DARK - THE FINAL POSSESSION
img img DARK - THE FINAL POSSESSION img Capítulo 4 3
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Capítulo 4 3

Rússia, Moscou

21 de janeiro, 08:20AM

Assim que tomo meu lugar na mesa do café da manhã, me sirvo uma xícara de café puro, sem açúcar, do jeito que gosto. Encaro meus pais e dou um breve sorriso quando dizem "bom dia".

- Tenho um comunicado a fazer. - anúncio sério.

- É algo ruim? - Pergunta minha mãe, preocupada.

- É bom não ser, notícias ruins no café da manhã não caem bem. - Meu pai interfere sério.

- Não é nada ruim... É algo bom. Muito bom... Pra mim. - Dou um sorriso de lado com os pensamentos.

- Então conta, filho. - sorri minha mãe, estimulando com o olhar mais leve.

- Angelina está voltando para cá e vai ficar de vez... Agora ela é minha.

O barulho do garfo do meu pai caindo sobre o prato, é o único som que se faz no ambiente, ele me olha surpreso. Já minha mãe, congela no lugar, ficando ainda mais pálida.

- Alessandro...- Começa. - Ela aceitou isso?

- Obvio que sim! - Arqueio a sombrancelha pra ela, ofendido.

Meu pai acaba por abrir um sorriso.

- Finalmente, meu filho. Já estava começando a ficar preocupado de que você não conseguiria essa menina... Mas você se mostrou um verdadeiro Petrov. - Ele não esconde seu orgulhoso na feição,no olhar e na voz.

- Não demorou, pai... Foi no tempo certo.

- Ela aceitou isso porque você pediu ela em namoro, casamento, ou que seja...ou por que não teve outra opção? - Desta vez minha mãe que solta o garfo.

-O que está querendo dizer com essas perguntas? Acha que eu não tenho capacidade de tê-la? - Pergunto irritado.

- Acho que é muito de repente, e eu conheço seu pai, conheço você e conhecia seu avô. Sei como as coisas acontecem quando uma mulher do dia para noite aparece com um Petrov.

- Agressão gratuita uma hora dessas? - Meu pai indaga a ela, levantando as mãos. - Deixe nosso filho, ele fez o que tinha que fazer para ter a mulher que ele quer ao lado dele. Espero que seja certa, porque essa menina não é qualquer uma e não vai ser uma diversão. - Me olha sério.

- Ela não é. Eu sempre soube que ela nasceu pra mim, todos sempre souberam... E ela também sabia, só estava querendo negar. - Reviro os olhos. -E sobre isso, mamãe, não deveria estar me acusando de nada, deveria está feliz por mim, finalmente vou ser feliz com a mulher que eu sempre quis, não é isso que importa? Eu sou seu filho. - Lembro ela, já possesso. - Eu, não a Angel...

Uma coisa que sempre me causou forte irritação foi como a minha mãe protegeu a Angel. Eu nunca quis que meus pais tivessem outro filho, desde criança deixei claro que o amor maternal dela era para ser meu, só meu, que sua atenção nunca deveria ser compartilhada, eu bastava como filho único para os dois. Só que mesmo não tendo outro filho, ela protege e defende Angel de mim com unhas e dentes, sempre me repreendia quando eu sentia ciúme da Angelina, quando brigava com ela, quando eu acabava agredindo alguém por ficar entre mim e ela.

- Eu me preocupo, Alessandro. Com você e com ela, você é igual seu pai mas a intensidade é diferente...e eu temo pelo que pode fazer com ela se não sentir que ela te corresponde da maneira que quer. E também temo que possa se machucar com os sentimentos... é muito derrepente tudo isso. Como aconteceu? Como aconteceu de verdade? - Dá ênfase.

- Ela foi até o meu escritório e pediu para eu tirasse a virgindade dela... - Conto, desistindo de deixar as coisas superficialmente. - Queria acabar com aquele noivado de merda que ela arrumou e me escolheu por confiar em mim.

A risada de choque do meu pai chama atenção.

- Ah... então a bonequinha do Estevam tem atitude. - move as sobrancelhas em admiração.

- E Depois? - Minha mãe insiste, incisiva. - Depois que ficou com ela pela primeira vez, decidiu que não poderia ficar sem ela nunca mais e não deu outra opção se não ficar com você? Eu já vi essa história antes.

-Que droga, mãe. - bato a mão na mesa. - Dá pra parar de me pintar como mostro? É por dizer essas coisas que ela tem medo de mim, sempre teve.

- Baixe o seu tom de voz... E respeite sua mãe. - A voz grossa do meu pai ordena, severo. - Aqui você não manda, então se controle.

Respiro fundo, ficando emburrado.

Ela não pode ficar do meu lado? É sempre assim, sempre a Angelina que é a vítima, frágil.

- Entenda que eu só queria que as coisas fossem diferentes, não quero ficar contra você, só não quero que a história de gerações se repita com todo o sofrimento, brigas. E não quero te ofender, meu amor, só que você tem algo diferente deles...- aponta o queixo para o meu pai. - E eu vi isso desde que era apenas uma criança...eu espero que ela realmente te aceite, que ela te ame de verdade não só porque você tomou ela para si sem ter como voltar atrás, que você nunca machuque ela como sei que é capaz de fazer. - Ela acalma a voz, me olhando maternalmente. - Só que Alessandro...ao mínimo sinal de que você está saindo dos trilhos com ela, não espere meu apoio.

- Vou me comportar, Senhora Petrov... Eu a amo, você sabe.

Com as mãos cruzadas, ela assente com olhar de águia e depois direciona o mesmo para meu pai.

Volto a atenção para o café na xícara, ficando em silêncio.

Flashback on...

7 anos antes....

Me movo no sofá, tentando tornar confortável a posição a qual eu estou há uma hora, focado no vídeo game, os barulhos de tiro e explosão que o jogo faz não são capazes de abafar direito as vozes da conversa entre as as mães no cômodo ao lado, a sala de jantar.

- Nem acredito vieram passar o mês todo. Vocês sempre ficam umas duas semanas.

- Eu disse que Estevan iria dormir no quarto de hóspedes se não tivéssemos férias de verdade esse ano... Ele está insuportável esses dias. - a voz de Morgana mostra insatisfação.

- Estevan e insuportável na mesma frase? O que foi? De quem ele está com ciúme dessa vez?

- Angel...- assim que o nome é citado, as vezes deixam de ficar em segundo plano na minha mente e se torna meu foco principal, porém ainda com a visão direcionada ao jogo. - Ela chegou animada em casa falando do novo colega de classe que chegou mês passado... - Suspira. - Ele surtou.

Acabo me desconcentrando e perco no jogo causando uma grande explosão na tv. Meus dedos trem no controle, de raiva, meu maxilar trava e uma dor de cabeça se instala bem no meio do meu cérebro.

- Eu disse que era comum que ela estava na idade de se apaixonar, que até demorou... Mas sabe como é.

O barulho do afundar do meu dedo no controle me fazer perceber que quebrei o botão do controle do vídeo game pela forma que eu pressionei. Jogo ele no sofá e me levanto, caminhando até o cômodo ao lado e para na frente da porta dupla.

- Quem é esse? - Me intrometo na conversa.

- Alessandro...- Minha mãe me olha com o típico olhar fuzilador de repreensão, deixando o chá de lado.

- É uma amigo da escola. - Responde Morgana serena, como se não fosse nada a filha dela querer estar de casinho tendo quinze anos, como uma vadia desesperada. - Tem que ver a gracinha de menino que é. - Conta a minha mãe.

- E a senhora apoia isso, tia? Ela não é muito nova?! - Digo elevando o tom, como se fosse óbvio, e é. - Estevan está certo, é um absurdo! deveria tirar ela da escola. - aperto o punho ao lado do corpo, meus dedos ficando mais esbranquiçados.

- É completamente normal, filho. É uma paixão de escola, toda menina tem isso...e tende a ser passageiro. - minha mãe tenta me acalmar mas não adianta. Passageiro? Ela não pode gostar de nenhum outro, nem por um minuto.

Olho para ela assim que entra na sala sala de jantar, com aquela cara de alheia a tudo. Os cabelos ruivos presos em um alto rabo de cavalo e um vestido rosa rodado de seda, moldando seu corpo, ela está sem maquiagem.

- olha só, a nova apaixonadinha do momento. - Jogo com raiva e irônia, a olhando com fúria, eu gostaria de apertar o pescoço dela agora até ela perder a consciência.

- Mãe?! - Arregala os olhos, se dando conta que foi entregue. - Para de contar da minha vida, que droga...

- Devia voltar correndo para Irlanda já que está amando.. deveria ir e não volta nunca mais. - Reclamo, mas sei que é da boca para fora, jamais permitiria que ela ficasse longe de mim para sempre.

Ela não diz nada, isso me deixa mais furioso, apenas olha para mim com chateação e cruza os braços, se encolhendo.

- Alessandro, já chega! Não trate a Angel assim, e ela é bem vinda aqui e pode vir sempre que quiser e ficar quanto tempo tiver vontade. - Minha mãe bate a mão na mesa, fazendo vibrar tudo que está em cima.

- Pode ficar mas nunca mais vou olhar na cara dessa... Dessa... - Procuro a palavras. - Traidora.

- Tudo bem, madrinha. Eu vou pra casa da Nádia, nós vamos ao shopping.

- Alessandro, Vai para o seu quarto, depois conversamos. - A encaro, mantendo o olhar e não obedecendo minha mãe. - Agora!

- Vai lá... Compra presente pro namoradinho. - Digo próximo ao rosto de Angel que se retesar e subo a passos duros.

- Desculpe...- ouço da escada minha mãe pedir envergonhada, não sei se para Angel, a Morgana ou as duas.

Eu não queria que ela partisse realmente, nunca gostava quando ela sai de perto de mim, nem quando ela saia sozinha com a Nádia e eu não conseguia ter o dia dela só pra mim.

Toda vez que ela chegava, eu sentia a terrível ansiedade do momento que ela fosse ir embora, pra longe de mim, das minhas vistas, do meu domínio e cuidado, onde ela poderia estar com outro, gostar de outro...onde outro poderia cuidar do que me pertence.

Angelina... minha Angel... Só de pensar na sua pelo branquinha e nos seus cabelos ruivos, fico louco, fora anos de autocontrole. Meu desejo era invadir o aeroporto e não deixa-la ir toda vez que ela vinha me visitar... Apenas algumas vezes ao ano, minhas doses regulares do feitiço dela.

Ela é como uma droga para mim, me deixa alucinado, entorpecido... Maluco. Ainda me lembro de todas as vezes que ela foi embora, a sensação terrível de perda, era como um viciado desintoxicando. Só quando estava longe que conseguia pensar minimamente racionalmente mas ainda sim, tinha minhas crises de abstinência.

Os anos se passaram e eu aprendi a canalizar o ciúme de outra forma, antes era a empurrando para longe, a tratando como frieza até que a raiva passasse para que ela viesse atrás de mim aplacar minha raiva com seu carinho, suas falas doces. Agora é de outra forma, agora eu só posso tomar ela pra mim, dizer que é minha e fazer ela entender isso da pior forma se necessário, só quero poder fazer com ela tudo que sempre imaginei, submeter.

[...]

- finalmente chegou, reunião na minha sala, agora. - Eric diz assim que saio do elevador.

- Bom dia pra você também. - Reviro os olhos.

- Estou aqui, Eric, o que houve de tão urgente? - Nico aparece também.

- Precisamos conversar sobre um problema, está tendo roubo de carga na fronteira da Ucrânia, ja aconteceu com os italianos e os francês, não queremos ser os próximos, temos que proteger a nossa carga, ter o rastreio mesmo nas áreas ruins de gelo.

- Podemos ter um rastreador por satélite mas vai custa muito pra encobrir dos outros países. - Nico, o técnico do t.i explica.

- Alguma ideia de quem está roubando? Precisamos corta o mal pela raiz.

- Não dá pra saber, até agora nenhuma pista. Estão fazendo muito bem...

- Aí desculpa... Desculpa. - Uma mulher aparece afobada. - A Nádia não vem, ela está tendo um colapso no momento entao me mandou.

- Calma, respira. - Eric a acalma, a levando na sua direção. - essa é a Esther.

Arregalo os olhos.

-Esther?

- A Esther?- Nico repete com o mesmo choque.

E não é que o Eric realmente conseguiu achar a prostituta mistériosa que ele se apaixonou?...

- A própria. ela trabalha aqui agora. Era pra ser minha secretária, mas, a Nádia pegou ela de mim pra assistente.

- Quem diria, hein? - balanço a cabeça em positivo.

- A mulher misteriosa.

- Mulher misteriosa? - ela pergunta curiosa.

- Eles que me ajudaram a te achar, depois daquela noite. Este é o nico, do ti. E meu primo Alessandro Petrov, futuro Subchefe.

-- Ah, então vocês sabem da história?

- Toda a história. - Nico diz sorrindo.

- Até as partes secretas. - complemento a fala.

Ela Arregala os olhos para Eric.

- Já chega! Não se fala mais sobre isso aqui.

- Pode falar sobre o quanto ela é bonita... - Provoco.

- Ou sobre como as roupas caem bem nela... - Ri nico também, enquanto repetimos as falas dele.

- Se continuarem falando, serão homens mortos. - diz sério com o olhar sombrio. - Vamos resolver logo isso. - caminha na direção de sua sala e nós o seguimos.

16:35PM

Bato a caneta na mesa impaciente ouvindo Jhoana falar mas não presto atenção realmente, meus pensamentos como sempre estão naquela ruiva.

Ela tinha realmente ir embora? Um lado da minha mente diz que sim, ela tem obrigações, mas o outro lado não aceita que ela fique longe de mim sequer um dia, não depois de ter sido minha.

- Então vamos fazer a ligação entre a Itália e a Grécia... Mas os gregos estão impondo limites. Estão querendo mais dinheiro... - Bate na mesa.

Jhoana para de falar e isso chama minha atenção.

-Isso é um absurdo. - Digo sério, irritadiço.- Vou ligar e dizer para aquele velho que se ele não abaixar a crista, mato todos eles.

Ela arregala os olhos, confusa.

- Ei...calma, está tudo bem? Você não me parece normal esses dias... Está distante, desatento, estressado, chateado... O que está havendo Alessandro?

Jhoana me conhece bem, somos amigos de longa data e ela sabe quando estou mal. Ela é minha parceira na sede e sempre está envolvida nos meus projetos.

- Sim... Eu estou esperando uma pessoa. E ela não volta, nem sei se ela quer voltar e isso me deixa irritado.

Ela passa a língua nos lábios e me olha seria.

- Está falando da Angelina O'neill?

-- Como sabe?

--Eu não sou burra, Alessandro, eu tenho olhos... Além do mais, Peter disse que ela terminou o noivado com ele por sua causa.

-- Droga... Esqueci de dar um sossega leão naquele Imbecil. - Bufo, passando o dedo nas temporas.

- Vocês estão juntos? -

- Eu não sei... Quer dizer, estamos... - Bufo mais uma vez com raiva. Tenho que convencer ela e até mesmo a mim, que ela é minha, estamos juntos e a falta de vontade dela com isso não vai ser um impedimento.

-- Essa resposta não me pareceu muito certa.

- É porque não é, as vezes ela parece querer e as vezes não... Isso me confunde e eu odeio isso.

Ela se levanta e vem para atrás de mim, colocando as mãos em meus ombros começando a massagear-los.

Suspiro e encosto as costas na cadeira fechando os olho.

- Você sabe que não deve ficar pensando nisso, está te fazendo mal e desviando sua mente dos negócios. - Diz serena e paciente. - Essa menina não pode ficar te distraindo.

- Eu quero ela!

- Você sabe que pode ter tudo que quiser mas não pode se desviar do foco principal, ser o melhor sub-chefe que conseguir.

- Eu sei...

- Vai ficar tudo bem, e esse sentimento de indecisão vai passar... Você verá.

Fecho os olhos sentindo a massagem relaxar meus músculos, aliviando a tensão que está me consumindo, sei que será passageiro, logo todas as sensações vão me atingir com força, é assim desde que me entendo por gente, Angelina é meu ponto fraco e a única capaz de roubar verdadeiramente minha paz de espírito, e se ele quiser, também de causar ela.

Meu coração quase sai do peito com o susto da porta sendo aberta com tudo, roubando a paz que tentava se instalar, meus olhos abrem de uma vez e encontram com Nádia caminhando até mim como um furacão.

- Agora isso virou casa de massagem?! - Fala alto olhando para Jhoana e para mim.

- Agora virou a casa da mãe Joana? Bata na porta mal educada.

- Você cala essa boca! - aponto o dedo na minha cara, os olhos azuis piscina se tornando escuros de ódio, suas bochechas vermelhas- Se você for abrir a boca pra algo, é pra colocar essa mulherzinha no lugar dela e ensinar que ela não é melhor do que ninguém aqui. E se ela maltratar a Esther novamente ou colocar impedimento pra que ela cumpra minhas ordens, vai se ver comigo. E torça pra não ter que se ver com o Eric...ele não vai gostar nada se ficar sabendo.

Olho para cima, encarando ela.

- Do está falando? Quem é Esther? - Pergunta Jhoana, a olhando como se ela fosse louca.

- A moça que veio atrás de você para falar com Alessandro e você tentou humilhar. - responde óbvia.

- Eu já estou farta de você e da sua soberba, só quem dá ordens aos meus funcionários sou eu! Aqui você não é ninguém e se eu souber que aconteceu novamente, não vai ser só seu trabalho por aqui que vai estar por um triz, mas também a sua vida.

- Querida, abaixa a voz. eu sei que você é descontrolada mas se acalma... Não tenho culpa se a sua assistente da semana não sabe lidar com as regras, deveria ensina-la... - Revira os olhos.

- E antes de ficar me ameaçando certifique-se do que houve, não vai querer passar mais vergonha na frente do seu pai do que você já passou... - Se refere ao problema no carregamento e em resposta Nádia bate a mão na mesa.

- Não me chame de querida, pra você é senhora! ela sabe muito bem lidar com as regras, as regras que ela segue, sou eu quem faço . E eu não te ameaço, eu te aviso, se eu estalar os dedos, você roda e eu vou decidir eu mesma quem vai te fornecer a pior morte, eu, meu pai ou o Eric. Você está avisada, se eu tiver que vir atrás de você de novo, vai ser para enfiar uma bala na sua cabeça e não vai ter Deus que te salve. -Se afasta e recai seu olhar voraz em mim, apontando novamente na minha cara. - E vai ter um problema comigo se não a colocar no lugar, e você sabe que um problema comigo é a última coisa que você quer. Ou a sua ponte entre você e a Angel, vai cair. - sai batendo a porta.

Nádia é mais do que minha prima e amiga, é meu lado racional, e ela sempre tentou me orientar para fazer a coisa certa com Angelina, e eu costumava falhar mas seguir seus conselhos normalmente era um caminho para o sucesso. Elas sempre foram muito amigas, e Nádia a conhece tão bem quanto a mim, e ela tem esse poder de nos acertar.

Ela é uma mulher com um temperamento forte, o sangue correndo fervendo pelas veias, puxou muito mais ao meu tio Stefan do que o próprio Eric. Ela não aguenta a arrogância de ninguém que não seja a própria, ainda mais quando é alguém que ela gosta...e ela parece de cara ter gostado muito dessa Esther. E arrogância é um defeito que Jhoana tem, não me incomoda porque ela não age assim comigo, mas se seu comportamento puder resultar em problemas pra mim, ainda mais com Angelina, eu não vou tolerar. Eu demorei muitos anos pra conseguir ela, e nada pode estragar isso agora, ninguém pode me impedir de tê-la, nem a própria Angelina.

Se Nádia contar que entrou aqui e viu Jhoana com as mãos em mim, Angelina pode acabar interpretando errado, achando que posso ter outras e isso vai dificultar que ela se resigne ao fato de que é minha, não quero ela relutante e insegura.

- Você fez isso? Droga... Maltratou a Esther? - Pergunto irritado.

- Eu nem sei quem é Esther, eu ja disse... - Me interrompe.

- Sabe sim, não pode ficar maltratando os funcionários... Que porra! - bato na mesa, tentando descontar minha frustração e preocupação com as consequências em algo.

Eu não ligo pra quem a Jhoana grita mas a Esther não é qualquer uma, ela é a mulher do meu primo e Eric é um pé no saco. E um dia Esther provavelmente vai ser a primeira dama.

- Está bravo só porque sua priminha veio aqui e disse o nome daquela menina, não é? - Ela também não esconde sua fúria.

-Fala direito! somos Devan e Petrov... Você está abaixo de nós, não se esqueça. - Digo com autoridade, fazendo com que ela abaixe a cabeça e respire fundo.

- Me desculpe, eu só não queria incomodar você com essas bobagens... Sempre fiz isso e você não ligou.

- Você vai pedir desculpa pra ela.

Jhoana me encara surpresa.

-Não vou não, estou abaixo de vocês mas estou acima dela... Eu não deveria ter sido rude mas não vou pedir desculpas.

Não vou contar que Esther vai ser a futura primeira dama, porque essa informação ainda é um sigilo.

Me levanto e ando até ela.

- Estou interpretando que você está se recusando a cumprir uma ordem minha?

-Não... Alessandro... Não foi isso que eu quis dizer.

- Então como uma boa executiva você vai assumir seus erros e pedir desculpas..

- Não tem outro jeito?

Sei que ela está morrendo de ódio mas não posso fazer nada, ela cruzou o um limite.

- Não! Peça de uma vez e encerre esse assunto... Se não quer me causar estresse e me ver focado, não me cause problemas. - Volto a me sentar.

- Tá... Tudo bem... - Engole seu orgulho e eu Assinto sério.

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24 de janeiro

19:20PM

Tiro a taça de champanhe das mãos de Nádia e bebo um gole enquanto coloco a mão no bolso da calça, olhando adiante, através da porta aberto da sala que da acesso a sala de jantar, onde nossos pais conversam sentados á mesa.

- Tudo isso é preguiça de ir se servir? - Nádia resmunga de cara feia por eu ter roubado sua bebida.

- Por que vou pegar se tem uma bem aqui?

- Aí...chato! - bate as costas da mão no meu peito, de mau humor.

- O que você tem hoje? - Eric pergunta a Nádia.

Nem precisa ser o gêmeo dela, como ele é, para entender o quão nervosa ela está essa semana. Sua paciência nunca foi das melhores, porém ultimamente está terrível, e dá para compreender até, muitos problemas no trabalho.

- Nada. - responde seca e ele Arregala os olhos pela grosseria.

- Deveria tirar férias... Você está ficando rabugenta. - sugiro rindo.

- Não posso tirar férias, estou cheia de problemas e com a cabeça indo pra forca.

- Que porra, você parece nossas mães, dramáticas. - Reviro os olhos.

- Problemas existem, relaxa.

- É, mas quando eu sou a única mulher com um cargo de importância e toda a responsabilidade da representatividade feminina está nas minhas costas, os problemas pesam mais.

- Todos fazemos merda, eu já fiz, Alessandro já fez, até nossos pais. Você está aprendendo. - Eric tenta acalmar.

Está tentando amenizar o quão realmente na merda ela está, está em uma Maré de azar onde tudo que está indo para a responsabilidade dela, acaba dando errado por motivos desconhecidos. Ela não é incompetente, nunca foi, mas ultimamente não está se saindo muito bem, até nós mesmos estamos com dificuldade...só que ela corre ainda mais risco.

- Vocês são homens! Sabe que toda vez que eu erro feio, alguém pensa "sabia que era má ideia deixar mulheres com poder".

- Quem diz isso? Você deveria parar de ser tão preocupada. - Penso um pouco. - Deveria ser mais como a Angelina, ela vai ser a sucessora do pai e não surta assim.

- Advinha por quê? Por que lá as leis são diferentes, ela tem espaço de verdade, o que eu tenho aqui é uma oportunidade de sorte por ser filha do capo.

- Nádia....bebe. - O irmão a dá o próprio copo de whisky.

- Você tem espaço aqui também, Nádia. Tia Kate deixou o lugar dela para você antes de se aposentar porque ela confia em você... É normal, somos humanos, erramos.

- Você não vê o que falam de mim nas costas, eu ouço tudo, chega aos meus ouvidos. Vocês são meu irmão e primo, não vão falar pra vocês...- bebe do copo de uma só vez.

- Vai ficar tudo bem, vamos nos ajudar. Não vamos pensar em coisas ruins agora, fique feliz por nós...- sorrio pensando na minha vitória.

- É... esqueci de dar os parabéns á vocês pela "conquista" das mulheres que vocês obrigaram a ficar com vocês. - ergue o copo em uma saudação irônica.

-- Obrigado. - Sorrio vitorioso.

Ela revira os olhos mas acaba sorrindo.

- E a Angel? Como vai ser, hein?

- Se continuar sendo irônica assim, não vou te convidar para o meu casamento. - Digo e vejo que ela faz uma expressão ofendida.

- Tô falando sério...ela tem um medo de você que Deus me livre.

- Lógico, passou a vida toda fazendo show quando ela vinha pra cá por ciúme.- Eric complementa a resposta da irmã.

- Caralho, vocês não me deixam, hein! - Suspiro. - Alguém pode me apoiar nessa família?

- A gente apoia...eu estou do lado dela, claro, ela é minha amiga desde sempre e é uma mulher vítima da obsessão geracional Petrov. Ela precisa mais de apoio que você, mas...eu espero que dê certo, de verdade. - vejo sua sinceridade quando ela me olha.

- Esse é o máximo de apoio que ela pode dar. - diz Eric, sincero.

- Ela vai vir pra cá ficar comigo... Mas eu não queria deixar ela na casa dos meus pais... - Penso neste problema pendente. - Tape os ouvidos, Nádia. - A encaro. - Não quero minha mãe por perto enquanto fazemos o que os jovens casais fazem.

Ela joga a cabeça para trás rindo.

- Sua mãe não acha que você é virgem...não vai ficar surpresa.

- Você que pensa, dona Lana paga de moderna mas marca em cima.

- Compra um apartamento, leva ela pra lá e mora com ela. - Eric resolve simples.

- Porra, isso é muito assustador, rápido... precipitado.

- É...não deve ser confortável ter seu filho fudendo no quarto de cima da sua casa. Falando em quarto de cima, o duplex acima do meu no prédio está a venda. - Avisa ele.

- Ainda acho assustador...mas, por outro lado, é mais confortável pra ela e vão ter mais privacidade. Ninguém quer morar com os sogros...- Nádia pensa pelo lado positivo.

- É pra lá que você levou a Espanhola? Dizem que mulheres espanholas são quentes. - Rio.

- Nádia, tape os ouvidos. - Insisto.

- Vou acertar seu nariz se falar assim dela de novo, não te dei essa liberdade.

- uuu...- ela solta um assobio.

- Não está mais aqui quem falou. - Levanto as mãos em rendição. - Mas e aí? Está morando com ela?

-Sim, quero ficar perto dela o máximo que puder e como não tenho muito tempo livre, se morar com ela posso a conhecer melhor e ficar de olho.

- Ela é um amor...- sorri Nádia, carinhosamente.

- E sabe como é difícil ela gostar de alguém. - fala de Nádia.

- Não é bem assim, é que somos cercados de mal caráter. A Angel também se deu bem com ela. - Defende.

- Se deu? Franzo o cenho.

Não sabia que tinham se conhecido.

- Se conheceram no dia que ela foi na reunião antes de pegar o vôo de volta para irlanda. Deu até o chocolate dela pra Esther. Pediu pra eu dar o número dela pra Esther e eu dei.

- É, a Angel é muito amigável. - Comenta Eric, dando de ombros.

- Ela deu o chocolate? Ela não dá a comida dela pra ninguém. - Pergunto abismado. - Principalmente o chocolate

- Pois é...- ri ela, balançando a cabeça.

- Isso é bom. - fala Eric em aprovação, provavelmente por estar feliz por ver Esther conquistando seus amigos e família.

- Vai ter um problema... A Nádia e a Angel podem gostar dela, mas e a mãe mais protetora do mundo? Tia Kate não aprova ninguém, nunca aprovou.

- Vai aprovar, ela não achou ruim quando eu contei sobre onde tirei a Esther. Entendeu que ela deve ter sofrido muito...quando eu levar Esther...sinto que vai dar certo.

- Se até eu gostei, a nossa mãe vai gostar também. - Nádia diz convicta.

- Ou ela vai fazer surgi raios de trovões... - Rio e suspiro. - Nossa vida está mudando, todos com com novas pessoas...

- Eu estou em paz com a vida amorosa, até então.

- Claro, nem conhece seu noivo. - Eric a responde. Nádia tem um casamento por conveniência marcado com um italiano.

- Nenhum homem te traz mas calmaria do que aquele que está longe.

- Até ele vir e te levar pra Itália, a data do casamento está chegando, não está?- Indago.

- É...mas não estou preocupada com isso, pelo que eu sei dele, é tão calmo...diferente de vocês Russos malditos.

- Não sabia que você era cubana. - Eric a responde com deboche e ela faz uma careta da sua piadinha.

- Sabe como eu sou, já sou o puro suco do estresse, não daria certo um igual ou pior que eu. Então melhor assim.

- Nádia, vai descobrir que dentro de todos nós existe uma necessidade de desafio e espero que seu noivo de proporcione isso, senão, sua vida vai ser um porre. - Bebo o resto do champanhe

- Meu desafio já está nascer mulher aqui. Eu quero é paz! - joga a mão para o alto.

            
            

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