Capítulo 7 Aonde você está me levando

Por algum motivo, Franklin continuou abraçado a ela, mesmo depois de terem saído da boate. Seu motorista já estava com o carro ligado e estacionado na entrada, e quando os avistou, abriu a porta do banco traseiro de forma cordial e respeitosa, para que assim ambos pudessem entrar.

"Pode deixar que eu mesmo dirigirei." Ao ouvir as palavras de seu chefe, o motorista sem dizer nada, apenas lhe entregou as chaves, fez uma reverência e se afastou.

Ao perceber que aquele homem de aparência fria e extremamente quieto não tinha intenção de deixá-la ir embora, Mary decidiu começar a falar para tentar, assim, escapar daquela situação. "Muito obrigada, senhor Franklin! Infelizmente, acho que não serei capaz de expressar minha total gratidão a você por enquanto, mas no futuro próximo, se eu tiver a chance, eu realmente espero poder lhe mostrar o quanto sou grata por sua gentileza! Mais uma vez, muito obrigada! Eu vou embora agora, mas novamente agradeço!" Ao falar isso, Mary se soltou dos braços de Franklin com um certo esforço, e se curvou diante dele em forma de respeito.

No entanto, Franklin sabia muito bem que o que ela estava tentando fazer era se livrar dele. 'Ela está afirmando que quer retribuir pelo que eu fiz mas não pode ser agora e somente em um futuro distante. Mas é lógico que eu não vou acreditar nessa desculpa esfarrapada! Até pelo fato de que eu tenho certeza quase absoluta de que não vou vê-la novamente se eu deixar ela ir embora essa noite. Então é dessa forma que ela está tentando escapar de mim? Mas é claro que eu não vou cair nessa.'

Apesar de que a princípio ele não tinha sequer um plano específico do que fazer em relação à essa garota. 'Acho que eu só queria abraçá-la por um tempo, mesmo que ela não seja a mulher que eu estou de fato apaixonado e carrego em meu coração. Eu só queria fingir por um tempo, para que assim eu pudesse desfrutar de qualquer conforto mínimo que eu pudesse encontrar. Até pelo fato de que eu acho que nunca terei outra chance como essa de novo!

Mas o que eu não estava esperando era que ela estivesse com tanta pressa para tentar se livrar de mim! Eu a salvei e mesmo assim, ela só quer tentar se livrar de mim. Bem, acho que ela vai acabar tendo uma pequena surpresa, não é mesmo? De toda forma, a culpa é toda dela por ter aqueles olhos!'

Mary sabia que ele era um homem extremamente inteligente, e embora lhe fosse grata, tudo que ela queria era voltar para casa o mais rápido possível. 'Eu não sou niguém e nem sequer pertenço aos círculos sociais que ele frequenta. E eu tenho certeza que se eu cometer outro erro envolvendo pessoas do tipo dele, dessa vez posso não ter tanta sorte e provavelmente será o meu fim!'

"Se você realmente deseja expressar sua gratidão, entre no carro agora!" Antes mesmo que ela pudesse responder, Franklin a segurou pelo braço e a empurrou em direção ao banco do passageiro Apesar de Mary até tentar lutar, seus esforços foram em vão. Na mesma hora ele fechou a porta e contornou o carro para que pudesse se sentar no banco do motorista e assim dar partida no veículo. Tudo isso aconteceu de uma forma tão rápida que Mary não teve tempo nem de pensar em reagir.

De fato, Mary sempre teve um gosto por homens decididos e de opinião forte. 'Esse homem ficou bastante interessante agora! Se eu ainda fosse aquela garota mimada e de uma família rica, eu com certeza não teria impeditivo nenhum para me apaixonar por ele.

Mas já tem um tempo que eu não tenho mais o direito de agir da forma que eu quiser. As circunstâncias mudaram drasticamente e como a única filha dos meus pais, eu não tenho outra escolha além de assumir toda a responsabilidade por minha família! Eu estou mais velha agora, e preciso deixar de lado essas fantasias da menina ingênua que um dia eu fui no passado.'

Ela estava tão perdida em seus próprios pensamentos que nem sequer percebeu que o carro já estava se movendo há um certo tempo. De repente, a inquietação e ansiedade por não saber o que estava por vir explodiu em seu peito, mas ela forçou um sorriso para parecer cordial: "Senhor Franklin, para onde está me levando?"

Franklin não respondeu sua pergunta e nem sequer olhou para ela. Ele mantinha sua concentração focada apenas em dirigir. No meio do silêncio, Mary se viu perdida em seus devaneios novamente. Mas felizmente, ela conseguiu se acalmar um pouco e de certa forma ficar mais confortável com a atual situação que se encontrava. Logicamente, ela não era mais aquela garota inocente que iria acreditar que havia conquistado de repente o coração deste homem.

E mesmo que ela não conhecesse esse homem muito bem, ela poderia facilmente dizer pela interação que as pessoas tiveram na sala VIP anteriormente, que ele era muito rico e poderoso. Realmente Deus tem seus preferidos, pois além de conceder que ele viesse ao mundo fruto de uma família boa e abastada, ele também era extremamente bonito e charmoso.

Certamente, ele devia ter uma grande quantidade de admiradoras do sexo feminino se arrastando por ele aonde quer que ele fosse. Mary se considerava muito bonita, mas não tão bonita assim. Certamente não se tratava de uma beleza extraordinária de qualquer maneira. Ela tinha plena ciência de que um homem como aquele nunca sentiria qualquer tipo de interesse por alguém como ela. Com certeza, ele devia ter vivido sua vida inteira rodeado de mulheres belíssimas, de todas as formas possíveis, se jogando aos pés dele constantemente!