Capítulo 3 Novos investidores

- pede para a Patrícia vir na minha sala? - peço a minha secretária

- peço sim, senhora. - ela me entrega o café e eu sorrio dando um gole

- obrigada! Pelo favor e pelo café.

- não é nada. - ela sorri e se retira.

minutos depois Patty brota na porta e entra sem se anunciar

- sim Patrícia, você pode entrar! - ela me olha de rabo de olho, me mostra o dedo do meio e torna a atenção aos papéis que segurava

- vai a merda, Milena! - ela se senta e sorri. Patrícia é minha amiga desde o colegial, fundamos juntas essa empresa. E esse jeito grosso com que nós nos tratamos, é amor!

- o que teve de novidade enquanto estive fora?

- fechei com novos investidores! - sorrimos - E eles me deram uma única condição - meu riso se fecha e sinto cheiro de problema. Arqueio a sobrancelha e aguardo ela prosseguir - na campanha tem que ter ninguém menos, ninguém mais que.. Diego Bittencourt.

Quando me recordo do artista sorrio negando

- você sabe que não vai rolar, né? - ela me encara séria - aquele cara nunca quis agenciamento em toda sua carreira, além de ele ser um ogro e maltratar todos nossos funcionários que tentaram contato. Não vai rolar mesmo! - digo autoritária, deixando nítido a minha reprovação

- mas amiga, é um contrato milionário!

- contrato que você sabe que não vai ser assinado, né?

- consegui uma vaga na exposição de fotografia dele que vai ter essa noite, e o convite está em seu nome. - dou um riso irônico, ela só pode estar de brincadeira comigo

- esse cara só liga para as suas fotografiazinhas - tomo um papel da sua mão para ver o que ela tanto babava. - que por sinal é incrível! - confesso dando uma olhada no portfólio.

- sim. - ele assente, mas não tiro meu olhos das fotografias que me prende

- essas fotos prendem, que loucura! - confesso fascinada

- sabia que ia amar! E voltando ao assunto grana, faça o que faz de melhor e conquista essa grana! Mal posso esperar, voltar a ir ao salão de beleza aos sábados! - ela sorri animada.

De um mês pra cá, nossa lista de investidores caiu um pouco, então tivemos que "sacrificar" alguns luxos pessoais para manter a empresa bem, mas Patrícia já está no seu limite. Sorrio e assinto

- tá legal, vou lá essa noite e darei o meu melhor para trazer ele para nossa agência!

- falou minha língua amiga! Vamos ao shopping. - ela sorri animada e se levanta me puxando

- não menina! Me deixa trabalhar! - sorrio negando.

- tem roupa adequada para o evento de hoje?

- tenho aquele vestido que compramos semana passada, o Bernardo me deu um bolo no jantar, então ele está intacto no closet. - ela sorri de um jeito estranho

- amiga! Aquele vestido é perfeito, com certeza até esse Fotógrafo gato vai te notar. - fecho o riso pensativa

- o vestido não é não vulgar, é? - ela nega e eu solto o ar aliviada

- ele é perfeito! Só realça um pouco a beleza da amiga maravilhosa que eu tenho!

- depois de tanto elogio, vou ficar mal se não conseguir fechar o contrato.. - sorrimos.

- tenho certeza de que conseguirá! Boa sorte amiga, agora vou te deixar trabalhar. - ela beija minha bochecha e se retira.

- Diego Bittencourt.. - digo baixinho folheando o portfólio.

Mais tarde, após terminar de assinar alguns documentos e finalizar o contrato de proposta de agenciamento ao fotógrafo, volto pra casa e me preparo para ir ao evento.

Sorrio para minha imagem no espelho e ajeito meus seios dentro do vestido de seda e me certifico dos bicos não estarem marcando.

O vestido é bem elegante, em tecido seda, de cor café. Não é tão colado ao corpo, o que me permite usar calcinha sem preocupação de marcar. Seu decote era drapejado, e também havia uma fenda que subia até uns quatro palmos acima da coxa. Seu comprimento era até a metade da coxa, me avalio um tanto erótica trajando essa peça, mas era o que tinha pra hoje já que o orçamento estava apertado. Então retoco o meu batom, cor nude e calço minha sandália com salto médio, na cor prata.

Me olho no espelho mais uma vez, e jogo um beijo para minha imagem e sorrio. Me apresso, pego minha bolsa e desço rapidamente as escadas.

Thalia brincava na sala com a babá, então não as incomodo, apenas me despeço de longe mandando um beijo pra elas e retribuem e sorri. Já no quintal, encontro com Bernardo que chegava do trabalho. Milagrosamente ainda era 19:00 horas.

- que deusa grega é essa? Fugiu do Olimpo? - ele me fita de cima a baixo. Sorrio quando ele me abraça me enchendo de beijos

- ai amor, você não existe! - agradeço o elogio com um selinho

- tá indo pra onde gata desse jeito, posso saber? - ele arqueia a sobrancelha e sorri, tentando não demonstrar ciúmes.

- está tendo uma exposição, no centro. De um fotógrafo renomado, e eu e a Patty queremos ele na agência, então estou indo lá tentar.

- tenho certeza de que vai conseguir! Você é fantástica! - sorrio e nos beijamos

- são sete horas agora, que milagre já está em casa.. - comento

- é. Pedi uma brechinha pra te fazer uma surpresa, mas fica pra próxima! - ele sorri

- que surpresa? - sorrio e beijo o canto da sua boca, ele sorri. - hum? - passo a língua em sua bochecha e ele solta um pequeno grunhido, meu corpo corresponde rapidamente, e uma chama se acende dentre minhas pernas.

- para com isso ou te levarei lá pra cima e te como até o dia amanhecer - ele me olha com desejo e eu sorrio e seguro em seu pau por cima da calça. Ele fecha os olhos e respira fundo - vai logo para seu evento, vai!

Sorrio e lhe dou um último selinho antes de me virar, ele me dá um tapa na bunda e volto a olhar pra ele por cima do ombro

- olha o que você faz comigo garota! - ele segura em sua calça e meu olhar acompanha sua mão até seu volume que já estava notável. Sorrio com desejo - agora vou ficar com as bolas roxas, por sua causa.

Sorrio e me controlo para não dar meia volta e mamar ele ali mesmo no quintal, aceno um "tchau" pra ele e ando até o carro, o ligando e arrancando para longe dali.

Já no evento seguro firme minha bolsa, e só olhando para aquele monte de estranhos me dou conta de que não sei quem é o tal fotógrafo.

- merda, Milena. - me advirto.

Paro de frente a uma fotografia que me chama atenção, ela era enorme, uma espécie de tela negra, no centro dois flashs de luz se encontravam

- isso é magnífico! - confesso encantada

- realmente gostou? - olho para trás por cima dos ombros, avistando uma figura masculina se aproximar, puxando assunto

- sim, eu amei. - torno olhar a imagem com brilho nos olhos - pra falar a verdade, não dava muito para o trabalho desse tal Diego, mas agora confesso, ele é tão talentoso.. - confesso ao desconhecido que para ao meu lado para me ouvir falar

- se você diz.. - ouço ele sorrir, me viro para ele

O avisto tomando um gole de sua champanhe enquanto olha para imagem com certo desprezo. Tento, mas não consigo me conter e o mirar de cima a baixo.

Ele era alto, um moreno alto e musculoso, com cerca de 1,77. Aparentando 25,26 anos.

Seu estilo despojado me chama a atenção, usava um tênis branco, uma calça jeans clara e uma camiseta.. social? Não sei dizer bem o estilo dessa camiseta linda azul listrada com branco, meus olhos para onde os botões estava aberto, me dando uma visão perfeita do seu peitoral pálido e malhado e também tatuado. Uma das tatuagens era um rosto de leão, que todo um peito e parecia se estender para o braço, do outro lado um pouco acima do peito consigo avistar o que parecia ser metade de uma asa

Custo a tirar meus olhos dali, mas prossigo em seu pescoço ele tem um aro tatuado em volta e no centro dele um número 11:11.

Me perguntando quantas mais tatuagens esse cara possuí, paro de stalkear seu corpo e congelo ao subir o olhar e ver que ele me olhava. Nossos olhos se encontram, olhos castanhos escuros me olha descaradamente e nem se importa em disfarçar, tiro o olhar dele e torno olhar a fotografia.

- você entende o que de arte? - pergunto deixando claro que notei sua inveja, sob o trabalho do Sr. Bittencourt

- assim que você chama? - ele sorri e torno a olha-lo

- e você não? Isso aqui é uma das coisas mais perfeitas que já vi na vida!

- tenho que concordar..- ele me olha de cima a baixo e descaradamente morde o lábio inferior.

Desconcertada olho para frente e dou um passos para me afastar daquele tirano que praticamente me comeu com os olhos, mas ele me segue e se aproxima mais de mim

- Consegue ver o mesmo que eu? - pergunto olhando para a fotografia, já que ele não iria largar do meu pé eu mesma o colocaria no lugar dele.

- dois pingos de luz dentro de um buraco negro? - ele ri, ele só pode estar me levando na graça

- não! - nego sorrindo e torno olhar a imagem na minha frente - sob meu ponto de vista, isso significa o amor.

- amor? - ele arqueia a sobrancelha e eu assinto

- quando tudo parece escuro e sem saída, vem o amor e lhe trás paz. Está vendo que um dos flashs está mas apagado que o outro? - ele assente prestando atenção na imagem. - ele estava pedido na escuridão, até encontrar sua luz - aponto para o outro flash mais iluminado - que lhe reacendeu.

- e aonde o amor se encaixa ali?

- o amor é isso, aquele em que o amor tocar, não anda na escuridão. Como diz o sábio Platão.- ele sorri - isso que eu acho incrível no Diego Bittencourt, ele transmite milhões de emoções em uma simples fotografia. - o encaro e me preparo para a cartada final - se não consegue enxergar isso, não sei o que faz aqui. - sorrio e me viro para sair dali.

- belas fotos, Sr. Bittencourt! - passa por mim um senhor de meia idade, me viro para ver quem é o Bittencourt e poder conversamos sobre o projeto.

- obrigado! - fico boquiaberta ao ver o senhor cumprimentar o babaca que estava ao meu lado esse tempo todo, eles conversam por um tempo e logo após o Diego se aproxima de mim novamente

- você é o Diego Bittencourt? - falo morrendo de vergonha e ele ri da minha cara

- me desculpe, não consegui resistir..

- é. Você me enganou. - sorrio ainda sem graça - me sinto uma idiota.

- não.. não se sinta. Bem, um pouquinho talvez! - rimos

- que vergonha! - tapo meu rosto que estava vermelho igual pimenta

            
            

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