Capítulo 2 O preço da promessa

~Escritório da Mansão Romanoff~

- Derek, essa guerra é antiga... Podemos resolver sem envolver a Anna - disse Henrique IV, pai de Anna. As rugas em sua testa denunciavam preocupação.

- Agradecemos por salvá-la, mas havia um motivo para nos mantermos afastados - completou Madalena, a mãe, em tom tenso.

Derek riu, passeando pelo escritório.

- Vocês não entenderam, não é? Anna é minha por direito. Como minha mãe foi do meu pai.

- E você sabe como ela terminou, não sabe? - retrucou Henrique, levantando-se da poltrona.

- O acordo deles falhou. O nosso não vai.

- Por favor, Derek... Ela é só uma menina! - Madalena caiu aos pés dele, em prantos.

- Prometo ser justo. - Derek estendeu a mão a Henrique.

- Sua palavra não vale nada aqui. Ela é jovem demais pra isso!

- Entendo a preocupação, mas fazemos assim publicamente ela será minha. Mas... não a tocarei sem o consentimento dela, poderá fazer suas coisas juvenis desde que não me atrapalhe.

Madalena sussurrou ao marido:

- Ela precisa ir. Pelo menos estará mais segura com ele do que com nós...

- Que tipo de garantia um mafioso drogado pode dar, Madalena? Lutamos tanto pra chegar aqui... e agora isso?

- Por favor...

Henrique cedeu.

- Anna nunca será impedida de nos visitar. Permanecerá na faculdade como ela sempre sonhou, manterá seu padrão de vida. E... não saberá toda a verdade. Apenas o necessário.

- Fechado. - Derek sorriu. - Foram inteligentes.

A tempestade caía sobre os Romanoff novamente. Um novo ciclo de mentiras e alianças se formava - e Anna, inocente, não fazia ideia do que estava por vir.

Ela entrou no escritório, despreocupada.

- Pai? Me chamou? Eu ia pro campus... preciso entregar os tecidos.

- Pode faltar aula hoje, filha?

- O quê? Aconteceu alguma coisa?

- Anna... este é Derek Corleone, o homem que te salvou - disse Henrique, com a voz pesada. - Você vai se casar com ele em dois dias.

- O quê? - Anna recuou, perplexa. - Só pode ser piada?!

- É uma questão de sobrevivência, filha. Por favor, entenda, não podemos mais te proteger de ataques como os que ocorreram hoje.

A mente dela girava. As palavras dos pais se embaralhavam. Nada fazia sentido. Casamento? Com um desconhecido? Sem amor? Sem explicações?

- Tá bom se é o que desejam pra mim... - disse, fria, antes de subir corredo para o quarto.

Derek a seguiu. Observou-a arrumar as coisas, ainda em estado de choque.

- Anna?

- Oi...

- Precisamos ir. Há muito a organizar. Você vai conversar com minhas governantas.

- Você quer me tirar da minha casa de uma hora pra outra e ainda não me deixa arrumar minhas malas - Ela bufou

Ele pegou as mochilas que ela mal conseguia levantar.

No carro, Derek fez pelo menos dez ligações, coordenando preparativos, segurança e a chegada de uma organizadora de eventos.

- Você já leu livros sobre casamentos arranjados? Sabe o que acontece neles? É isso que somos? - Anna perguntou, tímida.

- Tenho cara de quem lê?

- Não sei. Pro cara que me salvou de manhã e virou meu noivo em 2 horas, não dá pra supor nada...

- Anna, eu não vou te bater. Nem estuprar. Não prometo fidelidade, mas será bem tratada. Preciso de uma boa imagem. Consegue me dar isso?

- Além de tudo eu vou ser corno, que fofo

- Leu o contrato que sua mãe te deu? - Derek a encarou. - Seus pais garantiram que você teria uma boa vida. Isso inclui a sua reputação também.

- Já se apaixonou por alguém?

- Essa pergunta é inútil.

- Eu acho o amor importante.

- O amor mata, Anna.

O silêncio preencheu o espaço entre os dois. Longo o bastante para ela adormecer no banco do carro.

A vida dela mudava em questão de horas. Pela manhã, quase sequestrada. À tarde, noiva. Seria um pesadelo? Ou só o começo do fim?

            
            

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