/0/4536/coverbig.jpg?v=c1a3d6945c3b7766d8462f9c4cabe537)
~Escritório da Mansão Romanoff~
- Derek, essa guerra é antiga... Podemos resolver sem envolver a Anna - disse Henrique IV, pai de Anna. As rugas em sua testa denunciavam preocupação.
- Agradecemos por salvá-la, mas havia um motivo para nos mantermos afastados - completou Madalena, a mãe, em tom tenso.
Derek riu, passeando pelo escritório.
- Vocês não entenderam, não é? Anna é minha por direito. Como minha mãe foi do meu pai.
- E você sabe como ela terminou, não sabe? - retrucou Henrique, levantando-se da poltrona.
- O acordo deles falhou. O nosso não vai.
- Por favor, Derek... Ela é só uma menina! - Madalena caiu aos pés dele, em prantos.
- Prometo ser justo. - Derek estendeu a mão a Henrique.
- Sua palavra não vale nada aqui. Ela é jovem demais pra isso!
- Entendo a preocupação, mas fazemos assim publicamente ela será minha. Mas... não a tocarei sem o consentimento dela, poderá fazer suas coisas juvenis desde que não me atrapalhe.
Madalena sussurrou ao marido:
- Ela precisa ir. Pelo menos estará mais segura com ele do que com nós...
- Que tipo de garantia um mafioso drogado pode dar, Madalena? Lutamos tanto pra chegar aqui... e agora isso?
- Por favor...
Henrique cedeu.
- Anna nunca será impedida de nos visitar. Permanecerá na faculdade como ela sempre sonhou, manterá seu padrão de vida. E... não saberá toda a verdade. Apenas o necessário.
- Fechado. - Derek sorriu. - Foram inteligentes.
A tempestade caía sobre os Romanoff novamente. Um novo ciclo de mentiras e alianças se formava - e Anna, inocente, não fazia ideia do que estava por vir.
Ela entrou no escritório, despreocupada.
- Pai? Me chamou? Eu ia pro campus... preciso entregar os tecidos.
- Pode faltar aula hoje, filha?
- O quê? Aconteceu alguma coisa?
- Anna... este é Derek Corleone, o homem que te salvou - disse Henrique, com a voz pesada. - Você vai se casar com ele em dois dias.
- O quê? - Anna recuou, perplexa. - Só pode ser piada?!
- É uma questão de sobrevivência, filha. Por favor, entenda, não podemos mais te proteger de ataques como os que ocorreram hoje.
A mente dela girava. As palavras dos pais se embaralhavam. Nada fazia sentido. Casamento? Com um desconhecido? Sem amor? Sem explicações?
- Tá bom se é o que desejam pra mim... - disse, fria, antes de subir corredo para o quarto.
Derek a seguiu. Observou-a arrumar as coisas, ainda em estado de choque.
- Anna?
- Oi...
- Precisamos ir. Há muito a organizar. Você vai conversar com minhas governantas.
- Você quer me tirar da minha casa de uma hora pra outra e ainda não me deixa arrumar minhas malas - Ela bufou
Ele pegou as mochilas que ela mal conseguia levantar.
No carro, Derek fez pelo menos dez ligações, coordenando preparativos, segurança e a chegada de uma organizadora de eventos.
- Você já leu livros sobre casamentos arranjados? Sabe o que acontece neles? É isso que somos? - Anna perguntou, tímida.
- Tenho cara de quem lê?
- Não sei. Pro cara que me salvou de manhã e virou meu noivo em 2 horas, não dá pra supor nada...
- Anna, eu não vou te bater. Nem estuprar. Não prometo fidelidade, mas será bem tratada. Preciso de uma boa imagem. Consegue me dar isso?
- Além de tudo eu vou ser corno, que fofo
- Leu o contrato que sua mãe te deu? - Derek a encarou. - Seus pais garantiram que você teria uma boa vida. Isso inclui a sua reputação também.
- Já se apaixonou por alguém?
- Essa pergunta é inútil.
- Eu acho o amor importante.
- O amor mata, Anna.
O silêncio preencheu o espaço entre os dois. Longo o bastante para ela adormecer no banco do carro.
A vida dela mudava em questão de horas. Pela manhã, quase sequestrada. À tarde, noiva. Seria um pesadelo? Ou só o começo do fim?