deixe isso de lado por hora, vamos pegue a criança e a faça se acalmar.
Bastante desajeitado, William colocou o bebê nos braços de Maria, que imediatamente se retirou em direção a cozinha.
Lembrava-se que havia uma mamadeira guardada em algum canto daquela casa, uma lembrança de quando William era apenas uma criança travessa.
- Maria... que barulho é esse? Parece que ouvi....
Ao meu Deus, de onde veio essa criança?
Enrolada em uma manta de linho branca, o pequeno bebê se parecia muito com Wilian.
- Sra Tompson, desculpe se a acordei, não foi minha intenção fazer-lhe levantar.
- Deixe estar Maria, agora me diga de quem é essa criança?
- É ...
- Minha.
William sabia que não conseguiria esconder esse segredo por muito tempo, ainda mais com a casa cheia de mulheres curiosas. No entanto uma mentirinha saúda até descobrir a verdade não seria um problema.
No entanto, ele estava redondamente enganado, assim que suas palavras saíram, uma enchurada de perguntas e suposições foram jogadas sobre ele.
Bastante desconfiada e boquiaberta com a situação, Maria apenas preparava a mamadeira enquanto Ema, ainda abalada pela notícia, caminhava de um lado a outro da cozinha, tentando entender, como aquilo havia acontecido.
- William Sebastian Harris, de onde veio essa criança?
- Certo... ham, uma sementinha é plantada dentro da barriga da mulher e assim que...
- Você...
Ema Tompson estava descrente das palavras que acabaram de sair da boca do filho, assim que se acalmou ela apenas sentou-se ao lado dele e juntos observaram o bebê.
- É sua?
- Não mãe, não... agora é.
- Como assim William, isso não é um objeto, é sua ou não é?
- Foi entregue a mim, como um presente, então é minha.
Assim que terminou o relato da ocorrência, Jones tomou a iniciativa de fazer uma investigação particular para descobrir mais sobre a mulher e a criança. Mais tarde informou a William por mensagem que tudo havia sido resolvido.
Vendo a expressão apreensiva no rosto do filho, Ema tomou a decisão de cuidar da criança até que tudo se resolvesse.
- E o que pensa em fazer?
- Ainda não sei.
- Vamos mantê-la aqui por enquanto, a partir de agora ela será parte da nossa família, daremos uma identidade a ela e tudo mais que ela precisar.
Ao perceber que a mãe disse ela insistente várias vezes, William não pode deixar de perceber que um vínculo afetivo já havia se instalado entre as duas.
- Pera aí, como assim ela?
- A menina. Maria, o que acha, qual nome daremos a ela?
- Sophia, se é uma menina se chamará Sophia.
Nem mesmo William sabia de onde havia tirado aquela ideia, mas fora tudo tão rápido que sem perceber ele já havia lhe dado um futuro.
- É uma menina bastante saudável pelo que parece Sr, irá encher essa casa de alegria novamente.
Maria era a única que parecia realmente feliz com a situação, levando em consideração que Sebastian Harris ainda estava viajando e nem desconfiava da grande surpresa que teria ao retornar.
- Bem, por hoje ela ficará comigo em meus aposentos, amanhã prepararemos um quarto e roupas decentes, Maria e eu cuidaremos dela enquanto você, William, trata de tirar um registro de nascimento, e depois do trabalho no escritório terá que vir para casa cuidar dela para que nós duas possamos descansar.
- Eu?
- Sim, ele é sua não é?
- Mãe...
Com uma cara de poquer, William apenas saiu da cozinha sem pestanejar, estava exausto e não entendia o que sua mãe estava tentando fazer, ela só podia estar louca, pensava ele descrente da situação, só de pensar em trocar fraldas, William fez uma careta.
Eram duas da manhã quando finalmente conseguiu pegar no sono, todos aqueles pensamentos sobre a menina e a cena da mulher deixando a criança e depois caindo sem vida vinham a memória de William, e repetiam por diversas vezes.
Na manhã seguinte, William saiu antes do café da manhã e foi direto ao escritório, queria tentar descobrir algo sobre a tal Srta Karen, e sobre a mulher misteriosa e o bebê.
Percebendo que as luzes do escritório de Jones estavam acesas, Wiliam se aproximou e viu o assistente sentado em frente ao computador.
Jones que passou a maior parte da noite resolvendo problemas e investigando os últimosacontecimentos, ao amanhecer estava com tanto sono, que mal podia segurar os olhos abertos.
- O que aconteceu com você? Está péssimo.
- Sr Harris, desculpe minha aparência, não percebi que já era tão...
Olhando no relógio de pulso que carregava, cedo era a palavra correta a se dizer naquele momento.
- Jones, o que está fazendo aqui a essa hora? Ainda não dormiu e nem foi pra casa pelo visto.
- Não Sr, sim senhor... na verdade, eu passei a noite investigando Sr, tanto a Srta Tânia, quanto a outra mulher.
- Pois bem, é o que descobriu?
- Algumas coisas bem interessantes diga-se de passagem, por onde começar.... ham, bem, aonde está a pasta, pasta... aqui. Essa são todas as novas informações que consegui encontrar sobre a Srta Tânia e a Srta Amanda, e nessa outra estão, as informações da mulher e da criança.
- Obrigado Jones e a propósito, vá para casa, tome um banho e tire o dia de folga.
- Sim senhor.
- Mais uma coisa Jones, poderia fazer o favor de enviar alguém ao registro público por favor, preciso tirar uma certidão.
- Farei isso senhor, é no caminho da minha casa,
- Ótimo, aqui está o nome e o tipo de registro necessário.
Jones apenas guardou o envelope, sempre estava indo ao cartório de registro para William, tirando cópias de contratos imobiliários, ou fazendo qualquer tipo de documentação necessária.
Deveria ser mais um imóvel a ser registrado em seu nome, pensava, mas qual foi a surpresa de Jones, quando o atendente lhe perguntou qual era o nome da mãe da criança.
A surpresa fora tamanha, que Jones quase teve um ataque cardíaco. Lembrando-se da noite anterior, Jones simplesmente negou que houvesse uma mãe, sendo a menina Sophia Elisabete Harris apenas registrada em nome do pai Wiliam Sebastian Harris.