Armadilhas do Destino
img img Armadilhas do Destino img Capítulo 5 Os gêmeos de Leandro
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Capítulo 7 Contrato de casamento img
Capítulo 8 Moeda de troca img
Capítulo 9 Não vou submeter-me a um casamento forçado img
Capítulo 10 Batalha perdida img
Capítulo 11 Um homem intrigante img
Capítulo 12 Acorrentada a um contrato absurdo img
Capítulo 13 O insolente sedutor img
Capítulo 14 O uniforme do desconhecido img
Capítulo 15 Beijo roubado img
Capítulo 16 Sentimentos confusos img
Capítulo 17 Uma difícil decisão img
Capítulo 18 Rejeitada por um desconhecido img
Capítulo 19 Não somos como pai e filha img
Capítulo 20 Casa de víboras img
Capítulo 21 Não sou uma mulher como as outras img
Capítulo 22 Uma nova proposta img
Capítulo 23 Acordo selado img
Capítulo 24 Aliados e amantes img
Capítulo 25 Encarando o inimigo img
Capítulo 26 Novos sócios img
Capítulo 27 Rompendo laços img
Capítulo 28 Para mim, você é perfeita img
Capítulo 29 Não permitirei que suje o nome Varvakis img
Capítulo 30 Prêmio de consolação img
Capítulo 31 Decisão tomada img
Capítulo 32 Irmãos img
Capítulo 33 Ciúmes img
Capítulo 34 Insegurança img
Capítulo 35 Case-se comigo e faça-me sua mulher img
Capítulo 36 Conhecendo a família Varvakis img
Capítulo 37 Outra manca na família img
Capítulo 38 A partir de hoje você não pertence mais a está família img
Capítulo 39 Você o quer por meio de um contrato img
Capítulo 40 Mal-entendido img
Capítulo 41 Impulsividade img
Capítulo 42 Não quero perdê-la img
Capítulo 43 Mudança de endereço img
Capítulo 44 Este homem está enganando-lhe img
Capítulo 45 De volta a vila Varvakis img
Capítulo 46 Novas cláusulas img
Capítulo 47 Dia de decepção img
Capítulo 48 Dos meus filhos legítimos cuido eu img
Capítulo 49 Relembrando o passado img
Capítulo 50 Ninguém tomará o lugar de minha irmã img
Capítulo 51 Não vou desistir de conquistâ-la img
Capítulo 52 Não morarei na mesma casa que ela img
Capítulo 53 Pequena lua de mel img
Capítulo 54 Amor consumado img
Capítulo 55 Você se aproveitou de minha filha img
Capítulo 56 Dia do casamento img
Capítulo 57 Minha irmã nunca esqueceu de Leandro img
Capítulo 58 Uma nova família img
Capítulo 59 O destino nos prendeu em sua armadilha img
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Capítulo 5 Os gêmeos de Leandro

O cansaço de um dia longo de trabalho e a insônia da noite anterior estava refletindo diretamente em Íris e ela chegou em casa no final de seu expediente, aos cacos.

Saber que ainda teria que enfrentar um jantar longo pela frente só aumentava a indisposição dela, contudo não teria como fugir dele: o segundo ato do espetáculo "Leandro" iria dar continuidade a uma nova onda de desconfiança e decepção, e como membro da família, ela não tinha como ficar de fora dessa cena.

Disposta ou não, Íris arrumou-se com capricho: suas irmãs e suas cunhadas eram muito elegantes e ela teria que se apresentar à altura, embora a ocasião não fosse favorável.

Jogando seu desânimo no fundo de um baú, ela desceu um lance de escadas e em pouco tempo se encontrava no hall. O olhar analítico de Catarina e Thais - esposa de Nikos -, sobre ela era sinal que Íris tinha sido feliz na escolha do traje.

Catarina, diante da elegância da gêmea caçula, esboçou um sorriso forçado e a elogiou a contragosto.

- Finalmente um traje para não se jogar fora, irmã.

Assim como Catarina; Thais também a elogiou, mas não perdeu a oportunidade de alfinetá-la sutilmente.

- Para quem passou o dia todo na ala dos pobres, até que você está apresentável e disposta hoje. - Venenosa prosseguiu. - Achei que chegaria aqui com cheiro de perfume barato.

- Por que eu não estaria disposta? Algumas vezes passar o dia todo zanzando nos shoppings, torrando o dinheiro do marido, pode se tornar tão cansativo quanto passar o dia todo trabalhando. E quanto ao meu cheiro: alguns pobres têm um perfume melhor que os de luxo. - Íris revidou nada sútil, para a surpresa de alguns.

A tentativa de Thais de retrucar a afronta de sua cunhada, foi logo tolhida por seu esposo, que dirigiu-lhe um olhar intimidador para ela deixar Íris quieta. Nikos sabia que algumas vezes sua esposa extrapolava em seus comentários afrontosos e, Íris, por sua vez, não era o tipo de mulher que levava desaforos para casa. A situação já estava tensa na família e discussões inúteis só iriam piorar o clima da casa.

Mas, ao contrário de Thais que calou-se; Catarina resolveu tomar as dores dela e questionou Íris nada satisfeita com o comentário da irmã.

- Você está nos chamando de desocupada?

- Se a carapuça serviu para você, quem sou eu para dizer que não! - Respondeu atrevida para descontentamento de Konstantinos.

Antes que Catarina tivesse tempo de levar a discussão adiante, seu pai bradou exasperado.

- Será possível que ninguém pode ter um minuto de paz nessa casa! - Encarando as filhas, ordenou. - As duas, quietas! Eu não quero ouvir nem um sussurrar de vocês. Estamos entendidos?

- Sim, papai. - Catarina disse submissa enquanto fazia carinha de coitada para derrete-lo.

Íris por outro lado encarou seu pai nada satisfeita com a reprimenda dele, mas não disse nada. Prometer silêncio diante de uma cunhada que estava disposta a importuná-la durante todo o jantar, seria o mesmo que deixar ovelhas aos cuidados de lobos.

Assim como a noite anterior, aquele jantar parecia não ter fim e, para tristeza de sua mãe, Íris levou ao pé da letra as advertências de seu pai, e se manteve em silêncio durante todo o tempo.

Konstantinos volta e meia a encarava carrancudo e ela sustentava o olhar dele, altiva; até algum outro membro da família iniciar um novo diálogo e quebrar aquele clima de tensão que rodeava pai e filha.

O que parecera interminável, finalmente chegou ao fim e ela pode respirar mais aliviada, quando minutos depois, se dirigiram para o escritório de Konstantinos.

Se não fosse pela curiosidade em saber como Michaelis e seu pai estavam conduzindo o caso "filhos de Leandro", ela já teria saído correndo para o seu quarto e se trancado nele. Mas, por fim, o seu lado familiar falou mais alto e mesmo exausta, ela se preparou mentalmente para mais uma extenuante reunião de família, ou melhor dizendo "reunião de problemas".

- Como já estão todos aqui, não têm porque prolongarmos mais essa conversa, então vamos a ela. - Michaelis disse parecendo tão cansado quanto Íris.

- Enquanto alguns trabalhavam e outros aproveitaram o domingo para se divertir, o papai e eu coletamos mais algumas informações a respeito dos filhos de Leandro.

- Que tipo de informação foram essas? - Leandro perguntou curioso.

- Tudo o que diz respeito a elas, por exemplo, onde as crianças estudam, endereço da casa dos avós, do pai, situação financeira, e o mais importante: o nome do pai, legal delas.

- Como assim? O pai legal das crianças não é o Leandro? - Catarina perguntou incerta.

Diante da aparente confusão de sua filha, Konstantinos esclareceu.

- Leandro é apenas o pai biológico dessas crianças. Perante a justiça o ex-esposo de Ágata é que é legalmente o pai delas: eles estão registrados como se fossem filhos biológicos dele. - Acrescentou para que não houvesse dúvidas.

- Nesse caso ele pode criar problemas para nós e não querer nos entregar as crianças. - Catarina observou.

- Nada que um teste de paternidade não resolva. - Disse e acrescentou. - Não creio que ele vá nos causar problemas. Segundo a lei o que ele fez é considerado crime. Ele não poderia ter registrado meus netos como se fosse filhos legítimos dele.

Enquanto Konstantinos explicava a situação dos netos para Catarina e os demais filhos, Cassandra aproximou-se de Íris, que especificamente naquela noite estava muito distante da família.

O silêncio dela não foi apenas na hora do jantar, como também estava se estendendo durante a reunião.

Preocupada com o excessivo silêncio de sua irmã gêmea, Cassandra a questionou tensa.

- Está tudo bem, maninha? Você está tão quieta hoje. O que está acontecendo?

- Como assim o que está acontecendo? Estou morta de cansaço e ainda por cima papai quer que eu engula as provocações da Catarina e de Thaís, calada? - Respondeu mantendo o timbre de voz neutro. - Eu não sou o tipo de pessoa que leva desaforos para casa, então é melhor eu permanecer quieta como uma estátua.

- Faça como eu: ignore as duas. Elas só fazem isso para manter o ego inflado. Catarina sempre foi assim. - Cassandra a aconselhou.

- E desde quando você tem problemas com elas, irmã? Pelo que me consta eu sou o único alvo dessas duas desocupadas. - Íris a relembrou desgostosa.

- Tente pelo menos, se controlar por enquanto. Nossa família está toda enrolada com toda essa confusão do Leandro e quanto menos problemas para nós, melhor.

- Então, eu sou um problema agora? É isso mesmo que eu ouvi, Cassandra?

- Não foi isso que eu quis dizer. - Justificou-se e acrescentou a seguir. - Mas não custa nada você ignorar elas... Se todas as vezes que elas a provocarem você dê as costas, elas vão parar de te aborrecer.

- Ao invés de você dizer isso para mim; deveria dizer para elas, afinal de contas são elas que me provocam e não o contrário.

Diante do desabafo de sua irmã gêmea, a outra, disse.

- Você está sendo cabeça dura, Íris. Não haverá problemas se você ignorar eles. É simples.

A cara amarrada de Íris era sinal de quem não gostou nenhum pouco da observação de sua irmã. Porém Cassandra não teve tempo de desfazer o mal-entendido, pois o pai delas vociferou exaltado.

- Se vocês duas estão aqui para conversar ou falar da vida dos outros; peço-lhes que se retirem imediatamente. O assunto aqui é muito sério e se vocês não estão dispostas a cooperar com a família pelo menos não atrapalhem.

- Cooperar com o quê? Colocando juízo na cabeça do desmiolado do seu filho? Se o senhor que é pai nunca conseguiu isso, não seremos nós a conseguir. - Íris rebateu, revoltada com a atitude sem fundamentos de seu pai.

Furioso, Konstantinos bradou apontando para a porta.

- Some agora da minha frente, antes que eu perca a última gota de paciência contigo.

O riso debochado no canto dos lábios de Catarina atiçou a raiva de Íris e ela contou mentalmente até dez para tentar acalmar os ânimos. Em um revés de súbita clareza ela calou-se para não esbofeteá-la.

Sem esperar duas vezes, ela deixou o escritório e se dirigiu para o quarto, enquanto os olhares atônitos a seguiam até seu desaparecer. Ela não devia nada a eles, a nenhum deles.

Mesmo contrariada com a atitude de seu pai, ela o agradeceu mentalmente por ter sido expulsa do escritório. Tudo o que ela mais queria naquele momento era se jogar na cama, dormir o sono dos justos, e esquecer os problemas que a rodeavam.

            
            

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