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Vou preparar o almoço, escolho fazer uma lasanha bolonhesa e um arroz branco, eu costumo cozinhar coisas rápidas, não gosto de cozinhar coisas muito elaboradas, arrumo a mesa e aviso o meu pai que o almoço está servido.
Me sento para almoçar, e aguardo meu pai, ele geralmente não demora.
Dessa vez me avisa que posso iniciar a comer sozinha, porque ele vai terminar de arrumar algo que está mexendo no fundo de casa e almoça depois.
Ótimo, almoçar eu e meus pensamentos, aproveito para pensar na sessão de terapia, como eu me livrei daquele idiota e como ele me fez um favor em ser um grosso e imaturo, assim eu pude acordar para a realidade, mas não sei porque as palavras dele mexeram tanto comigo.
Minha psicóloga diz que todos nós gostamos de nos sentirmos pertencentes e aceitos, eu ainda tenho a necessidade de agradar os outros, então as falas daquele idiota ativou alguns gatilhos dentro de mim.
Demorou uns quatro meses pra eu superar o término com ele, eu quem decidi terminar, não sei porque estou desenterrando o defunto agora, sorrio e meu pai entra na cozinha e pergunta qual o motivo de tanta felicidade.
Penso comigo: não sei qual felicidade, afinal eu apenas conclui que fiz uma boa escolha terminando com o Tiago, claro que não digo isso em voz alta, geralmente sou muito espontânea, mas meu pai é muito sentimental, preciso sempre me policiar para responde-lo.
Aviso de uma vez ao meu pai que decidi ir morar sozinha em São Paulo e como eu previa, ele se preocupa por eu ir sozinha para outra cidade sem nem ao menos ter emprego, como assim Vivian?
Você nem emprego tem, como posso ficar tranquilo sabendo que você pode passar por dificuldades?
Não respondo, poxa, mas eu tenho algumas economias, e pretendo descobrir quem eu sou, mudar de cidade vai me ajudar crescer, eu sempre quis minha independência, por este motivo sempre fiz uma reserva de emergência que era mais um fundo para minha liberdade, acho que eu só não tinha coragem de tomar uma atitude. Minha família me sufoca, viver com meu pai me sufoca.
Pai não tenho nem mais idade de morar com o senhor, eu preciso tomar um rumo na minha vida e aprender a andar com as próprias pernas.
Coloco meu prato na pia, aviso que como eu fiz o almoço ele quem lava a louça e vou para o meu quarto.
Ligo para minha terapeuta e peço pra mudar meu tratamento para consultas on-line, por fim falei com ela sobre o defunto e nem falei sobre minha ida a São Paulo, será que é porque a decisão já está tomada? Bom na próxima semana falamos sobre o assunto.
Deixo marcado para sexta-feira, assim já estou mais familiarizada com São Paulo e quem sabe até lá eu já tenha feito algumas entrevistas.