Capítulo 6 6

ROMAN

Uma garota traz minha bebida, coloca-a na mesa à minha frente e, sem olhar para cima, se vira e corre de volta para a cozinha. Olho ao redor, notando as toalhas de mesa sem graça e as cadeiras que não combinam. O lugar é um lixo. Fechou no mês passado, e é exatamente por isso que o escolhi para esta reunião. O som de um telefone tocando perfura o silêncio.

"Eles estão aqui," diz Maxim de seu lugar atrás de mim. "Ela veio com o

pai."

"Deixe a menina entrar. O pai deve ficar do lado de fora."

Tomo um gole de uísque e foco meus olhos na porta de vidro do outro lado da sala. Há uma batida e meu homem que está parado na porta abre, deixando a garota entrar.

Por alguma razão, eu esperava que ela fosse mais alta. Ela é uma coisinha, não muito mais de um metro e meio. Seu longo cabelo preto meianoite está caindo em duas tranças grossas de cada lado do rosto, e se você ignorar seus seios, ela pode passar por uma adolescente. Ela está até vestida como uma – jeans preto rasgado, um moletom preto e aquelas botas pretas que eu vi crianças emo usando.

Fecho os olhos por um segundo e balanço a cabeça. Isso nunca vai funcionar. Estou planejando dizer a Maxim para mandá-la embora quando sua cabeça se virar para mim, e as palavras morrerem em meus lábios. Existem as mesmas características que vi nesse vídeo, mas o rosto dela perdeu aquela aparência infantil com bochechas redondas. Em vez de uma linda garota adolescente, uma mulher incrivelmente bonita está ali, me observando com algo que parece muito com raiva. Seus olhos se conectam com os meus e uma sobrancelha preta perfeita se arqueia em questão.

"Senhorita Grey," eu digo e aponto para a cadeira vazia do outro lado da mesa "Por favor, junte-se a nós."

Espero que ela se acovarde, talvez recue, mas ela não parece nem um pouco perturbada com a situação. Ela se aproxima, mantendo seu olhar conectado com o meu o tempo todo. Ela não pega a cadeira conforme as instruções, mas vem para ficar bem na minha frente e me olha. Concentro-me em seu rosto, esperando para ver sua reação ao notar a cadeira de rodas. Não há nenhuma.

"Você não é o que eu esperava, Sr. Petrov," diz ela, e eu tenho que dar a ela - a garota tem bolas.

"Como assim, senhorita Grey?"

"Eu esperava que você tivesse oitenta anos." Ela franze os lábios.

Ela é realmente tão composta e imperturbável, ou esse é outro de seus atos, eu me pergunto? Se for uma atuação, ela é muito boa.

"Tenho trinta e cinco." Tomo um gole do meu copo. "Agora que esclarecemos isso, vamos falar de negócios. Seu pai explicou o que se espera de você?"

"Ele fez. E eu tenho algumas perguntas." Ela pega a ponta de uma de suas tranças e começa a enrolá-la no dedo. Não tão relaxada quanto ela está tentando se apresentar, afinal. "E como vamos chamar isso de transação comercial, tenho uma condição."

"Uma condição? Você não está em posição de negociar os termos, senhorita Grey, mas vamos ouvir. "

"Você vai deixar meu pai ir. Esta... transação ficará entre nós dois. Ele está fora de cena."

"Vou pensar sobre isso. Agora, vamos ouvir as perguntas."

"Por que você precisa de uma esposa falsa?"

"Não é da sua conta. E, o casamento não será falso. Próxima questão."

Ela estreita os olhos para mim. "O que acontece depois de seis meses?"

"Você receberá os papéis do divórcio e seguirá seu caminho

alegremente."

"Como vamos fazer a coisa do casamento? Apenas ir e assinar os

papéis?"

Eu me inclino para trás na minha cadeira e a considero. "Precisamos deixar algumas coisas claras, Srta. Grey. Eu não preciso de uma esposa apenas no papel. Se alguém suspeitar que não estamos loucos de amor e que este casamento é uma farsa, seu pai está morto. E você vai se juntar a ele."