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- Então, Ethan... - Savannah diz, enquanto eu acendo um cigarro. - Quantos anos você tem? - Ela pergunta, fitando-me os olhos com seu belo par de olhos castanhos.
Dou uma tragada no cigarro e soltando a fumaça lentamente antes de responder.
- Quantos anos você acha que eu tenho? - Pergunto, e Savannah franze as sobrancelhas, me encarando.
- Você deve estar na casa dos trinta, seus cabelos estão começando a ficar grisalhos. - Ela responde, me fazendo rir.
- E isso é um problema? - Pergunto, dando outra tragada no cigarro acesso entre meus dedos.
- Claro que não. - Ela responde, mordendo o lábio inferior.
- E você, quantos anos tem? - Pergunto, como se já não soubesse a resposta.
- Dezenove. Tenho dezenove anos, faço vinte daqui doze dias, no dia 23.
- E por que uma garota tão bonita quanto você trabalha numa espelunca como essa?
Savannah rir, se sentando em seguida sob o capô do meu carro.
- Preciso pagar minha faculdade, ajudar meu pai a pagar as contas, enfim, não nasci em berço de ouro... Ethan. - Ela diz, e por algum motivo começo a pensar que meu nome soa mais interessante quando é ela quem diz. - E você, o que você faz da vida?
- Sou dentista. - Respondo, jogando o filtro do cigarro no chão.
- E fuma? - Ela pergunta, me fazendo rir.
- Sim, não deveria, mas, você sabe como é.
- Sim, eu sei, está ficando tarde, é melhor eu ir para o ponto de ônibus.
- Posso te levar em casa se você quiser. - Digo, e Savannah parece hesitar.
- Não quero te incomodar, Ethan. - Ela responde, ainda hesitante.
- Não é incômodo algum. Eu te levo em casa e depois volto para casa. Fica mais fácil e seguro. - Insisto, e Savannah finalmente concorda.
Durante o trajeto até a casa de Savannah, conversamos sobre diversos assuntos. Ela me contou sobre sua faculdade, seus planos para o futuro e suas paixões. Eu, por minha vez, abri o jogo e falei sobre o meu divórcio e meus medos em relação à criação das minhas filhas sem a presença da mãe.
- Essas são elas, minhas garotas, a da esquerda é a Hannah, parece mais comigo, enquanto a Holly é a cara da mãe. - Digo, mostrando uma foto das garotas. - Eu as amo mais do que tudo nessa vida.
Savannah sorri ao ver a foto das meninas.
- Elas são lindas, Ethan. Tenho certeza de que você é um ótimo pai. - Ela diz, me fazendo sorrir.
- Eu tento ser. - Respondo, voltando minha atenção para a estrada.
Seguimos o restante do caminho até a casa de Savannah em silêncio.
Chegando em frente à casa de Savannah, ela me agradece novamente por me oferecer para levá-la em casa e desce do carro.
- Obrigada Ethan, nos vemos por aí? - Ela pergunta, agachada próximo a janela do carro.
- Pode apostar que sim. - Respondo e ela sorri, retribuo o sorriso
Savannah se afasta do carro e entra em sua casa, enquanto eu fico parado ali por alguns segundos, observando-a se afastar.
Admirando cada curva do seu corpo, completamente absorto nos movimentos de seus quadris, até que ela finalmente passa pela porta me obrigando a voltar para a realidade.
Sacudo a cabeça, tentando afastar a imagem de Savannah da minha mente. Ela é muito jovem para mim, e eu não quero complicar as coisas ainda mais em minha vida.
Respiro fundo e dou partida no carro, decidido a voltar para casa e tentar esquecer a garota. Mas, por mais que eu tente, não consigo deixar de pensar nela. Sua beleza, sua inteligência, sua risada contagiante... Tudo nela me atrai.
Quando chego em casa, não encontro Susan, há apenas um bilhete na porta da geladeira:
"As garotas estão dormindo, volto pela manhã."
Vou até o quarto das meninas, fico parado na porta as observando dormir, ficando convencido de que o divórcio foi a melhor escolha para elas, ao menos minhas filhas crescerão em um lar saudável, longe de todas as brigas e discussões que elas vinham presenciando ao longo dos anos.
Sigo para o quarto e me jogo na cama, sentindo meu corpo afundar no colchão macio, sorrio ao lembrar do rosto de Savannah, seu cabelo cacheado, seus lábios, seu sorriso, tudo naquela garota me instiga.
Não por quanto tempo pensei na garota que conheci há duas noites atrás, mas acabo adormecendo, acordando apenas com o sacolejar da cama provocado pelas minhas filhas.
- Papai, papai? - Hannah diz, enquanto Holly monta sob a minha barriga, forçando as minhas pálpebras a se abrirem. - Você prometeu que iríamos ao abrigo de animais adotar um cachorro, lembra?
Eu sorrio para Hannah e acaricio suavemente a cabeça de Holly. – Sim, eu me lembro. Vamos pegar algumas roupas quentes e então podemos ir. – Levanto-me lentamente, tentando não perturbar Holly, que está confortavelmente aconchegada em cima de mim. – Você está animada? – pergunto a Hannah, enquanto andamos em direção ao quarto dela.
– Sim! Eu sempre quis ter um cachorro. – Responde Hannah, pulando com entusiasmo. – Eu já escolhi um nome para ele também. Posso chamá-lo de Max?
– Claro que pode, querida. – Eu digo, sorrindo. – Vamos lá pegar suas roupas e depois vamos encontrar o seu novo amigo.
Holly se levanta e nos segue enquanto caminhamos até o quarto de Hannah. Ela pula em cima da cama enquanto Hannah seleciona suas roupas. – Você acha que Max vai gostar de mim? – pergunta Hannah, enquanto veste um suéter quente.
– Tenho certeza de que ele vai adorar você. – Eu respondo, pegando minha jaqueta. – Ele é um cachorro muito amigável.
Nós saímos da casa e entramos no carro, com Holly se aconchegando no banco de trás. Hannah está animada e não para de falar sobre o cachorro que ela vai adotar. Eu dirijo em direção ao abrigo de animais, sabendo que iremos encontrar o companheiro perfeito para a nossa família.
Quando chegamos ao abrigo, somos recebidos por um voluntário sorridente que nos mostra a área de adoção. Hannah corre para ver os cachorros enquanto Holly explora o ambiente. Eu observo Hannah escolher cuidadosamente o cachorro que ela quer levar para casa. Ela se apaixona por um cachorro de porte médio, com pelos macios e uma pelagem preta e branca. O cachorro tem olhos castanhos brilhantes e uma personalidade brincalhona e amorosa que imediatamente se encaixa em nossa família.
– Ele é perfeito. – diz Hannah, enquanto acaricia o cachorro. – Posso levá-lo para casa agora?
– Claro que pode. – Eu respondo, sorrindo. – Bem-vindo à nossa família, Max.