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-Filho da puta!- Eu rugi até minha garganta ficar crua e meu peito
queimar, batendo meus punhos no volante. -Por que você não me
ouviu? Por que você nunca me ouve?- Eu gritei comigo mesmo,
empurrando meu pé mais fundo no acelerador.
Cento e quatro quilômetros por hora...
Cento e dez...
Cento e vinte...
Cento e trinta...
Cento e quarenta...
-Por favor-, ela ofegou.
Atraindo-me. Tentando-me. Quebrando-me.
Eu rosnei, batendo minha boca na dela. Agarrando o lado do seu rosto com as
mãos pela primeira vez, mordendo seu lábio inferior. Impiedosamente a batendo com
força na parede atrás de nós, fazendo com que sua boca se abrisse do prazer e dor do
meu toque. Procurando sua língua com a minha.
O gosto dela.
A sensação dela.
O cheiro dela.
Estava tudo ao meu redor...
-Jesus Cristo, isso não vai parar! Isso nunca vai parar, porra! Apenas
faça isso parar!- Eu implorei por não sei o quê, me lembrando de todas as
vezes que eu a machuquei. Uma depois da outra sem avistar o fim.
El Pecador
M. Robinson
-Você era tão carente com o seu Papi? Sempre na bunda dele, implorando por
mais merda de atenção? Já não te dou o suficiente disso? Tudo que eu faço é para
prover você...
-É meu aniversário, Damien-, ela informou, esperando por um grama de
calor.
-Para mim é apenas mais um dia de você querendo alguma coisa. Então, que
porra posso fazer por você agora...
Alcançando o mais rápido possível a orelha de Evita, chupei-a entre os dentes e
rosnei: -Eu também te amo, mi luz.- Chamando-a de minha luz.
Puxando o gatilho para o coração de Amira.
Acabando com ela completamente...
-Por quê? Por que você continua fazendo isso comigo? O que eu fiz para você,
para fazer você me tratar assim! Eu não sou seu maldito capacho, Damien! Pare de
me tratar como um...
-Eu te odeio, Damien! Eu te odeio tanto!- Ela fervia, as lágrimas caindo pelos
lados do rosto enquanto ela batia os punhos no meu peito...
Cento e cinquenta quilômetros por hora...
Infringindo três dígitos.
Eu dirigi, lutando contra o santo e o pecador nos meus ombros como eu estive fazendo toda a porra da minha existência. Contemplando a vida que eu queria, a que eu merecia e a que eu vivia.
Quando a pessoa passa da medida, quebra uma lei, faz algo de errado.
-Como diabos isso aconteceu? Como pude fazer isso com ela? Que
porra é essa?!
Eu a amava com cada respiração no meu corpo, cada pedaço do meu
coração escuro e fodido, cada parte do meu ser pertencia a ela.
Eu pertencia A Ela.
-Retorne, apenas vire o carro e faça isso direito! Ainda há tempo para
fazer isso certo!- Eu gritei, batendo meu punho no volante novamente. -
Cala a boca! Você não é bom para ela! Você nunca foi bom o suficiente para
ela! Você não é nada além de um maldito monstro! É quem você é!
Outra curva acentuada, outro retorno, outra ladeira.
Mais rápido...
Mais rápido...
Mais rápido...
Saí da casa de Rosarío ontem à noite com toda a intenção de nunca olhar
para trás. Finalmente deixando Amira livre. Tão longe de mim quanto
humanamente possível, onde ela sempre deveria ter estado. Eu fui até ela por
uma razão.
Para dizer adeus.
Como tudo com Amira, a visita tomou seu próprio rumo. Sua própria
vida, seu próprio maldito destino. Pela primeira vez, eu disse a ela que a
amava. Eu me desculpei por toda a merda que a fiz passar, e todos os
arrependimentos que eu nunca poderia mudar. Todos os momentos entre nós
seriam para sempre uma parte de mim, esculpido tão profundamente em
minha mente, exatamente onde deveriam estar. Eu me arrependi por meus
pecados, querendo dizer cada última palavra falada, e a deixei para trás.
Exceto que o destino entrou e colocou um fim nos meus planos. Mesmo
que eu tenha tentado de tudo para evitar o filho da puta desgraçado e
implacável.
Ele já estava em ação, o filho da puta sabia o que eu queria, precisava e
não podia viver sem.
-Eu vim aqui para desejar-lhe um feliz aniversário, para lhe dar o seu presente
e dizer que amo você, Muñeca. Eu sempre vou, não importa o que, te amar. Eu
preciso que você lembre-se disso. Você acha que poderia fazer isso por mim?
Depois de dar a ela meu presente e dizer adeus, rodei alguns quarteirões
na estrada antes de pisar nos freios, derrapando no asfalto molhado quando
me lembrei de que ainda tinha sua boneca, Yuly. Não havia nenhuma
maneira no inferno que eu ia tirar Yuly dela também. Eu virei o carro com
um coração pesado e uma consciência culpada. Rezando silenciosamente
para que eu não visse seu lindo rosto novamente.
Sabendo que provavelmente o faria.
Meus pensamentos eram tão implacáveis quanto eu de fazê-la minha na
noite passada. Eu precisava reduzir a merda da velocidade, precisava
diminuir a velocidade que eu estava dirigindo, mas não consegui. A
adrenalina do que eu queria sentir começou a fazer efeito.
Elevada.