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Chegou o dia tão esperado! Luna acabou de entregar sua última avaliação do semestre, e já estava em seu carro, um Jeep Wrangler, que era sua paixão, rumo à sua casa, para irem logo para a casa da vovó Geórgia.
Assim que chegou em casa, Luna tomou um banho rápido, e vestiu uma calça jeans preta, com um moletom cinza e seu amado tênis branco, visto que o tempo em Belo Horizonte estava começando a esfriar, e ela não queria passar frio durante as 4h e 30min de viagem que teriam que fazer, para chegarem à São Thomé.
Seu irmão, Theodoro, estava tão ansioso para irem logo, que não parava de chutar a porta do seu quarto, resmungando que ela estava demorando demais e que não queria chegar na casa da vovó quando já estivesse escuro, porque tinha medo das bruxas que viviam lá!
- Anda Lunaaaaaa! Vamos nos atrasar! Não quero correr o risco de ser sequestrado por nenhuma bruxa que vive na cidade da vovó! Quero chegar lá com o sol ainda claro, sã e salvo. – Resmungou Theo.
Luna estava terminando de colocar seus acessórios, e não conseguia não rir do seu irmãozinho, com essa história hilária de bruxas e sequestros.
- Ora Theo, já estou indooo! Mas desde quando você acredita em bruxas? E mesmo se acreditasse, desde quanto tem medo? Ontem mesmo estava se vangloriando de já ser um homem muito forte e corajoso, que não tem medo de NADA!- gritou Luna, morrendo de rir do seu irmão, dentro do seu closet.
- Eu sou HOMEM Luna! Mas não preciso brincar com a sorte uai. Vovó sempre nos avisou para não provocarmos os seres sobrenaturais que habitam sua cidade, pois os intrusos, somos nós!- retrucou Theodoro, que já estava irritado com as provocações de sua irmã.
Catarine, estava na sala, já com as malas prontas, apenas aguardando Joseph terminar de guarda-las no carro, e Luna acabar seu ritual sagrado de beleza, para partirem para a casa de sua mãe, de quem Catarine estava sentindo muita saudade, e não queria demorar para encontrá-la. Dito isso, subiu as escadas e pôs fim a pequena discursão que já começava ali.
- Vamos Luna! Não implique com seu irmão. E de fato, já estamos atrasados. Seu pai combinou de pegarmos a estrada às 13:00, e já são quase 14:00. Sabe que ele não gosta de dirigir à noite!
- Certo mamãe, estou apenas procurando meu anel de 15 anos, que vovó me deu. Se não estiver usando-o, ela me matará! A senhora bem sabe disso. – disse Luna, vencida.
- OK, estamos aguardando a senhorita no carro- vamos Theo. Não demore nem mais 5 minutos Luna- advertiu Catarine, em tom de brincadeira, para que Theo não insistisse mais em incomodar sua irmã.
Em 10 minutos, todos já estavam acomodados no carro de Joseph, uma BMW X5, que seu pai amava e cuidava como um filho. Luna já havia atualizado sua playlist de MPB no seu celular, uma vez que sabia que seus pais iriam escutar todos os tipos de músicas existentes, e que em algum momento, Theo os faria colocar galinha pintadinha para tocar. Isso era demais, até para ela, que amava seu irmão com todo o seu coração!
Já estavam na estrada durante 2 horas, quando Theo disse que queria usar o banheiro. Como estavam próximos a uma cidadezinha, Joseph parou em um restaurante desses que ficam na beira da BR, e a família resolveu aproveitar a parada repentina, para tomarem um café, já que ainda faltava mais da metade do caminho e já beirava 16:00 da tarde.
Após comerem alguns pães de queijo e tomarem suco de tamarindo, algo que toda a família amava, além do café extraforte que Joseph pediu, para despertar, todos voltaram aos seus devidos lugares, e seguiram viagem.
Após mais ou menos 1 hora de viagem, Luna estava especialmente pensativa, e foi durante o trajeto ouvindo sua playlist, alheia ao que acontecia ao redor. Estava tocando Relicário, do cantor e compositor Nando Reis, de quem Luna era fã, e era uma de suas músicas preferidas, que sempre a fazia refletir sobre como a vida pode mudar, em questão de segundos.
De repente, Luna se viu no meio de um terrível acidente, o carro se encontrava em chamas e Luna conseguia ouvir os gritos de terror do seu pequeno irmãozinho. Tudo que fez foi tentar salvá-lo.
Assim que o retirou das ferragens, colocando-o em um local seguro, Luna tentou localizar seus pais, porém, em fração de segundos, apagou.