Capítulo 5 Eu gosto de você...

Miguel

- Miguel... –ouvi a Isa me chamar, e voltei minha atenção para ela.

- Oi?

- Ér... você gostaria de ir comigo amanhã em um lugar?

- Depende, que lugar seria esse?

- Bem, eu não posso te dizer exatamente, a única coisa que eu posso te dizer é que você precisa levar seu violoncelo, você toparia?

Pensei bem nas palavras de Isa, e me senti um pouco inseguro em ter que levar meu violoncelo, mas logo lembrei-me que não sei se terei outra chance de aproveitar de sua companhia, então respondi que sim.

- Claro, por mim tudo bem. Que horas nos encontramos?

- Eu posso passar no seu Ap. as quatro da trade?

- Pode ser... então, até mais...

- Até. –ela deu um sorriso envergonhado, e isso fez com que meu coração quase saísse pela boca.

Cheguei em meu Ap. e percebi que Bryan estava dormindo e roncando feito um dinossauro (para não dizer porco), tomei uma ducha demorada, me deitei, e graças a Deus logo peguei no sono...

[...]

Isa

- Não acredito amiga, você vai sair com aquele deus grego do Miguel!? –Aurora gritou de dentro do closet enquanto procurava uma roupa para a ocasião, o que segundo ela, era um encontro.

- Aurora quantas vezes vou ter que repetir: isso não é um encontro!

- Você pode falar o que quiser, mas isso é sim um encontro! Não adianta mentir pra mim, eu sei que você está parecendo tranquila, mas por dentro deve estar mais animada do que eu!

- Tá bom eu admito! Eu gostei da ideia de poder conhecer ele um pouco mais, mas isso é só.

- Sei. Me engana que eu gosto!

Depois de uma breve discussão com Aurora, olhei no relógio e percebi que já eram quase quatro da tarde, então peguei a chave do carro, e fui rumo ao Ap. do Miguel. Não sei porque, mas meu coração parecia dançar aquele ritmo brasileiro, acho que é samba, pois parecia bem mais animado que o normal. Cheguei no Ap. e buzinei, e logo ele saiu para fora, vestido uma camiseta polo escura, uma calça Sport fino também escura, e com seu instrumento na costa.

- Oi! –ele falou com um sorriso enorme no rosto, parecia até mais feliz do que eu, mas não quero alimentar esperanças onde não tem.

- Oi!

- Dormiu bem? –perguntou

- Como uma pedra! E você?

- Digamos que não tão assim igual uma pedra, mas deu para descansar. –sorri

Chegamos na fundação de crianças com necessidades especiais, e logo percebi o rosto de surpresa dele.

- Está assustado?

- Não, apenas surpreso. Não imaginei que uma garota como você fazia parte de uma fundação de crianças especiais...

- O que você quer dizer com: "uma garota como eu?"

- Bem... você vem de uma família bastante popular, que não se mistura com todo mundo...

- Olha, alguém andou fazendo o dever de casa... –falei, mas sabendo que ele tinha razão.

- Desculpe se te ofendi... –falou meio constrangido.

- Tudo bem Miguel, você está certo sobre a minha família, eles realmente ligam muito para aparência e todas essas coisas, mas eu não sou eles, e muito menos quero fazer os desejos dos meus pais...

- Desculpe por te comparar aos seus pais...

- Tudo bem, nem me lembro mais o que você disse... –sorri.

Entramos na sala onde eu sempre aplico as lições de musica e logo vejo Mary se aproximar correndo, ela é uma menina muito especial, e sempre que eu chego ela não cansa de me dar abraços.

- Oi Mary! –digo –Quero que conheça meu amigo Miguel. –aponto pra ele

- Oi Mary! –ele fala e ela corre e lhe dá um abraço apertado –Nossa, que abraço gostoso! –ele sorri e ela também.

Ficamos por ali ensinando música para as crianças que ouviam atentamente, e pelo jeito elas gostaram muito dele, espero que ele queira vir mais vezes, pois sei que elas iriam gostar muito. Mas logo nos arrumamos para ir embora, quando entramos no carro eu puxei assunto.

- Gostou? –pergunto.

- Com certeza! Elas são crianças maravilhosas!

- São sim. Elas gostaram muito de você. –digo.

- Então foi recíproco. –ele gargalha.

- Você toca muito bem Miguel, porque não quis seguir carreira na música?

- Bem, esta é uma história um pouco complicada... –ele fala e logo percebo que seus olhos fugiram da realidade, imagino que teve alguma lembrança.

- Agora sou eu que peço desculpas. –falo –Não precisa contar, quando confiar em mim o suficiente para querer se abrir, eu estarei aqui! –dou um sorriso gentil –Espero que possamos ser bons amigos. –falo, mas não querendo que isso aconteça de verdade.

- Amigos? –ele pergunta.

- Sim! –digo novamente.

- Eu não quero ser seu amigo Isa... –ele fala e eu frei bruscamente, pois fiquei muito triste ao ouvir isso, porque será que ele não quer ser meu amigo?

- Po-Porquê? –pergunto triste.

- Simples, por causa disso... –ele segura meu rosto e me dá um beijo, demorei um pouco para entender o que estava acontecendo, mas logo que voltei a mim retribui ao beijo, e logo nos separamos por falta de ar –Eu gosto de você Isa, e não conseguiria ser seu amigo sabendo que eu poderia ter esse sorriso só pra mim... –fala e me beija novamente.

                         

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