Capítulo 10 Uma boa esposa e uma boa mãe

"Obrigada e adeus!" Mary jamais esperava que Franklin dissesse algo assim. Ela sabia que ele estava apenas sendo gentil, mas Mary realmente não achava que iria ter que pedir ajuda a ele novamente e ela não tinha intenção de se arrepender da sua decisão tão cedo.

Depois que a garota saiu, Franklin se sentou no sofá por um tempo considerável, refletindo sobre o que ela havia lhe dito mais cedo. Ela afirmou que em alguns momentos da nossa vida, tinhamos que fazer escolhas que não necessariamente condiziam com o que de fato gostaríamos de fazer.

Essa fala deixou Franklin profundamente intrigado, visto que ele não esperava que uma garota que nem sequer se graduou na escola ainda, já possuia um pensamento crítico tão certeiro. Ele refletiu que esse tipo de ponto de vista só podia ser desenvolvido por aqueles que já tiveram que lidar com muitos altos e baixos na vida. E por esse motivo, ele era capaz de imaginar que aparentemente a vida de Mary não tinha sido nada fácil. De fato, por um breve momento ali, ele achou que ela poderia ser só mais uma pessoa gananciosa, mas foi um grande mal entendido.

Até pelo fato de que, além de não ganaciosa ela também era extremamente sincera. O que ao juntar as peças agora, fez com que Franklin entendesse o motivo dela possuir aquele par de olhos que tanto lhe lembrava seu amor de outrora.

Franklin também tinha essa sensação antes, mas posteriormente sabia que era porque ele não era forte o suficiente. Quando uma pessoa era forte o suficiente, ela usualmente tinha o poder de dominar, o que só evidenciava o quando este mundo era injusto.

Franklin então refletiu: 'E agora já que me tornei o mestre e dono dos destinos de tantas pessoas, ser forte é extremamente importante.'

Ao sair da casa, Mary caminhou calmamente pela estrada enquanto se recordava de tudo que havia acontecido naquela noite. Parecia até que tinha sido apenas um sonho, mas ela sabia com toda certeza que esse não era o caso, e era tudo bem real e palpável. Foi por pouco que ela caiu nas garras de um homem de intenções extremamente ruins mas felizmente acabou sendo resgatada por um homem solitário e melancólico. Se Franklin não tivesse a ajudado, sua vida teria sido arruinada e ela poderia não ser capaz de sequer ver a luz do sol no dia seguinte.

Como Mary saiu da boate às pressas, e não teve sequer a chance de ir ao seu armário trocar de uniforme no trabalho, consequentemente estava sem sua carteira e celular. Além disso, ela logicamente não tinha coragem de pedir dinheiro emprestado a Franklin que já havia lhe ajudado anteriomente. Sendo assim, ela não tinha nenhuma outra escolha a não ser ir para casa a pé.

Já era quase meia-noite quando ela finalmente conseguiu chegar em casa. Estava exausta, mas a primeira coisa que fez foi pegar um cubo de gelo e colocar sobre seu rosto inchado, enquanto se sentava no sofá. Ela não queria que sua mãe reparasse em nenhum sinal de machucado em seu rosto quando ela fosse visitá-la no dia seguinte no hospital. Depois que ela notou que o inchaço havia desaparecido quase que por completo, tomou um banho rápido e foi se deitar.

Ao amanhecer, Mary se levantou cedo e foi ao mercado comprar comida. Comprou uma grande variedade de vegetais, e ao chegar em casa começou a prepará-los. Mary sempre foi talentosa na cozinha, desde sempre gostava de se aventurar e quando se graduou no ensino médio até teria tido aulas de culinária. Além de ser boa no que fazia, ela gostava bastante de cozinhar e se inspirava nas culinárias chinesa e preparava todo e qualquer tipo de comida de origem ocidental, uma mais gostosa do que a outra!

Era possível que pudéssemos atribuir o motivo pelo qual ela era tão boa na cozinha, ao fato de que ela sempre foi uma perfeccionista. Isso a tornava extremamente estrita consigo mesma, sempre fazendo o possível para ser a melhor naquilo que fazia, fosse em qualquer âmbito de sua vida, até mesmo no amor. Há um tempo atrás, ela já teve o desejo de constituir família. Ela com certeza daria seu melhor para ser uma boa esposa e uma boa mãe e cozinharia pratos deliciosos e saudáveis para seu esposo e filhos com todo o carinho possível.

No passado, ela só cozinhava quando tinha vontade pois haviam vários funcionários na casa para fazer as tarefas domésticas. Mas desde que a empresa de seu pai foi a falência, todos os empregados tiveram que ser demitidos para reduzir as despesas e consequentemente ela teve que começar a cozinhar com mais frequência.

Depois de terminar sua refeição, Mary se atentou a preparar uma sopa para sua mãe, já que a comida que era servida no hospital não parecia ser nutritiva o suficiente. Dessa forma, Mary sempre preparava refeições para levar para sua mãe na esperença que assim ela se recuperaria mais rápido.

Quando Mary chegou ao hospital, se encontrou com o clínico geral de sua mãe e o perguntou sobre sua saúde. O médico lhe disse que sua mãe estava estável e se recuperando bem nos últimos dias e que provavelmente receberia alta o quanto antes se tudo desse certo.

Após a conversa com o médico, Mary caminhou em direção ao quarto de sua mãe contente com a notícia de que ela logo mais sairia dali. No entanto, quando foi abrir a porta percebeu que sua mãe chorava silenciosamente com uma foto de sua família nas mãos. Mary imediatamente correu para confortá-la: "Mãe, não fique triste! Vai ficar tudo bem com o papai! Assim que você receber alta, nós vamos achar uma maneira de ajudá-lo também! O papai é um cidadão modelo! Você sabe que ele nunca seria capaz de violar alguma lei! Eu tenho certeza absoluta que tudo não se passa de um mal entendido e nós faremos tudo que estiver ao nosso alcance para resolver essa confusão o quanto antes! E aí nós voltaremos a ficar juntos os três como sempre foi!"