O Diário de Jasmine
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Capítulo 84 Anthony img
Capítulo 85 Epílogo Jasmine img
Capítulo 86 O Diário de Jasmine img
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Capítulo 5 Jasmine

Na manhã de segunda-feira, tudo estava pronto para começarmos minha nova jornada de trabalho. Confesso que a ansiedade era grande - minha expectativa é que tudo ocorra conforme o planejado!

Só tem um detalhe que não me deixa em paz: ele. Esse homem não saiu da minha cabeça nos últimos dias, o que é, no mínimo, estranho. Nunca fiquei tão fixada em alguém, ainda mais sabendo que ele será meu chefe. Mas quem pode culpar uma mulher? Além de ser incrivelmente atraente, ele carrega aquela aura séria que grita "problema" o tipo que sempre me atrai, mesmo quando não deveria.

Normalmente, minha vida é muito mais simples. Sempre gostei de sair, dançar e me divertir sem preocupações, trocando alguns beijos com caras que, na maioria das vezes, nem me lembro no dia seguinte. Estou solteira e curtindo minha liberdade, e, sinceramente, não sinto a menor falta do último relacionamento, que era mais desgastante do que academia em dia de perna. Ciúmes e controle excessivo? Não, obrigada.

Quando quero só um pouco de diversão, saio com minhas amigas para uma balada e deixo a vida seguir seu ritmo. Mas, agora, com toda essa mudança, faz um bom tempo que não vivo algo assim. Talvez seja por isso que esse tal Anthony está ocupando tanto espaço nos meus pensamentos...

Levantei cedo para arrumar as últimas coisas e me preparar para ir à casa dele. Minha mãe já estava de pé, um milagre por si só. Convencê-la a se mudar comigo foi um trabalho quase tão difícil quanto lidar com meu cabelo em dia de chuva, mas, no fim, ela acabou aceitando.

As malas estavam prontas, e pedi um carro por aplicativo para não correr o risco de chegar atrasada no meu primeiro dia. Afinal, não quero dar motivos para ser repreendida por aquele homem que, convenhamos, tem uma cara de poucos amigos. Apesar disso, não dá para negar que a combinação do semblante fechado com aquela elegância masculina é... bem, deliciosa.

Ainda não conheci as crianças, mas sei que têm quatro anos e seis meses de idade. Imagino que sejam encantadoras - se herdaram metade do charme do pai, já estão no lucro.

"Jasmine, pelo amor de Deus", pensei comigo mesma, "pare de pensar nesse homem! Ele é seu chefe. Repita comigo: entre chefe e empregada não há nada além de trabalho!"

Mas quem sabe, né?

Não consigo parar de pensar que só terei descanso a cada quinze dias. Adeus, fins de semana com minhas amigas. Adeus, baladas animadas. Estarei confinada naquela mansão imensa, como uma prisioneira de luxo. Logo eu, que amo sair e dançar com Alicia e Ana, minhas melhores amigas e parceiras de festa.

As três solteironas mais animadas da cidade. Quando saímos, é sempre uma bagunça divertida: elas somem no meio da festa, enquanto eu fico lá no meu ritmo, trocando beijinhos descompromissados. Depois, enquanto elas seguem para o "próximo passo" seja uma casa, um hotel ou o que mais der na telha eu volto para casa, satisfeita com minha dose de diversão.

Mas agora, isso parece tão distante...

Meus devaneios são interrompidos pelo som do Uber chegando. Recolho as malas, coloco-as no porta-malas e embarco. O caminho até a casa do senhor Anthony é longo o suficiente para me encher de expectativas e questionamentos. Por que mesmo aceitei esse trabalho?

Quando chegamos, o segurança que me recebeu durante a entrevista nos reconhece imediatamente. Ele autoriza a entrada e orienta o motorista a parar em frente à entrada principal, facilitando a retirada das malas. Que eficiência!

Assim que descemos, avisto Teresa aquela mulher simpática que me acolheu tão bem durante a entrevista. Ela começa a conversar com minha mãe enquanto eu, ainda meio atordoada com a grandiosidade do lugar, organizo nossas bagagens.

Somos levadas a uma suíte surpreendentemente espaçosa, equipada com duas camas confortáveis, onde minha mãe e eu compartilharemos o espaço. Para ser sincera, o quarto é maior do que minha casa inteira. O ambiente tem um ar acolhedor, quase como se fosse impossível se sentir mal ali.

Teresa, com sua gentileza de sempre, começa a falar:

- As crianças devem acordar em breve. São um pouco irritantes pela manhã, mas depois mostram o lado adorável delas.

Ah, ótimo. Crianças desobedientes e meu chefe mal-humorado. Que combinação maravilhosa.

- Vocês preferem compartilhar o mesmo quarto ou querem quartos separados? O senhor Anthony mencionou que sua mãe tem problemas de saúde e que você cuida dela. Achei que seria mais prático organizá-los assim, mas posso mudar, se quiser.

- Não, assim está perfeito! Muito obrigada pela atenção. A senhora é muito amável! - respondo, tentando parecer calma.

- Nada de "senhora", por favor. Me chame de Teresa. - Ela sorri. Antes de sair, lança a bomba: - O senhor Anthony está esperando por você no escritório para acertarem os detalhes. - E com isso, fecha a porta.

Ah, que maravilha. Vou logo começar o dia encarando aquele semblante de poucos amigos.

Arrumo meu cabelo, respiro fundo e me preparo para o impacto. Bato na porta do escritório e ouço sua voz profunda e grave autorizando minha entrada. Um arrepio percorre meu corpo inteiro.

Que Deus me ajude.

Nunca achei que pudesse me encantar pela voz de alguém, mas ali estava eu, enfeitiçada.

Será que me apaixonei pela ideia de algo proibido?

Reconheço que ele é meu chefe. Eu sei, isso já deveria ser motivo suficiente para bloquear qualquer pensamento além do profissional. Deveria. Mas, sinceramente, como não achá-lo atraente?

Assim que entrei no escritório, ele apontou para uma cadeira com aquele ar de quem não tem tempo para rodeios. Era como se dissesse: "Sente-se e seja breve, por favor." Obedeci, tentando não parecer uma pilha de nervos ambulante.

- Trouxe sua carteira de trabalho? - perguntou, direto ao ponto.

Acenei positivamente, enquanto ele já seguia no ritmo automático de quem tinha mil coisas na cabeça:

- Vou precisar dela para fazer o registro. No entanto, só assinarei após o período de experiência, que será de um mês.

Um mês. Um longo e tortuoso mês, pensei comigo mesma. Eu precisava ser impecável. Nada de deslizes, piadas fora de hora ou festas. Especialmente festas. Talvez, assim, eu conseguisse sobreviver ao olhar dele aquele que parecia escanear minha alma e descobrir segredos que nem eu sabia que tinha.

- Está certo, senhor Anthony. Vou lhe entregar minha carteira agora. - Minha voz soou profissional, embora minhas mãos entregassem um leve tremor.

Foi então que ele mencionou o salário. Ah, o salário! Minha boca se adiantou ao cérebro, e, antes que eu pudesse me conter, saiu um:

- Casete, tudo isso?

Ele ergueu uma sobrancelha, a expressão de chefe sério ativada no nível máximo.

- Não quero nem imaginar você usando esse tipo de linguagem perto das minhas filhas. Caso contrário, teremos um problema. Entendido, Jasmine?

Senti o gelo na espinha.

- Sim, senhor Anthony. Não vai se repetir.

Enquanto eu tentava recobrar a compostura, notei algo intrigante: o canto de sua boca parecia esboçar um sorriso. Quase um sorriso. Mas foi tão breve que fiquei na dúvida se era real ou fruto da minha imaginação fértil.

Logo depois, ele perguntou meu tamanho. Sim, meu tamanho. Disse que precisava organizar meu uniforme. Sem pensar duas vezes, peguei uma caneta e um caderno da mesa dele, anotei minhas medidas e entreguei.

- Está aqui, senhor. Com licença. - E saí dali antes que minha saúde mental pedisse demissão antes de mim.

De volta ao meu quarto, sua figura não me deixava em paz. Aqueles olhos hipnotizantes, a postura que exalava autoridade, e aquela voz grave que poderia ser usada para narrar audiolivros e seduzir plateias.

"Jasmine, pare com isso. É antiético. É loucura!", repreendi-me mentalmente.

Mas quem é que consegue controlar a mente quando ela decide fazer hora extra em pensamentos proibidos?

Querido diário,

Já passa da meia-noite, e o sono se recusa a me visitar. Minha mente, claro, está ocupada com uma única pessoa: o senhor Anthony. Isso está me deixando completamente louca. Desde a primeira vez que ouvi aquela voz grave, algo dentro de mim mudou. Não sei explicar... É como se ela tivesse o poder de ecoar em cada canto da minha cabeça, me hipnotizando a cada palavra.

Nunca pensei que fosse possível me apaixonar por uma voz. Mas a dele? Tem algo especial. É firme, profunda, e ao mesmo tempo carrega uma suavidade que me desconcerta. É o tipo de voz que você poderia ouvir lendo a lista telefônica e ainda assim sentir um arrepio.

E o rosto dele, diário... Não sei nem por onde começar. Ele não precisa nem me olhar diretamente para eu perceber o quanto é bonito. É quase um insulto alguém ter traços tão marcantes, um olhar tão intenso e, para piorar, ser meu chefe. Como se isso não fosse suficiente, ele tem uma postura que exala autoridade, mas de um jeito que não dá para odiar. Dá vontade de... admirar.

Trabalhar ao lado dele todos os dias está começando a me desestabilizar. Muito. E eu não faço ideia de como afastar esses pensamentos. É como se ele tivesse se instalado na minha cabeça e no meu coração sem pedir permissão.

Hoje foi ainda pior. Enquanto ele falava comigo no escritório, senti meu coração apertar de um jeito que nunca havia sentido antes. Era uma mistura de nervosismo, admiração e algo mais que não consigo descrever. Só sei que é forte. É intenso. E está completamente fora de controle.

Saber que ele cuida sozinho de duas filhas depois de perder a esposa só faz tudo ficar ainda mais complicado. Isso me toca profundamente. Não sei por que, mas me dá uma vontade absurda de ajudá-lo, de estar por perto. Parece absurdo pensar assim, mas não consigo evitar.

Mas eu preciso me conter. Ele é meu chefe, e eu não posso deixar essas emoções me dominarem. Não posso. O problema é que a razão grita isso, mas o coração? Esse é um rebelde.

Sua presença é como uma tempestade. Um simples instante ao lado dele é suficiente para bagunçar tudo. Meu coração dispara, minha mente viaja para lugares que eu nem sabia que existiam, e eu começo a imaginar coisas que não deveria nem escrever aqui.

Estou perdida, diário. Completamente perdida.

Só me resta torcer para que o tempo me ajude a esquecer tudo isso. Quem sabe, com o passar dos dias, eu consiga enterrar esses sentimentos impróprios e voltar a ser a Jasmine racional.

Por enquanto, vou tentar dormir, embora tenha certeza de que ele ainda vai me visitar nos sonhos.

Boa noite, meu fiel confidente.

                         

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