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PONTO DE VISTA DE BRIAN
- "E agora, Alex? O que eu posso fazer pra não perder o cargo de CEO?" – Eu terminava de abotoar a minha camisa enquanto tentava encontrar uma solução pro meu problema. Eu não conseguia acreditar que o meu pai queria fazer uma merda dessas comigo.
- "Nós podemos alegar que ele não tem condições de estar à frente da empresa, como seu advogado posso providenciar toda a papelada, se for o que deseja." – Ele me deu um sorriso contido sabendo que eu odiaria fazer qualquer coisa que prejudicasse o meu pai. O velho podia ser bem pé no saco quando queria, mas não merecia um filho babaca.
- "Você sabe que isso não é uma opção, cara." – Eu fui criado apenas pelo meu pai e não podia reclamar de nada. Ele foi a melhor referência e fez o impossível pra eu ter tudo que precisava. A minha mãe nos abandonou quando eu tinha apenas 6 anos e desde então somos só nós dois contra o mundo. Bem, e o Alex.
- "Então dê a ele o que ele quer." – Meu amigo disse que como se fosse a coisa mais simples do mundo.
- "Isso é impossível, você sabe que não entro em relacionamentos sérios, e muito menos pretendo me casar. Essa porra não vai acontecer." – Eu não acreditava em amor, casamento e essas coisas todas. Pra mim, existia a conveniência. Duas pessoas decidiam ficar juntas porque era conveniente e pronto.
- "Não precisa ser real, meu amigo. Escolha alguém que tenha tanto a ganhar quanto você, e finja um namoro até o seu pai ficar mais tranquilo. Logo ele esquece essa conversa e larga do seu pé. Todo mundo sai ganhando!" – Isso parecia coisa daqueles filmes sem noção. Meu pai nunca cairia numa conversa fiada dessas.
- "Você só pode tá de sacanagem!" – Eu ri sem humor nenhum. - "É claro que meu pai não vai cair nessa, babaca. Você acha que ele nasceu ontem porra?!"
- "Se você fizer as coisas direito, é claro que vai dar certo, Brian. Só precisamos escolher alguém com os mesmos interesses e que seja tão boa atriz quanto você. Afinal, você sabe enrolar qualquer um quando te interessa né?!" – Nisso o babaca tinha razão, eu conseguia levar qualquer um na conversa, inclusive o meu velho.
- "Supondo que eu concorde com essa loucura, aonde vamos encontrar essa santa?" – Achar alguém que concordasse com essa merda não seria tão difícil, até porque ser a namorada do homem mais rico do Rio de Janeiro não era pouca coisa, o problema era encontrar alguém que meu pai acreditasse ser a minha eleita. Não dava pra ser qualquer uma.
- "O que não te falta é uma lista sem fim de nomes né, cara. Tenho certeza que podemos encontrar. Mas precisamos ser rápidos, no fim de semana terá o evento de premiação dos melhores do ano e seria uma ótima oportunidade pra colocar o plano em ação. Seu pai estará lá e talvez ele possa começar a notar um interesse a mais de sua parte por uma moça."
- "Rápido assim? Acho meio precipitado. Precisamos pensar em tudo com mais calma e preparar o terreno."
- "Claro, Brian. Acho que podemos pensar em tudo enquanto seu pai fica a frente da empresa, o que você acha? Teremos tempo de sobra." – Ele revirou os olhos como uma criança birrenta, o que sempre me dava nos nervos.
- "Deixa de ser imbecil!" – Joguei um biscoito nele parecendo mais infantil do que o infeliz.
- "Eu vou pensar em alguns nomes e voltamos a nos falar. Agora vou voltar pra minha sala que eu estou abarrotado de serviço me esperando. Até mais, CEO mais sexy do país." – Ele me deu um sorriso cínico já se levantando do sofá.
- "Vai à merda, Alex!" – Disse enquanto ele saia gargalhando da minha sala.
Eu estou muito ferrado. Merda!